sábado, 9 de março de 2013

Aceitar as Pessoas




Ouvi dois amigos conversando e um deles se queixava da incompreensão das pessoas, das agressões verbais, dos desentendimentos. Isto o revoltava e ele dizia invejar a serenidade e o equilíbrio do interlocutor.

- Qual é o segredo? perguntou.
- Não existe segredo, mas somente paixão pela vida e esforços contínuos para aprender, respondeu o outro.

- Aprender o quê?

- A aceitar as pessoas, mesmo que ela nos desapontem, quando não aceitam os ideais que escolhemos. Quando nos agridem e nos ferem com palavras e atitudes impensadas.

- Mas é muito difícil aceitar pessoas assim.

- É verdade. É difícil aceitá-las como elas são e não como gostaríamos que elas fossem. Mas qual é o nosso direito de mudá-las?

- E como você consegue?

- Estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a escutar, mas não apenas com os ouvidos, também com os olhos, com o coração, com a alma, com todos os sentidos. Muitas vezes as pessoas não falam com palavras, mas com a postura. Fique atento para os que falam com os ombros caídos, os olhos e as mãos irrequietas.

Assim como você pode ler as entrelinhas de um texto, pode ouvir coisas entre as frases de uma conversa corriqueira, banal, que somente o coração pode ouvir. Não raro, há angústia e desespero disfarçados, insegurança escondida em palavras ásperas, solidão fantasiada na tagarelice. Aos poucos estou aprendendo a amar, e amando estou aprendendo a perdoar. Perdoando, apago as mágoas e curo as feridas, sem deixar cicatrizes nos corações magoados e tristes. Aprendo com a vida o valor de cada vida e procuro entender os rejeitados, os incompreendidos. Nem sempre consigo, mas estou tentando.

Quanto a nós, vamos tentar construir a paz, sem desânimo, com muito amor, muito amor no coração. 
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Amilcar Del Chiaro Filho 

Retificar



Corrige amando para que a chama de teu auxílio não se apague ao golpe rijo do desespero.
Não prescindirás da bondade e da tolerância na retificação dos elementos mais simples.
O próprio ato de remendar a peça de roupa humilde, recuperada para servi-te, reclama desvelo justo.

* * *

Lembra-te de que o cirurgião recorre à anestesia para atender ao órgão doente e recorda que o artista trabalhando a pedra obscura, não a golpeia sem amor, a fim de que o buril, manejado com sabedoria e ternura, dela arranque a obra-prima que lhe expressará o sonho de perfeição e beleza.

* * *

´Se realmente amas aquele que a sombra afeia e desfigura, não cobri-lo-ás de impropérios e maldições, porquanto, condenar quem já é de si mesmo desorientado e infeliz é o mesmo que precipitar o viajante inseguro no abismo das trevas ou acelerar a agonia do enfermo, arrojando-o ao visco da morte.

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Não basta sentir o veneno do mal e perceber-lhe a influência.
É imprescindível descobrir o antídoto do bem para administra-lo, sem alarme, na hora certa.

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Diante dos corações que reconheces transviados em pedregoso caminho, estende em silêncio os braços amigos para que a fraternidade exalte o ministério da salvação, sem os remoques da crueldade que apenas conseguem piorar as moléstias do espírito, assim como a imprudência do enfermeiro alarga a ferida que as suas mãos se propunham a curar.

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Guarda a certeza de que à frente do nevoeiro não vale gritar para que a sombra de extinga.
É necessário o socorro da paciência com a firme disposição de acender nova luz.
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Emmanuel  
Chico Xavier





sexta-feira, 8 de março de 2013

Próximo mais Próximo



Quando um amigo adentra a nossa casa, colocamos um sorriso no rosto. Procuramos ser prestativos, companheiros, perguntamos como ele está, o que tem feito. Somos sobretudo extremamente simpáticos. Nosso rosto é a própria extensão da alegria e da camaradagem.
Batemos carinhosamente em suas costas. Olhamos com respeito e amizade nos seus olhos. 

Sorrimos, sorrimos muito.

Termina a conversa, o amigo precisa ir embora e despedimo-nos carinhosamente.

Agora estamos em nossa casa com a nossa família (o amigo já foi embora).

Como por milagre, nosso rosto se fecha, ficamos taciturnos, carrancudos. Vamos ler o nosso jornal num canto, para ninguém nos atrapalhar, passamos a ser outra pessoa. Junto ao amigo, somo pessoas simpáticas e sorridentes; junto à nossa família, somos pessoas antipáticas e exigentes.

Por quê?

