sábado, 21 de março de 2020

APRENDIZADO DA CARIDADE

 
A prática da caridade sempre te ensejará as melhores lições.

Fornecerá material para as tuas reflexões em torno das bênçãos que normalmente ignoras em tua vida.

Possibilitar-te-ás enxergar o que não vês nos privilégios que desfrutas.

Abrandar-te-á o espírito de insatisfação, mostrando que em tua carência ainda existe excesso.

Que dispões em ti mesmo de infinitos recursos que simplesmente desconsideras.

Que a tua capacidade de ser útil é tão ampla quanto te parece ser a necessidade dos semelhantes.

A vivência na caridade te propiciará o amadurecimento espiritual de que só ela é capaz.

Colocará silêncio nos teus lábios, discernimento em teus ouvidos e alegria em tuas mãos.
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Livro: Vigiai e Orai
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier 





MNESAGEM DO ESE: O jugo leve

Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 28 a 30.)
Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei.”
Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, itens 1 e 2.)

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DOR, JUSTIÇA, EVOLUÇÃO E REENCARNAÇÃO

(...) À Nova Revelação [o Espiritismo] estava reservado o preenchimento dessa lacuna, explicando-nos a causa das misérias terrenas da vida, das quais só a pluralidade de existências [a reencarnação] poderia mostrar-nos a justiça.

Essas misérias decorrem necessariamente das imperfeições da alma, pois se ela fosse perfeita não cometeria faltas nem teria de sofrer-lhes as consequências. O homem que na Terra fosse, de modo absoluto, sóbrio e moderado, por exemplo, não padeceria enfermidades oriundas de excessos.

O mais das vezes ele é desgraçado por culpa própria, porém, se é imperfeito, é porque já o era antes de vir à Terra, expiando não somente faltas do momento, mas faltas anteriores não resgatadas. Repara em uma vida de provações o que a outrem fez sofrer em anterior existência. As vicissitudes que experimenta são por sua vez uma correção temporária e uma advertência, relativamente às imperfeições que lhe cumpre eliminar, a fim de evitar males e progredir para o bem. São para a alma lições da experiência, rudes às vezes, mas tanto mais proveitosas para o futuro quanto profundas as impressões que deixam. Essas vicissitudes ocasionam incessantes lutas que lhe desenvolvem as forças e as faculdades intelectivas e morais. Através dessas lutas a alma se retempera no bem, triunfando sempre que tiver coragem de sustentá-las até o fim.

O prêmio da vitória está na vida espiritual, onde a alma entra radiante e triunfadora como soldado que sai da refrega para receber a palma gloriosa.

4. Em cada existência há ocasião à alma para dar um passo adiante; de sua vontade depende a maior ou menor extensão do passo: franquear muitos degraus ou ficar no mesmo ponto. No último caso, e porque cedo ou tarde se impõe sempre o pagamento das dívidas, terá de recomeçar existência nova, em condições ainda mais penosas, porque uma nódoa não apagada ajunta outra nódoa.

É, pois, em sucessivas encarnações que a alma se despoja das suas imperfeições, que se purga, em uma palavra, até que esteja bastante pura para deixar os mundos de expiação como a Terra, onde os homens, em proveito do futuro, expiam o passado e o presente. Contrariamente, porém, à ideia que deles se faz, depende de cada um prolongar ou abreviar a sua permanência, segundo o grau de adiantamento e pureza atingido, pelo próprio esforço. O livramento se dá, não por conclusão de tempo nem por alheios méritos, mas pelo próprio mérito de cada um, consoante as palavras de Cristo: A cada um segundo as suas obras, palavras que resumem inteiramente a justiça de Deus.

5. Aquele, pois, que sofre nesta vida pode dizer-se que é porque não se purificou suficientemente em sua existência precedente, devendo, se o não fizer nesta, sofrer ainda na seguinte. Isto é ao mesmo tempo equitativo e lógico. Sendo o sofrimento inerente à imperfeição, tanto mais tempo se sofre quanto mais imperfeito se for, da mesma forma porque tanto mais tempo persistirá uma enfermidade quanto maior a demora em tratá-la. Assim é que, enquanto o homem for orgulhoso, sofrerá as consequências do orgulho, e, enquanto egoísta, as do egoísmo.

