Melindre: Afetação, facilidade de magoar-se, suscetibilidade, delicadeza no trato.
Sinônimo: ressentimento.
Em nosso entendimento, um dos maiores entraves para o nosso desenvolvimento é o melindre.
O melindre é o verdadeiro vírus da discórdia. Ele ataca sorrateiramente a todos aqueles que, invigilantes, dão valor maior do que o devido a si mesmo. O amor próprio tem um limite.
Ter amor próprio na dose certa é importante. Precisamos nos amar, cuidar de nossa boa aparência e gostar de nós mesmos.
Esse amor não pode superar o limite do razoável. Quando passamos a nos julgar superiores a nossos irmãos, avançamos para a vaidade, para o orgulho, para a falsa superioridade. Ao atingir esse estágio perigoso, todas as ideias, observações ou palavras de nossos semelhantes que são contrárias ao nosso ponto de vista nos machucam muito.
Surge então o melindre. Não admitimos ser contrariados. Não aceitamos opiniões diferentes. Nos enchemos de mágoa, de não me toques. E o pior é que isso nos entristece, nos tira do equilíbrio, trazem consequências físicas e afetam profundamente nosso relacionamento com pessoas queridas.
A mágoa destrói nossas resistências orgânicas. Ela obstrói os nossos canais responsáveis pela circulação sanguínea e pelo equilíbrio de nosso corpo físico.
O melindre é causa de muitas discussões que poderiam ter sido evitadas. Bastaria uma atitude de tolerância, de compreensão. Todos nós, espíritos ainda imperfeitos vivendo na Terra, estamos sujeitos a ter atitudes e a falar palavras ofensivas a nossos irmãos, e que a tolerância mútua e o perdão podem transformar em coisas banais e sem importância os episódios que julgamos terríveis ofensas que nos fazem.
Uma pequena discussão entre marido e mulher pode trazer muita discórdia e até separações por causa do melindre. Tolerância é ainda o melhor remédio para a manutenção da paz nos lares.
O mesmo acontece entre pais e filhos, entre irmãos e entre amigos, muitas vezes provocando o afastamento de pessoas que se amam, apenas por terem se deixado levar pelo melindre. Muitas entidades religiosas respeitáveis e até instituições espíritas podem ser atingidas por esse terrível vírus.
Temos que combater esse mal. O caminho para isso é seguir os ensinamentos e o exemplo de Jesus.
Vamos contar até dez, respirar fundo, combater o ato de nos julgar superiores, ouvir o que o outro nos fala, ponderar com calma sem alterar a voz, analisar todos os ângulos do que diz nosso oponente, são algumas coisas que podemos fazer para sufocar nosso amor próprio ferido. Lembremos de que não somos o centro do universo, e que todos podem ter opiniões diferentes sobre qualquer assunto.
Nosso grande erro é querer impor a nossa verdade ao nosso semelhante. E gritamos. E nos descontrolamos.
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Ary Brasil Marques
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Vencendo o melindre
Precisamos de muita cautela ao falarmos sobre melindre, pois, muitas vezes, esta palavra nos serve como pretexto para encobrir nossos desejos e atos egoísticos.
Uma pessoa melindrosa é aquela que se ofende e se magoa com facilidade. Aborrece- se com tudo e com todos, sem que haja grandes motivos para isto. Guarda ressentimento por longo tempo, pois enxerga maldade em todas as atitudes que contrariam seu modo de pensar ou agir. É incapaz de compreender, aceitar e perdoar as faltas dos seus semelhantes. Uma pessoa melindrosa não busca esclarecer os pontos obscuros de uma determinada situação, preferindo julgar-se injustiçada e incompreendida.
Melindrar-se significa perder ótimas oportunidades de crescimento e aprendizado pois, aquele que se melindra, não consegue distinguir o certo do errado, o que é bom do que é ruim. Se alguém não lhe cumprimenta, seu primeiro impulso é julgar esta pessoa antipática ou mal educada, sendo incapaz de pensar que ela, assim agiu, talvez por vergonha ou timidez. Se alguém lhe dirige uma palavra mais áspera, entristece-se e revolta-se, mas, em momento algum, procura identificar os motivos que levaram esta pessoa a agir desta forma.