Certa vez uma criança de 7 anos perguntou à sua mãe que era famosa apresentadora de programa de TV: “Mãe, por que na tela da televisão você sempre aparece sorrindo e feliz e em casa está sempre séria e nervosa?” a mãe, pega de surpresa, respondeu: “Ë porque na TV eu sou paga para sorrir!” ao que a filha, mais do que depressa, interpelou: “Mãe, quanto você quer ganhar para sorrir também em casa"?

Por que não sorrir no melhor lugar do mundo, que é o nosso lar?

Quando você encontrar um irrigador de grama em funcionamento, pare para analisa-lo. Verifique que, girando, ele irriga toda a grama à sua volta. Mas chegue mais perto. Olhe a grama que está próxima ao irrigador, ela está seca! O irrigador molha a grama que está distante de si, mas não consegue molhar a grama que está tão próxima!

Será que na nossa família nós não estamos agindo à semelhança do irrigador de grama?
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Alkindar de Oliveira

quinta-feira, 7 de março de 2013

No Clima da Oração



A oração nem sempre nos retira do sofrimento, mas sempre nos reveste de forças pra suportá-lo.

Não nos afasta os problemas do cotidiano, entretanto, nos clareia o raciocínio, a fim de resolvê-los com segurança.

Não nos modifica as pessoas difíceis dos quadros de convivência, no entanto, nos ilumina os sentimentos, de modo a aceitá-las como são.

Nem sempre nos cura as enfermidades, contudo, em qualquer ocasião, nos fortalece para o tratamento preciso.

Não nos imuniza contra a tentação, mas nos multiplicas as energias para que lhe evitemos a intromissão, sempre a desdobra-se, através de influências obsessivas.

Não nos livra da injúria e da perseguição, entretanto, se quisermos, e ei-la que nos sugere o silêncio, dentro do qual deixaremos de ser instrumentos para a extensão do mal.

Não nos isenta da incompreensão alheia, porém, nos inclina à tolerância para que a sombra do desequilíbrio não nos atinja o coração.

Nem sempre nos evitará os obstáculos e as provações do caminho que nos experimentem por fora, mas sempre nos garantirá a tranquilidade, por dentro de nós, induzindo-nos a reconhecer que, em todos os acontecimentos da vida, Deus nos faz sempre melhor.
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Meimei
Chico Xavier



quarta-feira, 6 de março de 2013

3 Conclusões


O QUE OS OUTROS PENSAM



Aquilo que os outros pensam é ideia deles.

Não podemos usufruir-lhes a cabeça para imprimir-lhes as interpretações de que são capazes diante da vida.

Um indígena e um físico contemplam a luz, mantendo conceitos absolutamente antagônicos entre si.

Acontece o mesmo na vida moral.

Precisamos nutrir o cérebro de pensamentos limpos, mas não está em nosso poder exigir que os semelhantes pensem como nós.

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O QUE OS OUTROS FALAM


A palavra dos amigos e adversários, dos conhecidos e desconhecidos é criação verbal que lhes pertence.

Expressam-se como podem e comentam as ocorrências do dia a dia, com os  sentimentos dignos ou menos dignos de que são portadores.

Efetivamente, é dever nosso cultivar a conversação criteriosa; entretanto, não dispomos de meios para interferir na manifestação pessoal dos entes que nos cercam, por mais caros se nos façam.
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O QUE OS OUTROS FAZEM


A atividade dos nossos irmãos é fruto de escolha e resolução que lhes cabe.

Sabemos que a Sabedoria Divina não nos criou para cópias uns dos outros.

Cada consciência é domínio à parte.

As criaturas que nos rodeiam decerto que agem com excelentes intenções, nessa ou naquela esfera de trabalho e, se ainda não conseguem compreender o mérito da sinceridade e do serviço ao próximo, isso é problema que lhes compete.

Fácil deduzir que não nos é lícito fugir da ação nobilitante, em benefício de nós mesmos, mas não nos cabe impor pareceres nas decisões alheias, que o próprio Criador deixa livres.

À vista disso, cooperamos com os outros e recebamos dos outros o auxílio de que carecemos, acatando a todos, mas sem perder tempo com o que possam pensar, falar e fazer.

Em suma, respeito para os outros e responsabilidade para nós.
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Emmanuel
Chico Xavier



terça-feira, 5 de março de 2013

Saber Ouvir




Tumulto e vozerio, nos atritos humanos, pedem um tipo raro de beneficência: 
a caridade de saber ouvir.

São muitos os que cambaleiam, desorientados, a mingua de tolerância que os ouça.

