sábado, 6 de janeiro de 2018

ECOLOGIA DO ESPÍRITO




 Não ignores que os teus pensamentos sombrios se projetam na atmosfera, envenenando o ar que respiras e ocasionando doenças de difícil diagnóstico e tratamento.

Vibrações de ódio formam espessas nuvens que se rebentarão em tempestades de violência e destruição.

Sentimentos de rancor são emanações deletérias que, inclusive, contaminam os alimentos de que te nutres.

Quando te referires à degradação ambiental, não imagines que ela se restrinja apenas e tão-somente aos reinos inferiores da Natureza.

Através de processos de vampirização psíquica que desconsideras, o homem encarnado ou desencarnado é sempre o maior predador do próprio homem e da vida ao seu derredor.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli – do livro “Pai, Perdoa-lhes!”)



MENSAGEM DO ESE:
Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus


Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. — Muitos, nesse dia, me dirão: Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome? — Eu então lhes direi em altas vozes: Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniqüidade. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 21 a 23.)

Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente que construiu sobre a rocha a sua casa. — Quando caiu a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos sobre a casa; ela não ruiu, por estar edificada na rocha. — Mas, aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Quando a chuva caiu, os rios transbordaram, os ventos sopraram e a vieram açoitar, ela foi derrubada; grande foi a sua ruína. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 24 a 27. — S. LUCAS, cap. VI, vv. 46 a 49.)

Aquele que violar um destes menores mandamentos e que ensinar os homens a violá-los, será considerado como último no reino dos céus; mas, será grande no reino dos céus aquele que os cumprir e ensinar. — (S. MATEUS, cap. V, v.19.)

Todos os que reconhecem a missão de Jesus dizem: Senhor! Senhor! — Mas, de que serve lhe chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos? Serão cristãos os que o honram com exteriores atos de devoção e, ao mesmo tempo, sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a todas as suas paixões? Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com seus semelhantes? Não, porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece nos lábios e não no coração. Pela forma poderão impor-se aos homens; não, porém, a Deus. Em vão dirão eles a Jesus: “Senhor! não profetizamos, isto é, não ensinamos em teu nome; não expulsamos em teu nome os demônios; não comemos e bebemos contigo?” Ele lhes responderá: “Não sei quem sois; afastai-vos de mim, vós que cometeis iniqüidades, vós que desmentis com os atos o que dizeis com os lábios, que caluniais o vosso próximo, que espoliais as viúvas e cometeis adultério. Afastai-vos de mim, vós cujo coração destila ódio e fel, que derramais o sangue dos vossos irmãos em meu nome, que fazeis corram lágrimas, em vez de secá-las. Para vós, haverá prantos e ranger de dentes, porquanto o reino de Deus é para os que são brandos, humildes e caridosos. Não espereis dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade das vossas palavras e das vossas genuflexões. O caminho único que vos está aberto, para achardes graça perante ele, é o da prática sincera da lei de amor e de caridade.”

São eternas as palavras de Jesus, porque são a verdade. Constituem não só a salvaguarda da vida celeste, mas também o penhor da paz, da tranqüilidade e da estabilidade nas coisas da vida terrestre. Eis por que todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nessas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha. Os homens as conservarão, porque se sentirão felizes nelas. As que, porém, forem uma violação daquelas palavras, serão como a casa edificada na areia: o vento das renovações e o rio do progresso as arrastarão.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, itens 6 a 9.)



sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

DEDO EM RISTE


Tudo o que nos outros criticas, com o intuito de denegrir-lhes a imagem, tenderás a repetir em teu comportamento.

É que os erros que, sem caridade, apontamos em alguém, costumam visitar-nos dentro da própria casa.

Em ti ou nos teus familiares, verás emergir, de improviso, os desvios e mazelas que censuras na vida de teus semelhantes.

Quase sempre, a fim de que aprenda condescendência em relação aos outros, é pela própria boca que o homem profere a sentença que se destinará a cumprir.

