sábado, 8 de maio de 2021

Dívida e resgate...


Uma das cunhadas do Chico teve um filho anormal. Braços e pernas atrofiadas. Os olhos, cobertos por uma espessa névoa, mantinham-no mergulhado na mais completa escuridão. Inspirava medo às pessoas que o viam. Era tão deformado que a mãe ao vê-lo teve um choque e foi internada num hospital de doentes mentais.

O Chico ficou com o sobrinho.

Cuidar dele não era fácil. Medicá-lo, banhá-lo e aplicar-lhe um clister diariamente. O menino não deglutia e para alimentá-lo, o Chico tinha que formar uma pequena bola com a comida, colocar em sua garganta e empurrar com o dedo.

Isto, durante doze anos aproximadamente.
Quando o sobrinho piorava, o Chico rezava muito para que ele não desencarnasse. Já o amava como um filho.

Um dia o Espírito Emmanuel lhe disse:

 - Ele só vai desencarnar quando o pulmão começar a desenvolver e não encontrar espaço.

 Aí, então, qualquer resfriado pode se transformar numa pneumonia e ele partirá.
Quando estava próximo dos doze anos, foi acometido de uma forte gripe e começou a definhar.

Na hora do desencarne, seus olhos voltaram a enxergar. Ele olhou para o Chico e procurou traduzir toda a sua gratidão naquele olhar.
Emmanuel, presente, explicou:

- Graças a Deus. É a primeira vez, depois de cento e cinquenta anos, que seus olhos se voltam para a luz. As suas dívidas do passado foram liquidadas. Louvado seja Jesus.
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(Fonte:do livro "Chico, de Francisco, de Adelino da Silveira, Céu, 1987).
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MENSAGEM DO ESE:

O mandamento maior

Mas, os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, se reuniram; e um deles, que era doutor da lei, foi propor-lhe esta questão, para o tentar: — Mestre, qual o grande mandamento da lei? — Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. — Esse o maior e o primeiro mandamento. — E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. — Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)


Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: “Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.”


E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: “E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro” , isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: 
FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, itens 4 e 5.)

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Vida exterior


Pensamento infeliz atrai perturbação.

Palavra invigilante é indução ao mal.

Atitude insensata gera dor sem medida.

Vigia o pensamento, a palavra e a atitude...

A vida exterior é consequência disto.

Do que pensas ou falas, toda ação se origina.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli)
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sexta-feira, 7 de maio de 2021

Misericórdia


Como se o teu filho nunca fosse errar, não perdoas ao filho de ninguém.

Como se o teu Neto estivesse imune a toda mazela, não demonstras indulgência para com as imperfeições do neto de outros avós.

Como se o teu irmão consangüíneo jamais fosse carecer de uma nova oportunidade, sonegas oportunidade ao irmão de quem te súplica por ele.

Se não tens o hábito de estender as mãos para o desconhecido que cai, como hás de rogar mãos estendidas em proteção a quem amas, quando esteja descendo ladeira abaixo?

Todos, um dia, haveremos de necessitar da misericórdia de alguém em favor dos que, por maior seja o nosso empenho, não conseguimos auxiliar.

Não cerres, pois, a porta, sobre a qual a Vida te levará a bater. . . 
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Irmão José
Carlos Baccelli
Obra: Pai, perdoa-lhes
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MENSAGEM DO ESE:

O homem no mundo

Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Purificai, pois, os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles por quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e justiça.


Não julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar.


Sois chamados a estar em contacto com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.


Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu; basta que, quando começardes ou acabardes uma obra, eleveis o pensamento a esse Criador e lhe peçais, num arroubo dalma, ou a sua proteção para que obtenhais êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluístes. Em tudo o que fizerdes, remontai à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de vossas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus.


A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contacto com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta.


Não imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de cinzas. Não, não, ainda uma vez vos dizemos. Ditosos sede, segundo as necessidades da Humanidade; mas, que jamais na vossa felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos que vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente ele os abençoa.

- Um Espírito Protetor. (Bordéus, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 10.)

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Grandeza da Renúncia



Alberto Dürer, o excelente pintor alemão, antes de notabilizar-se, necessitando de estudar, combinou com um jovem amigo, igualmente artista, sobre a necessidade se transladarem para um núcleo de maior cultura no qual aprimorariam o estilo. Para tanto, porque não dispusessem de um Mecenas que os ajudasse, um trabalharia na faina rude de lavador de pratos, enquanto o outro pintava, de modo que, com a venda dos primeiros quadros, o que trabalhava passaria a estudar.


