sábado, 8 de setembro de 2018

AÇÃO DE TRATAMENTO



Tristeza vazia?
O trabalho te alegrará.
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Depressões?
Serviço aos semelhantes te livrará da angústia.
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Afeições que te abandonaram?
Segue adiante agindo no bem ao próximo e acharás corações outros que te compartilhem os ideais.
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Mágoas?
Fácil olvida-las na atividade em que nos esqueçamos em benefício dos outros.
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Inquietações?
Sejamos pontuais no melhor que possamos fazer e a vida, em nome de Deus, resolverá os problemas que nos cercam, muitas vezes, sem nossa interferência.
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Erros alheios?
Reflitamos nos nossos e a paz nos abençoará o caminho.
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Emmanuel
Chico Xavier 






MENSAGEM DO ESE:
V – Um Homem de Bem Teria Morrido


FÉNELON
Sens, 1861


22 – Dizeis freqüentemente, ao falar de um malvado que escapa a um perigo: Se fosse um homem de bem, teria morrido. Pois bem, ao dizer isso, estais com a verdade, porque, efetivamente, Deus concede muitas vezes, a um espírito ainda jovem na senda do progresso, uma prova mais longa que a um bom, que receberá, em recompensa ao seu mérito, o favor de uma prova tão curta quanto possível. Assim, pois, quando empregais este axioma, não duvideis de que estais cometendo uma blasfêmia.

Se morrer um homem de bem, vizinho de um malvado, apressai-vos a dizer: Seria bem melhor se tivesse morrido aquele. Cometeis então um grande erro, porque aquele que parte terminou a sua tarefa, e o que ficou talvez nem a tenha começado. Por que, então, quereis que o mau não tenha tempo de acabá-la, e que o outro continue preso à gleba terrena? Que diríeis de um prisioneiro que, tendo concluído a sua pena, continuasse na prisão, enquanto se desse à liberdade a outro que não tinha direito? Ficai sabendo, pois, que a verdadeira liberdade está no desprendimento dos laços corporais, e que enquanto estais na Terra, estais em cativeiro.

Habitue-vos a não censurar o que não podeis compreender, e crede que Deus é justo em todas as coisas. Freqüentemente, o que vos parece um mal é um bem. Mas as vossas faculdades são tão limitadas, que o conjunto do grande todo escapa aos vossos sentidos obtusos. Esforçai-vos por superar, pelo pensamento, a vossa estreita esfera, e à medida que vos elevardes, a importância da vida terrena diminuirá aos vossos olhos. Porque, então, ela vos aparecerá como um simples incidente, na infinita duração da vossa existência espiritual, a única verdadeira existência.

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

SIMPLICIDADE


A Natureza é simples. Os animais são simples. As crianças são naturalmente simples. Crescemos e, de acordo com a cultura da época e da sociedade, tornamo-nos complexos e complicados. Salão de beleza todas as semanas, pra quê? Carros de luxo, roupas de grife, bebidas importadas, mobílias sofisticadas, muita burocracia, linguagem rebuscada, pra quê? Alguém já disse que é na manteiga que começa a tentação.

A simplicidade abre as portas de uma vida melhor. Não se pode viver em paz longe da simplicidade. Não se trata de pobreza, muito menos miséria. Não estou falando de sujeira nem de desconforto. Tire o supérfluo e os excessos de sua vida e ficará a simplicidade.

Se você não puder fazer determinado percurso de carro, vá de bicicleta; se não for possível ir de bicicleta, vá a pé.

Embaraçamo-nos pelos caminhos da vida nas teias da vaidade e do egoísmo e assim afastamo-nos da essência. O místico indiano Yogananda disse o seguinte: Deus é simples, tudo mais é complicado.

Na simplicidade respiramos livremente, na sofisticação trabalhosa sufocamos a alma.

Nas pegadas de Jesus teremos que simplificar a vida, até porque precisamos estar mais desempedidos para o trabalho da auto-iluminação.

Nessa senda reduzimos nossas necessidades, gastamos menos dinheiro, e passamos a produzir mais e melhor em benefício do próximo. Lembremos da sublime passagem evangélica: Olhai os lírios do campo: nem Salomão, em toda a sua grandeza, se vestiu como um deles.
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Livro: Em Meu Lugar, o Que Faria Jesus?
Ariston S. Teles
Editora Espírita Ano Luz 






MENSAGEM DO ESE:
Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo

Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?” — Eles lhe responderam: “Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas.” — Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” — Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” — Replicou-lhe Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S. Mateus, cap. XVI, vv. 13 a 17; S. Marcos, cap. VIII, vv. 27 a 30.)