Convém, no entanto, frisar que palavras não lhe escasseiam. 
Falta-lhes o silêncio de um coração amigo, com bastante amor para ungir-lhes a alma, no bálsamo da compreensão; e, por esse motivo, desfalecem na luta, à feição do motor que se desajusta sem óleo.

Desdobras a mesa, ergues abrigo seguro, repartes a veste, esvazias a bolsa, atendendo aos que necessitam... cede também o donativo da atenção aos angustiados, para que se lhes descongestione o trânsito das ideias infelizes, nas veredas da alma.

Para que lhes prestes, entanto, o amparo devido, não mostres o ar distante dos que não querem se incomodar e nem digas a frase clássica: "pior aconteceu comigo", com a qual, muitas vezes, a pretexto de ajudar, apenas alardeamos egocentrismo, à frente dos outros, sem perceber que estamos a esmagá-los.

É possível que os teus problemas sejam realmente maiores, entretanto, na Terra, ninguém possui medida conveniente para determinar a extensão dos sofrimentos alheios.
Desce, pois, do alto nível de tuas dores, minorando aquelas que te pareçam mais simples.

Deixa que o próximo te relacione os próprios desgostos. 
Se tiveres pressa ou cansaço, não pronuncies respostas tocadas de superioridade ou aspereza, qual se morasses numa cátedra de heroísmo, faze pausa, mesmo breve, e gasta um minuto de gentileza.

Todavia, sempre que possas, ouve calmamente, diminuindo a aflição que lavra no mundo.

No instante em que te caiba configurar a palavra, dize a frase que esclareça sem ferir ou que reanime sem enganar.

Se a circunstâncias te impelem às referências de ordem pessoal, seleciona aquelas que sirvam aos outros, na condição de escora e esperança.

Sobretudo, em ouvindo, não interrompas quem fala com a vara do reproche.

Geralmente, os que te procuram o entendimento para descarregar as agonias da alma, conhecem de sobra o calibre da cruz que eles mesmos colocaram nos ombros. Rogam-te apenas alguma pequenina parcela de energia que lhes assegurem mais alguns passos, caminho adiante.

Aprendamos a ouvir para auxiliar, sem a presunção de resolver.

O próprio Cristo consolando e abençoando, esclarecendo e servindo, não prometeu a supressão imediata das provações de quantos o cercavam, mas, sim, apelava, sincero:
"Vinde a mim, que eu vos aliviarei." 
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Opinião Espírita 
(psicografia Chico Xavier e Waldo Vieira - espíritos Emmanuel e André Luiz)







segunda-feira, 4 de março de 2013

Juízo



          
        Não é necessário que a morte abra as portas de tribunais supremos para que 
o homem seja julgado em definitivo. 
*** 
         A vida faz a análise todos os dias e a luta é o grande movimento seletivo, 
através do qual observamos diversas sentenças a se evidenciarem nos variados 
setores da atividade humana. 

         A moléstia julga os excessos. 
         A exaustão corrige o abuso. 
         A dúvida retifica a leviandade. 
         A aflição reajusta os desvios. 
         O tédio pune a licença. 
         O remorso castiga as culpas. 
         A sombra domina os que fogem à luz. 
         O isolamento fere o orgulho. 
         A desilusão golpeia o egoísmo. 
         As chagas selecionam as células do corpo.

         Cada sofrimento humano é aresto do Juízo Divino em função na vida 
contingente da Terra. 
         Cada criatura padece determinadas sanções em seu campo de experiência. 
*** 
          Compreendendo a justiça imanente do Senhor em todas as circunstâncias e 
em todas as coisas, atendamos a sementeira do bem aqui e agora, na certeza de 
que, segundo a palavra do Mestre, cada espírito receberá os bens e os males do 
Patrimônio Infinito da Vida, de conformidade com as próprias obras. 
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Emmanuel 
Chico Xavier






domingo, 3 de março de 2013

Inicia bem o dia




Cuida do teu dia, desde os primeiros instantes


Quando acordas, a tua mente se prepara para as atividades do dia e apresenta condições ideais para aceitar e firmar os bons pensamentos, tal como uma terra virgem à espera de boas sementes.

Inicia bem o dia.

Desde os primeiros momentos, pensa em coisas alegres, belas, proveitosas, e afirma com convicção:


Hoje, amarei muito e tudo tolerarei.

Não tenho aflições ou rancores.

O ontem já passou.

Sou feliz.

Os primeiros instantes são os pés que sustentam o dia.

Merecem trato especial.

Faz boa corrida o atleta que vai bem desde os primeiros passos.
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Lourival Lopes