Quando nos sentimos ofendidos ou ficamos magoados facilmente, aqueles que nos rodeiam afastam-se de nós, pois nunca sabem o que dizer ou o que fazer para nos agradar. Sabem que uma palavra mal colocada pode nos trazer grandes aborrecimentos. Passamos a ser um problema na vida daqueles que convivem conosco diariamente. Tornamo-nos pessoas amargas e, consequentemente, solitárias.
Mas, se por um lado, existem aqueles que se magoam com facilidade, também existem os que, “auxiliados pelo melindre”, ofendem facilmente. Impõem suas opiniões arbitrariamente, não aceitando pontos de vista diferentes dos seus; quando chamadas a orientar ou aconselhar, escolhem palavras duras e agressivas; não sabem ser compreensivas e amáveis com aqueles que lhes procuram.
Muitas vezes, agimos desta forma com nossos semelhantes, sem nos darmos conta deste nosso comportamento. E como estamos sempre acostumados a encontrar justificativas para todas nossas ações, denominamos melindrosas estas pessoas que, cansadas de nosso mal humor, decidem se afastar. Se não devemos mais sentirmo-nos melindrados, muito menos devemos ser os causadores das mágoas dos que nos rodeiam.
Para encerrar, lembremo-nos de que a melhor forma de vencermos nossos melindres, bem como de evitar ficarmos ofendidos, é sempre buscar uma justificativa para o comportamento de nossos semelhantes. Assim nos orienta Lourival Lopes em Gotas de Esperança:
“Se alguém o vê e não o cumprimenta, pense: ele não me conheceu. Se o conhece: ele não me viu. Se o viu: ele está distraído. Se virou o rosto: ele está com problemas. Se o tratou secamente: ele está infeliz. Se o tratou formalmente: ele deve ter suas razões. Se o ofendeu: ele está doente. A todos, indistintamente, deseje: Deus lhe dê a paz”.
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Autoria: Alexandre Ferreira
Síndrome do Melindre
Não se deve comprometer a causa simplesmente para atender aos caprichos de alguém
Os melindres são os verdadeiros fantasmas de um Centro Espírita. Associado às mágoas e ressentimentos, contribuem para fragilizar os laços humanos. Kardec nos falou, em dois momentos, sobre esse fantasma. Destacamos, primeiramente, o escrito em Obras Póstumas (1ª Parte – O Egoísmo e O Orgulho): "A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros. Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com o que quer que, a seu ver, constitua ofensa a seus direitos."
Obviamente, Kardec relaciona o melindre como decorrência do orgulho ferido, associado a um sentimento de inflação do ego. Num segundo momento, em discursos pronunciados nas Reuniões Gerais dos Espíritas de Lyon e Bordeaux afirma: "Há, ainda, aqueles cuja susceptibilidade é levada ao excesso; que se melindram com as mínimas coisas, mesmo com o lugar que lhes é destinado nas reuniões, se não os põem em evidência(...)".
Pode-se compreender o melindre, pelo viés psicológico, como um artifício usado pelo ego para preservar sua própria identidade. De tal forma, que quando o ego se sente "ameaçado" (ou desestabilizado por algo ou alguém), reage através de um "fechamento psíquico", de um retraimento emocional, visando preservar, numa atitude defensiva e imatura, as estruturas (orgulho, vaidade...) do próprio Eu.
Em certa Sociedade Espírita, um trabalhador tinha por hábito, no momento do passe, apertar a cabeça dos atendidos com as mãos. Imagine! Sendo alertado (educadamente) por um dirigente da Instituição, que tal prática não se coaduna com os ensinos espíritas, ficou... "melindrado". Em um grupo de estudos, alguém ao fazer a leitura de O Livro dos Espíritos, leu errado uma palavra. Um dos integrantes lhe corrigiu, naturalmente. A pessoa se melindrou e quase abandonou o estudo. Poderíamos ficar exaustivamente citando inúmeros exemplos.
Quando a pessoa se sente melindrada, deve se questionar sobre isso. O certo é que o melindre está associado, no mínimo, a três elementos básicos: orgulho ferido, insegurança pessoal e baixa autoestima. Dessa forma, o melindre seria um primeiro estágio de outros sentimentos que poderão se seguir, como a mágoa, o ressentimento, a raiva e até a agressividade.