Nesse ínterim, Herodes, o Tetrarca, ouvira falar de tudo o que fazia Jesus e seu espírito se achava em suspenso — porque uns diziam que João Batista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que uns dos antigos profetas ressuscitara. — Disse então Herodes: “Mandei cortar a cabeça a João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão grandes coisas?” E ardia por vê-lo. (S. Marcos, cap. VI, vv. 14 a 16; S. Lucas, cap. IX, vv. 7 a 9.)

(Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogam desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?” — Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: — mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” — Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (S. Mateus, cap. XVII, vv. 10 a 13; — S. Marcos, cap. IX, vv. 11 a 13.)
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.
A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 1 a 4.)


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

DO MODO DE AUXILIAR



Qualquer socorro, indiscutivelmente, nasce na fonte da caridade, merecendo gratidão e respeito; no entanto, em amparando a alguém, não olvides o modo de dar para que a tua dádiva seja na Terra uma luz do Céu.
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Muita gente arremessa a bolsa ao semblante do irmão em prova, com tanta dureza de sentimento que, em lugar das flores da alegria, apenas lhe oferta ao coração as raízes envenenadas da angústia.
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Muitos estendem o pão ao faminto, revestindo-o de tantas reprimendas, que o alimento lhe alcança a boca com ressaibos de fel.
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E muitos, ainda, oferecem a palavra de fé e orientação, aos desesperados do caminho terrestre, com tantas anotações de escárnio que o prato do conselho edificante surge condimentado em vinagre de crítica, à maneira de manjar celeste misturado de lodo e lama.
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Analisa a intenção com que socorres para que a leviandade não te desfigures o gesto amigo.
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Considera a inflexão de tua voz para que teu verbo não se transforme em azorrague esfogueante.
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Observa a maneira que adotas no auxílio ao companheiro de luta, a fim de que a intolerância não te comande os movimentos, distribuindo humilhação e pesar, ao invés de esperança e consolação.
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Muitos dão.
Raros, no entanto, sabem dar, porque para estender o culto do amor fraterno por sublime virtude, é imprescindível que a humildade nos ilumine por dentro, a fim de que a ausência do perdão e da paciência, do entendimento e da bondade não nos converta em censores de nossos próprios irmãos, sedentos de solidariedade e carinho.
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Não nos esqueçamos de que auxiliando aos outros como Jesus auxiliou — oferecendo ao mundo quanto possui de si, sem cogitar de si mesmo — realmente faremos da caridade comum não apenas o refúgio da esmola mas o divino santuário da educação.
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Emmanuel
(De “Seguindo Juntos”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos)

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MENSAGEM DO ESE: 
Aborrecer Pai e Mãe


1 – E muita gente ia com ele; e voltando Jesus para todos, lhes disse: Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai e sua mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e ainda a sua mesma vida, não pode ser meu discípulo. E o que não leva a sua cruz, e vem em meu seguimento, não pode ser meu discípulo. – Assim, pois, qualquer de vós que não dá de mão a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo. (Lucas, XIV: 25-27, 33).

2 – O que ama o pai ou a mãe, mais do que a mim, não é digno de mim; e o que ama o filho ou a filha, mais do que a mim, não é digno de mim. (Mateus, X: 37).

3 – Certas palavras, aliás muito raras, contrastam de maneira tão estranha com a linguagem do Cristo, que instintivamente repelimos o seu sentido literal, e a sublimidade da sua doutrina nada sofre com isso. Escritas depois da sua morte, desde que nenhum evangelho foi escrito durante a sua vida, podemos supor que, nesses casos, o fundo do seu pensamento não foi bem traduzido, ou ainda, o que não é menos provável, que o sentido primitivo tenha sofrido alguma alteração, ao passar de uma língua para outra. Basta que um erro tenha sido cometido uma vez, para que os copistas o reproduzissem, como se vê com freqüência nos fatos históricos.

A palavra odiar, nesta frase de Lucas: “Se alguém vem a mim, e não odeia a seu pai e sua mãe”, está nesse caso. Ninguém teria a idéia de atribuí-la a Jesus. Seria, pois, inútil discuti-la ou tentar justificá-la. Primeiro, seria necessário saber se ele a pronunciou, e, em caso afirmativo, se na língua em que ele se exprimia essa palavra tinha o mesmo sentido que na nossa. Nesta passagem de João: “Aquele que odeia a sua vida neste mundo a conserva para a vida eterna”, é evidente que ela não exprime a idéia que lhe atribuímos.(1) .

