sábado, 2 de dezembro de 2023

Destruição e miséria


“Em seus caminhos há destruição e miséria.” — Paulo. (ROMANOS, 3.16)

Quando o discípulo se distancia da confiança no Mestre e se esquiva à ação nas linhas do exemplo que o seu divino apostolado nos legou, preferindo a senda vasta de infidelidade à própria consciência, cava, sem perceber, largos abismos de destruição e miséria por onde passa.

Se cristaliza a mente na ociosidade, elimina o bom ânimo no coração dos trabalhadores que o cercam e estrangula as suas próprias oportunidades de servir.

 Se desce ao desfiladeiro da negação, destrói as esperanças tenras no sentimento de quantos se abeiram da fé e tece vasta rede de sombras para si mesmo.

Se transfere a alma para a residência escura do vício, sufoca as virtudes nascentes nos companheiros de jornada e adquire débitos pesados para o futuro.

Se asila o desespero, apaga o tênue clarão da confiança na alma do próximo e chora inutilmente, sob a tormenta de lágrimas destrutivas.

 Se busca refúgio na casa fria da tristeza, asfixia o otimismo naqueles que o acompanham e perde a riqueza do tempo, em lamentações improfícuas.

A determinação divina para o aprendiz do Evangelho é seguir adiante, ajudando, compreendendo e servindo a todos.

Estacionar é imobilizar os outros e congelar-se.

Revoltar-se é chicotear os irmãos e ferir-se.

Fugir ao bem é desorientar os semelhantes e aniquilar-se.

 Desventurados aqueles que não seguem o Mestre que encontraram, porque conhecer Jesus-Cristo em espírito e viver longe dele será espalhar a destruição, em torno de nossos passos, e conservar a miséria dentro de nós mesmos.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Fonte viva
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2 de dezembro

Pioneiros são sempre necessários, aqueles indivíduos que têm a força e a coragem de desbravar o novo. 

São eles que têm visão, que conseguem manter essa visão sempre diante de si e conseguem realizá-la. 

Mas cada um é um indivíduo e, portanto, não podem ser colocados numa forma. 

Você tem que ser livre para crescer e se desenvolver, e se inspirar naqueles impulsos interiores que tocam e mexem com a sua própria alma. 

Viva pelo Espírito, aja de acordo com os impulsos que você recebe do Espírito, sem se importar se eles parecem bobos. 

É muito mais confortável não fazer nada e ficar esperando que outra pessoa dê o primeiro passo, o primeiro pulo para o desconhecido. 

É preciso fé e coragem para fazer isso; e se você não tem fé e coragem para fazê-lo, não tente segurar ou impedir quem as têm. 

Mas seja eternamente grato a eles, porque sem eles Meu novo céu e nova terra não poderiam ser estabelecidos.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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Mensagem do ESE:

O óbolo da viúva

Estando Jesus sentado defronte do gazofilácio, a observar de que modo o povo lançava ali o dinheiro, viu que muitas pessoas ricas o deitavam em abundância. — Nisso, veio também uma pobre que apenas deitou duas pequenas moedas do valor de dez centavos cada uma. — Chamando então seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu muito mais do que todos os que antes puseram suas dádivas no gazofilácio; — por isso que todos os outros deram do que lhes abunda, ao passo que ela deu do que lhe faz falta, deu mesmo tudo o que tinha para seu sustento. (SÃO MARCOS, cap. XII, vv. 41 a 44. — S. LUCAS, cap. XXI, vv. 1 a 4.)

Muita gente deplora não poder fazer todo o bem que desejara, por falta de recursos suficientes, e, se desejam possuir riquezas, é, dizem, para lhes dar boa aplicação. É sem dúvida louvável a intenção e pode até nalguns ser sincera. Dar-se-á, contudo, seja completamente desinteressada em todos? Não haverá quem, desejando fazer bem aos outros, muito estimaria poder começar por fazê-lo a si próprio, por proporcionar a si mesmo alguns gozos mais, por usufruir de um pouco do supérfluo que lhe falta, pronto a dar aos pobres o resto? Esta segunda intenção, que esses tais porventura dissimulam aos seus próprios olhos, mas que se lhes depararia no fundo dos seus corações, se eles os perscrutassem, anula o mérito do intento, visto que, com a verdadeira caridade, o homem pensa nos outros antes de pensar em si. 

O ponto sublimado da caridade, nesse caso, estaria em procurar ele no seu trabalho, pelo emprego de suas forças, de sua inteligência, de seus talentos, os recursos de que carece para realizar seus generosos propósitos. Haveria nisso o sacrifício que mais agrada ao Senhor. Infelizmente, a maioria vive a sonhar com os meios de mais facilmente se enriquecer de súbito e sem esforço, correndo atrás de quimeras, quais a descoberta de tesouros, de uma favorável ensancha aleatória, do recebimento de inesperadas heranças, etc. Que dizer dos que esperam encontrar nos Espíritos auxiliares que os secundem na consecução de tais objetivos?

