sábado, 21 de outubro de 2017

A Sintonia Mental


Quer tendo a certeza de que somos Espíritos imortais, quer acreditando que a “mente” morre com o corpo físico, a tendência dos cientistas que estudam o pensamento é reconhecer o estado mental como elemento importante para a saúde física e psíquica ou o contrário. 

Sabendo, como sabemos, que os pensamentos são emissões energéticas de alta potência, que cruzam o Universo e sintonizam com as de igual frequência, concluímos que nos sustentamos dentro de
determinado nível de equilíbrio ou desequilíbrio junto com todos os seres que se nos assemelham. 

A proximidade física, assim, nada tem a ver com a sintonia mental, pois que essa comunicação, que é a que realmente nos sustenta, é invisível e cobre distâncias inimagináveis. 

Analisar o tipo de emissão que lançamos e assimilamos é de capital importância para verificar quem
realmente somos. O ditado “diga-me com quem você anda que lhe direi quem você é” pode ser substituído pelos seguintes: “diga-me o que você pensa que lhe direi quem você é” ou  "diga-me o que você pensa que lhe direi com quem você está sintonizado”. 

Sentir-se interiormente bem ou mal é uma questão de sintonia: a felicidade real e a paz interior ou, ao
contrário, a infelicidade interna e a intranquilidade são reflexos da sintonia mental que mantemos com seres encarnados e desencarnados que vivem, respectivamente, em função do Bem ou do Mal. 

A Ciência vai cada vez mais avançando no rumo das descobertas relacionadas com a energia e essas descobertas se aplicam à energia mental, evidentemente. 

Não devemos fazer como alguns religiosos sistemáticos, que renegam a Ciência: ela é útil para a fé raciocinada, adotada pela Doutrina Espírita. 

No Universo existem apenas Deus e Sua Criação, estando esta última dividida, segundo o Espiritismo, apenas para fins didáticos, em: matéria, fluido cósmico universal e Espírito, mas esses três elementos são apenas uma sequência na gradação evolutiva, pois a primeira evolui para o segundo e este para o terceiro. Todos esses elementos emitem energia, sendo que a energia emitida pelo terceiro chama-se pensamento. 

A interação entre todos os elementos da Criação se faz a nível de emissão e recepção de energia, pois
que, na verdade, tudo é energia, apenas que diferenciada pela frequência, ou seja, pelo nível de evolução alcançada. 

Vigiar e orar foram as expressões que Jesus utilizou, por falta de melhores expressões, para nos
aconselhar à autoanálise e à procura da autorreforma moral. 

Não devemos simplesmente “deixar o barco correr”, vivendo sem reflexão e sem metas definidas de
autoaperfeiçoamento intelecto-moral. 

Em caso contrário, estaremos sintonizados com os ociosos e os irresponsáveis, que pululam em todos os pontos do Universo. 

Para mudarmos para uma frequência mental (diga-se intelecto-moral) superior deve haver um esforço
inicial e a continuidade no exercício da sintonia mais elevada, até que se torne espontânea e não mais
exija nenhuma tensão. 

A evolução do Espírito se processa dessa forma, mudando de frequência os seus pensamentos, que
repercutem nos sentimentos e atitudes. 

Evoluir proporciona Felicidade e Paz, mesmo que o mundo esteja em convulsão e as demais pessoas
vivam em descontrole. 

Evoluir é o resultado de uma decisão individual, mas somente é possível se colocarmos nossos irmãos e irmãs em humanidade dentro das nossas propostas, que se traduzem no Amor Universal. 
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Luiz Guilherme Marques.

MENSAGEM DO ESE:
Provas voluntárias. O verdadeiro cilício


Perguntais se é licito ao homem abrandar suas próprias provas. Essa questão eqüivale a esta outra: É lícito, àquele que se afoga, cuidar de salvar-se? Àquele em quem um espinho entrou, retirá-lo? Ao que está doente, chamar o médico? As provas têm por fim exercitar a inteligência, tanto quanto a paciência e a resignação. Pode dar-se que um homem nasça em posição penosa e difícil, precisamente para se ver obrigado a procurar meios de vencer as dificuldades. O mérito consiste em sofrer, sem murmurar, as conseqüências dos males que lhe não seja possível evitar, em perseverar na luta, em se não desesperar, se não é bem-sucedido; nunca, porém, numa negligência que seria mais preguiça do que virtude.

