sábado, 10 de julho de 2021

Ignorância


Não imagines que, por mais que resplandeça, a luz da Verdade possa vir a ser aceita por todos.

Há quem estime permanecer nas sombras.

Espíritos com a mente cristalizada em certos pensamentos, deles, não se libertarão com facilidade.

Na contemplação da paisagem, muito difícil a mudança de ângulo visual para a maioria.

A faculdade de discernir não é conquista de todos.

A mágoa é uma pedra muito pesada para que, de súbito, possa ser arredada do coração de quem a carrega.

Existem espíritos que, por orgulho, sustentam teorias errôneas por séculos.

Na luta dos interesses, há quem, não podendo ganhar, não concorde em perder.

É impressionante o poder de transfiguração do ressentimento no espírito que não saber perdoar, ou reconsiderar pontos de vista.

Mudança, assim, é para espírito de têmpera superior aos demais.

Exige coragem para fazer morrer o homem velho...

Humildade na aceitação do novo...

Determinação para romper com o passado...

A rigor, toda mudança acontece apenas para melhor, pois quem, aparentemente, muda para pior, simplesmente retoma o estado em que se compraz.

Nesta hora de transição, os convites à mudança essencial estão chegando a todos, no mundo inteiro – antes da Grande Mudança, todos estão sendo “chamados” a mudar, para que, para onde se encaminhem, não se lhes prolongue a situação de ignorância na qual, desde muito, se encontram.
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Livro: Hora de Transição
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
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MENSAGEM DO ESE:

Retribuir o mal com o bem

Aprendestes que foi dito: “Amareis o vosso próximo e odiareis os vossos inimigos.” Eu, porém, vos digo: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. — Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Não procedem assim também os publicanos? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com isso fazeis mais do que os outros? Não fazem outro tanto os pagãos?” (S. MATEUS, cap. V, vv. 43 a 47.)
— “Digo-vos que, se a vossa justiça não for mais abundante que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.”(S. MATEUS, cap. V, v. 20.)

“Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos reconhecerá, uma vez que as pessoas de má vida também amam os que os amam? — Se o bem somente o fizerdes aos que vo-lo fazem, que mérito se vos reconhecerá, dado que o mesmo faz a gente de má vida? — Se só emprestardes àqueles de quem possais esperar o mesmo favor, que mérito se vos reconhecerá, quando as pessoas de má vida se entreajudam dessa maneira, para auferir a mesma vantagem? Pelo que vos toca, amai os vossos inimigos, fazei bem a todos e auxiliai sem esperar coisa alguma. Então, muito grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom para os ingratos e até para os maus. — Sede, pois, cheios de misericórdia, como cheio de misericórdia é o vosso Deus.” (S. LUCAS, cap. VI, vv. 32 a 36.)

Se o amor do próximo constitui o princípio da caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse princípio, porquanto a posse de tal virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o orgulho.

Entretanto, há geralmente equívoco no tocante ao sentido da palavra amar, neste passo. Não pretendeu Jesus, assim falando, que cada um de nós tenha para com o seu inimigo a ternura que dispensa a um irmão ou amigo. A ternura pressupõe confiança; ora, ninguém pode depositar confiança numa pessoa, sabendo que esta lhe quer mal; ninguém pode ter para com ela expansões de amizade, sabendo-a capaz de abusar dessa atitude. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não pode haver essas manifestações de simpatia que existem entre as que comungam nas mesmas idéias. Enfim, ninguém pode sentir, em estar com um inimigo, prazer igual ao que sente na companhia de um amigo.

A diversidade na maneira de sentir, nessas duas circunstâncias diferentes, resulta mesmo de uma lei física: a da assimilação e da repulsão dos fluidos. O pensamento malévolo determina uma corrente fluídica que impressiona penosamente. O pensamento benévolo nos envolve num agradável eflúvio. Daí a diferença das sensações que se experimenta à aproximação de um amigo ou de um inimigo. Amar os inimigos não pode, pois, significar que não se deva estabelecer diferença alguma entre eles e os amigos. Se este preceito parece de difícil prática, impossível mesmo, é apenas por entender-se falsamente que ele manda se dê no coração, assim ao amigo, como ao inimigo, o mesmo lugar. Uma vez que a pobreza da linguagem humana obriga a que nos sirvamos do mesmo termo para exprimir matizes diversos de um sentimento, à razão cabe estabelecer as diferenças, conforme aos casos.