Estabelecidas as bases do cometimento, os dois amigos deram início ao labor, afirmando Alberto: Eu me dedicarei ao trabalho, pelo que o outro respondeu: Eu sou mais velho e já tenho emprego no restaurante. Aquiescendo com o amigo, Dürer começou a estudar e a pintar.


Quando reuniram uma soma que permitia que o outro estudasse, o mesmo largou o trabalho e dirigiu-se à Escola.


Percebeu, porém, que a atividade rude destruíra-lhe a sensibilidade táctil, desequilibrara-lhe o ritmo motor, dando-se conta de que nunca atingiria a genialidade, ainda mais, descobrindo a qualidade superior do amigo. Dotado de sentimentos nobres renunciou à carreira e prosseguiu trabalhando.


Numa noite em que Dürer retornou ao estúdio, ao abrir silenciosamente a porta, estacou na sombra, vendo pela clarabóia do teto o reflexo do luar que se adentrava, iluminando duas mãos postas em atitude de prece. Era o amigo, ajoelhado, que rogava bênçãos para o companheiro triunfar na pintura.


O artista, comovido ante a cena, imortalizou-a numa pequena tela, que passou à posteridade no Estudo para as mãos de um apóstolo, para o altar de Heller, hoje na Albertina, em Viena.


A renúncia é a emoção dos Espíritos Superiores transformada em bênçãos pelo caminho dos homens. Quem renuncia estabelece para o próximo a diretriz do futuro em clima de paz. A renúncia é melhor para quem a oferta. Poder ceder, quando é fácil disputar; reconhecer o valor de outrem, quando se lhe está ao lado, ensejando-lhe oportunidade de crescimento; ajudar sem competir, são expressões elevadas da renúncia que dá à vida um sentido de significativa grandeza.


O caminho, hoje juncado de cardos, de abrolhos, é o mesmo trilho abençoado e livre que ontem foi percorrido com egoísmo. A senda áspera, marcada pelo pantanal de agora, não é outra, senão aquela que ficou ao abandono. A estrada, de passagem difícil, é fruto do esquecimento a que foi relegada por quem a percorreu. Retornam sempre os pés andarilhos pelo roteiro já conhecido como os astros, no seu périplo no infinito, volvem ao mesmo curso, obedecendo à matemática da gravidade universal.


Felizes aqueles que hoje cedem para amanhã receber; os que agora doam para mais tarde enriquecer-se; os que compreendem que a verdadeira felicidade consiste em ajudar e passar, sem impor nem tomar. Quem renuncia, enfloresce a alma de paz, granjeando a gratidão da vida pelo que recebe. Jesus, renunciando ao sólio do Altíssimo, veio conviver conosco e suportar-nos. Reconhecendo a nossa pequenez, renunciou à Sua grandeza. Para fazer-se entender, renunciou à Sua sabedoria transcendental.
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Joanna de Ângelis
Divaldo Franco

quinta-feira, 6 de maio de 2021

TEMPOS CHEGADOS


"Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos." - prefácio de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".


O amadurecimento intelecto-moral da Humanidade a predispõe, no avanço do Terceiro Milênio da Era Cristã, a um conhecimento mais amplo da Verdade.

A Doutrina Espírita, em revelando as realidades da vida de além-túmulo, vem modificar completamente a postura do homem em relação à própria Vida.

Aos poucos, com a noção de que é o construtor de si mesmo, ao longo de suas múltiplas experiências no corpo físico, o homem vai se desapegando do que é transitório, aprendendo a valorizar o que é eterno.

Teorias errôneas tombam por terra, sofismas desaparecem, injustiças são reparadas, preconceitos se pulverizam...

A Ciência obriga a Religião a estreitar os vínculos entre Fé e Razão, em acirrado combate contra o fanatismo, fruto da ignorância que, por séculos e séculos, escravizou o espírito humano em seus anseios de emancipação.

Uma nova ordem mundial se esquematiza, e espíritos missionários, em se corporificando na Terra, têm, em todas as áreas do conhecimento, influenciado o progresso, ante os novos ventos que sopram prenunciando dias melhores para o futuro.