Essa questão dá lugar naturalmente a outra. Pois, se Jesus disse: “Bem-aventurados os aflitos”, haverá mérito em procurar, alguém, aflições que lhe agravem as provas, por meio de sofrimentos voluntários? A isso responderei muito positivamente: sim, há grande mérito quando os sofrimentos e as privações objetivam o bem do próximo, porquanto é a caridade pelo sacrifício; não, quando os sofrimentos e as privações somente objetivam o bem daquele que a si mesmo as inflige, porque aí só há egoísmo por fanatismo.

Grande distinção cumpre aqui se faça: pelo que vos respeita pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos manda e não lhes aumenteis o volume, já de si por vezes tão pesado; aceitá-las sem queixumes e com fé, eis tudo o que de vós exige ele. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem objetivo, pois que necessitais de todas as vossas forças para cumprirdes a vossa missão de trabalhar na Terra. Torturar e martirizar voluntariamente o vosso corpo é contravir a lei de Deus, que vos dá meios de o sustentar e fortalecer. Enfraquece-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis, tal a lei. O abuso das melhores coisas tem a sua punição nas inevitáveis conseqüências que acarreta.

Muito diverso é o que ocorre, quando o homem impõe a si próprio sofrimentos para o alívio do seu próximo. Se suportardes o frio e a fome para aquecer e alimentar alguém que precise ser aquecido e alimentado e se o vosso corpo disso se ressente, fazeis um sacrifício que Deus abençoa. Vós que deixais os vossos aposentos perfumados para irdes à mansarda infecta levar a consolação; vós que sujais as mãos delicadas pensando chagas; vós que vos privais do sono para velar à cabeceira de um doente que apenas é vosso irmão em Deus; vós, enfim, que despendeis a vossa saúde na prática das boas obras, tendes em tudo isso o vosso cilício, verdadeiro e abençoado cilício, visto que os gozos do mundo não vos secaram o coração, que não adormecestes no seio das volúpias enervantes da riqueza, antes vos constituístes anjos consoladores dos pobres deserdados.

Vós, porém, que vos retirais do mundo, para lhe evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais do combate? Se quereis um cilício, aplicai-o às vossas almas e não aos vossos corpos; mortificai o vosso Espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho, recebei sem murmurar as humilhações; flagiciai o vosso amor-próprio; enrijai-vos contra a dor da injúria e da calúnia, mais pungente do que a dor física. Aí tendes o verdadeiro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão à vontade de Deus. - Um anjo guardião. (Paris, 1863.)

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 26.)

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

MULTIPLICANDO OS TALENTOS



Para que multipliques os talentos:

do Tempo – basta que não gastes os minutos com conversações inúteis;

da Bondade – é suficiente que sejas menos passivo ante às necessidades do próximo;

da Compreensão – basta que te faças um pouco menos intransigente com as pessoas;

da Boa Vontade – é suficiente que não escolhas tarefa e lugar para seres útil;

da Paz – basta que não fomentes conflito de qualquer natureza;

da Fé – é suficiente que não duvides de tua própria capacidade de vivenciar a tua crença;

da Alegria – basta que não provoques em ninguém uma só lágrima de tristeza;

da Felicidade – é suficiente que te contentes com a que já podes desfrutar;

do Conhecimento – basta que não admitas que já sabes tudo;

do Amor – é suficiente que ames e não exijas ser amado.
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Irmão José  
 Carlos Baccelli 
 “Ajuda-te e o Céu te Ajudará”


MENSAGEM DO ESE:
Aquele que se eleva será rebaixado (III)


Jesus entrou em dia de sábado na casa de um dos principais fariseus para aí fazer a sua refeição. Os que lá estavam o observaram. — Então, notando que os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes uma parábola, dizendo: “Quando fordes convidados para bodas, não tomeis o primeiro lugar, para que não suceda que, havendo entre os convidados uma pessoa mais considerada do que vós, aquele que vos haja convidado venha a dizer-vos: dai o vosso lugar a este, e vos vejais constrangidos a ocupar, cheios de vergonha, o último lugar. — Quando fordes convidados, ide colocar-vos no último lugar, a fim de que, quando aquele que vos convidou chegar, vos diga: meu amigo, venha mais para cima. Isso então será para vós um motivo de glória, diante de todos os que estiverem convosco à mesa; — porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado.” (S. LUCAS, cap. XIV, vv. 1 e 7 a 11.)