Há determinadas contingências que podem tornar a pessoa mais propícia ao melindre, como estresse, separação conjugal, problemas familiares, desemprego, a experiência de uma frustação, etc.
O fortalecimento emocional e espiritual é imperativo para o enfrentamento de tais desafios. O melindre e seus derivados, quando não administrados, significam a negação do próprio sujeito, enquanto ser que possui responsabilidades por sua evolução.
Mas Allan Kardec também nos fala da "indulgência recíproca" que deveria mover os seres humanos, situados num patamar de incompletude espiritual. Indulgência para com as imperfeições dos outros não é sinônimo de inoperância diante do erro. Ou seja, no grupo espírita não é razoável, diante de algo que esteja errado, fazer-se silêncio, simplesmente, para não "melindrar" este ou aquele. O compromisso maior de todos é com a Doutrina Espírita em primeira instância, e com a instituição
em segunda.
A forma de abordagem é que deve estar fundamentada na indulgência, não o erro. A grande questão é que necessitamos dissipar essas relações melindrosas e inócuas, que em nada contribuem para a vida de relação, substituindo-as por atitudes verdadeiramente cristãs. O Espiritismo é uma doutrina de vida para "uso diário".
Quando percebermos que é forte o impulso para melindrar-nos ou magoar-nos, busquemos o recurso da oração, imediatamente, a fim de administrarmos mentalmente esses corrosivos sentimentos, adversários da paz. A oração é valioso recurso para a manutenção do equilíbrio da alma, pois potencializa o pensamento para os ângulos positivos da vida, buscando a serenidade das emoções.
Portanto, há duas questões fundamentais: a responsabilidade de administrarmos esses sentimentos em nós, e como agirmos diante dos melindres alheios. Somos de opinião que não devemos ter, na Casa Espírita, uma preocupação exagerada com os melindres e os melindrosos para não nos tornarmos reféns deles. Exige-se, como é natural em qualquer outra instituição, que se discuta fraternamente projetos, metas, trabalhos, questões doutrinárias etc., que se busque dar cumprimento aos normativos da instituição, tais como o Estatuto e o Regimento Interno. As atividades de qualquer Centro Espírita necessitam obedecer a certas disciplinas, e os trabalhadores e estudantes necessitam estar inseridos nesse contexto para o bom funcionamento da instituição. Tudo isso sem dogmatismos, sem autocracias ou fundamentalismos. Jamais, sob qualquer pretexto, poderá se cercear a liberdade de pensamento e expressão de quem quer que seja.
Todavia, deixar de cumprir os normativos, sob pretexto de "não melindrar" este ou aquele indivíduo é, no mínimo, um despropósito associado à irresponsabilidade daqueles que possuem a função de administração. Tornar-se omisso para não se "indispor" com alguém, é uma postura totalmente equivocada, fundada numa lógica perversa, que contribui para aumentar os problemas da Instituição. Arrolam-se desculpas do tipo: "necessitamos ser tolerantes", "caridosos", "pacientes"... E, enquanto demonstramos nossas "virtudes" (desvirtuadas) para não ferirmos as "almas frágeis" de nosso Centro, a disciplina, os desvios doutrinários, as inoperâncias, os desvios monetários, assolam livres.
Torna-se necessário pensarmos sobre os limites da "tolerância" no âmbito das Casas Espíritas. Não se trata, obviamente, da adoção por parte dos dirigentes, como já observamos, de posturas fundamentalistas ou verticalizadas. A tolerância com quem está seriamente comprometido com a Causa tem seus limites naturais. Não se deve comprometer a Causa, simplesmente para atender aos caprichos de alguém. Uma orquestra necessita, para o grande concerto, estar o mais bem afinada possível. Aquele candidato a músico que não aprendeu a tocar para estar em sintonia com o conjunto não poderá participar diretamente do concerto.
Por isso, trabalhadores e estudantes que não estejam afinados com o grupo e com a orientação doutrinária e/ou administrativa, melindrando-se com facilidade diante dos mínimos eventos, terminam por afastarem dos labores assumidos. É necessário respeitar a decisão de cada um.