As Leis se aperfeiçoam, a Arte se espiritualiza, a Solidariedade ganha força, a Política se esmera...

É verdade que a grande mudança social que se espera ainda exigirá um pouco mais de tempo, todavia o movimento de renovação que já se esboça é irreversível.

No mundo de agora e nos anos porvindouros, até que a Terra alcance de vez a sua maioridade, o espaço para a intolerância e a violência, a mentira e a perturbação será cada vez menor.

Confiamos em que não mais haverá retrocesso, pois, à medida em que o Cristo triunfar nos corações, o Reino Divino irá se estabelecendo para todas as criaturas.
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Irmão José
(psic. Carlos Baccelli)
Obra: Vigiai e Orai
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“Imagine que está à beira mar e vê um barco partindo. Você fica olhando enquanto ele vai se afastando, cada vez mais longe, até que finalmente parece apenas um ponto no horizonte lá onde o Mar e o Céu se encontram. Então você diz:
 - "Pronto, ele se foi..."

Foi aonde? Foi a algum lugar que esta vida não alcança, somente isso.

O barco continua tão grande, tão bonito e tão importante como era quando estava perto de você! A dimensão está em você, não nele. E naquele exato momento que você está dizendo - "Ele se foi" - há outros olhos vendo-o se aproximar e outras vozes exclamando com amor: 

 - "Ele está chegando!"

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MENSAGEM DO ESE:

A nova era

Deus é único e Moisés é o Espírito que Ele enviou em missão para torná-lo conhecido não só dos hebreus, como também dos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que se serviu Deus para se revelar por Moisés e pelos profetas, e as vicissitudes por que passou esse povo destinavam-se a chamar a atenção geral e a fazer cair o véu que ocultava aos homens a divindade.


Os mandamentos de Deus, dados por intermédio de Moisés, contêm o gérmen da mais ampla moral cristã. Os comentários da Bíblia, porém, restringiam-lhe o sentido, porque, praticada em toda a sua pureza, não na teriam então compreendido. Mas, nem por isso os dez mandamentos de Deus deixavam de ser um como frontispício brilhante, qual farol destinado a clarear a estrada que a Humanidade tinha de percorrer.


A moral que Moisés ensinou era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos que ela se propunha regenerar, e esses povos, semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a Deus de outro modo que não por meio de holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo.


Notável do ponto de vista da matéria e mesmo do das artes e das ciências, a inteligência deles muito atrasada se achava em moralidade e não se houvera convertido sob o império de uma religião inteiramente espiritual. Era-lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica. Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, do mesmo passo que a idéia de Deus lhes falava ao espírito.


Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. É a lei do progresso, a que a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance.


São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as idéias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as idéias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas.


Não; aquelas idéias precisam, para atingirem a maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna. Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá.

— Um Espírito israelita. (Mulhouse, 1861.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, item 9.)

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Perdão antes 



O perdão não é daqueles medicamentos para serem usados apenas quando a doença já se encontra instalada, dificultando o tratamento.


Depois que se enquista nos tecidos sutis da alma, a mágoa, a fim de ser extirpada, pede providência terapêutica de longo curso.


Em suas inevitáveis complicações, o ressentimento é patologia que, muitas vezes, não se debela nem de uma vida para outra.


O ódio, que desfigura a face dos sentimentos mais nobres, não se cura sem complicadas intervenções de ordem moral.


Somente em quem se mostra predisposto a perdoar toda e qualquer ofensa que, porventura, venha a receber, o perdão age como eficiente vacina, produzindo anticorpos de luz contra a ação invasiva das trevas.
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Amor e Sabedoria
Irmão José
Carlos Baccelli



quarta-feira, 5 de maio de 2021

O mundo e Jesus


São duas as opções diante do ser humano.

O primeiro agrada, é devorador, envolve e passa rápido.

A sua existência é irreal, embora necessária para o desenvolvimento e a evolução do Espírito.

O segundo transforma para melhor, mantém a vida, suaviza-a e permanece.

A sua proposta é libertadora, engrandece e aprimora para sempre.

O mundo é meio, Jesus é a meta.

A verdadeira sabedoria consiste em eleger Cristo e melhorar a sociedade mundana, trabalhando os seus valores e santificando-os, de forma que o processo existencial se faça enriquecedor e infinito.