Evita, pois, viver de dedo em riste na direção de quem seja, porque quem julga sem misericórdia, também, um dia, verá a si mesmo sentado no banco dos réus."
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  Irmão José 
Carlos Baccelli


MENSAGEM DO ESE:
Parábola do festim de bodas


Falando ainda por parábolas, disse-lhes Jesus: O reino dos céus se assemelha a um rei que, querendo festejar as bodas de seu filho, — despachou seus servos a chamar para as bodas os que tinham sido convidados; estes, porém, recusaram ir. — O rei despachou outros servos com ordem de dizer da sua parte aos convidados: Preparei o meu jantar; mandei matar os meus bois e todos os meus cevados; tudo está pronto; vinde às bodas. Eles, porém, sem se incomodarem com isso, lá se foram, um para a sua casa de campo, outro para o seu negócio. — Os outros pegaram dos servos e os mataram, depois de lhes haverem feito muitos ultrajes. — Sabendo disso, o rei se tomou de cólera e, mandando contra eles seus exércitos, exterminou os assassinos e lhes queimou a cidade.

Então, disse a seus servos: O festim das bodas está inteiramente preparado; mas, os que para ele foram chamados não eram dignos dele. Ide, pois, às encruzilhadas e chamai para as bodas todos quantos encontrardes. — Os servos então saíram pelas ruas e trouxeram todos os que iam encontrando, bons e maus; a sala das bodas se encheu de pessoas que se puseram à mesa.
Entrou, em seguida, o rei para ver os que estavam à mesa, e, dando com um homem que não vestia a túnica nupcial, — disse-lhe: Meu amigo, como entraste aqui sem a túnica nupcial? O homem guardou silêncio. — Então, disse o rei à sua gente: Atai-lhe as mãos e os pés e lançai-o nas trevas exteriores: aí é que haverá prantos e ranger de dentes; — porquanto, muitos há chamados, mas poucos escolhidos. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 1 a 14.)

O incrédulo sorri a esta parábola, que lhe parece de pueril ingenuidade, por não compreender que se possa opor tanta dificuldade para assistir a um festim e, ainda menos, que convidados levem a resistência a ponto de massacrarem os enviados do dono da casa. “As parábolas”, diz ele, o incrédulo, “são, sem dúvida, imagens; mas, ainda assim, mister se torna que não ultrapassem os limites do verossímil”.

Outro tanto pode ser dito de todas as alegorias, das mais engenhosas fábulas, se não lhes forem tirados os respectivos envoltórios, para ser achado o sentido oculto. Jesus compunha as suas com os hábitos mais vulgares da vida e as adaptava aos costumes e ao caráter do povo a quem falava. A maioria delas tinha por objeto fazer penetrar nas massas populares a idéia da vida espiritual, parecendo muitas ininteligíveis, quanto ao sentido, apenas por não se colocarem neste ponto de vista os que as interpretam.

Na de que tratamos, Jesus compara o reino dos Céus, onde tudo e alegria e ventura, a um festim. Falando dos primeiros convidados, alude aos hebreus, que foram os primeiros chamados por Deus ao conhecimento da sua Lei. Os enviados do rei são os profetas que os vinham exortar a seguir a trilha da verdadeira felicidade; suas palavras, porém, quase não eram escutadas; suas advertências eram desprezadas; muitos foram mesmo massacrados, como os servos da parábola. Os convidados que se escusam, pretextando terem de ir cuidar de seus campos e de seus negócios, simbolizam as pessoas mundanas que, absorvidas pelas coisas terrenas, se conservam indiferentes às coisas celestes.

Era crença comum aos judeus de então que a nação deles tinha de alcançar supremacia sobre todas as outras. Deus, com efeito, não prometera a Abraão que a sua posteridade cobriria toda a Terra? Mas, como sempre, atendo-se à forma, sem atentarem ao fundo, eles acreditavam tratar-se de uma dominação efetiva e material.

