sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Prece por Luz




Senhor!...
No final desse dia , estamos em oração, rogando-te mais luz por acréscimo de misericórdia.

Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas consequências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, onde as estradas mais retas que nos conduzem à integração com os teus depósitos.

Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos próprios desejos, mas sobretudo para que aprendamos a saber quais os planos que traçaste a nosso respeito.

Ilumina-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje, aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.

Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso alcance.

Inspira-nos, ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.

Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.

Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.

Senhor!...

Abençoa-nos e estende-nos as mãos compassivas, em tua infinita bondade, para que te possamos perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia, hoje e sempre.

Assim seja.
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Emmanuel
Chico Xavier



A Morte



A morte é uma grande reveladora. 
Nas horas de provação, quando as sombras nos rodeiam, perguntamos algumas vezes: 
Por que nasci eu ? 
Por que não fiquei mergulhado lá na profunda noite, onde não se sente, onde não se sofre, onde só se dorme o eterno sono ? 
E, nessas horas de dúvida e de angústia, uma voz vem até nós e diz-nos: 
Sofre para te engrandeceres, para te depurares! 
Fica sabendo que teu destino é grande.
*
Esta terra fria não é teu sepulcro. 
Os mundos que brilham no âmbito dos céus são tuas moradas futuras, a herança que Deus te reserva. 
Tu és para sempre cidadão do Universo; pertences aos séculos passados como aos futuros, e, na hora atual, preparas a tua elevação. 
Suporta, pois, com calma, os males por ti mesmo escolhidos.

*

Semeia na dor e nas lágrimas o grão que reverdecerá em tuas próximas vidas. 
Semeia também para os outros assim como semearam para ti! 
Ser imortal, caminha com passo firme sobre a vereda escarpada até às alturas de onde o futuro te aparecerá sem véu!
*
A ascensão é rude, e o suor inundará muitas vezes o teu rosto, mas, no cimo, verás brilhar a grande luz, verás despontar no horizonte o Sol da Verdade e da Justiça!

*

A voz que assim nos fala é a voz dos mortos, é a voz das almas queridas que nos precederam no país da verdadeira vida. 
Bem longe de dormirem nos túmulos elas velam por nós. 
Do pórtico do invisível veem-nos e sorriem para nós. 
Adorável e divino mistério! 

Comunicam-se conosco e dizem: 
Basta de dúvidas estéreis; trabalhai e amai.
Um dia, preenchida a vossa tarefa, a morte reunir-nos-á.
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Léon Denis


 






quinta-feira, 1 de novembro de 2012

No Lar




Não olvides que teu filho, sendo a materialização de teu sonho, é também tua obra na Terra.

Às vezes é um lírio que plantaste no tempo; contudo, na maioria das ocasiões, é um fragmento de mármore que deixaste à distância.

Flor que te pode encorajar ou pedra que te pode ferir.

Recebe-o, pois, como quem encontra a oportunidade mais santa de trabalho no mundo.

Não lhe abandones o espírito à liberdade absoluta, para que se não perca ao longo da estrada, e nem cometas a loucura de encarcerá-lo em teus pontos de vista, para que o teu exclusivismo não lhe desfigure as qualidades inatas para o infinito bem.

Ajuda-o, acima de tudo, a crescer para o ideal superior, assim como auxilias a árvore nascente, em ímpeto ascensional para a luz.

Livra-o das deformidades mentais, tanto quanto proteges o vegetal proveitoso contra a invasão da erva sufocante.

Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.

Receber um filho é deter entre os homens o mais sagrado depósito.

Não desertes, assim, da abnegação em que deves empenhar todas as forças peculiares à própria vida, a fim de que o rebento de tuas aspirações humanas se faça legítimo sucessor dos teus mais íntimos anseios de elevação.

O lar, na Terra, ainda é o ponto de convergência do passado. 
Dentro dele, entre as quatro paredes que lhe constituem a expressão no espaço, recebemos todos os serviços que o tempo nos impõe, habilitando-nos ao título de cidadãos do mundo.

Exercitemos, desse modo, o amor e o serviço, a humildade e o devotamento, no templo familiar, à frente de nossos amigos ou adversários do pretérito transformados hoje em nossos parentes ou em nossos filhos, e estaremos alcançando nos problemas da eternidade a mais alta e a mais sublime equação.
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Emmanuel
Chico Xavier




quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Joias Devolvidas


Narra antiga lenda que um rabi, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o rabi empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.

No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.

A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia?

Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção.

Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o rabi retornou ao lar.

Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos…

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.

Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.

A esposa, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou: o que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

- Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas joias de valor incalculável, para que as guardasse. São joias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo!

- O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

- Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!… Por que isso agora?

- É que nunca havia visto joias assim! São maravilhosas!

- Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

- Mas eu não consigo aceitar a ideia de perdê-las!