As determinantes do mundo são a ilusão, o corpo, o ego.

As de Jesus são a realidade, o ser profundo, a vida em plenitude.

Ninguém chegará a Cristo sem a travessia pelo mundo, assim como não sairá do dédalo das humanas paixões sem a inspiração e a atração d'Ele.

Utilizar-se dos recursos do século para amar e servir, lapidando as arestas e sublimando os sentimentos, eis como viver no mundo, sem lhe pertencer...
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Obra: Sendas Luminosas
Joanna de Ângelis
Divaldo Franco
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MENSAGEM DO ESE:

O que se deve entender por pobres de espírito

Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.)

A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.

Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.

Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta à idéia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se contemplam. Daí o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério.

Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. É lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais.

Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, itens 1 e 2.)

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NÃO É SÓ



“Mas agora despojai-vos também de todas estas coisas: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes de vossa boca.” – Paulo. (Colossenses, 3:8.)


Na atividade religiosa, muita gente crê na reforma da personalidade, desde que o discípulo da fé se desligue de certos bens materiais.


Um homem que distribua grande quantidade de rouparia e alimento entre os necessitados é tido à conta de renovado no Senhor; contudo, isto constitui modalidade da verdadeira transformação, sem representar o conjunto das características que lhe dizem respeito.


Há criaturas que se despojam de dinheiro em favor da beneficência, mas não cedem no terreno da opinião pessoal, no esforço sublime de renunciação.


Enormes fileiras de aprendizes proclamam-se dispostas à prática do bem; no entanto, exigem que os serviços de benemerência se executem conforme os seus caprichos e não segundo Jesus.


Em toda parte, ouvem-se fervorosas promessas de fidelidade ao Cristo; todavia, ninguém conseguirá semelhante realização sem observar o conjunto das obrigações necessárias.


Pequeno erro de cálculo pode trair o equilíbrio de um edifício inteiro. Eis por que em se despojando alguém de algum patrimônio material, a benefício dos outros, não se esqueça também de desintegrar, em derredor dos próprios passos, os velhos envoltórios do rancor, do capricho doentio, do julgamento apressado ou da leviandade criminosa, dentro dos quais afivelamos pesada máscara ao rosto, de modo a parecer o que não somos.
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EMMANUEL
(do livro “Pão Nosso” – psic. Chico Xavier)

terça-feira, 4 de maio de 2021

Problemas no Planeta


Ansiedade, angústia, depressão, pânico, doenças psicossomáticas, câncer. O mundo nunca esteve tão doente?

Doenças sempre existiram e existirão até nos tornamos seres humanos melhores. Mente sã, corpo são, ou espírito sem erros, corpo físico sadio.

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Acompanhamos diariamente notícias chocantes e violentas em toda parte do mundo. O homem tem evoluído a contento moral e espiritualmente?

Infelizmente sempre houve violência no nosso Planeta. Atualmente, pela mídia, sabemos tudo ou quase tudo o que acontece. Porém, entre muitas notícias chocantes, temos tantas boas, e é nestas que devemos focar. Oportunidades de nos melhorar, todos temos; cabe, a cada um de nós, caminhar para a evolução, e muitos o estão fazendo.
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ELA POR ELA
Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho
Por: Reynaldo Formaggio
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MENSAGEM DO ESE:

O homem de bem

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos.

Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.”

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.

O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.

Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3.)

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Lâmpadas e inteligências


As lâmpadas servem para iluminar. Para isso, são dotadas de potências de iluminação diferentes.

Há lâmpadas de 60 watts, de 100 watts, de 150 watts... Esse número em watts diz o poder de iluminação da lâmpada.
Também as inteligências servem para iluminar.

Nos gibis, o desenhista, para dizer que um personagem teve uma boa ideia, desenha uma lâmpada acesa sobre a sua cabeça.
As inteligências, à semelhança das lâmpadas, também têm potências de iluminação diferentes.

Os homens inventaram testes para medir a "wattagem" das inteligências.
Ao poder de iluminação das inteligências deram o nome de "QI", coeficiente de inteligência.

As inteligências não são iguais. Pessoas a quem os testes inventados pelos homens atribuíram um QI 200, têm um poder muito grande para iluminar.

Alguns, para se gabar, chegam a mostrar sua carteirinha, dizendo que sua inteligência tem uma "wattagem" alta.