A língua hebraica não era rica, e muitas das suas palavras tinham diversos significados. É o que acontece, por exemplo, com aquela que, no Gênese, designa as frases da criação e servia ao mesmo tempo para exprimir um período de tempo qualquer e o período diurno. Disso resultou, mais tarde, a sua tradução pela palavra dia, e a crença de que o mundo fora feito em seis dias. O mesmo acontece com a palavra que designa um camelo e um cabo, porque os cabos eram feitos de pelos de camelo, e que foi traduzida por camelo, na alegoria da agulha. (Ver cap. XVI, nº 2)(2)



É necessário ainda considerar os costumes e as características dos povos que influem na natureza particular das línguas. Sem esse conhecimento, o sentido verdadeiro de certas palavras nos escapa. De uma língua para outra, a mesma palavra tem um sentido mais enérgico ou menos enérgico. Pode ser, numa língua, uma injúria ou uma blasfêmia, e nada significar, nesse sentido, em outra, conforme a idéia que exprima. Numa mesma língua as palavras mudam de significação com o passar dos séculos. É por isso que uma tradução rigorosamente literal nem sempre exprime perfeitamente o pensamento, e, para ser exata, faz-se por vezes necessário empregar, não os termos correspondentes, mas outras equivalentes ou circunlóquios explicativos.

Estas observações aplicam-se especialmente à interpretação das santas Escrituras, e em particular aos Evangelhos. Se não levarmos em conta o meio em que Jesus vivia, ficamos sujeitos a enganos sobre o sentido de certas expressões e de certos fatos, em virtude do hábito de interpretarmos os outros de acordo com as nossas próprias condições. Assim, pois, é necessário não dar à palavra odiar (ou aborrecer) a acepção moderna, que é contrária ao espírito do ensinamento de Jesus. (Ver também o cap. XVI, nº 5 e segs.).




(1) No original francês, o verbo empregado é odiar, motivo porque o mantivemos no teto de Kardec. O texto evangélico acima reproduzido não é tradução do francês, mas da nossa tradução clássica da Bíblia, de Figueiredo, que emprega o verbo aborrecer. (Nota do Tradutor).



(2) Non odit, em latim; Kai ou misei, em grego, não quer dizer odiar, mas amar menos. O que o verbo grego misein exprime, o verbo hebreu, que Jesus deve ter empregado, o exprime ainda melhor, pois não significa apenas odiar, mas também amar menos, não amar igual a outro. No dialeto siríaco, que dizem ter sido o mais usado por Jesus, essa significação é ainda mais acentuada. É nesse sentido que ele é empregado no Gênese (XXIX: 30-31). “E Jacó amou também a Raquel, mais que a Lia, e Jeová, vendo que Lia era odiada…” É evidente que o verdadeiro sentido neste passo é: menos amada, e é assim que se deve traduzir. Em muitas outras passagens hebraicas, e sobretudo siríacas, o mesmo Raquel, mais que a Lia, e Jeová, vendo que Lia era odiada…” É evidente que o verdadeiro sentido neste passo é: menos amada, e é assim que se deve traduzir. Em muitas outras passagens hebraicas, e sobretudo siríacas, o mesmo verbo é empregado no sentido de : não amar tanto quanto a outro, e seria um contra-senso traduzi-lo por odiar,que tem outra acepção bem determinada. O texto de São Mateus resolve, aliás, toda a dificuldade. ( Nota de M. Pezzani).


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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

terça-feira, 4 de setembro de 2018

CHICO, VOCÊ JÁ CHOROU?


-Chico, você já chorou?

- Sim, meu filho, muito. Vou-lhe contar uma história em que muito chorei. Durante anos, visitamos uma amiga que havia se tornado paralítica e muda, levando em cada visita um pacote de biscoitos, um pedaço de bolo ou um doce qualquer. Quando já havíamos completado seis anos de visitas, lhe disse:

- Valéria, hoje estou com a impressão de que você pode falar. Fale, Valéria. Diga pelo menos "Jesus".

Ela olhou-me demoradamente. Os olhos, límpidos como um céu sem nuvens. Fez um esforço muito grande, mas não consegui falar.

Após a prece, voltei a insistir:

- Valéria, Jesus andou no mundo, curou tanta gente, tantos iam buscá-Lo nas estradas, ou na casa onde ele permanecia e pediam-Lhe a graça da melhora ou da cura e foram curados. Imagine-se caminhando ao encontro de Jesus, embora você não ande há tantos anos. Imagine-se olhando-O e dizendo "Jesus". Fale "Jesus", Valéria. Ela fez novamente um grande esforço, olhou-me demoradamente. Por fim, consegui dizer:

-"JESUSO".