Antes da vinda do Cristo, com exceção dos hebreus, todos os povos eram idólatras e politeístas. Se alguns homens superiores ao vulgo conceberam a idéia da unidade de Deus, essa idéia permaneceu no estado de sistema pessoal, em parte nenhuma foi aceita como verdade fundamental, a não ser por alguns iniciados que ocultavam seus conhecimentos sob um véu de mistério, impenetrável para as massas populares. Os hebreus foram os primeiros a praticar publicamente o monoteísmo; é a eles que Deus transmite a sua lei, primeiramente por via de Moisés, depois por intermédio de Jesus. Foi daquele pequenino foco que partiu a luz destinada a espargir-se pelo mundo inteiro, a triunfar do paganismo e a dar a Abraão uma posteridade espiritual “tão numerosa quanto as estrelas do firmamento”. Entretanto, abandonando de todo a idolatria, os judeus desprezaram a lei moral, para se aferrarem ao mais fácil: a prática do culto exterior. O mal chegara ao cúmulo; a nação, além de escravizada, era esfacelada pelas facções e dividida pelas seitas; a incredulidade atingira mesmo o santuário. Foi então que apareceu Jesus, enviado para os chamar à observância da Lei e para lhes rasgar os horizontes novos da vida futura. Dos primeiros a ser convidados para o grande banquete da fé universal, eles repeliram a palavra do Messias celeste e o imolaram. Perderam assim o fruto que teriam colhido da iniciativa que lhes coubera.

Fora, contudo, injusto acusar-se o povo inteiro de tal estado de coisas. A responsabilidade tocava principalmente aos fariseus e saduceus, que sacrificaram a nação por efeito do orgulho e do fanatismo de uns e pela incredulidade dos outros.

São, pois, eles, sobretudo, que Jesus identifica nos convidados que recusam comparecer ao festim das bodas. Depois, acrescenta: “Vendo isso, o Senhor mandou convidar a todos os que fossem encontrados nas encruzilhadas, bons e maus.” Queria dizer desse modo que a palavra ia ser pregada a todos os outros povos, pagãos e idólatras, e estes, acolhendo-a, seriam admitidos ao festim, em lugar dos primeiros convidados.

Mas não basta a ninguém ser convidado; não basta dizer-se cristão, nem sentar-se à mesa para tomar parte no banquete celestial. É preciso, antes de tudo e sob condição expressa, estar revestido da túnica nupcial, isto é, ter puro o coração e cumprir a lei segundo o espírito. Ora, a lei toda se contém nestas palavras: Fora da caridade não há salvação. Entre todos, porém, que ouvem a palavra divina, quão poucos são os que a guardam e a aplicam proveitosamente! Quão poucos se tornam dignos de entrar no reino dos céus! Eis por que disse Jesus: Chamados haverá muitos; poucos, no entanto, serão os escolhidos.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, itens 1 e 2.)



quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Não esqueça o principal



"Aquele que não faz silêncio interior, que não consegue fazer o auto encontro, que não possui serenidade para admirar uma paisagem, não sabe orar e, por conseguinte, não encontra DEUS. 
Jesus estabeleceu: o Reino de DEUS está dentro de vós (Lucas, 17: 21). 
Daí a necessidade urgente do indivíduo se concentrar, manter o foco, meditar e refletir. 
Contudo, enquanto se mantiver preso como um viciado à tecnologia necessitando fugir de si mesmo a cada segundo, sem conseguir sequer manter uma conversa pessoal sem recorrer a aparelhos eletrônicos a cada passo, não passará de simples esboço do Homem Integral a caminho da felicidade."
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Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. 
Livro: Ilumina-te
MENSAGEM DO ESE:
Abandonar pai, mãe e filhos

Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmãos, ou suas irmãs, ou seu pai, ou sua mãe, ou sua mulher, ou seus filhos, ou suas terras, receberá o cêntuplo de tudo isso e terá por herança a vida eterna. (S. MATEUS, cap. XIX, v. 29.)

Então, disse-lhe Pedro: Quanto a nós, vês que tudo deixamos e te seguimos. — Jesus lhe observou: Digo-vos, em verdade, que ninguém deixará, pelo reino de Deus, sua casa, ou seu pai, ou sua mãe, ou seus irmãos, ou sua mulher, ou seus filhos — que não receba, já neste mundo, muito mais, e no século vindouro a vida eterna. (S. LUCAS, cap. XVIII, vv. 28 a 30.)