 Certamente não conhecem, nem compreendem a sagrada finalidade do Espiritismo e, ainda menos, a missão dos Espíritos a quem Deus permite se comuniquem com os homens. Daí vem o serem punidos pelas decepções. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, nº 294 e nº 295.)

Aqueles cuja intenção está isenta de qualquer idéia pessoal, devem consolar-se da impossibilidade em que se vêem de fazer todo o bem que desejariam, lembrando-se de que o óbolo do pobre, do que dá privando-se do necessário, pesa mais na balança de Deus do que o ouro do rico que dá sem se privar de coisa alguma. Grande seria realmente a satisfação do primeiro, se pudesse socorrer, em larga escala, a indigência; mas, se essa satisfação lhe é negada, submeta-se e se limite a fazer o que possa. Aliás, será só com o dinheiro que se podem secar lágrimas e dever-se-á ficar inativo, desde que se não tenha dinheiro? Todo aquele que sinceramente deseja ser útil a seus irmãos, mil ocasiões encontrará de realizar o seu desejo. Procure-as e elas se lhe depararão; se não for de um modo, será de outro, porque ninguém há que, no pleno gozo de suas faculdades, não possa prestar um serviço qualquer, prodigalizar um consolo, minorar um sofrimento físico ou moral, fazer um esforço útil. Não dispõem todos, à falta de dinheiro, do seu trabalho, do seu tempo, do seu repouso, para de tudo isso dar uma parte ao próximo? Também aí está a dádiva do pobre, o óbolo da viúva.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, itens 5 e 6.)
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BURILAMENTO


Muitas vezes entregas-te a melancólicas reflexões em torno de transformações espirituais que inutilmente intentaste.
*
Deste o máximo de abnegação ao filho estremecido para quem planejaste luminoso futuro, sem conseguir talvez arrancá-lo à rebeldia em que persiste;

ofertaste a própria existência aos pais queridos, ornamentando-lhes o caminho de auxílio e ternura, e, provavelmente, nem de leve pudeste arredá-los da discórdia a que jazem atrelados por longo tempo;

situaste todo o coração no carinho por este ou aquele companheiro, aguardando-lhes em vão qualquer concurso nas tarefas edificantes que te felicitam a alma;

empenhaste os mais nobres sentimentos na melhoria deste ou daquele grupo de entes amados, seja no lar ou na organização de serviço a que te afeiçoas, e, por maior o esforço despendido, nada colheste até agora, senão amargura e negação.
*
Em meio do trabalho absorvente costumas interromper as próprias atividades, indagando de ti mesmo se vale a pena continuar no esforço renovador...

Semelhante introdução ao desespero comumente aparece porque, em muitas ocasiões, experimentas o desencanto de quem cava num monte de pedras procurando debalde o fio d'água que lhe foge à sede, ou a fadiga de quem cruza o deserto, em todas as direções, sem achar caminho para a vanguarda libertadora...

Ainda assim, persevera nos bons propósitos e colabora, quanto possível, pela consecução dos objetivos de fraternidade e aprimoramento a que devemos todos visar.
*
Uma pergunta só dar-nos-á reconforto:
se Jesus, há milênios, trabalha por nós, para que tenhamos o pequenino clarão de conhecimento com que hoje tentamos dissipar as sombras que ainda trazemos, por que desanimar na obra de amparo aos que amamos, se apenas agora começamos a servir no terreno da Luz?

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Benção de paz
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sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Posse espírita



O espírita é o companheiro da Humanidade que possui:

tanta compreensão que ainda mesmo nas situações difíceis, contra si próprio, jamais descamba na suscetibilidade ou na queixa;

tanta energia de ideal que nunca se dobra às sugestões do desânimo, por piores sejam as crises que atravesse;

 tanto otimismo que, mesmo nas mais escabrosas provações, sabe sempre sorrir e encorajar os seus irmãos;

tanto espírito de serviço que não se cansa, em tempo algum, de repetir a doação do auxílio que possa fazer, em benefício dos semelhantes;

tanta fé na Providência Divina que jamais se permite mergulhar no desespero ou na aflição;

tanto anseio de luz que não cessa de estudar, sejam quais sejam as circunstâncias;

tanto entendimento que nunca se deixa enredar por intriga ou maledicência, encontrando sempre algum meio de amparar as vítimas das trevas, no caminho da reabilitação;

tanto devotamento à fraternidade que nada sabe acerca de revide ou desforra, por viver constantemente no clima da caridade e do perdão;

tanta dedicação ao trabalho que não se compraz na ociosidade, ainda quando disponha de avançados recursos materiais;

tanta vontade de seguir os exemplos do Cristo de Deus que não encontra qualquer prazer em comentar o mal, em vista de trazer o coração incessantemente voltado para o exercício do bem.

Em suma, o espírita é proprietário de valores e bênçãos no reino da alma, capaz de ser feliz na abastança ou na carência, na elevação social ou no lugar mais singelo do mundo, de vez que carrega em si e por si os tesouros de vida eterna.