Mas, nós não olhamos para as lâmpadas. As lâmpadas não são para serem vistas. As lâmpadas valem pelas cenas que iluminam e não pelo brilho.

Olhar diretamente para a lâmpada ofusca a visão.

Há inteligências de "wattagem" 200 que só iluminam esgotos e cemitérios. E há inteligências modestas, como se fossem nada mais do que a chama de uma vela, que iluminam sorrisos.

Uma lâmpada não tem vontade própria. Ela ilumina o objeto que o seu dono escolhe para ser iluminado.

A inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração do seu dono determina que sejam iluminados.

A inteligência de quem ama dinheiro ilumina dinheiro, a inteligência dos criminosos ilumina o crime, a inteligência dos artistas ilumina a beleza.

A inteligência é mandada. Só lhe compete obedecer.
* * *
As considerações luminosas de Rubem Alves nos fazem pensar um pouco a respeito de como estamos utilizando este grande instrumento que temos - a inteligência.

O que temos iluminado com ela? O que temos feito desta grande habilidade da qual dispomos?

Allan Kardec deixa claro que a inteligência nem sempre é penhor de moralidade, e o homem mais inteligente pode fazer um uso pernicioso das suas faculdades.

Assim, ter uma inteligência avantajada não significa ser um homem de bem, não significa ser uma alma evoluída.

É necessário que essa inteligência esteja sendo canalizada para o bem, para a civilização e aperfeiçoamento da Humanidade.

A mesma inteligência que desenvolve uma arma química pode desenvolver vacinas e remédios.

A mesma inteligência que manipula as leis e as pessoas em benefício próprio, pode ser a inteligência que auxilia, que defende os fracos e oprimidos.

A mesma inteligência das estratégias criminosas de usurpação do dinheiro público pode ser utilizada na reconstrução de cidades, na restituição da dignidade de povos abandonados por interesses materialistas.

Basta que a lâmpada ilumine o que deve iluminar, basta que façamos escolhas acertadas e demos ordens corretas à nossa inteligência.

A inteligência, como as lâmpadas, não tem vontade própria. Ela ilumina os objetos que o coração do seu dono determina que sejam iluminados.
🌺🌷🌺
Redação do Momento Espírita com base no texto Variações sobre a inteligência, do livro O sapo que queria ser príncipe, de Rubem Alves, ed. Planeta.
Formatação e pesquisa; Milter 03-05-2020.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Bem-aventurados


Bem-aventurados os aflitos
Que, chorando – não se desanimam,
Que, ofendidos – não revidam,
Que, esquecidos pelos outros – não olvidam os deveres que lhes são próprios,
Que, dilacerados – não ferem,
Que, caluniados – não caluniam,
Que, desamparados – não desamparam,
Que, açoitados – não praguejam,
Que, injustiçados – não se justificam,
Que, traídos – não atraiçoam,
Que, perseguidos – não perseguem,
Que, desprezados – não desprezam,
Que, ridicularizados – não ironizam,
Que, sofrendo – não fazem sofrer...
*
Até agora, raros aflitos da Terra conseguiram merecer as bem-aventuranças do Céu, porque, realmente, com amor puro somente o Grande Aflito da Cruz se entregou ao sacrifício total pelos próprios verdugos, rogando perdão para a ignorância deles e voltando das trevas do túmulo para socorrer e salvar, com sua ressurreição e com o seu devotamento, à Humanidade inteira.
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ANDRÉ LUIZ
Chico Xavier
Livro: Através do Tempo
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MENSAGEM DO ESE:

Observai os pássaros do céu (II)

A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos.

Se as amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito: “Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os no céu, onde são eternos.” Em outros termos: não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros aos segundos.
(Cap. XVI, nº 7 e seguintes.)

A caridade e a fraternidade não se decretam em leis. Se uma e outra não estiverem no coração, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las penetrar nele.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 8.)

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POR MAIS APEGO


Por mais apego ao corpo,
Ele te larga aos poucos...

No caminho em que segues
Vão ficando ilusões.

Pedaços do que foste,
Jazem sobre a poeira.

Ambições são cadáveres
Que o tempo desintegra.

Fica contigo apenas
A luz que tens em ti.