Estas máximas decorrem do princípio de humildade que Jesus não cessa de apresentar como condição essencial da felicidade prometida aos eleitos do Senhor e que ele formulou assim: “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que o reino dos céus lhes pertence.” Ele toma uma criança como tipo da simplicidade de coração e diz: “Será o maior no reino dos céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que nenhuma pretensão alimentar à superioridade ou à infalibilidade.

A mesma idéia fundamental se nos depara nesta outra máxima: Seja vosso servidor aquele que quiser tornar-se o maior, e nesta outra: Aquele que se humilhar será exalçado e aquele que se elevar será rebaixado.

Espiritismo sanciona pelo exemplo a teoria, mostrando-nos na posição de grandes no mundo dos Espíritos os que eram pequenos na Terra; e bem pequenos, muitas vezes, os que na Terra eram os maiores e os mais poderosos. E que os primeiros, ao morrerem, levaram consigo aquilo que faz a verdadeira grandeza no céu e que não se perde nunca: as virtudes, ao passo que os outros tiveram de deixar aqui o que lhes constituía a grandeza terrena e que se não leva para a outra vida: a riqueza, os títulos, a glória, a nobreza do nascimento. Nada mais possuindo senão isso, chegam ao outro mundo privados de tudo, como náufragos que tudo perderam, até as próprias roupas. Conservaram apenas o orgulho que mais humilhante lhes torna a nova posição, porquanto vêem colocados acima de si e resplandecentes de glória os que eles na Terra espezinharam.

O Espiritismo aponta-nos outra aplicação do mesmo princípio nas encarnações sucessivas, mediante as quais os que, numa existência, ocuparam as mais elevadas posições, descem, em existência seguinte, às mais ínfimas condições, desde que os tenham dominado o orgulho e a ambição. Não procureis, pois, na Terra, os primeiros lugares, nem vos colocar acima dos outros, se não quiserdes ser obrigados a descer. Buscai, ao contrário, o lugar mais humilde e mais modesto, porquanto Deus saberá dar-vos um mais elevado no céu, se o merecerdes.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, itens 5 e 6.)

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

IRRITAÇÃO E CONSEQUÊNCIA




Fácil constatar as consequências da irritação em ti mesmo.

Numa perspectiva menos grave:

– alterarás o ritmo de teus batimentos cardíacos,

– elevarás o nível da pressão arterial,

– adoecerás do estômago,

– passarás a sofrer de insônia,

– afastarás os amigos,

– colecionarás antipatias,

– provocarás acidentes,

– padecerás amargas desilusões…

No entanto, numa perspectiva mais séria, em momento de azedume superlativo, poderás vir a desencarnar e, vítima de apoplexia, chegar ao Mais Além na condição de quem, por empreender uma viagem sem avisar, não contará senão com desconhecidos na estação de desembarque.
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Irmão José  
 Carlos Baccelli  
“Ajuda-te e o Céu te Ajudará”






MENSAGEM DO ESE:
Parábola do semeador


Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; — em torno dele logo reuniu-se grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se, permanecendo na margem todo o povo. — Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim:
Aquele que semeia saiu a semear; — e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. — Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. — Mas, levantando-se, o sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. — Outra parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. Outra, finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um, outras sessenta e outras trinta. — Ouça quem tem ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 1 a 9.) 

Escutai, pois, vós outros a parábola do semeador. — Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. — Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a palavra e que a recebe com alegria no primeiro momento. — Mas, não tendo nele raízes, dura apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e perseguições por causa da palavra, tira ele daí motivo de escândalo e de queda. — Aquele que recebe a semente entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. — Aquele, porém, que recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou trinta por um. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 18 a 23.)

A parábola do semeador exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito, para as quais não passa ele de letra morta e que, como a semente caída sobre pedregulhos, nenhum fruto dá! 