Fiquei muito emocionado e as lágrimas me vieram aos olhos.
Pedi a alguém que chamasse a sua irmã.

- Valéria, minha filha, fale para sua irmã. Há muitos anos que ela não ouve o som de sua voz. Fale outra vez "Jesus".

Ela nos olhou demoradamente. Fez novamente um esforço enorme e repetiu: "JESUSO".

Quando nos retiramos, estávamos todos contentes e achávamos que, com o tempo, Valéria iria conseguir pronunciar algumas palavras.

Na semana seguinte, porém, ela desencarnou.

Alguns anos mais tarde, começou a aparecer-me uma entidade na forma de uma senhora muito bonita. Quando chegava, todo o meu quarto ficava iluminado. Procedia então à transmissão do passe na região do tórax, mais propriamente sobre o coração. E assim procedeu por um mês, aproximadamente.

Foi nessa época que tive o primeiro enfarte. 

Mais tarde, recuperado, graças à Misericórdia Divina, no período em que fiquei vinte dias mais ou menos imóvel, a entidade apareceu-me novamente. Então lhe disse:

- Ah! minha irmã, agora compreendo porque você me dava passes no coração. Estava fortalecendo-me para resisitir ao enfarte que viria, não é mesmo?
Acenou-me afirmativamente com a cabeça.

-Olhe, quero que me dê seu nome para eu orar por você. Estou-lhe muito grato pela carinhosa assistência.

- Chico, somos tão amigos que não vou lhe dar meu nome. Vou dizer uma palavra e você vai se lembrar de mim.

- Será, minha irmã?

- Tenho certeza, Chico.

- Então diz.

- "JESUSO"

- Ah! Valéria, era você então. ..Como você está bonita...eu não mereço a sua visita.

- Sim, eu mesma. Vim lembrar os nossos sábados em que orávamos tanto. Lembro-me com emoção da última palavra que pronunciei e vim trazer-lhe confiança em Jesus. O nome de Jesus tem muita força, Chico.

- Então, ela colocou a mão sobre o meu peito e a dor desapareceu.
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(Livro Chico, de Francisco - Adelino da Silveira) 


 


MENSAGEM DO ESE:
III – Trabalhadores do Senhor


ESPÍRITO DE VERDADE
Paris, 1862

5 – Chegastes no tempo em que se cumprirão as profecias referentes à transformação da Humanidade. Felizes serão os que tiverem trabalhado o campo do Senhor com desinteresse, e movidos apenas pela caridade! Suas jornadas de trabalho serão pagas ao cêntuplo do que tenham esperado. Felizes serão os que houverem dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos, e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, na sua vinda, encontre a obra acabada”, porque a esses o Senhor dirá: Vinde a mim, vós que sois os bons servidores, vós que soubestes calar os vossos melindres e as vossas discórdias, para que a obra não sofresse!” .

Mas infelizes os que, por suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, porque a tempestade chegará e eles serão levados no turbilhão! Nessa hora clamarão: “Graça! Graça!” Mas o Senhor lhes dirá: “Por que pedis graça, se não tivestes piedade de vossos irmãos, se vos recusastes a lhes estender as mãos, e se esmagastes o fraco em vez de o socorrer? Por que pedis graça, se procurastes a recompensa nos prazeres da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebeste a vossa recompensa, de acordo com a vossa vontade. Nada mais tendes a pedir. As recompensas celestes são para aqueles que não houverem pedido recompensas da Terra”.

Deus faz, neste momento, a enumeração dos seus servidores fiéis. E já marcou pelo seu dedo os que só têm a aparência do devotamento, para que não usurpem o salário dos servidores corajosos. Porque é a esses, que não recuaram diante de sua tarefa, que vai confiar os postos mais difíceis, na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. E estas palavras se cumprirão: “Os primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros no Reino dos Céus!”.

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A cura da depressão



Uma mulher que trabalhava num banco havia muitos anos, caiu em desespero. 

Estava tão depressiva que poderia ter um esgotamento nervoso.

Seu médico, buscando um diagnóstico, lhe perguntou :

- Como se chama a jovem que trabalha ao seu lado no banco?

- Cíntia, respondeu ela, sem entender.

- Cíntia do quê?

- Eu não sei.

- Sabe onde ela mora?

- Não.

- O que ela faz?

- Também não sei.