Amar os inimigos não é, portanto, ter-lhes uma afeição que não está na natureza, visto que o contacto de um inimigo nos faz bater o coração de modo muito diverso do seu bater, ao contacto de um amigo. Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo a reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que lhes advenha; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa prejudicar; é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar. 

Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.
Amar os inimigos é, para o incrédulo, um contra-senso. Aquele para quem a vida presente é tudo, vê no seu inimigo um ser nocivo, que lhe perturba o repouso e do qual unicamente a morte, pensa ele, o pode livrar. Daí, o desejo de vingar-se. Nenhum interesse tem em perdoar, senão para satisfazer o seu orgulho perante o mundo. Em certos casos, perdoar-lhe parece mesmo uma fraqueza indigna de si. Se não se vingar, nem por isso deixará de conservar rancor e secreto desejo de mal para o outro.

Para o crente e, sobretudo, para o espírita, muito diversa é a maneira de ver, porque suas vistas se lançam sobre o passado e sobre o futuro, entre os quais a vida atual não passa de um simples ponto. Sabe ele que, pela mesma destinação da Terra, deve esperar topar aí com homens maus e perversos; que as maldades com que se defronta fazem parte das provas que lhe cumpre suportar e o elevado ponto de vista em que se coloca lhe torna menos amargas as vicissitudes, quer advenham dos homens, quer das coisas. Se não se queixa das provas, tampouco deve queixar-se dos que lhe servem de instrumento.

Se, em vez de se queixar, agradece a Deus o experimentá-lo, deve também agradecer a mão que lhe dá ensejo de demonstrar a sua paciência e a sua resignação. Esta idéia o dispõe naturalmente ao perdão. Sente, além disso, que quanto mais generoso for, tanto mais se engrandece aos seus próprios olhos e se põe fora do alcance dos dardos do seu inimigo.

O homem que no mundo ocupa elevada posição não se julga ofendido com os insultos daquele a quem considera seu inferior. O mesmo se dá com o que, no mundo moral, se eleva acima da humanidade material. Este compreende que o ódio e o rancor o aviltariam e rebaixariam. Ora, para ser superior ao seu adversário, preciso é que tenha a alma maior, mais nobre, mais generosa do que a desse último.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo) 

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A Resposta


O homem desesperado alcançou, um dia, a presença do Cristo e clamou:

- Senhor, que fazer para sair do labirinto da Terra? Tudo sombra...

Maldade e indiferença, angústia e aflição dominam as criaturas que, ao meu ver, se debatem num mar de trevas... Senhor, onde o caminho que me assegure a libertação?

Jesus afagou o infeliz e respondeu generosamente:

- Filho, ninguém te impede de acender a própria luz.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Sinais de Rumo

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Aprender e Recomeçar


Dizes que não tens condição para as obras da fé porque erraste.

Erraste e sofreste.

Sofreste e temes a crítica.

É possível que ainda lutes contigo mesmo.

Entretanto, não recuses o convite do Bem que te chama a servir.

Esquece-te e caminha.

O trabalho em auxílio aos outros te fará profunda e bela renovação.

A bênção do Senhor te sustentará.

Se não crês no Amparo do Alto, observa a lição do Sol.

O astro do dia, vestido em luz pura e imensa, está sempre reiniciando o próprio trabalho, em cada hemisfério da Terra.

Pense nisso e aprende a recomeçar.
🌷🌾🌷
Emmanuel
Chico Xavier
Livro: Tempo e Nós
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MENSAGEM DO ESE:

Necessidade da caridade, segundo S. Paulo

Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; — ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse a fé possível, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. — E, quando houver distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.

A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; — não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.

Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.)

De tal modo compreendeu S. Paulo essa grande verdade, que disse: Quando mesmo eu tivesse a linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Dentre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade. Coloca assim, sem equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer crença particular.
Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só na beneficência, como também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XV, itens 6 e 7.) 

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quinta-feira, 8 de julho de 2021

FORTALECE-TE


Não acredites que, espiritualmente, te consigas fortalecer apenas através do conhecimento teórico da Verdade que buscas.

Somente por saber localizar o paradeiro da fonte, sem tomar a iniciativa de lhe sorver a linfa cristalina, ninguém consegue atender a própria sede.

Enquanto não for triturado e exposto a alta temperatura, o trigo não se transubstancia em pão que mata a fome.

Para que o conhecimento se te enraíze mais profundamente no espírito, busca transformar o que já sabes em ação.

Não te esqueças de que mais importante que doares o que tenhas entre as mãos é doares as tuas próprias mãos.