Não menos justa aplicação encontra ela nas diferentes categorias espíritas. Não se acham simbolizados nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e nenhuma conseqüência tiram deles, porque neles mais não vêem do que fatos curiosos? Os que apenas se preocupam com o lado brilhante das comunicações dos Espíritos, pelas quais só se interessam quando lhes satisfazem à imaginação, e que, depois de as terem ouvido, se conservam tão frios e indiferentes quanto eram? Os que reconhecem muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos outros e não a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais essas instruções são como a semente que cai em terra boa e dá frutos?
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, itens 5 e 6.)


quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Apoio Divino



Seja onde seja, recorda que Deus está sempre em nós e agindo por nós.
Para assegurar-nos, quanto a isso, bastar-nos-á a prática da oração, mesmo ligeira ou inarticulada, que desenvolverá em nós outros a convicção da presença divina, em todas as faixas da existência.
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Certamente, a prece não se fará seguida de demonstrações espetaculares, nem de transformações externas imprevistas.´

Pensa, todavia, no amparo de Deus e, em todos os episódios da estrada, senti-lo-ás contigo no silêncio do coração.

Nos obstáculos de ordem material, esse apoio não te chegará na obtenção do dinheiro fácil que te solva os compromissos, mas na força para trabalhar a fim de que os recursos necessários te venham às mãos; 
na hora de dúvida, não te virá em fórmulas verbais diretas que te anulem o livre arbítrio e sim na inspiração exata que te ajude a tomar as decisões indispensáveis à paz da própria consciência; 
nos momentos de inquietação, não surgirá em acontecimentos especiais que te afastem dos testemunhos de fé, mas percebe-los-ás contigo em forma de segurança e bom ânimo, na travessia da aflição; 
nos dias em que o mal te pareça derrotar a golpes de incompreensão ou de injúria, não se te expressará configurado em favores de exceção que te retirem dos ombros a carga das provas redentoras e sim na energia bendita da fé viva que te restaure a esperança, revestindo-te de coragem, a fim de que não esmoreças na rude jornada, em direção à vida nova.
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Seja qual seja a dificuldade em que te vejas ou a provação que experimentes, recorda que Deus está contigo e nada te faltará, nos domínios do socorro e da bênção, para que atravesses todos os túneis de tribulação e de sombra, ao encontro da paz e a caminho da luz.
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Emmanuel
Chico Xavier






MENSAGEM DO ESE:
O mandamento maior. Fazermos aos outros o que queiramos que os outros nos façam. Parábola dos credores e dos devedores


Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: — “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” — Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. — Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)
Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.)
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem. (S. LUCAS, cap. VI, v. 31.)
O reino dos céus é comparável a um rei que quis tomar contas aos seus servidores. — Tendo começado a fazê-lo, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. — Mas, como não tinha meios de os pagar, mandou seu senhor que o vendessem a ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que lhe pertencesse, para pagamento da dívida. — O servidor, lançando-se-lhe aos pés, o conjurava, dizendo: “Senhor, tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” — Então, o senhor, tocado de compaixão, deixou-o ir e lhe perdoou a dívida. — Esse servidor, porém, ao sair, encontrando um de seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, o segurou pela goela e, quase a estrangulá-lo, dizia: “Paga o que me deves.” — O companheiro, lançando-se aos pés, o conjurava, dizendo: “Tem um pouco de paciência e eu te pagarei tudo.” — Mas o outro não quis escutá-lo; foi-se e o mandou prender, par tê-lo preso até pagar o que lhe devia.
Os outros servidores, seus companheiros, vendo o que se passava, foram, extremamente aflitos, e informaram o senhor de tudo o que acontecera. — Então, o senhor, tendo mandado vir à sua presença aquele servidor, lhe disse: “Mau servo, eu te havia perdoado tudo o que me devias, porque mo pediste. — Não estavas desde então no dever de também ter piedade do teu companheiro, como eu tivera de ti?” E o senhor, tomado de cólera, o entregou aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia.
É assim que meu Pai, que está no céu, vos tratará, se não perdoardes, do fundo do coração, as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós. (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 23 a 35.)
“Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, itens 1 a 4.)

terça-feira, 17 de outubro de 2017

SOCORRO EMERGENCIAL




Não deixes que o abatimento vá tomando conta de ti.

Ao primeiro sinal de desalento, reage.

Afugenta as ideias pessimistas de tua cabeça.

Sacode o jugo opressor da melancolia que te invade.

Escolhe uma instituição de amparo aos desvalidos e visita-a, sem demora.