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Albino Teixeira
Chico Xavier
Obra: Paz e renovação
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DEZEMBRO

Eu vi uma grande bola de luz. Dela saiam raios muito brilhantes e para ela voltavam raios bem esmaecidos.

Eu ouvi as palavras:

Quando você tiver completado o círculo volte para Mim, que sou a fonte de toda vida, e torne-se um coMigo, como era no começo.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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01 de dezembro

Deixe o ontem para trás e entre rapidamente neste maravilhoso novo dia, sabendo que ele só contém o melhor para você, e espere que o melhor venha dele.

Perceba Minha mão em tudo que está acontecendo e veja o nascimento de um novo céu e uma nova terra.

Nada tema, porque o Meu prazer é grande de lhe dar o reino, não amanha ou algum dia, mas hoje.

Você pode aceitar o fato que qualquer coisa pode acontecer hoje?

Você está preparado para as coisas maravilhosas que vão acontecer?

Estar preparado ajuda a apressar os acontecimentos e torna possível que você veja somente o melhor de cada situação.

Na verdade, o fato de você estar procurando só o melhor, ajuda a fazer com que só o melhor aconteça.

Por este ato muito positivo você cria as condições adequadas, o ambiente certo para o surgimento do novo.

Você se torna uma parteira, pronta para ajudar neste nascimento da melhor maneira possível.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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Mensagem do ESE:

Há muitas moradas na casa de meu pai

Não se turbe o vosso coração. — Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. — Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3.)
 
A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. 

Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 1 e 2.)
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Reage


Se a treva se adensa em torno de teus passos, não te desorientes.
Reage, intensificando a luz que brilha dentro de ti.
Se a maldade busca denegrir-te as obras, não te perturbes.
Reage, multiplicando a bondade que reside em teu coração.

Se a calúnia tende a insinuar-se nos círculos de tuas relações, não te exasperes.
Reage, cultuando a Verdade que pontifica no altar de tua consciência.

Se a vaidade procura enredar-te nas teias da ilusão, não te acomodes.
Reage, amando a simplicidade que jaz na essência de tua vida.

Se a tristeza busca avassalar-te o ânimo, não te abatas.
Reage, nutrindo-te da alegria que se oculta nas raízes de tua crença.

Se o ódio tenta penetrar o santuário de teus sentimentos, não te aflijas.
Reage, desdobrando o manto do amor que "cobre a multidão de pecados".

E se, a despeito de tuas reações, vires que o mal resiste, ainda assim reage à infiltração do desânimo, porque um dia chegará em que toda treva se converterá em Luz, todo o mal em Bem, toda tristeza em Alegria, todo ódio em Amor.

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Rubens C. Romanelli
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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Chamada e escolha


Sem flor não há semente.
Mas se a flor prepara, só a semente permanece.

Sem instrução, a máquina é segredo.
Mas se a instrução avisa, só a máquina produz.

Sem convicção, a atitude não aparece.

Mas se a convicção indica, só a atitude define.

 Sem programa, o trabalho se desordena.
Mas se o programa sugere, só o trabalho realiza.

 Sem teoria, a experiência não se expressa.
Mas se a teoria estuda, só a experiência marca.

 Sem lição, o exercício não vale.
Mas se a lição esclarece, só o exercício demonstra.

 Sem ensinamento, a obra não surge.
Mas se o ensinamento aconselha, só a obra convence.

 Disse Jesus, referindo-se à Divina Ascensão: “Serão muitos os chamados e poucos os escolhidos para o Reino dos Céus.”

 Isso quer dizer que, sem chamada, não há escolha.

Mas se estamos claramente informados de que a chamada vem de Deus, atingindo todas as criaturas na hora justa da evolução, só a escolha, que depende do nosso exemplo, nos confere caminho para a Vida Maior.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: O Espírito da Verdade
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30 de novembro

Você não pode prosseguir para trabalhos maiores até que tenha resolvido seus relacionamentos, e seja capaz de caminhar no amor, na paz e na harmonia entre todos, sem ressentimentos ou má vontade. 

Ervas daninhas têm que ser arrancadas do solo antes que elas sufoquem as plantas que ali estão crescendo.

 Arranque todas as ervas daninhas da sua vida agora, antes que elas estejam firmemente enraizadas e sufoquem as lindas plantas que estão crescendo dentro de você. 

Você não pode crescer e expandir-se espiritualmente se você acalenta algum tipo de raiva, inveja, desamor, intolerância ou desentendimento no seu coração. 

Descubra. 

Resolva rapidamente suas diferenças e mantenha o amor fluindo. 

Nunca fique esperando a outra pessoa dar o primeiro passo. 

Você sempre pode fazer alguma coisa a respeito, portanto, por que não fazer agora?

 Não adie para amanhã o que pode ser feito hoje. 