A filosofia da convivência implica numa ética do cuidado. Assim como a permissividade ou a indiferença projetam seus frutos negativos para a instituição, da mesma forma deve-se cuidar com a síndrome da intolerância. Em tudo na vida o bom senso é imperativo para uma performance positiva. Constata-se atualmente uma cultura dos extremos, dos "oito ou oitenta", tudo em nome de uma busca por afirmação, muitas vezes, do próprio narcisismo.
Associado, por extensão, aos melindres e mágoas, encontra-se o ressentimento. A psicanalista Maria Rita Kehl, em seu livro sobre o assunto, analisa o que denomina de "ganhos
subjetivos do ressentimento". Para ela, o ressentido é um vingativo não declarado. Mas também é alguém que atribui sempre a um outro a culpa por seus agravos. O ressentido assume papel de vítima e, com isso, foge das responsabilidades que cabem no processo. Aí estão os ganhos do ressentimento! Revestir-se da vitimização, criar a figura de um culpado exclusivo para manter-se numa postura cômoda de alguém livre de responsabilidades. É sem dúvida, um mecanismo perverso do Eu (conscientemente ou não) que denota um nível de imaturidade psicológica associada a uma morbidez da alma.
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( Do livro: A convivência na Casa Espírita: reflexões e apontamentos com base nas instruções de Allan Kardec, de Jerri Roberto Almeida.Porto Alegre: Editora Francisco Spinelli, 2ª ed, 2011, pag. 57 a 61).
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A ARTE DE NÃO SE IRRITAR
(Autor desconhecido)
Fonte FEAL
Em uma cidade interiorana havia um homem que não se irritava e não discutia com ninguém. Sempre encontrava saída cordial, não feria a ninguém, nem se aborrecia com as pessoas. Morava em modesta pensão, onde era admirado e querido.
Para testá-lo, um dia seus companheiros combinaram levá-lo à irritação e à discussão numa determinada noite em que o levariam a um jantar. Trataram todos os detalhes com a garçonete que seria a responsável por atender a mesa reservada para a ocasião.
Assim que iniciou o jantar, como entrada foi servida uma saborosa sopa, que o homem gostava muito. A garçonete chegou próxima a ele, pela esquerda, e ele, prontamente, levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa. Mas ela serviu todos os demais e, quando chegou a vez dele, foi embora para outra mesa.
Ele esperou calmamente em silêncio que ela voltasse. Quando se aproximou outra vez, agora pela direita, para recolher o prato, ele levou outra vez seu prato na direção da jovem, que novamente se distanciou, ignorando-o. Após servir todos os demais, passou rente a ele, acintosamente, com a sopeira fumegante, exalando saboroso aroma, como quem havia concluído a tarefa e retornou à cozinha.
Naquele momento não se ouvia qualquer ruído. Todos observavam discretamente, para ver sua reação.
Educadamente ele chamou a garçonete, que se voltou, fingindo impaciência e lhe disse: o que o senhor deseja?
Ao que ele respondeu, naturalmente: a senhora não me serviu a sopa.
Novamente ela retrucou, para provocá-lo, desmentindo-o: servi sim senhor!
Ele olhou para ela, olhou para o prato vazio e limpo e ficou pensativo por alguns segundos.
Todos pensaram que ele iria brigar. Suspense e silêncio total.
Mas o homem surpreendeu a todos, ponderando tranquilamente: a senhorita serviu sim, mas eu aceito um pouco mais!
Os amigos, frustrados por não conseguir fazê-lo discutir e se irritar com a moça, terminaram o jantar, convencidos de que nada mais faria com que aquele homem perdesse a compostura.
Bom seria se todas as pessoas agissem sempre com discernimento em vez de reagir com irritação e impensadamente.
Ao protagonista da nossa singela história, não importava quem estava com a razão, e sim evitar as discussões desgastantes e improdutivas.
Quem age assim sai ganhando sempre, pois não se desgasta com emoções que podem provocar sérios problemas de saúde ou acabar em desgraça. Muitas brigas surgem motivadas por pouca coisa, por coisas tão sem sentido, mas que se avolumam e se inflamam com o calor da discussão. Isso porque algumas pessoas têm a tola pretensão de não levar desaforo para casa, mas levam para a prisão, para o hospital ou para o cemitério.