Observa a situação dos assistidos que lá se encontram internados e pondera que, sob vários aspectos, a tua situação será muito melhor que a de qualquer um deles.

Onde, no entanto, será que conseguem forças para sorrir e agradecer pela tua presença?

Que esperança os anima, em relação ao futuro, quando quase todos os seus sonhos já se desfizeram?

A tua visita, ainda que ligeira, a uma casa de caridade que, em nome do Cristo, abre as suas portas na Terra, será eficiente socorro emergencial para o estado de baixa autoestima em que te encontras.

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Irmão José
Carlos Baccelli
“Ajuda-te e o Céu te Ajudará” 




MENSAGEM DO ESE:
Eficácia da prece


Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)

Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.

Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.
Desta máxima: “Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 5 a 7.)


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

TODOS PODEM



Não frustres a expectativa de socorro de quem, confiante em tua bondade providencial, te procura o endereço e bate à tua porta.

Ainda que não te seja possível atender, por inteiro, a solicitação que te está sendo feita, na medida de tuas forças, não te negues a cooperar.

Se não tens a solução pronta para o problema de quem te busca a fim de equacioná-lo, dispõe-te a auxiliá-lo a encontrar alhures o de que necessita.

Todos podem acender uma luz no caminho de alguém.

Assim como Deus precisa do concurso de tuas mãos para socorrer a quem a Ele recorre na prece, não hesites em pedir a intercessão de um amigo para auxiliar a quem, no momento, tu não estejas em condições de valer por ti mesmo.
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Irmão José
Carlos Baccelli
“Ajuda-te e o Céu te Ajudará”

MENSAGEM DO ESE:
A cólera


O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? — Entregais-vos à cólera.
Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar.
Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade.
Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida!
Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se pela dominar. O espírita, ao demais, é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. — Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 9.)

domingo, 15 de outubro de 2017

EM SINTONIA COM AS PALAVRAS




Enquanto não te vires sob certas necessidades, não saberás o valor que, não raro, assume uma única palavra a qual, no dia-a-dia, talvez estejas cansado de repetir aos outros por mensagem de encorajamento e paz.

Muitos vocábulos, como, por exemplo, o valiosíssimo "paciência", até que necessites dele, te parecerá recoberto de mera formalidade.

Quantas vezes, pela simples força do hábito, já proferiste orações, sem que, no entanto, te afervoraste na prece quanto te afervoraste ao experimentares o maior peso das provações que sobre ti se abateram?

Não desconsideres, pois, a energia espiritual positiva que determinadas palavras encerram e não as pronuncies a esmo, como se fossem termos comuns, destituídos de vida e luz.

Quando te referires à palavra "perdão" e à palavra "amor", dentre outras que enobrecem o vocabulário humano, procura entrar em sintonia com o significado profundo que, ao serem pronunciadas, com ênfase, pelos lábios de Jesus, elas passaram a ter para a redenção de teu espírito.
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Irmão José
 psic. Carlos Baccelli 
 livro "Ajuda-te e o Céu te Ajudará"



MENSAGEM DO ESE:
A indulgência (II)


Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará de indulgência para convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.
Sustentai os fortes: animai-os à perseverança. Fortalecei os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o menor arrependimento; mostrai a todos o anjo da penitência estendendo suas brancas asas sobre as faltas dos humanos e velando-as assim aos olhares daquele que não pode tolerar o que é impuro. Compreendei todos a misericórdia infinita de vosso Pai e não esqueçais nunca de lhe dizer, pelos pensamentos, mas, sobretudo, pelos atos: “Perdoai as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos hão ofendido.” Compreendei bem o valor destas sublimes palavras, nas quais não somente a letra é admirável, mas principalmente o ensino que ela veste.
Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação.
Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão, o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substitui a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. Pregai, exemplificando, essa caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou; pregai-a, como ele o fez durante todo o tempo em que esteve na Terra, visível aos olhos corporais e como ainda a prega incessantemente, desde que se tornou visível tão-somente aos olhos do Espírito. Segui esse modelo divino; caminhai em suas pegadas; elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o repouso após a luta. Como ele, carregai todos vós as vossas cruzes e subi penosamente, mas com coragem, o vosso calvário, em cujo cimo está a glorificação. — João, bispo de Bordéus. (1862.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 17.)