Muita coisa está esperando para acontecer, mas deve acontecer na atmosfera certa, na atmosfera de amor, amor e mais amor.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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Mensagem do ESE:

Ação da prece. Transmissão do pensamento (II)

Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, nº 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.

Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.
Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós do mau pensamento que nos pode causar dano; eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não subjugar a vontade. O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não. Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. É isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: “Pedi e obtereis.”
Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 12.)
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O Primeiro Desafio


Disposto a esquecer o mal, dedicando-te ao Bem, enfrentas o primeiro desafio.

Incidente doméstico ocorre envolvendo-te emocionalmente.
Tens a impressão que todo o planejamento para o dia se desfaz.
Sentes os nervos abalados e estás a ponto de aceitar a pugna.
Silencia, porém, e age.
O hábito da discussão perniciosa se te instalou no comportamento, e crês que não possuis forças para superar o acontecimento danoso.
*
Recorda que estás num clima de efeitos que vêm dos dias anteriores, quando te engajavas nas provocações, reagindo no mesmo tom.
Os familiares não sabem das tuas disposições novas e, porque estão acostumados às querelas e agressões, preservam o ambiente prejudicial.
*
Em teu procedimento de homem novo necessitas do autocontrole, reconquistando os familiares, que se surpreenderão com a tua nova filosofia de vida.
Contorna o primeiro desafio, dilui por antecipação e com sabedoria o mal-estar que ele podia gerar.
Este é o passo inicial para o teu dia feliz.

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Joanna de Ângelis
Divaldo Franco
Obra: Episódios diários
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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

A falta de fé


A falta de fé nos torna fracos, desconfiados, medrosos e incapazes.

A fé move montanhas, disse nosso mestre Jesus.

Procure cultivar a fé sempre.

Não permita que os obstáculos e as adversidades retirem a fé e a confiança nos planos divinos.

Pense: “Deus está em cada um de nós”.

Precisamos permitir que Deus se manifeste em nós, confiando sempre e fazendo todo o Bem que pudermos.

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Gotas de paz
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29 de novembro

Quais são os seus valores na vida?

Se eles são simplesmente valores materiais, válidos hoje e inúteis amanhã, você vai desperdiçar sua vida se debatendo numa gaiola e não chegando a lugar nenhum.

Mas se você procurar seguir os caminhos do Espírito, você terá que procurar dentro de si mesmo, e isso só poderá ser feito se você se aquietar para trazer à tona os tesouros escondidos lá no fundo.

Você não encontrará esses tesouros no exterior, porque é no seu interior que você armazena tudo que importa nesta vida.

Você é livre para fazer a escolha do que importa.

Ninguém vai tentar influenciá-lo, porque cada alma tem livre-arbítrio.

Depende de você fracassar ou vencer na vida.

A luz está à sua frente: por que não segui-la?

O amor está aí: por que não aceitá-lo?

Nada lhe é recusado quando você procura com todo seu coração, mente, alma e força.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Não julgueis, para não serdes julgados. Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado

Não julgueis, a fim de não serdes julgados; — porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros; empregar-se-á convosco a mesma medida de que voz tenhais servido para com os outros. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 1 e 2.)

Então, os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, — disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em adultério;
— ora, Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as adúlteras. Qual sobre isso a tua opinião?” — Diziam isto para o tentarem e terem de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, entrou a escrever na terra com o dedo. — Como continuassem a interrogá-lo, ele se levantou e disse: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” — Em seguida, abaixando-se de novo, continuou a escrever no chão.
— Quanto aos que o interrogavam, esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro, afastando-se primeiro os velhos. Ficou, pois, Jesus a sós com a mulher, colocada no meio da praça.
Então, levantando-se, perguntou-lhe Jesus: “Mulher, onde estão os que te acusaram? Ninguém te condenou?” — Ela respondeu: “Não, Senhor.” Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar.” (S. JOÃO, cap. VIII, vv. 3 a 11.)

“Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado”, disse Jesus. Essa sentença faz da indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.

O reproche lançado à conduta de outrem pode obedecer a dois móveis: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não tem escusa nunca este último propósito, porquanto, no caso, então, só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais, na sociedade, se reprimiria o mal. Não cumpre, aliás, ao homem auxiliar o progresso do seu semelhante? Importa, pois, não se tome em sentido absoluto este princípio: “Não julgueis se não quiserdes ser julgado”, porquanto a letra mata e o espírito vivifica.

Não é possível que Jesus haja proibido se profligue o mal, uma vez que ele próprio nos deu o exemplo, tendo-o feito, até, em termos enérgicos. O que quis significar é que a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura. Tornar-se alguém culpado daquilo que condena noutrem é abdicar dessa autoridade, é privar-se do direito de repressão. A consciência íntima, ao demais, nega respeito e submissão voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios de cuja aplicação lhe cabe o encargo. Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apóia no exemplo que dá do bem. É o que, igualmente, ressalta das palavras de Jesus.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 11 a 13.)
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CARIDADE DO ESQUECIMENTO



Não olvides a caridade do esquecimento de todo mal.