O médico entendeu que o egoísmo estava roubando a alegria daquela pobre mulher.

- Posso ajudá-la, mas você tem que prometer que fará o que eu lhe pedir.

- Farei qualquer coisa! Afirmou ela.

- Em primeiro lugar, faça amizade com Cíntia.

Convide-a para jantar em sua casa.

Descubra o que ela está almejando na vida, e faça alguma coisa para ajudá-la.

- Em segundo lugar, faça amizade com seu jornaleiro e a família dele, e veja se pode fazer alguma coisa para ajudá-los.

- Em terceiro, faça amizade com o zelador de seu prédio e descubra qual é o sonho da vida dele.

- Em dois meses, volte para me ver.

Ao fim de dois meses, ela não voltou, mas escreveu uma carta sem sinal de melancolia ou tristeza.

Era só alegria!

Havia ajudado Cíntia a passar no vestibular.

Ajudou a cuidar de uma filha doente do jornaleiro.

Ensinou o zelador a ler e escrever, pois era analfabeto..

"Nunca imaginei que pudesse sentir alegria desta maneira!", escreveu ela. 

Os que vivem apenas para si mesmos, nunca encontrarão a paz e a alegria, pois somos chamados por Deus para ser bênção na vida dos outros. 

Conhecia este segredo?

Pense nisso... 

"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." (Marcos 12:30-31).
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Desconhecemos o autor 

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MENSAGEM DO ESE:
O Suicídio e a Loucura

14 – A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio. Com efeito, a maior parte dos casos de loucura são provocados pelas vicissitudes que o homem não tem forças de suportar. Se, portanto, graças à maneira por que o Espiritismo o faz encarar as coisas mundanas, ele recebe com indiferença, e até mesmo com alegria, os revezes e as decepções que em outras circunstâncias o levariam ao desespero, é evidente que essa força, que o eleva acima dos acontecimentos, preserva a sua razão dos abalos que o poderiam perturbar.

15 – O mesmo se dá com o suicídio. Se excetuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucura, e que podemos chamar de inconscientes, é certo que, sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento. Ora, aquele que está certo de ser infeliz apenas um dia, e de se encontrar melhor nos dias seguintes, facilmente adquire paciência. Ele só se desespera se não ver um termo para os seus sofrimentos. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas aquele que não crê na eternidade, que pensa tudo acabar com a vida, que se deixa abater pelo desgosto e o infortúnio, só vê na morte o fim dos seus pesares. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio.

16 – A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral. Quando vemos, pois, homens de ciência, que se apóiam na autoridade do seu saber, esforçarem-se para provar aos seus ouvintes ou aos seus leitores, que eles nada têm a esperar depois da morte, não o vemos tentando convencê-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? Que poderiam dizer para afastá-los dessa idéia? Que compensação poderão oferecer-lhes? Que esperanças poderão propor-lhes? Nada além do nada! De onde é forçoso concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva possível, mais vale atirar-se logo a ele, do que deixar para mais tarde, aumentando assim o sofrimento.

A propagação das idéias materialistas é, portanto, o veneno que inocula em muitos a idéia do suicídio, e os que se fazem seus apóstolos assumem uma terrível responsabilidade. Com o Espiritismo, a dúvida não sendo mais permitida, modifica-se a visão da vida. O crente sabe que a vida se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições inteiramente novas. Daí a paciência e a resignação, que muito naturalmente afastam a idéia do suicídio. Daí, numa palavra, a coragem moral.

17 – O Espiritismo tem ainda, a esse respeito, outro resultado igualmente positivo, e talvez mais decisivo. Ele nos mostra os próprios suicidas revelando a sua situação infeliz, e prova que ninguém pode violar impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar a sua vida. Entre os suicidas, o sofrimento temporário, em lugar do eterno, nem por isso é menos terrível, e sua natureza dá o que pensar a quem quer que seja tentado a deixar este mundo antes da ordem de Deus. O espírita tem, portanto, para opor à idéia do suicídio, muitas razões: a certeza de uma vida futura, na qual ele sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais resignado tiver sido na Terra; a certeza de que, abreviando sua vida, chega a um resultado inteiramente contrário ao que esperava; que foge de um mal para cair noutro ainda pior, mais demorado e mais terrível; que se engana ao pensar que, ao se matar, irá mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo à reunião, no outro mundo, com as pessoas de sua afeição, que lá espera encontrar. De tudo isso resulta que o suicídio, só lhe oferecendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso, o número de suicídios que o Espiritismo impede é considerável, e podemos concluir que, quando todos forem espíritas, não haverá mais suicídios conscientes. Comparando, pois, os resultados das doutrinas materialistas e espírita, sob o ponto de vista do suicídio, vemos que a lógica de uma conduz a ele, enquanto a lógica de outra o evita, o que é confirmado pela experiência. 
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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

domingo, 2 de setembro de 2018

Remédio salutar


“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros para que sareis.”
 — (Tiago 5.16)

  A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição; entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto.