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Livro: Amai-vos Uns aos Outros
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo.
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MENSAGEM DO ESE:

A fé: mãe da esperança e da caridade

Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.


A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?


Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.


A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.


Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do um que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé.

— José, Espírito protetor. (Bordéus, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 11.)

🙏🌷🙏 

Uniões Enfermas


Se te encontras nas tarefas da união conjugal, recorda que ora a execução dos encargos em dupla é a garantia de tua própria sustentação.

Dois associados no condomínio da responsabilidade na mesma construção.

Dois companheiros compartilhando um só investimento.
*
Às vezes, depois dos votos de ternura e fidelidade, quando as promessas se encaminham para as realizações objetivas, os sócios de base da empresa familiar encontram obstáculos pela frente.

Um deles terá adoecido e falta no outro a tolerância necessária.

Surge a irritação e aparece o ressentimento.

Em outras ocasiões, o trabalho se amplia em casa e um deles foge à cooperação.

Surge o cansaço e aparece o desapreço.

Hoje - queixas.

Adiante - desatenções e lágrimas.

Amanhã - rixas.

Adiante ainda - amarguras e acusações recíprocas.

Se um dos responsáveis não se dispõe a compreender a validade do sacrifício, aceitando-o por medida de salvação do instituto doméstico, eis a união enferma ameaçando ruptura.
*
Nesse passo, costumam repontar do caminho laços e afinidades de existências do pretérito convidando esse ou aquele dos parceiros para uniões diferentes. E será indispensável muita abnegação para que os chefes da comunhão familiar não venham a desfazer, de todo, a união já enferma, partindo no rumo de novos ajustes afetivos.
*
Entende-se claro que o divórcio é lei humana que vem unicamente confirmar uma situação que já existe e que, se calamidades da alma pendem sobre a casa, não se dispõe de outra providência mais razoável para recomendar, além dessa. Entretanto, se te vês nos problemas da união enferma e, principalmente se tens crianças a proteger, tanto quanto se te faça possível, mantém o lar que edificaste com as melhores forças do espírito.

Realmente, os casamentos de amor jamais adoecem, mas nos enlaces de provação redentora, os cônjuges solicitaram, antes do berço terrestre, determinadas tarefas em regime de compromisso perante a Vida Infinita. E, ante a Vida Infinita convém lembrar sempre que os nossos débitos não precisam de resgate, a longo prazo, pela contabilidade dos séculos, desde que nos empenhemos a solve-los em tempo curto, pelo crediário da paciência, a serviço do amor.
🌷🙏🌷
Pelo Espírito Emmanuel
XAVIER, Francisco Cândido. Caminhos de Volta. Espíritos Diversos. GEEM.


quarta-feira, 7 de julho de 2021

Renovação


Os critérios humanos, limitados aos valores transitórios, têm catalogado a dor e o sofrimento como males a evitar.

É certo que a dor assinala doença no corpo, tanto quanto o sofrimento registra perturbações na alma.

Entretanto, se não fora a dor e o sofrimento, permaneceríamos imobilizados na estagnação.

Por isso, a hora difícil que vivemos agora é tempo de renovação.

Renovação de hábitos.

Renovação de atitudes.

Renovação de ideias.

Renovação de sentimentos.

Renovação de diretrizes.

Renovação é a palavra de ordem, concitando-nos à nossa melhoria íntima; caso contrário, a dor e o sofrimento serão sempre nossos companheiros.
🌷🌼🌷
por Pedro de Oliveira Mundim
Centro Espírita Discípulos de Jesus
Campo Grande (MS), 24 de janeiro de 1978
Livro: Eurípedes Comunica
Francisco Cândido Xavier.
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🌷🌼🌷 

MENSAGEM DO ESE:

Perdoai, para que Deus vos perdoe

Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (S. MATEUS, cap. V, v. 7.)
Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; — mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 14 e 15.)

Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. — Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?” — Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.” (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22).

A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir. Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda mansidão e caridade.

Ai daquele que diz: nunca perdoarei. Esse, se não for condenado pelos homens, sê-lo-á por Deus. Com que direito reclamaria ele o perdão de suas próprias faltas, se não perdoa as dos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz que cada um perdoe ao seu irmão, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma, grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto, que evita, com delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este último nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente: vede como sou generoso! Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não, não há aí generosidade; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. Em toda contenda, aquele que se mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza dalma granjeará sempre a simpatia das pessoas imparciais.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 1 a 4.)