Nela reside a força progressiva do bem.

Dissabores revividos são espinhos bem cultivados.

Diariamente, é possível exercê-la, porque o cipoal dos desgostos de toda sorte nasce também de sementes minúsculas.

A benefício da paz, não te fixes nas pequenas desarmonias que te rodeiam.

Esquece o erro do vizinho.

O mau temperamento do próximo.

A irritação do companheiro.

A ingratidão da parentela.

A intriga sutil.

A palavra maldosa.

A frase contundente.

A resposta impensada dos outros.

A saudação não respondida.

A ilusão dos que te seguem.

A irreflexão de alguns ou de muitos.

A ignorância do associado de luta.

A atitude do irmão, em desacordo com a tua.

A opinião diferente da que adotas.

A cicatriz ou a ferida dos semelhantes.

A infelicidade do companheiro inseguro.

A observação injuriosa que procura ferir-te a dignidade pessoal.

A incompreensão do meio a que serves.

A dificuldade e o obstáculo que se apresentam por abençoadas provas à tua fortaleza moral ou à tua boa vontade.

Lembra-te do auxílio simples do esquecimento da sombra que se interpõe entre o nosso espírito e a realidade.

Abre o coração à Luz e adianta-te, olvidando as trevas da jornada.

Quem recebe a dádiva da luta na condição de um tesouro por engrandecer e aperfeiçoar, realmente encontrou para a própria felicidade, o verdadeiro caminho do Céu.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Instrumentos do tempo
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Se todos perdoassem


Imaginemos, por um minuto, que mundo maravilhoso seria a Terra, se todos perdoassem!...

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Se todos perdoassem, a ventura celeste começaria de casa, onde todo companheiro de equipe doméstica perceberia que a experiência na reencarnação é diferente para cada um e, por isso mesmo, teria suficiente disposição para agir em apoio dos associados da edificação em família, a fim de que venham a encontrar o tipo de felicidade pessoal e correta a que se dirigem.

*
Se todos perdoassem, cada grupo na comunidade terrestre alcançaria o máximo de eficiência na produção do bem comum, porquanto, em toda parte, existiria entendimento bastante para que a inveja e o despeito, o azedume e a crítica destrutiva fossem banidos para sempre do convívio social.

*
Se todos perdoassem, o espírito de competição, no progresso das ciências e na efetivação dos negócios, subiria constantemente de nível moral, suscitando as mais belas empresas de aprimoramento do mundo, porque o golpe e a vingança desapareceriam do intercâmbio entre pessoas e instituições, com o respeito mútuo revestindo de lealdade os menores impulsos à concorrência, que se fixaria exclusivamente no bem com esquecimento do mal.

*
Se todos perdoassem, a guerra seria automaticamente abolida no Planeta, de vez que o ódio seria erradicado das nações, com a solidariedade traçando aos mais fortes a obrigação do socorro aos mais fracos, não mais se verificando a corrida de armamentos e sim a emulação incessante à fraternidade entre os povos.

*
Se todos perdoassem, a saúde humana atingiria prodígios de equilíbrio e longevidade, porquanto a compreensão

recíproca extinguiria o ressentimento e o ciúme, que deixariam, por fim, de assegurar, entre as criaturas, terreno propício à obsessão e à loucura, à enfermidade e à morte.

*
Se todos perdoarmos, reformaremos a vida na Terra, apagando de todos os idiomas a palavra “ressentimento”, para convivermos, uns com os outros, acreditando realmente que somos irmãos diante de Deus.

*
Quando todos aprendermos a perdoar, o amor entoará hosanas, de pólo a pólo da Terra, e então o Reino de Deus fulgirá em nós e junto de nós para sempre.

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Emmanuel
Livro: Passos da Vida
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversosi
IDE – Instituto de Difusão Espírita
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Caridade-atitude


Caridade que se expresse tão somente na cessão do supérfluo pode facilmente induzir-nos à vaidade.

Não é difícil dar o que retemos, no entanto, a virtude genuína pede a doação de nós mesmos, através do que temos e do que somos.

Em razão disso, é preciso não esquecer que a caridade é também e acima de qualquer circunstância, o sentimento que nos rege a atitude.

No templo doméstico, é compreensão e gentileza.

Em família, é cooperação desinteressada e fraterna.

Na profissão, é a honestidade.

Não trabalho, é o dever bem cumprido.

Na dor, é fortaleza.

Na alegria, é temperança.

Na saúde, é a presença útil.

Na enfermidade, é a paciência.

Na abastança, é o serviço a todos.

Na pobreza, é diligência.

Na direção, é a respeitabilidade.

Na obediência, é humildade digna.

Entre amigos, é a confiança.

Entre adversários, é perdão das ofensas.

Entre os fortes, é o socorro aos mais fracos.

Entre os bons, é o auxílio aos menos bons.

Na cultura, é o amparo à ignorância.

No poder, é a autoridade sem abuso.