  A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser.   Não nos reportando à imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas, referimo-nos tão somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração.

  Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio?

  Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulnerável. Um experimentar-lhe-á os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue.

  Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental.

  O grande apóstolo do Cristianismo nascente foi médico sábio, quando aconselhou a aproximação recíproca e a assistência mútua como remédios salutares.   O ofensor que revela as próprias culpas, ante o ofendido, lança fora detritos psíquicos, aliviando o plano interno;   quando oramos uns pelos outros, nossas mentes se unem, no círculo da intercessão espiritual, e,   embora não se verifique o registro imediato em nossa consciência comum, há conversações silenciosas pelo “sem-fio” do pensamento.

  A cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo necessário, e quem deseje melhoras positivas, na senda de elevação, aplique o conselho de Tiago; nele, possuímos remédio salutar para que saremos na qualidade de enfermos encarnados ou desencarnados.

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Emmanuel 
Chico Xavier 



MENSAGEM DO ESE:
I – O Orgulho e a Humildade


LACORDAIRE
Constantina, 1863

11 – Que a paz do senhor esteja convosco, meus queridos amigos! Venho até vós para encorajar-vos a seguir o bom caminho.

Aos pobres de Espíritos que outrora viveram na Terra, Deus concede a missão de vir esclarecer-vos. Bendito seja pela graça que nos dá, de podermos ajudar o vosso adiantamento. Que o Espírito Santo me ilumine, me ajude a tornar compreensível a minha palavra, e me conceda a graça de pô-la ao alcance de todos. Todos vós, encarnados, que estais sob a pena e procurais a luz, que à vontade de Deus venha em minha ajuda, para fazê-la brilhar aos vossos olhos!

A humildade é uma virtude bem esquecida, entre vós. Os grandes exemplos que vos foram dados são tão poucos seguidos. E, no entanto, sem humildade, podeis ser caridosos para o vosso próximo? Oh!, não, porque esse sentimento nivela os homens, mostra-lhes que são irmãos, que devem ajudar-se mutuamente, e os encaminha ao bem. Sem a humildade, enfeitai-vos de virtudes que não possuis, como se vestísseis um hábito para ocultar as deformidades do corpo. Lembrai-vos daquele que nos salva; lembrai-vos da sua humildade, que o fez tão grande e o elevou acima de todos os profetas.

O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometeu o Reino dos Céus aos mais pobres, foi porque os grandes da Terra imaginavam que os títulos e as riquezas eram a recompensa de seus méritos, e que a sua essência era mais pura que a do pobre. Acreditavam que essas coisas lhes eram devidas, e por isso, quando Deus as retira, acusam-no de injustiça. Oh, irrisão e cegueira! Deus, acaso, estabeleceu entre vós alguma distinção pelos corpos? O invólucro do pobre não é o mesmo do rico? O Criador fez duas espécies de homens? Tudo quanto Deus fez é grande e sábio. Não lhe atribuais as idéias concebidas por vossos cérebros orgulhosos.

Oh!, rico! Enquanto dormes em teus aposentos suntuosos, ao abrigo do frio, não sabes quantos milhares de irmãos, iguais a ti, jazem na miséria? O desgraçado faminto não é teu igual? Bem sei que o teu orgulho se revolta com estas palavras. Concordarás em lhe dar uma esmola; nunca, porém, em lhe apertar fraternalmente a mão. Que! exclamarás: Eu, nascido de sangue nobre, um dos grandes da Terra, ser igual a esse miserável estropiado? Vã utopia de pretensos filósofos! Se fôssemos iguais, porque Deus o teria colocado tão baixo e a mim tão alto? É verdade que vossas roupas não são nada iguais, mas, se vos despirdes a ambos, qual a diferença que então haverá entre vós? A nobreza do sangue, dirás. Mas a química não encontrou diferenças entre o sangue do nobre e do plebeu, entre o do senhor e o do escravo. Quem te diz que também não foste miserável como ele? Que não pediste esmolas? Que não a pedirás um dia a esse mesmo que hoje desprezas? As riquezas são por acaso eternas? Não acabam com o corpo, invólucro perecível do Espírito? Oh, debruça-te humildemente sobre ti mesmo! Lança enfim os olhos sobre a realidade das coisas desse mundo, sobre o que constitui a grandeza e a humilhação no outro; pensa que a morte não te poupará mais do que aos outros; que os teus títulos não te preservarão dela; que te pode ferir amanhã, hoje, dentro de uma hora; e se ainda te sepultas no teu orgulho, oh! Então, eu te lamento, porque serás digno de piedade!