🌷🌼🌷

Depressão


Dizes que sofres angústias
Até mesmo quando em casa,
Que a tua dor extravasa
Nas cinzas da depressão.
Que não suportas a vida,
Nem te desgarras do tédio,
O fantasma, em cujo assédio
Afirma que tudo é vão.


Perto da rua em que moras
Há uma viúva esquecida,
Guarda o avô quase sem vida
E três filhinhos no lar;
Doente, serve em hotel,
Trabalha na rouparia.
Busca o pão de cada dia,
Sem tempo para chorar.


Não longe triste mulher,
Num cubículo apertado,
Chora o esposo assassinado
Que era guarda de armazém...
Tem dois filhinhos de colo.
Por enquanto, ainda não sabe
O que deve fazer da existência.
Espera pela assistência
Dos que trabalham no bem.


Um paralítico cego,
Numa esteira de barbante,
Implora mais adiante
Quem lhe dê água a beber...
Ninguém atende... Ele grita,
Na penúria que o consome,
Tem sede e febre, tem fome,
Sobretudo quer morrer.


Depressão? Alma querida,
Se tens apenas tristeza,
Se te sentes indefesa,
Contra a mágoa e dissabor,
Sai de ti mesma e auxilia
Aos que mais sofrem na estrada.
A depressão é curada
Pelo trabalho do amor.
🌷🌼🌷
XAVIER, Francisco Cândido. Dádivas de Amor. Pelo Espírito Maria Dolores. IDEAL.

terça-feira, 6 de julho de 2021

No exame recíproco


"Consideremo-nos também uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras".
- Paulo. (Hebreus, 10:24).

Algumas vezes somos constrangidos a examinar as diretrizes dos nossos companheiros de experiência, nas horas em que se mostram em atitude menos edificante.

Vimos determinados amigos em lances perigosos do caminho, até ontem. E até ontem terão eles:

entrado em negócios escusos;

caído em lastimáveis enganos;

perpetrado delitos;

descido a precipícios de sombra;

causado prejuízo a outrem, lesando a si mesmos;

fugido a deveres respeitáveis;

desprezado valiosas oportunidades no erguimento do bem;

renegado a fé que lhes servia de âncora;

adotado companhias que lhes danificaram a existência;

abraçado a irresponsabilidade por norma de ação.

Momentos existem nos quais é impossível desconhecer as nossas falhas; entretanto, tenhamos a devida prudência de situar o mal no passado.
* * *
Teremos tido comportamento menos feliz até ontem.

Hoje, porém, é novo dia.

Auxiliemo-nos reciprocamente, acendendo a luz que nos dissipe a sombra. Padronizemos o sentimento em ponto alto, pensemos com a força abençoada do otimismo, falemos para o Bem e realizemos o melhor ao nosso alcance, no terreno da ação.

Recordemos o ensinamento do Apóstolo, considerando-nos uns aos outros, não em sentido negativo, e sim com a fraternidade operante, para que tenhamos o necessário estímulo à prática do amor puro, superando as nossas próprias fraquezas, em caminho para a Vida Maior.
🙏🌾🙏
Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Ceifa de Luz
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MENSAGEM DO ESE:

Dai a César o que é de César

Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras. — Mandaram então seus discípulos, em companhia dos herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo?
Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu:
Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendo-lhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta inscrição? — De César, responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 15 a 22. — S. MARCOS, cap. XII, vv. 13 a 17.)

A questão proposta a Jesus era motivada pela circunstância de que os judeus, abominando o tributo que os romanos lhes impunham, haviam feito do pagamento desse tributo uma questão religiosa.
Numeroso partido se fundara contra o imposto. O pagamento deste constituía, pois, entre eles, uma irritante questão de atualidade, sem o que nenhum senso teria a pergunta feita a Jesus: “É-nos lícito pagar ou deixar de pagar a César o tributo?” Havia nessa pergunta uma armadilha. Contavam os que a formularam poder, conforme a resposta, excitar contra ele a autoridade romana, ou os judeus dissidentes. Mas “Jesus, que lhes conhecia a malícia”, contornou a dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, com o dizer que a cada um seja dado o que lhe é devido.

Esta sentença: “Dai a César o que é de César”, não deve, entretanto, ser entendida de modo restritivo e absoluto. Como em todos os ensinos de Jesus, há nela um princípio geral, resumido sob forma prática e usual e deduzido de uma circunstância particular. Esse princípio é conseqüente daquele segundo o qual devemos proceder para com os outros como queiramos que os outros procedam para conosco. Ele condena todo prejuízo material e moral que se possa causar a outrem, toda postergação de seus interesses. Prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeitem os seus. Estende-se mesmo aos deveres contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, tanto quanto para com os indivíduos em geral.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, itens 5 a 7.)