Em sociedade, é o apoio fraterno que devemos uns aos outros.

Na vida privada, é a conduta reta ante o próprio julgamento.

Não vale espalhar um tesouro amoedado com as vítimas de penúria, alimentando o ódio e a incompreensão, a revolta e o pessimismo nas almas.

Aceitemos a experiência que o Senhor nos reserva cada dia, fazendo o melhor ao nosso alcance.

Seja a nossa tarefa um cântico de paz e esperança, eficiência e alegria, onde estivermos.

E recebendo o divino dom de pensar e entender, irradiando os mais belos ideais que nos enriquecem a vida, em forma de serviço aos semelhantes, a caridade será, em nossos corações, a luz constante clareando, desde as sombras da Terra, os mais remotos horizontes de nosso luminoso porvir.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Linha duzentos
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Cada Existência


É como se retivesses milenárias esperanças, procurando explodir, e, por essa razão, sofres a impossibilidade transitória de alcançar o ideal a que te propões.

Queres realizar os melhores sonhos, aspiras o estudo edificante do Universo, anseia atingir as culminâncias da Ciência e da Arte, atormentas-te pela aquisição da felicidade e choras pela integração da própria alma no amor supremo...

Entretanto, quase sempre tens ainda o coração preso à dívida física, à feição do diamante engastado ao seixo.

Há problemas que solicitam toda uma existência de renúncia constante, para que o fio do destino se amplie e desembarace.

À vista disso, não desertes da prova que te segrega, temporariamente, na grande tribulação.

O lar pejado de sacrifícios, a família consanguínea a configurar-se por forja ardente, a viuvez expressando exílio, a obrigação qual golilha atada ao pescoço, o compromisso em forma de algema e a moléstia semeando espinho na própria carne constituem liquidações de longo prazo ou ajuste de contas a prestações, para que a liberdade nos felicite.

Resgata, pois, sem revolta, o próprio caminho.

Enquanto há inquietação na consciência, há restos a pagar.

Agradece, assim, as dificuldades e as dores que te rodeiam.

Cada existência no plano físico, pode ser um passo adiante, que te protege na vanguarda da luz.

Misericórdia na Justiça Divina, consolações inefáveis, braços amigos, diretrizes renovadoras e auxílio constante não te faltam, em tempo algum; contudo, está em ti mesmo aceitar, adiar, reduzir, facilitar, ou agravar o preço da tua libertação.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Justiça divina
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terça-feira, 28 de novembro de 2023

Vigilância


Constantemente, nos dias de hoje, os homens são exortados à fraternidade por religiosos, políticos e diversos ideologistas. Entretanto, em muitas ocasiões em que os atos fraternos devem manifestar-se, tal não ocorre. Por que? - Perguntarão muitos. A resposta é simples: falta vigilância.

Os espíritos que reencarnam na Terra têm passado faltoso e vícios milenares que acompanham mesmo os que já se conscientizaram da necessidade de praticar o amor como nos ensinou o Nosso Mestre Jesus. Por isto, verificamos sempre, nos atos dos homens, intolerância, vingança e maledicência, que são sentimentos contrários à fraternidade.

Se você deseja que a fraternidade viva entre os homens, comece por si mesmo - mantenha-se vigilante. Encare os seus irmãos que erram como doentes morais que precisam da sua prece, da sua palavra esclarecedora como o doente do corpo necessita de remédios. Não veja os castigos que recebem os criminosos, como uma vingança quase pessoal, uma vez que é comum ouvir-se alguém dizer que se sentiu aliviado por constatar o castigo ou sofrimento do que se marginalizou no crime.

Fraternidade não significa somente união entre irmãos que professam os mesmos ideais. No sentido amplo, fraternidade é o mesmo que amor por todos os seres hominais, abraçando os que acertam e julgando os que erram como filhos de Deus que encontrarão, um dia, o seu caminho. Vigilância contra os nossos pensamentos maledicentes, vingativos, temerosos e intolerantes, eis o que se faz necessário para sermos fraternos e candidatos a um mundo melhor.

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Ignácio Bittencourt
Edição 71 de “O Cristão Espírita”, de Maio/Agosto de 1983
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28 de novembro

Hoje é um novo dia e só depende de você a maneira como ele vai se desenrolar.

Seus primeiros pensamentos ao acordar podem colorir o dia todo.

Podem ser pensamentos felizes e positivos, ou podem ser tristes e negativos.

Não se deixe influenciar pelas condições externas, pela meteorologia, por exemplo.

Pode estar chovendo, mas se o seu coração estiver cheio de amor e gratidão, sua atitude será de sol e céu azul.

Você percebe a enorme responsabilidade que carrega?

A vida é o que você faz dela, portanto, nunca culpe ninguém pela situação em que você se encontra, porque você é o responsável.

Mude sua atitude e você mudará toda a sua visão do mundo que o rodeia.

Adote uma atitude construtiva em relação à vida.