Orgulhosos! Que fostes, antes de serdes nobres e poderosos? Talvez mais humildes que o último de vossos servos. Curvai, portanto, vossas frontes altivas, que Deus as pode rebaixar, no momento mesmo em que as elevais mais alto. Todos os homens são iguais na balança divina; somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. Todos os Espíritos são da mesma essência, e todos os corpos foram feitos da mesma massa. Vossos títulos e vossos nomes em nada a modificam; ficam no túmulo; não são eles que dão a felicidade prometida aos eleitos; a caridade e a humildade são os seus títulos de nobreza.

Pobre criatura! És mãe, e teus filhos sofrem. Estão com frio. Têm fome. Vais, curvada ao peso da tua cruz, humilhar-te para conseguir um pedaço de pão. Oh, eu me inclino diante de ti! Como és nobre, santa e grande aos meus olhos! Espera e ora: a felicidade ainda não é deste mundo. Aos pobres oprimidos, que nele confiam, Deus concede o Reino dos Céus.

E tu, que és moça, pobre filha devotada ao trabalho, entregue às privações, por que esses tristes pensamentos? Por que chorar? Que teus olhos se voltem, piedosos e serenos, para Deus: às aves do céu ele dá o alimento. Confia nele, que não te abandonará. O ruído das festas, dos prazeres mundanos, te faz bater o coração. Querias também enfeitar de flores a fronte e misturar-te aos felizes da Terra, dizes que poderias, como as mulheres que vês passar, estouvadas e alegres, ser rica também. Oh, cala-te, filha! Se soubesses quantas lágrimas e dores sem conta se ocultam sob esses vestidos bordados, quantos suspiros se asfixiam sob o ruído dessa orquestra feliz, preferirias teu humilde retiro e tua pobreza. Conserva-te pura aos olhos de Deus, se não queres que o teu anjo da guarda volte para Ele, escondendo o rosto sob as asas brancas, e te deixe com os teus remorsos, sem guia, sem apoio, neste mundo em que estarias perdida, esperando a punição no outro. E todos vós que sofreis as injustiças dos homens, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos, lembrando que vós mesmos não estais sem manchas: isso é caridade, mas é também humildade. Se suportais calúnias, curvai a fronte diante da prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se vossa conduta é pura, Deus não pode vos recompensar? Suportar corajosamente as humilhações dos homens, é ser humilde e reconhecer que só Deus é grande e todo-poderoso.

Oh!, meu Deus, será preciso que o Cristo volte novamente a Terra, para ensinar aos homens as tuas leis, que eles esquecem? Deverá ele ainda expulsar os vendilhões do templo, que maculam tua casa, esse recinto de orações? E, quem sabe?, oh, homens, se Deus vos concedesse essa graça, se não o renegaríeis de novo, como outrora? Se não o acusaríeis de blasfemo, por vir abater o orgulho dos fariseus modernos? Talvez, mesmo, se não o faríeis seguir de novo o caminho do Gólgota?

Quando Moisés subiu ao Monte Sinai, para receber os mandamentos da Lei de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o verdadeiro Deus. Homens e mulheres entregaram seu ouro, para a fabricação de um ídolo que abandonaram. Homens civilizados fazeis, entretanto, como eles. O Cristo vos deixou a sua doutrina, vos deu o exemplo de todas as virtudes, mas abandonastes exemplos e preceitos. Cada um de vós, carregando as suas paixões, fabricou um deus de acordo com a sua vontade: para uns terrível e sanguinário; para outros, indiferente aos interesses do mundo. O deus que fizestes é ainda o bezerro de ouro, que cada qual apropria aos seus gostos e às suas idéias.