Disse-lhe outro: Senhor, eu te seguirei; mas, permite que, antes, disponha do que tenho em minha casa. — Jesus lhe respondeu: Quem quer que, tendo posto a mão na charrua, olhar para trás, não esta apto para o reino de Deus. (S. LUCAS, cap. IX, vv. 61 e 62.)

Sem discutir as palavras, deve-se aqui procurar o pensamento, que era, evidentemente, este: “Os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as considerações humanas”, porque esse pensamento está de acordo com a substância da doutrina de Jesus, ao passo que a idéia de uma renunciação à família seria a negação dessa doutrina.

Não temos, aliás, sob as vistas a aplicação dessas máximas no sacrifício dos interesses e das afeições de família aos da Pátria? Censura-se, porventura, aquele que deixa seu pai, sua mãe, seus irmãos, sua mulher, seus filhos, para marchar em defesa do seu país? Não se lhe reconhece, ao contrário, grande mérito em arrancar-se às doçuras do lar doméstico, aos liames da amizade, para cumprir um dever? É que, então, há deveres que sobrelevam a outros deveres.

Não impõe a lei à filha a obrigação de deixar os pais, para acompanhar o esposo? Formigam no mundo os casos em que são necessárias as mais penosas separações. Nem por isso, entretanto, as afeições se rompem.

O afastamento não diminui o respeito, nem a solicitude do filho para com os pais, nem a ternura destes para com aquele. Vê-se, portanto, que, mesmo tomadas ao pé da letra, excetuado o termo odiar, aquelas palavras não seriam uma negação do mandamento que prescreve ao homem honrar a seu pai e a sua mãe, nem do afeto paternal; com mais forte razão, não o seriam, se tomadas segundo o espírito. Tinham elas por fim mostrar, mediante uma hipérbole, quão imperioso é para a criatura o dever de ocupar-se com a vida futura. Aliás, pouco chocantes haviam de ser para um povo e numa época em que, como conseqüência dos costumes, os laços de família eram menos fortes, do que no seio de uma civilização moral mais avançada. Esses laços, mais fracos nos povos primitivos, fortalecem-se com o desenvolvimento da sensibilidade e do senso moral. A própria separação é necessária ao progresso. Assim as famílias como as raças se abastardam, desde que se não entrecruzem, se não enxertem umas nas outras. É essa uma lei da Natureza, tanto no interesse do progresso moral, quanto no do progresso físico.

Aqui, as coisas são consideradas apenas do ponto de vista terreno. O Espiritismo no-las faz ver de mais alto, mostrando serem os do Espírito e não os do corpo os verdadeiros laços de afeição; que aqueles laços não se quebram pela separação, nem mesmo pela morte do corpo; que se robustecem na vida espiritual, pela depuração do Espírito, verdade consoladora da qual grande força haurem as criaturas, para suportarem as vicissitudes da vida.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIII, itens 4 a 6.)

A marcha da criação ao “Reino Angélico”
 Arnaldo Grecco Muniz

O Espírito é o princípio inteligente do Universo. O Espírito é criado pela vontade de Deus; criado simples com potencial a serem desenvolvidos na sua futura existência infinita. No momento dessa criação, Deus coloca uma “partícula” da Sua Consciência no seu filho criado. Esta partícula individual de Deus é conhecida como “Centelha Divina”, ela está presente em todos os seres orgânicos e inorgânicos do Universo. Os seres orgânicos são os que têm em si uma fonte de atividade íntima, eles nascem, crescem, reproduzem-se por si mesmos e morrem. São providos de órgãos especiais para a execução dos diferentes atos da vida, órgãos esses apropriados às necessidades que a conservação própria lhes impõe. Nessa classe estão compreendidos os homens, os animais e as plantas. Seres inorgânicos são todos os que carecem de vitalidade, de movimentos próprios e que se formam apenas pela agregação da matéria. Tais são os minerais, a água, o ar, etc.

