Há muitas maneiras de sermos servos infiéis; por isso, é preciso muito cuidado e atenção.
Os que se entregam aos vícios, a hipocrisias, a maldades;
os que se comprazem na ignorância,
os que semeiam a descrença,
os que murmuram e se revoltam contra a situação em que se encontram;
os que pensam unicamente em si, esquecidos dos que os rodeiam;
os que colocam a inteligência ao serviço do mal,
os que usam da fortuna para estimularem seus apetites e paixões inferiores;
os que pelo mau comportamento dão péssimo exemplo a seu próximo;
os pregadores que somente pregam o Evangelho com os lábios, e vivem em desarmonia com o que pregam;
os médiuns que usam de sua mediunidade para fins puramente materiais;
todos esses são servos infiéis.
A todos são concedidas oportunidades valiosas de serem servos fiéis; mas o excessivo apego às coisas da terra, despertando e alimentando o egoísmo no coração da maio ria, transforma-os em servos infiéis, e maus.
Há outra espécie de servos infiéis, e são aqueles que fazem questão de acumularem fortuna primeiro, e saciarem-se dos gozos que a matéria pode proporcionar, para depois cuidarem da alma. Esses agem levianamente, pois, como poderão saber se lhes será facultado o tempo de se tornarem servos fiéis?
Outros servos infiéis são aqueles que se riem e motejam, quando se lhes chama a atenção para as coisas espirituais, movidos por falsa superioridade.
Os servos infiéis também serão chamados ao mundo espiritual quando menos o esperarem, e o sofrimento lhes fará chorar e ranger os dentes, até que aprendam a cuidar fielmente dos patrimônios que a Providência Divina lhes confiou.
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ELISEU RIGONATTI