Por isso a importância de aprender a arte de não se irritar, de deixar por menos ou encontrar uma saída inteligente como fez o homem no restaurante.
A pessoa que se irrita aspira o tóxico que exterioriza em volta, e envenena-se a si mesma.
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MELINDRE
A partir dessa história examinemos a questão do melindre que é um comportamento de quem se ofende com muita facilidade e sente-se ferido no amor. Até na mais simples negativa acaba magoado o que denota possuir desequilíbrio em sua autoestima.
Dependendo do temperamento do melindroso existem diferentes formas de reação.
Existe o melindroso agressivo que ao não aceitar as negativas que recebe geralmente rebate com ataques e justificativas, além de apontar os erros alheios.
Existe também o melindroso tipo planta “dorme-maria” que em qualquer toque que receba murcha por inteiro. Possui a tendência de se desequilibrar energeticamente, geralmente fica amuado, calado e fecha a cara como se estivesse de mal com alguém.
O melindroso deve desarmar o seu arsenal de mecanismos de defesa e ser humilde e ponderado em relação às mensagens alheias que recebe.
A humildade é necessária para ultrapassar as diversas contrariedades que surgem na vida. Devem ser analisadas friamente considerando a possibilidade de erro que exigirá mudança comportamental às vezes simples e em outras nem tanto.
Veja, portanto, essa questão do melindre. Usualmente quando falamos desse assunto as pessoas logo imaginam o outro com esse comportamento. Podemos ser os melindrosos, entretanto dificilmente reconhecemos ter essa condição.
Deixa de ser natural reagir como os melindrosos, pois reagem por qualquer coisa, explodem, estouram, entregam-se às justificativas enquanto se irritam.
O primeiro passo a ser considerado é termos o equilíbrio necessário para reconhecer se estamos ou não nessa categoria de pessoas melindrosas que se ofendem com grande facilidade diante de adversidades muitas vezes insignificantes.
Ao nos comportar dessa forma criaremos dificuldades para outros se aproximarem de nós. Com isso surge uma barreira para que possamos enriquecer a relação de amigos ao reduzir o contato com as pessoas.
Isso aponta para a necessidade de sermos humildes para verificar até que ponto agimos dessa forma, nos ofendendo de maneira sistemática e constante, fazendo com que as pessoas tenham desprazer de manter contato conosco. Fica muito complicado quando a convivência é estabelecida de forma constante como acontece no lar e no ambiente que trabalhamos.
Pode acontecer que num dado momento acabemos por ficar isolados porque as pessoas poderão evitar ao máximo o convívio conosco. De outro lado, é necessário também desenvolver habilidade para saber lidar com as pessoas que são melindrosas.
RESILIÊNCIA
Examinemos a resiliência que é o oposto do melindre que é um termo apropriado da física. Ela é a propriedade que alguns corpos possuem de retornar à forma original após serem submetidos a uma deformação elástica.
Uma mola, por exemplo, tem essa característica, pois pode ser comprimida e sem essa pressão volta para sua condição original.
A resiliência na psicologia e em nossos relacionamentos ganha um sentido figurado que devemos entender como a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar as más sortes e mudanças.
Mesmo diante dos desafios, constituídos por situações adversas, ganhamos a capacidade de restabelecer o equilíbrio com maior facilidade que permite recuperar nossas condições naturais.
Ser resiliente é:
· Poder atravessar crises e adversidades sem se deixar abater por elas;
· Conseguir sair das crises mais forte, embora possa estar ferido;
· Poder ressignificar o sofrimento e as adversidades e transformá-las em aprendizado para a vida;
· Poder manter e alimentar a fé e a esperança de que as coisas vão melhorar;
· Saber que você participa da construção da sua própria história;
· Buscar apoio e um ombro amigo nas horas difíceis;
· Olhar a situação de vários ângulos e escolher o melhor;
· Enxergar o copo meio cheio e não meio vazio;
· Resgatar os vínculos significativos da sua história e mantê-los ao seu alcance na memória;
· Saber que você não é um ser sozinho no mundo, mesmo que possa parecer;
· Se manter conectado à sua essência é aquilo que realmente importa para você na vida;
· Ser firme como as montanhas, suave como o vento e maleável como o bambu;
· Alimentar as atitudes positiva e deixar morrer de fome as negativas;
· Utilizar o potencial criativo;
· Acreditar na vida, nas pessoas e em você mesmo;
· Descobrir recursos e habilidades antes insuspeitados;
· Olhar pra frente e continuar seguindo adiante, a despeito das dificuldades, crises e adversidades.