E o rabi respondeu com firmeza: ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo!

- Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Faremos isso juntos, hoje mesmo.

- Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito.

- As joias preciosas eram nossos filhos.

- Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram.

O rabi compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram grossas lágrimas. Sem revolta nem desespero.

………………………

Os filhos são joias preciosas que o Criador nos confia a fim de que as ajudemos a burilar-se.

Não percamos a oportunidade de enfeitá-las de virtudes. Assim, quando tivermos que devolvê-las a Deus, que possam estar ainda mais belas e mais valiosas.

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Richard Simoneti.

A Melhora da Morte




Diante do agonizante o sentimento mais forte naqueles que se ligam a ele afetivamente é o de perda pessoal.

"Meu marido não pode morrer! Ele é o meu apoio, minha segurança!"
"Minha esposa querida! Não me deixei Não poderei viver sem você!"

"Meu filho, meu filho! Não se vá! Você é muito jovem!
Que será de minha velhice sem o seu amparo?"

Curiosamente, ninguém pensa no moribundo.
Mesmo os que aceitam a vida além‐túmulo multiplicam‐se em vigílias e orações, recusando admitir a
separação. Esse comportamento ultrapassa os limites da afetividade, desembocando no velho egoísmo humano, algo parecido com o presidiário que se recusa a aceitar a ideia de que seu companheiro de prisão vai ser libertado.

O exacerbamento da mágoa, em gestos de inconformação e desespero, gera fios fluídicos que tecem uma espécie de teia de retenção, a promover a sustentação artificial da vida física. Semelhantes vibrações não evitarão a morte.

Apenas a retardarão, submetendo o desencarnante a uma carga maior de sofrimentos.

É natural que, diante de sério problema físico a se abater sobre alguém muito caro ao nosso coração, experimentemos apreensão e angústia. Imperioso, porém, que não resvalemos para a revolta e o desespero, que sempre complicam os problemas humanos, principalmente os relacionados com a morte.

Quando os familiares não aceitam a perspectiva da separação, formando a indesejável teia vibratória, os técnicos da Espiritualidade promovem, com recursos magnéticos, uma recuperação artificial do paciente que, "mais prá lá do que prá cá", surpreendentemente começa a melhorar, recobrando a
lucidez e ensaiando algumas palavras...

Geralmente tal providência é desenvolvida na madrugada. Exaustos, mas aliviados, os "retentores" vão
repousar, proclamando:
"Graças a Deus! O Senhor ouviu nossas preces!"

Aproveitando a trégua na vigília de retenção os benfeitores espirituais aceleram o processo desencarnatório e iniciam o desligamento. A morte vem colher mais um
passageiro para o Além.

Raros os que consideram a necessidade de ajudar o desencarnante na traumatizante transição. Por isso é frequente a utilização desse recurso da Espiritualidade, afastando aqueles que, além de não ajudar, atrapalham. Existe até um ditado popular a respeito do assunto:

"Foi a melhora da morte! Melhorou para morrer!”
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QUEM TEM MEDO DA MORTE?
Richard Simonetti

Sempre à procura



O homem evita o confronto consigo mesmo.

Evita porque se desaprova.

Não se aceita como é, mas não consegue mudar.

Mudar é penoso; a renovação exige sacrifício.

Habituado ao imediatismo, não se anima a investir no futuro.

Aspira a resultados agora...

Semeia e, depressa, anseia pelos frutos.

Tão jungido se encontra ao corpo, que confunde-se com ele.

Não tem consciência plena de que é espírito.

É prisioneiro voluntário das próprias sensações.

Não se incomoda de pagar, com a dor, o preço do desejo.

Mas também não consegue satisfazer-se...

Está sempre à procura.

Ele não sabe, mas, no fundo, procura por Deus!

Busca exteriormente o que encontrará apenas dentro de si...
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Irmão José


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Amparo Desconhecido

 
Talvez nada saibas, por agora, com respeito aos obstáculos do cotidiano, no entanto, é justo reflitas neles:

a afeição que perdeste;

a enfermidade que te absorveu longo tempo;

a colocação profissional que não conseguiste;

o negócio que supunhas vantajoso e cuja realização não pudeste ver;

o prejuízo em que entraste;

o encontro frustrado;

a joia que te escapou das mãos;

a festa, de cuja beleza deploras ter estado ausente;

de perda alguma te lastimes.

As tuas contrariedades foram registradas nos arquivos das horas e surgirá um dia em que o tempo te fará sorrir de felicidade e de gratidão, porque o entendimento te fará reconhecer que todas essas provações imaginárias foram bênçãos de Deus.
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Emmanuel
Chico Xavier 



domingo, 28 de outubro de 2012

Suportar nossa Cruz

Obra: Rumo Certo
Emmanuel
Chico Xavier