Despertai, meus irmãos, meus amigos! Que a voz dos Espíritos vos toque o coração. Sede generosos e caridosos, sem ostentação. Quer dizer: fazei o bem com humildade. Que cada um vá demolindo aos poucos os altares elevados ao orgulho. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos, e atingireis o reino da verdade. Não duvideis mais da bondade de Deus, agora que Ele vos envia tantas provas. Viemos preparar o caminho para o cumprimento das profecias. Quando o Senhor vos der uma manifestação mais esplendente da sua clemência, que o enviado celeste vos encontre reunidos numa grande família; que os vossos corações, brandos e humildes, sejam dignos de receber a palavra divina que Ele vos trará; que o eleito não encontre em seu caminho senão as palmas dispostas pelo vosso retorno ao bem, à caridade, à fraternidade; e então o vosso mundo se tornará um paraíso terreno. Mas se permanecerdes insensíveis à voz dos Espíritos, enviados para purificar e renovar as vossas sociedades civilizadas, ricas em conhecimentos e não obstante tão pobre de bons sentimentos, ah! nada mais nos restarás do que chorar e gemer pela vossa sorte. Mas, não, assim não acontecerá. Voltai-vos para Deus, vosso pai, e então nós todos, que trabalhamos para o cumprimento da sua vontade, entoaremos o cântico de agradecimento ao Senhor, por sua inesgotável bondade, e para o glorificar por todos os séculos. Assim seja.



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ADOLFO

Bispo de Alger, Marmande, 1862



12 – Homens, por que lamentais as calamidades que vós mesmos amontoastes sobre a vossa cabeça? Desprezastes a santa e divina moral do Cristo; não vos admireis de que a taça da iniqüidade tenha transbordado por toda parte.

O mal-estar se torna geral. A quem se deve, senão a vós mesmos, que incessantemente procurais aniquilar-vos uns aos outros? Não podeis ser felizes, sem mútua benevolência, e como poderá esta existir juntamente com o orgulho? O orgulho, eis a fonte de todos os vossos males. Dedicai-vos, pois, à tarefa de destruí-lo, se não quiserdes perpetuar as suas funestas conseqüências. Um só meio tendes para isso, mas infalível: tomai a lei do Cristo por regra invariável de vossa conduta, essa lei que haveis rejeitado ou falseado na sua interpretação.

Por que tendes em tão grande estima o que brilha e encanta os vossos olhos, em lugar do que vos toca o coração? Por que o vício que se desenvolve na opulência é o objeto da vossa reverência, enquanto só tendes um olhar de desdém para o verdadeiro mérito, que se oculta na obscuridade? Que um rico libertino, perdido de corpo e alma, se apresente em qualquer lugar, e todas as portas lhe são abertas, todas as honras lhe são dispensadas, enquanto dificilmente se concede um gesto de proteção ao homem de bem que vive do seu trabalho. Quando a consideração que se dispensa às pessoas é medida pelo peso do ouro que elas possuem, ou pelo nome que trazem, que interesse podem ter elas em se corrigem de seu defeito?

Bem diferente seria, entretanto, se o vício doirado fosse fustigado pela opinião pública, como o é o vício andrajoso. Mas o orgulho é indulgente para tudo quanto o agrada. Século de concupiscência e de dinheiro, dizeis vós. Sem dúvida; mas por que deixastes as necessidades materiais se sobreporem ao bom-senso e à razão? Por que cada qual deseja se elevar sobre o seu irmão? Agora, a sociedade sofre as conseqüências.

Não esqueçais que um tal estado de coisa é sempre o sinal da decadência moral. Quando o orgulho atinge o seu extremo, é indício de uma próxima queda, pois Deus pune sempre os soberbos. Se às vezes os deixa subir, é para lhes dar tempo de refletir e de emendar-se, sob os golpes que, de tempos a tempos, desfere no seu orgulho como advertência. Entretanto, em vez de se humilharem, eles se revoltam. Então, quando a medida está cheia. Ele a vira de repente, e a queda é tanto mais terrível, quanto mais alto tiverem se elevado.

Pobre raça humana, cujos caminhos foram todos corrompidos pelo egoísmo, reanimai-te, apesar disso! Na sua infinita misericórdia, Deus envia um poderoso remédio aos teus males, um socorro inesperado à tua aflição. Abre os olhos à luz: eis que as almas dos que se foram estão de volta, para te recordar os verdadeiros deveres. Elas te dirão, com a autoridade da experiência, quanto às vaidades e as grandezas da vossa passageira existência são pequeninas, diante da eternidade. Dirão deste mundo; que nesta, será maior o que foi menor entre os pequenos deste mundo; que o que mais amou os seus irmãos será o mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da autoridade, serão obrigados a obedecer aos seus servos; que a caridade e a humildade, enfim, essas duas irmãs que se dão às mãos, são os títulos mais eficazes para obter-se a graça diante do Eterno.

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO