Quando escutes na estrada, alma querida e boa.
A palavra que fira.
Recordando a pedrada que se atira
Quando alguém se conturba e amaldiçoa,
Coloca-te em lugar da pessoa acusada
E, se na luz da fé que te inspira e sustém
Nada possas fazer, não diga nada,
Nem censures ninguém.
Pelos caminhos do cotidiano,
Quem se afeiçoa à queixa renitente
É igual a nós: um coração humano,
As vezes enganado, outras vezes doente!. . .
Muita afeição que cai ou se arroja, de todo,
No azedume infeliz,
Não sabe que remexe uma furna de lodo,
Nem pondera o que diz. . .
Injúria, humilhação, sarcasmo, treva
Na comunicação verbal que te procura
São canais de mais dor, quando a dor se subleva
E cria delinqüência, expiação, loucura!. . .
Ante as palavras rudes ou sombrias,
Considera, também, por outro lado,
De quanta compreensão precisarias
Se tivesses errado!. . .
Palavras de ferir, palavras de humilhar,
Mágoas de quem falhou, reclamações de alguém,
Violência, agressão, amargura, pesar,
Entrega tudo a Deus nas vibrações do bem!. . .
Nunca leves adiante a sombra que te prova;
Lembra a lição do sol, sereno e superior,
Que, abrindo cada dia em luz de vida nova,
Tudo cobre de amor.
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Maria Dolores
Chico Xavier