A lei de atração é a mesma para todos os seres, ela une os elementos da matéria nos corpos orgânicos e nos inorgânicos. A matéria é sempre a mesma, porém nos corpos orgânicos ela está animalizada (ela tem alma).

A causa da animalização da matéria é a sua união com o princípio vital. A vida é um efeito devido à ação de um agente sobre a matéria. A fonte do princípio vital é o fluido universal que contém o fluido magnético ou fluido elétrico animalizado. O princípio vital dá a vida a todos os seres que o absorvem. O princípio vital sem a matéria, não se define como uma vida; do mesmo modo que a matéria não possui vida sem o princípio vital. A vitalidade não se desenvolve senão com o corpo. A união dos dois é necessária para produzir a vida. A vitalidade se acha em estado latente ou adormecida quando não está unido ao corpo.

O conjunto dos órgãos humano funciona sob o mecanismo impulsionado pelo princípio vital. O Esgotamento dos órgãos causa a morte dos seres orgânicos. Após a morte, as células materiais dos seres orgânicos se decompõem para formarem novos organismos e o princípio vital volta à massa donde saiu. 

A fonte da inteligência provém do Criador do Universo. Os espíritos estão definidos como os seres inteligentes da criação povoando o Universo, fora do mundo material.

Os Espíritos são os filhos de Deus, criados simples e sem conhecimento.  O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita. A missão dos Espíritos é o aprendizado e a prática dos ensinamentos de Deus resumidos no amor a si próprio, amor ao próximo e a Deus sobre todas as coisas.  

Deus criou e cria sempre segundo a Sua própria vontade. Aqueles que foram criados no inicio constituem os seres mais velhos, experientes e sábios que se encontram mais evoluídos moral e intelectualmente compondo as ordens Superiores dos Anjos, Arcanjos, Potestades, Principados de Deus.

Aqueles que ainda se esforçam para obtenção da sua iluminação continuam com as oportunidades e possibilidades de utilizarem-se do processo da reencarnação para conquistarem o direito do aperfeiçoamento moral e intelectual. Graças ao bloqueio do seu passado, o Espírito terá maiores oportunidades de viver reencarnado no entorno das pessoas comprometidas no pretérito e promoverem a reconciliação necessária. A evolução do Espírito também se processa quando se encontra desencarnado, as dificuldades serão maiores, eles estarão frente a frente com os seus adversários ou inimigos. A encarnação dos Espíritos para uns é uma expiação; para outros uma missão.

Assim como Deus coloca “Sua Centelha Divina” para colaborar e facilitar a evolução do Espírito encarnado ou desencarnado, em contra partida cada ser cria, por vontade própria, o seu “Ego” para administrar seu orgulho e egoísmo. Enquanto houver resistência do “Ego” em não ceder à “Centelha Divina” o auxílio que ele necessita para a sua evolução, o Espírito padecerá sofrimentos incontáveis. Jesus afirmava aos seus apóstolos que Deus está em cada um de nós, basta senti-Lo e respeitá-Lo. Para se livrarem da encarnação na matéria os Espíritos precisam alcançar a perfeição, depois de sofrerem todas as vicissitudes necessárias à remissão de suas faltas e conquistarem o direito da libertação da existência corporal e se promoverem à vida nos planos superiores. 

A marcha do “princípio inteligente” para o “reino humano” e sua trajetória da “consciência humana” para o “Reino Angélico” simbolizam a expansão e evolução em milênios de séculos de vida para o Espírito (alma), a criatura de Deus que, por força da Lei Divina, merecerá, com o próprio esforço e trabalho, a auréola da imortalidade em pleno Céu.
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Fonte: livro: “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec
Arnaldo Grecco Muniz – escreve às 5ª feiras na coluna “Dia a Dia” do Jornal “Folha da Manhã” - pesquisador e editor dos jornais informativos: “Educação e Evolução da Alma” do CEEEU e “Renovação” da AESA



 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

NA RECONSTRUÇÃO DO DESTINO



Por mais te esquives à Verdade, um dia, irás faceá-la.