Selecione somente o que houver de melhor e ignore o resto: não dedique sua energia vital ao que é ruim e ele desaparecerá.

Neste dia espere por Mim em quietude e confiança, e saiba que este dia tem as Minhas bênçãos

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

A verdadeira propriedade

O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.

Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, a sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres.

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— Pascal. (Genebra, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 9.)
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Inevitável 


Em todos os níveis inferiores da Evolução, o Mal se opõe sistematicamente ao Bem; em todos os reinos da Natureza, há uma luta constante, como se a Criação se rebelasse contra o Criador...

Inútil, porém, pois a luz sempre prevalecerá sobre as trevas!

É da Lei que a Verdade termine por se impor, não importando o tempo que decorra para tanto.

À medida que os séculos avançam, a Humanidade se aproxima de sua condição ideal.

Quem conseguirá deter o fluxo do progresso?

Seria o mesmo que intentar barrar a expansão do Universo; tudo tende, inexoravelmente, para a Perfeição...

A Vida é dotada de mecanismos próprios de renovação.

A árvore produz a flor, que produz o fruto, que contém a semente, encerrando a espécie em que se perpetua...

Ontem, na noite milenar de que, aos poucos, emergimos, como alguém a despertar de profundo sono, fomos pedra, vegetal, animal e, por fim, gente, a caminho da angelitude.

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Livro: Amai-vos e Instruí-vos
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Inácio Ferreira
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo
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TRABALHO, SOBRIEDADE, CONTINÊNCIA


O trabalho é uma lei para as humanidades planetárias, assim como para as sociedades do espaço. Desde o ser mais rudimentar até os Espíritos angélicos que velam pelos destinos dos mundos, cada um executa sua obra, sua parte, no grande concerto universal.

Penoso e grosseiro para os seres inferiores, o trabalho suaviza-se à medida que o Espírito se purifica. Torna-se uma fonte de gozos para o Espírito adiantado, insensível às atrações materiais, exclusivamente ocupado com estudos elevados.

É pelo trabalho que o homem doma as forças cegas da Natureza e preserva-se da miséria; é por ele que as civilizações se formam, que o bem-estar e a Ciência se difundem.

O trabalho é a honra, é a dignidade do ser humano. O ocioso que se aproveita, sem nada produzir, do trabalho dos outros não passa de um parasita. Quando o homem está ocupado com sua tarefa, as paixões aquietam-se. A ociosidade, pelo contrário, instiga-as, abrindo-lhes um vasto campo de ação. O trabalho é também um grande consolador, é um preservativo salutar contra as nossas aflições, contra as nossas tristezas. Acalma as angústias do nosso espírito e fecunda a nossa inteligência. Não há dor moral, decepções ou reveses que não encontrem nele um alívio; não há vicissitudes que resistam à sua ação prolongada. O trabalho é sempre um refúgio seguro na prova, um verdadeiro amigo na tribulação. Não produz o desgosto da vida. Mas quão digna de piedade é a situação daquele a quem as enfermidades condenam à imobilidade, à inação! E quando esse ser experimenta a grandeza, a santidade do trabalho, quando, acima do seu interesse próprio, vê o interesse geral, o bem de todos e nisso também quer cooperar, eis então uma das mais cruéis provas que podem estar reservadas ao ser ,vivente.

Tal é, no espaço, a situação do Espírito que faltou aos seus deveres e desperdiçou a sua vida. Compreendendo muito tarde a nobreza do trabalho e a vileza da ociosidade, sofre por não poder então realizar o que sua alma concebe e deseja.

O trabalho é a comunhão dos seres. Por ele nos aproximamos uns dos outros, aprendemos a auxiliarmo-nos, a unirmo-nos; daí à fraternidade só há um passo. A antiguidade romana havia desonrado o trabalho, fazendo dele uma condição de escravatura. Disso resultou sua esterilidade moral, sua corrupção, suas insípidas doutrinas.

A época atual tem uma concepção da vida muito diferente. Encontra-se já satisfação no trabalho fecundo e regenerador. A filosofia dos Espíritos reforça ainda mais essa concepção, indicando-nos na lei do trabalho o germe de todos os progressos, de todos os aperfeiçoamentos, mostrando-nos que a ação dessa lei estende-se à universalidade dos seres e dos mundos. Eis por que estávamos autorizados a dizer: Despertai, ó vós todos que deixais dormitar as vossas faculdades e as vossas forças latentes! Levantai-vos e mãos à obra! Trabalhai, fecundai a terra, fazei ecoar nas oficinas o ruído cadenciado dos martelos e os silvos do vapor. Agitai-vos na colmeia imensa. Vossa tarefa é grande e santa. Vosso trabalho é a vida, é a glória, é a paz da Humanidade. Obreiros do pensamento, perscrutai os grandes problemas, estudai a Natureza, propagai a Ciência, espalhai por toda parte tudo o que consola, anima e fortifica. Que de uma extremidade a outra do mundo, unidos na obra gigantesca, cada um de nós se esforce a fim de contribuir para enriquecer o domínio material, intelectual e moral da Humanidade!

A primeira condição para se conservar a alma livre, a inteligência sã, a razão lúcida é a de ser sóbrio e casto. Os excessos de alimentação perturbam-nos o organismo e as faculdades; a embriaguez faz-nos perder toda a dignidade e toda a moderação. O seu uso continuo produz uma série de moléstias, de enfermidades, que acarretam uma velhice miserável.

Dar ao corpo o que lhe é necessário, a fim de torná-lo servidor útil e não tirano, tal é a regra do homem criterioso. Reduzir a soma das necessidades materiais, comprimir os sentidos, domar os apetites vis é libertar-se do jugo das forças inferiores, é preparar a emancipação do Espírito. Ter poucas necessidades é também uma das formas da riqueza.

A sobriedade e a continência caminham juntas. Os prazeres da carne enfraquecem-nos, enervam-nos, desviam-nos da sabedoria. A volúpia é como um abismo onde o homem vê soçobrar todas as suas qualidades morais. Longe de nos satisfazer, atiça os nossos desejos. Desde que a deixamos penetrar em nosso seio, ela invade-nos, absorve-nos e, como uma vaga, extingue tudo quanto há de bom e generoso em nós. Modesta visitante ao princípio, acaba por dominar-nos, por se apossar de nós completamente.

Evitai os prazeres corruptores em que a juventude se estiola em que a vida se desseca e altera. Escolhei em momento oportuno uma companheira e sede-lhe fiel. Constituí uma família. A família é o estado natural de uma existência honesta e regular. O amor da esposa, a afeição dos filhos, a sã atmosfera do lar são preservativos soberanos contra as paixões. No meio dessas criaturas que nos são caras e veem em nós seu principal arrimo, o sentimento de nossas responsabilidades se engrandece; nossa dignidade e nossa circunspeção acentuam-se; compreendemos melhor os nossos deveres e, nas alegrias que essa vida concede-nos, colhemos as forças que nos tornam suave o seu cumprimento. Como ousar cometer atos que fariam envergonhar-nos sob o olhar da esposa e dos filhos? Aprender a dirigir os outros é aprender a dirigir-se a si próprio, a tornar-se prudente e criterioso, a afastar tudo o que pode manchar-nos a existência.

É condenável o viver insulado. Dar, porém, nossa vida aos outros, sentirmo-nos reviver em criaturas de que soubemos fazer pessoas úteis, servidores zelosos para a causa do bem e da verdade, morrermos depois de deixar cimentado um sentimento profundo do dever, um conhecimento amplo dos destinos é uma nobre tarefa.

Se há uma exceção a essa regra, esta será em favor daqueles que, acima da família, colocam a Humanidade e que, para melhor servi-la, para executar em seu proveito alguma missão maior ainda, quiseram afrontar sozinhos os perigos da vida, galgar solitários a vereda árdua, consagrar todos os seus instantes, todas as suas faculdades, toda a sua alma a uma causa que muitos ignoram, mas que eles jamais perderam de vista.

A sobriedade, a continência, a luta contra as seduções dos sentidos não são, como pretendem os mundanos, uma infração às leis morais, um amesquinhamento da vida; ao contrário, elas despertam em quem as observa e executa uma percepção profunda das leis superiores, uma intuição precisa do futuro. O voluptuoso, separado pela morte de tudo o que amava, consome-se em vãos desejos. Frequenta as casas de deboche, busca os lugares que lhe recordam o modo de vida na Terra e, assim, prende-se cada vez mais a cadeias materiais, afasta-se da fonte dos puros gozos e vota-se à bestialidade, às trevas.

Atirar-se às volúpias carnais é privar-se por muito tempo da paz que usufruem os Espíritos elevados. Essa paz somente pode ser adquirida pela pureza. Não se observa isso desde a vida presente? As nossas paixões e os nossos desejos produzem imagens, fantasmas que nos perseguem até no sono e perturbam as nossas reflexões. Mas, longe dos prazeres enganosos, o Espírito bom concentra-se, retempera-se e abre-se às sensações delicadas. Os seus pensamentos elevam-se ao infinito. Desligado com antecedência das concupiscências ínfimas, abandona sem pesar o seu corpo exausto.

Meditemos muitas vezes e ponhamos em prática o provérbio oriental: Sê puro para seres feliz e para seres forte!

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Léon Denis
Obra: Depois da Morte
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Poder


Peçamos ao Senhor o poder de amar sem reclamações,

de servir sem recompensa,

de compreender sem exigir compreensão para nós,

de obedecer aos sublimes desígnios,

de vencer as próprias imperfeições,

de abençoar os que nos perseguem,

de orar pelos que nos ferem e caluniam,

de amparar aos que nos criticam,

de estimular o bem onde se encontre,

de praticar a fraternidade legítima,

de aproveitar todas as oportunidades da vida para a edificação do espírito imortal.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Trevo de ideias
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