6. Por causa das imperfeições, o Espírito culpado sofre primeiro na vida espiritual, sendo-lhe depois facultada a vida corporal como meio de reparação. É por isso que ele se acha, em a nova existência, quer com as pessoas a quem ofendeu, quer em meio análogos àqueles em que praticou o mal, quer ainda em situações opostas à sua vida precedente, como por exemplo na miséria, se foi mau rico, ou humilhado, se orgulhoso.

A expiação no mundo dos Espíritos e na Terra não constitui duplo castigo para eles, porém um complemento, um desdobramento do trabalho efetivo a facilitar o progresso; do Espírito depende o aproveitamento. E não lhe será preferível voltar à Terra com probabilidades de alcançar o céu, a ser condenado sem remissão deixando-a definitivamente? A concessão dessa liberdade é uma prova da sabedoria, da bondade e da justiça de Deus, que quer que o homem tudo deva aos seus esforços e seja o obreiro do seu futuro; que, infeliz por mais ou menos tempo, não se queixe senão de si próprio, uma vez que a rota do progresso lhe está sempre franqueada.

(...)

Livro: O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo
Allan Kardec
LAKE – Livraria Allan Kardec Editora


sexta-feira, 20 de março de 2020

O Passe Individual




As modalidades de passes são diversas, como diversas são as ondulações de fluidos transmitidas pelos médiuns aos diversos enfermos. O médium adestrado no exercício do amor e disciplinado pela Doutrina Espírita, recebe a intuição adequada para o tratamento do doente que requer a sua presença,
sem nunca se esquecer de que o que se recebe de graça, de graça deverá ser doado.

As escolas de médiuns existentes em toda parte, proliferando em muitos países são, pois, bênçãos de Deus para os iniciantes e mesmo para a doutrina a que pertence o aprendiz. Porém, quando pronto para o trabalho de doação, liberta-te da mecanização que pode escravizar os teus dons, e entrega-te à
intuição divina com a divina força do amor e percebe a harmonia da natureza, disseminando vida em todos os rumos e paz em todas as dimensões.

Cada pessoa é um mundo diferente com necessidades diversas. A nossa mente, trabalhando aberta, como mãos que pedem aos céus direção, possibilita-nos atender a todos na sua faixa de vida, oferecendo ambiente para os benfeitores espirituais operarem com proveito entre o médium e o doente.



Os Espíritos doadores capazes de atrair fluidos e transformar energias de vários cambiantes, ao encontrarem uma mediunidade educada nos altos
preceitos evangélicos, traçam planos e executam trabalhos com grande facilidade, produzindo frutos visíveis na área da cura para aqueles que sofrem,
seja frente a frente ou a distâncias inacreditáveis. Prova disso se encontra no próprio Evangelho, onde Jesus curava com um simples "levanta-te e anda". Há médiuns que são capacitados para trabalhar somente com o seu fluido magnético, desde que não venham, por isso, a se encherem de vaidade. Eles podem buscar os fluidos no suprimento universal e transformá-los no amor, doando-os aos que padecem. Todavia, os olhos espirituais nunca se esquecem da presença de alguém para vigiar e manter à distância os perturbadores da ordem.

O passista deve ser confiante nos poderes de Deus e na assistência dos guias espirituais, acrescentando seus valores da forma como os requisitos da doutrina pedem e induzem ao procedimento. Nunca deves pensar que és o melhor, pelas curas que são feitas com a tua ajuda. São muitas as mãos que trabalham em tudo o que realizas. Cultiva a humildade no que pensas e falas.

As energias que te circundam são sensíveis aos teus sentimentos. O médium de cura começa a curar pela fala, que predispõe o enfermo à ação benéfica dos fluidos. Se os médicos descobrissem esta verdade, curariam muitas pessoas mesmo antes de administrarem os remédios. A palavra bem ordenada faz milagres.

O médium curador deve obedecer à lei natural em sua alimentação do dia-a-dia. Comer para viver e nunca viver somente para se alimentar. A seleção dos alimentos fica por conta da consciência que vibra no Bem.

O passe individual é uma doação direta de um para o outro e concreta na sua estrutura bioquímica. Quando estamos em plena harmonia com a vida universal, todas as nossas células vibram uníssonas na doação comum de vida para vida. Isso é Deus nos ensinando a amar! Isso é Cristo nos mostrando
como amar!

Quando fores chamado ao trabalho de cura, não te esqueças do preparo pela oração. A prece é feita de fios que nos ligam aos poderes maiores com segurança, e o que passa por eles, na forma de energia, é impulsionado pela fé. Isso mostra o quanto pode a confiança no Soberano Senhor e o quanto podemos realizar com Deus no coração.

A regra geral que requer o curador é o ambiente sereno, onde predomina o silêncio. É bom que te abstenhas de formulários humanos, de apetrechos difíceis e de palavras especiais. A melhor fórmula é o coração em ritmo com o coração de Deus e os apetrechos podem ser músicas elevadas, caso seja
possível, enquanto as palavras iniciais devem ser ditas como súplica ao Criador, para que entres em sintonia com a força divina que existe fora e dentro do teu coração. Nunca faças um passe sem que a alegria seja a flor do teu rosto. Analisa o enfermo, conversando com ele antes do tratamento, para que
possas sentir do que ele carece e doar o que a fome do companheiro exigir. 




Se souberes preparar o enfermo psicologicamente antes do tratamento, na verdade te dizemos que a cura poderá ser imediata, quando não um grande
alívio. A mente instintiva daquele que padece tem os mesmos poderes da de um santo, nas curas que opera. Só que a ele, o doente, falta estímulo para gerar o que se gera espontaneamente no místico cheio de amor no coração. A natureza nos cede muitos meios de fazer o bem. Nós, os Espíritos encarnados e desencarnados, é que não compreendemos e nos desviamos, por ignorância, das correntes de luz que nos tocam, trazendo, em sua estrutura, a mensagem da saúde com o brilho da harmonia, a nos falar baixinho aos ouvidos: "Amai, que a felicidade é gerada pelo amor".

Estuda a fisiologia do corpo, pois se fizeres isso com interesse de aprender, Deus te inspirará quanto a fisiologia da alma. A própria alma te induzirá ao conhecimento de vários corpos que ela usa e a vida presente em tudo, dar-te-á a sabedoria para usar os teus dons na perfeita cura de todo o
agregado psicofísico.

Muitos pedem, em orações continuadas e repetidas, o desenvolvimento da terceira visão para o tratamento de enfermos. As inteligências superiores estão te ouvindo, mas tens, primeiramente, de saber fazer uso desse dom, que depois será despertado no centro da tua vida. É caridade de Deus não haver o despertar de certos dons em determinadas criaturas. O Senhor espera o poço ficar pronto para a água aparecer, ou o aprendiz se instruir e se educar para ver a aparição do Mestre.

Trabalha com o que tens, que Ele multiplicará, no campo das tuas intenções. Avança, que Deus sabe o que deve te pertencer. Não exijas do grande Soberano, pois nem sempre sabes que pedes.

Se tens o dom de curar e te dispões a trabalhar com Ele, não olvides a renúncia, vigia a sensualidade e disciplina todos os teus impulsos inferiores, para que a luz de Deus possa fluir sem interrupção pelos canais da tua mente, para os corações que sofrem nos caminhos do mundo.
Sê feliz, com a felicidade do Cristo.
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SEGURANÇA MEDIÚNICA
Miramez



MENSAGEM DO ESE: 

Desigualdade das riquezas

A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. É, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.

Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A riqueza é um meio de o experimentar moralmente. Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.

Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus será justo, dando-as a tais criaturas? E exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça. Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 8.)


segunda-feira, 16 de março de 2020

LÓGICA



Não admitas por impossível o que foge à tua compreensão.

As lentes do microscópio enxergam o que os teus olhos não veem.

Não creias que a Verdade se limite à tua capacidade de assimilá-la.

O que aos teus ouvidos parece absurdo pode ser lógico para outros.

Não suponhas que as coisas devem ser conforme pensas.

Um dos maiores erros que o homem comete é tentar medir a inteligência de Deus pela sua.
💐💐💐💐💐💐
Livro: Com Cinco Pães e Dois Peixes
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier



MENSAGEM DO ESE:

Fora da caridade não há salvação

Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação, estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita, benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que espalham em torno de si. Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará. Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e as conseqüências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações. Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.
Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. — Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, item 10.)

domingo, 15 de março de 2020

Decisão e Vontade


Incerteza parece coisa de pouca monta, mas é assunto de importância fundamental no caminho de cada um.
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As criaturas entram na instabilidade moral, habituam-se a ela, e passam ao domínio das fôrças negativas sem perceber.
Dizem-se confiantes pela manhã e acabam indecisas à noite.
Freqüentemente rogam em prece:
- Senhor! Eis-me diante de tua vontade!...
Mostra-me o que devo fazer!...
E quando o Senhor lhes revela, através das circunstâncias, o quadro de serviço a expressar-se, conforme as necessidades a que se ajustam, exclamam em desconsôlo:
- Quem sou eu para realizar semelhante tarefa?
Não tenho fôrças.
Ai de mim que sou inútil!...
Sabem que é preciso servir para se renovarem, mas paradoxalmente esperam renovar-se sem servir.
Dispõem de verbo fácil e muitas vêzes se proclamam inabilitadas para falar auxiliando a alguém nas construções do Espírito.
Possuem dedos ágeis, quais filtros inteligentes engastados nas mãos; entretanto, costumam asseverar-se inseguras na execução das boas obras.
Ouvem preleções edificantes ou mergulham-se na assimilação de livros nobres, prometendo heroísmo para o dia seguinte, mas, passada a emoção, volvem à estaca zero, à maneira de viajante que desiste de avançar nos primeiros passos de qualquer jornada.
Louvam na rua o equilíbrio e a serenidade e, às vêzes, dentro de casa, disputam campeonatos de irritação.
O dever jaz à frente, a oportunidade de elevação surge brilhando, os recursos enfileiram-se para o êxito e realizações chamam urgentes, mas preferem a fuga da obrigação sob o pretexto de que é preciso cautela para evitar o mal, quando o bem francamente lhes bate à porta.
*
Trabalho, ação, aprendizado, melhoria!...
Não te ponhas à espera dêles sob a imaginária incapacidade de procurá-los, à vista de imperfeições e defeitos que te marcaram ontem.
Realização pede apoio da fé.
Mãos à obra.
Tudo o que serve para corrigir, elevar, educar e construir, nasce primeiramente no esfôrço da vontade unida à decisão.
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XAVIER, Francisco Cândido. Rumo Certo. Pelo Espírito Emmanuel. FEB.

MENSAGEM DO ESE:
Limites da encarnação
Quais os limites da encarnação?

A bem dizer, a encarnação carece de limites precisamente traçados, se tivermos em vista apenas o envoltório que constitui o corpo do Espírito, dado que a materialidade desse envoltório diminui à proporção que o Espírito se purifica. Em certos mundos mais adiantados do que a Terra, já ele é menos compacto, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos sujeito a vicissitudes. Em grau mais elevado, é diáfano e quase fluídico. Vai desmaterializando-se de grau em grau e acaba por se confundir com o perispírito. Conforme o mundo em que é levado a viver, o Espírito reveste o invólucro apropriado à natureza desse mundo.
O próprio perispírito passa por transformações sucessivas. Torna-se cada vez mais etéreo, até à depuração completa, que é a condição dos puros Espíritos. Se mundos especiais são destinados a Espíritos de grande adiantamento, estes últimos não lhes ficam presos, como nos mundos inferiores. O estado de desprendimento em que se encontram lhes permite ir a toda parte onde os chamem as missões que lhes estejam confiadas.
Se se considerar do ponto de vista material a encarnação, tal como se verifica na Terra, poder-se-á dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende, portanto, de o Espírito libertar-se dela mais ou menos rapidamente, trabalhando pela sua purificação.
Deve também considerar-se que no estado de desencarnado, isto é, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito guarda relação com a natureza do mundo a que o liga o grau do seu adiantamento. Assim, na erraticidade, é ele mais ou menos ditoso, livre e esclarecido, conforme está mais ou menos desmaterializado. – São Luís. (Paris, 1859.)


(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, item 24.)