Estarás, então, sozinho, diante de ti mesmo.

Saberás o que, por longo tempo, preferiste ignorar.

Ver-te-ás como és, sem qualquer subterfúgio.

Sentir-te-ás despojado de todas as ilusões.

Descobrirás que não ludibriaste ninguém a não ser a ti próprio.

Lamentarás o tempo que não aproveitaste de forma conveniente no serviço do auto-aperfeiçoamento.

Chorarás o pranto dos que se reconhecem distantes da luz que lhes compete acender no coração.

Todavia, não te restará outra alternativa que não seja a da superação dos próprios limites, esforçando-te, entre a humildade e o silêncio, na reconstrução do destino.
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Irmão José
Livro:  A Flama Espírita
Carlos A. Baccelli, por Espíritos Diversos
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier



MENSAGEM DO ESE:
Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras
Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.

Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.

É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados? 

Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu. — Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 21.)

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Examinemos a nós mesmos


O dever do espírita-cristão é tornar-se progressivamente melhor.

  Útil, assim, verificar, de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima.

  Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.

 Testa a paciência própria:

— Estás mais calmo, afável e compreensivo?

  Inquire as tuas relações na experiência doméstica:

— Conquistaste mais alto clima de paz dentro de casa?


  Investiga as atividades que te competem no templo doutrinário:

— Colaboras com mais euforia na seara do Senhor?

  Observa-te nas manifestações perante os amigos:

— Trazes o Evangelho mais vivo nas atitudes?

  Reflete em tua capacidade de sacrifício:

Notas em ti mesmo mais ampla disposição de servir voluntariamente?


  Pesquisa o próprio desapego:

— Andas um pouco mais livre do anseio de influência e de posses terrestres?


  Usas mais intensamente os pronomes “nós”, “nosso” e “nossa” e menos os determinativos “eu”, “meu” e “minha”?
  Teus instantes de tristeza ou de cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?

  Diminuíram-te os pequenos remorsos ocultos no recesso da alma?

  Dissipaste antigos desafetos e aversões?

  Superaste os lapsos crônicos de desatenção e negligência?

  Estudas mais profundamente a Doutrina que professas?

  Entendes melhor a função da dor?

  Ainda cultivas alguma discreta desavença?

  Auxilias aos necessitados com mais abnegação?

  Tens orado realmente?

  Teus ideais evoluíram?

  Tua fé raciocinada consolidou-se com mais segurança?

  Tens o verbo mais indulgente, os braços mais ativos e as mãos mais abençoadoras?


  Evangelho é alegria no coração: — Estás, de fato, mais alegre e feliz intimamente, nestes três últimos anos?


 Tudo caminha! Tudo evolui! Confiramos o nosso rendimento individual com o Cristo!

  Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de paz, para que te não vejas na obrigação de sopesá-la amanhã sob o impacto da dor.

  Não te iludas! Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida Espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.

  Interroga a consciência quanto à utilidade que vens dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutas na vida diária.

  Faze isso agora, enquanto te vales do corpo humano, com a possibilidade de reconsiderar diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares para o lado de cá, muita vez, já será mais difícil…
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André Luiz
(Psicografia de Waldo Vieira) 


MENSAGEM DO ESE:
Transmissão de riqueza


O princípio, segundo o qual ele é apenas depositário da fortuna de que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira ao homem o direito de transmiti-la aos seus descendentes? 

O homem pode perfeitamente transmitir, por sua morte, aquilo de que gozou durante a vida, porque o efeito desse direito está subordinado sempre à vontade de Deus, que pode, quando quiser, impedir que aqueles descendentes gozem do que lhes foi transmitido.
 Não é outra a razão por que desmoronam fortunas que parecem solidamente constituídas. 
É, pois, impotente a vontade do homem para conservar nas mãos da sua descendência a fortuna que possua. Isso, entretanto, não o priva do direito de transmitir o empréstimo que recebeu de Deus, uma vez que Deus pode retirá-lo, quando o julgue oportuno. — São Luís. (Paris, 1860.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 15.)

domingo, 31 de dezembro de 2017

Decisão




Somos tangidos por fatos e problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em todas as circunstâncias.