Para onde caminhas,
A sombra não te segue.
💐🌱💐
Irmão José
Livro: Frutos da Mediunidade
Carlos A. Baccelli, pelos Espíritos Irmão José e Eurícledes Formiga
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo

domingo, 2 de maio de 2021

Não temas


Não temas a morte: Viverás para sempre.

Não temas a dor: Ela é um fenômeno transitório.

Não temas a injustiça: A Verdade triunfa.

Não temas a solidão: Quem ama nunca está só.

Não temas a colheita: Cuida da tua semeadura.

Não temas o futuro: Ele está em tuas mãos.
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Obra: Dias Melhores 
 Irmão José
Carlos Baccelli
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MENSAGEM DO ESE:

Não vos afadigueis pela posse do ouro

Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos. — Não prepareis saco para a viagem, nem dois fatos, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece sustentado.


Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, procurai saber quem é digno de vos hospedar e ficai na sua casa até que partais de novo. — Entrando na casa, saudai-a assim: Que a paz seja nesta casa. Se a casa for digna disso, a vossa paz virá sobre ela; se não o for, a vossa paz voltará para vós.
Quando alguém não vos queira receber, nem escutar, sacudi, ao sairdes dessa casa ou cidade, a poeira dos vossos pés. — Digo-vos, em verdade: no dia do juízo, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que essa cidade. (S. MATEUS, cap. X, vv. 9 a 15.)


Naquela época, nada tinham de estranhável essas palavras que Jesus dirigiu a seus apóstolos, quando os mandou, pela primeira vez, anunciar a boa-nova. Estavam de acordo com os costumes patriarcais do Oriente, onde o viajor encontrava sempre acolhida na tenda. Mas, então, os viajantes eram raros. Entre os povos modernos, o desenvolvimento da circulação houve de criar costumes novos. Os dos tempos antigos somente se conservam em países longínquos, onde ainda não penetrou o grande movimento. Se Jesus voltasse hoje, já não poderia dizer a seus aposto-los: “Ponde-vos a caminho sem provisões.”


A par do sentido próprio, essas palavras guardam um sentido moral muito profundo. Proferindo-as, ensinava Jesus a seus discípulos que confiassem na Providência. Ao demais, eles, nada tendo, não despertariam a cobiça nos que os recebessem. Era um meio de distinguirem dos egoístas os caridosos. Por isso foi que lhes disse: “Procurai saber quem é digno de vos hospedar” ou: quem é bastante humano para agasalhar o viajante que não tem com que pagar, porquanto esses são dignos de escutar as vossas palavras; pela caridade deles é que os reconhecereis.


Quanto aos que não os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele porventura aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se lhes impusessem, que usassem de violência e de constrangimento para os converterem? Não; mandou, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade.


O mesmo diz hoje o Espiritismo a seus adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranqüilos os que vos repelem. Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 9 a 11.)

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Pensamentos


“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é hones­to, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,
se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.”
— Paulo. (Filipenses, capítulo 4, versículo 8.)


Todas as obras humanas constituem a resultan­te do pensamento das criaturas. O mal e o bem, o feio e o belo viveram, antes de tudo, na fonte mental que os produziu, nos movimentos incessantes da vida.

O Evangelho consubstancia o roteiro generoso para que a mente do homem se renove nos caminhos da espiritualidade superior, proclamando a necessi­dade de semelhante transformação, rumo aos planos mais altos. Não será tão-somente com os primores intelectuais da Filosofia que o discípulo iniciará seus esforços em realização desse teor.

Renovar pensamentos não é tão fácil como parece à primeira vista. Demanda muita capacidade de renúncia e profunda dominação de si mesmo, qualidades que o homem não consegue alcançar sem trabalho e sacrifício do coração.

É por isso que muitos servidores modificam expressões verbais, julgando que refundiram pensa­mentos. Todavia, no instante de recapitular, pela repetição das circunstâncias, as experiências reden­toras, encontram, de novo, análogas perturbações, porque os obstáculos e as sombras permanecem na mente, quais fantasmas ocultos.

Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção.

O conselho de Paulo aos filipenses apresenta sublime conteúdo. Os discípulos que puderem com­preender-lhe a essência profunda, buscando ver o lado verdadeiro, honesto, justo, puro e amável de todas as coisas, cultivando-o, em cada dia, terão encontrado a divina equação.
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Do cap. 15 do livro Pão Nosso, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.