Se pretendes vencer em qualquer empreendimento de ordem espiritual, começa não te concedendo tempo para conversas inúteis.
Cordialmente, desembaraça-te de quem te reclame os ouvidos com assuntos urdidos pela maledicência.
Dispensa, com habilidade, aquele que te venha com confidências, envolvendo o teu nome na trama com que as trevas intentem prejudicar a tua capacidade de ação.
Não permaneças na expectativa de que os teus desafetos saibam reconhecer o teu esforço e, de público, admitam as tuas possíveis qualidades.
Interpreta todo elogio que recebas como sendo mais perigoso que toda crítica que te façam.
Vacina-te, sistematicamente, contra o melindre e o personalismo, que, em verdade, são os teus dois piores adversários no que te propões realizar sob a égide do Cristo.
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Irmão José
Carlos Baccelli
"Ajuda-te e o Céu te Ajudará"
MENSAGEM DO ESE:
Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?
– Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?
Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus?
Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha?
Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?
Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades!
Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.
O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro.
— São Luís. (Paris, 1860.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 28.)
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