Muito embora disponhamos de recursos infinitos de escolha para assumir gesto determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente, estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada vez, para expressar os desígnios pessoais na construção do destino.

Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente progredimos em substância avançando passo a passo.

Daí, a importância da existência terrena, temporária e limitada em muitos ângulos porém rica e promissora quanto aos ensejos que nos faculta para automatizar o bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de sermos bons para os outros.

Decisão é necessidade permanente.

Nossa vontade não pode ser multipartida.

Ideia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.

Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto desânimo é sinal de doença.

Certeza no bem denuncia felicidade real e confiança de hoje indica serenidade futura.

Progresso é fruto de escolha.

Não há nobre desincumbência com flexibilidade de intenção.

Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...

Se a eventualidade da sementeira é infinita, a fatalidade da colheita é inalienável.

Guardas contigo tesouros de experiências acumulados em milênios de luta que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu alvitre.

Recorda que o berço de teu espírito fulge longe da existência terrestre.

O objetivo da perfeição é inevitável bênção de Deus e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso burilamento, entretanto, o minuto que vives é o veículo da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a horário certo e revelando condições próprias, no ilimitado caminho da evolução.
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XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Opinião Espírita. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. CEC. Capítulo 27.  



MENSAGEM DO ESE:
Simplicidade e pureza de coração


Bem-aventurados os que têm puro o coração, porquanto verão a Deus. (S. Mateus, cap. V, v. 8.)
Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse:
“Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. — Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.” — E, depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (S. MARCOS, cap. X, vv. 13 a 16.)

A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda idéia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade.

Poderia parecer menos justa essa comparação, considerando-se que o Espírito da criança pode ser muito antigo e que traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que se não tenha despojado em suas precedentes existências. Só um Espírito que houvesse chegado à perfeição nos poderia oferecer o tipo da verdadeira pureza. É exata a comparação, porém, do ponto de vista da vida presente, porquanto a criancinha, não havendo podido ainda manifestar nenhuma tendência perversa, nos apresenta a imagem da inocência e da candura. Daí o não dizer Jesus, de modo absoluto, que o reino dos céus é para elas, mas para os que se lhes assemelhem. 

Pois que o Espírito da criança já viveu, por que não se mostra, desde o nascimento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe pode dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade da criança. Para uma mãe, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe cativar a solicitude. Ela não houvera podido ter-lhe o mesmo devotamento, se, em vez da graça ingênua, deparasse nele, sob os traços infantis, um caráter viril e as idéias de um adulto e, ainda menos, se lhe viesse a conhecer o passado. 

Aliás, faz-se necessário que a atividade do princípio inteligente seja proporcionada à fraqueza do corpo, que não poderia resistir a uma atividade muito grande do Espírito, como se verifica nos indivíduos grandemente precoces. Essa a razão por que, ao aproximar-se-lhe a encarnação, o Espírito entra em perturbação e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo, ficando, por certo tempo, numa espécie de sono, durante o qual todas as suas faculdades permanecem em estado latente. É necessário esse estado de transição para que o Espírito tenha um novo ponto de partida e para que esqueça, em sua nova existência, tudo aquilo que a possa entravar. Sobre ele, no entanto, reage o passado. Renasce para a vida maior, mais forte, moral e intelectualmente, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.

A partir do nascimento, suas idéias tomam gradualmente impulso, à medida que os órgãos se desenvolvem, pelo que se pode dizer que, no curso dos primeiros anos, o Espírito é verdadeiramente criança, por se acharem ainda adormecidas as idéias que lhe formam o fundo do caráter. Durante o tempo em que seus instintos se conservam amodorrados, ele é mais maleável e, por isso mesmo, mais acessível às impressões capazes de lhe modificarem a natureza e de fazê-lo progredir, o que torna mais fácil a tarefa que incumbe aos pais.

O Espírito, pois, enverga temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VIII, itens 1 a 4.)