A partir do desenvolvimento dessas condições ganhamos a capacidade semelhante a da mola que comprimida volta ao estado natural ao cessar a compressão. Isso significa que submetidos às condições adversas restabeleceremos nosso equilíbrio e retomamos a condição original.
ASSERTIVIDADE
Como oposto de melindre podemos também considerar a assertividade.
A postura assertiva é uma virtude, pois se mantém no justo meio termo entre dois extremos inadequados: agressão e submissão. Sermos assertivos é ganharmos uma condição onde não sejamos agressivos e tampouco assumirmos condição de passividade e submissão com as pessoas.
Para se tornar assertivo é necessário fortalecer as atitudes bases para o comportamento assertivo, sem elas é impossível desenvolver relação onde a expressão de nosso “eu” se dá sem que se massacre o “eu” dos outros. Vejamos o que é necessário para desenvolver a assertividade valendo-nos da contribuição de Vera Martins, segundo seu livro Seja Assertivo, Editora Campus.
AUTOESTIMA
A autoestima origina-se da imagem que temos de nós mesmos. É a reputação vista por nossos próprios olhos, é o que pensamos e sentimos sobre nós. A qualidade da autoestima depende de cada um, depende da aceitação, confiança e respeito que temos por nós.
DETERMINAÇÃO
É uma energia que faz termos coragem para ir em frente e não desistir perante os obstáculos. É ter foco e clareza sobre onde quer chegar.
EMPATIA
É colocar-se no lugar do outro mentalmente e sentir o que o outro está sentindo numa determinada situação. Somente pessoas maduras conseguem estabelecer empatia.
ADAPTIVIDADE
Adaptividade é adequar o estilo de comunicação e entrar em sintonia com nosso interlocutor seja uma criança, um idoso, tenha nível cultural alto ou baixo. Se procurarmos entender e nos ajustar à percepção do outro assumimos condição que irá favorecer como lidar com as pessoas que tenham alto índice de melindre. Ouvir considerar o outro é uma forma de desarmar aquele que se ofende com grande facilidade.
AUTOCONTROLE
Autocontrole é assumir que o ser humano é bastante emocional e usar a racionalidade para gerenciar as emoções para não perder o controle das situações. Como acontece na história da sopa que não foi servida.
TOLERÂNCIA ÀS FRUSTRAÇÕES
Tolerância às frustrações é aceitarmos que não é possível ouvir apenas “sins”, pois existem os “nãos” que são pertinentes e justos, significa aceitar a diversidade humana.
SOCIABILIDADE
Sociabilidade é gostar de estar com pessoas, é se preocupar com o bem estar do outro assim como nosso próprio, é tratar os outros com naturalidade e sem ideias preconcebidas.
TRÊS CONDIÇÕES
Além dessas atitudes existem três condições para ser assertivo:
a) Saber o que quer e aonde quer chegar;
b) Partir de um pensamento positivo;
c) Ser proativo para atingir os resultados. Proativo é aquele que escolhe agir, abandona o hábito ainda profundamente arraigado de reagir diante das circunstâncias.
A IMPORTÂNCIA DO TEMA ABORDADO
O tema “Melindre, resiliência e assertividade” reveste-se de grande importância ao realçar para que sejamos pessoas agradáveis.
Não seremos agradáveis se qualquer coisa que os outros fazem, falam ou que deixam de fazer nos afetar profundamente. Ao afetar reagimos de maneira negativa ou de nos recolhermos evitando a convivência.
Convém desenvolver a capacidade de sermos autênticos, abertos e saber lidar com as adversidades que surgem em grande quantidade nos relacionamentos. Lamentavelmente são habilidades nem sempre consideradas de maneira adequada.
Portanto, para que possamos ter uma resposta positiva para o melindre desenvolvamos a resiliência que é a capacidade de voltarmos a condição de equilíbrio diante das dificuldades e sermos assertivos que é uma posição em que não há agressividade e tampouco passividade ou submissão.
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FEAL