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Conflitos domésticos


Não nos reportamos ao divórcio para te dizer que essa medida é impraticável.

Existem problemas tão profundos, nas resoluções de caráter extremamente particular, que só o entendimento entre a criatura e o Criador, através da reflexão e da prece, consegue resolver.

Todavia, se conflitos caseiros te atormentam a vida, faze o possível por salvar a nave doméstica de soçobro e perturbação.

*

Talvez a companheira te haja desconsiderado ou ferido... Provável que o companheiro te haja imposto agravo ou desapreço. Tudo terá começado num pequeno gesto de intolerância. A migalha de amargura imitou a bola de neve, convertendo-se em muralha de fel. Antes, porém, que a réstia de sombra se transforme em nevoeiro, compadece-te e procura compreender o outro coração que se te associa no lar.

Quem sabe se a intransigência, a infidelidade, a irritação ou a secura com que te defrontas serão frutos de tua própria frieza, menosprezo, violência ou ingratidão?

*

Pára e pensa.

Medita na ternura e no apoio que esperas receber em casa, a fim de que te não faltem forças na execução dos próprios deveres, no dia-a-dia. Perceberás que a indulgência e a bondade criam bondade e indulgência, onde surjam.

Mudemos a nós mesmos para melhor e aqueles que nos compartilham a estrada não se deterão insensíveis.

Planta de novo a alegria e o bem, para que obtenhas o bem e a alegria novamente.

*

Dá e receberás.

Ninguém se agrega com alguém, nas tarefas de burilamento e de amor, sem motivos justos. E nós que aprendemos a salvar o trigo e a batata, os campos e as fontes, saibamos preservar a nossa união também. Nesse sentido, entretanto, não exija dos outros a iniciativa para as realizações da harmonia e da segurança. Dá o primeiro passo e os outros te seguirão.
🙏🌾🙏
Pelo Espírito Emmanuel
XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, José Herculano. Chico Xavier Pede Licença. Espíritos Diversos. GEEM. Capítulo 13.

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Família Maior


A tua família maior é a Humanidade.

Não sejas indiferente ao que acontece além dos muros de tua casa.

O que sucede alhures com alguém que não conheces, de uma forma ou de outra repercute em tua vida.

Se desejas paz e segurança, esforça-te no sentido de promovê-las à tua volta.

Ignorar a infelicidade alheia é como não combater o incêndio que lavra no teu quintal, colocando em risco a tua integridade.

Através da solidariedade, o homem é chamado à universalização dos próprios sentimentos.

Assim, começa atendendo a quem te bata à porta e te estenda mãos suplicantes.

Se cada qual cumprir o dever para com o próximo mais próximo, o amor alcançará as regiões mais longínquas do Planeta.

Sem sair do lugar, a tua conduta traça os rumos da civilização.

Não olvides que, quando te queixas do mundo, manifestas insatisfação contigo mesmo.
🌷🌿🌷
Livro: Teu Lar
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier.
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MENSAGEM DO ESE:

Os tormentos voluntários

Vive o homem incessantemente em busca da felicidade, que também incessantemente lhe foge, porque felicidade sem mescla não se encontra na Terra. Entretanto, mau grado às vicissitudes que formam o cortejo inevitável da vida terrena, poderia ele, pelo menos, gozar de relativa felicidade, se não a procurasse nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes, isto é, nos gozos materiais em vez de a procurar nos gozos da alma, que são um prelibar dos gozos celestes, imperecíveis; em vez de procurar a paz do coração, única felicidade real neste mundo, ele se mostra ávido de tudo que o agitará e turbará, e, coisa singular! o homem, como que de intento, cria para si tormentos que está nas suas mãos evitar.
Haverá maiores do que os que derivam da inveja e do ciúme? Para o invejoso e o ciumento, não há repouso; estão perpetuamente febricitantes. O que não têm e os outros possuem lhes causa insônias. Dão-lhes vertigem os êxitos de seus rivais; toda a emulação, para eles, se resume em eclipsar os que lhes estão próximos, toda a alegria em excitar, nos que se lhes assemelham pela insensatez, a raiva do ciúme que os devora. Pobres insensatos, com efeito, que não imaginam sequer que, amanhã talvez, terão de largar todas essas frioleiras cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles, decerto, que se aplicam estas palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”, visto que as suas preocupações não são aquelas que têm no céu as compensações merecidas.

Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se olha para baixo de si e não para, cima, vê sempre criaturas que têm menos do que ele. É calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das tempestades da vida?

— Fénelon. (Lião, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 23.)

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Saudade


É natural a saudade pelos entes queridos que demandaram outros caminhos além da morte.

No entanto, essa saudade não pode ser convertida em doença, em inanição espiritual diante da luta que prossegue.

Converter a saudade em esperança no trabalho enobrecedor é a melhor maneira de se aprender a conviver com ela.

Quando não se transforma em desespero, saudade é manifestação de amor na constante lembrança daqueles que nos são incentivo à vida.

As lágrimas da saudade nunca devem ser as do desespero.

A saudade dos que amamos deve ser o nosso pão de cada dia no anseio de reencontrá-los…

Porém, para que nos seja alimento à esperança, a saudade carece de assemelhar-se em nós às rosas que desabrocham entre espinhos.

Invés de amargura no coração, que a saudade daqueles que partiram nos conduza ao serviço do bem, com base nos exemplos dignificantes que eles nos legaram.

Muitos espíritos se submetem ao sacrifício da desencarnação prematura no intuito de despertar os que amam no mundo para as realidades da Vida Imperecível.

A saudade excessiva é egoísmo enceguecedor, impedindo que o homem enxergue os que, à sua volta, permanecem na expectativa do seu carinho.

A saudade no coração que confia é feito o orvalho na corola da flor recendendo a perfume nas manhãs banhadas de Sol.
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli – do livro “Lições da Vida”).
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Defenda-se


Não converta seus ouvidos num paiol de boatos.

A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma.
*
Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.

As imagens que você corromper viverão corruptas na tela de sua mente.
*
Não faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.

Use-as na sementeira do bem.
*
Não menospreze suas faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.

Você responderá pelo que fizer delas.
*
Não condene sua imaginação às excitações permanentes.

Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.
*
Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.

Ensine-os a gozar o prazer de servir.
*
Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno.

A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo
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XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Cristã. Pelo Espírito André Luiz. FEB. Capítulo 41
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domingo, 4 de julho de 2021

Viver com Alegria


Saúda o dia nascente com alegria de viver aureolada pela gratidão a Deus.

Cada novo dia é abençoada oportunidade de crescimento espiritual e de iluminação interior.

Atravessar o rio dos problemas de uma para a outra margem, onde se encontram as formosas atividades de engrandecimento moral, é a tarefa inteligente da pessoa que anela pela conquista da felicidade.

Quando se abre a mente e o coração à alegria, é possível descobri-Ia em toda parte, bastando olhar-se para a Vida, e ei-la jubilosa...

Quando se adquire a consciência da responsabilidade, de imediato sente-se que se é livre, mas essa liberdade é sempre conquistada pela ação que se converte em bênção de amor.

Somente através do amor perfeito é que o ser humano pode considerar-se realmente livre de todas as amarras, mesmo que essa aquisição seja lograda, de alguma forma, através do sofrimento.

O sofrimento faz mal, no entanto, não é um mal, porque oferece os recursos valiosos para a aquisição do bem permanente.

Eis porque o trabalho de qualquer natureza deve ser realizado com o sentimento de amor, o que equivale a uma postura de liberdade em ação.

Quando o amor não está presente no sentimento, a alegria não se enfloresce, porque permanece sombreada pelas dúvidas e suspeitas, porquanto somente através do amor é que se adquire a perfeição, em face dos mecanismos de ação que movimenta.

Pessoas existem que afirmam não poderem amar porque não compreendem o seu próximo, tendo dificuldade em aceitá-lo conforme é. A questão, no entanto, é mais sutil, e deve ser formulada nos seguintes termos: porque não ama, torna-se difícil compreender, em razão dos caprichos egoísticos que dificultam a bondade em relação aos outros.

Quando o amor se instala, a alegria de viver esplende como resultado da própria alegria de ser consciente.

A alegria não é encontrada em mercados ou farmácias, mas nos recônditos do coração que sente e ama, favorecendo-lhe o surgimento como um contínuo amanhecer.

Basta que se lhe ausculte a intimidade, e ei-la triunfante sobre a noite das preocupações.

Em realidade, viver com alegria não impede a presença dos sofrimentos que fazem parte do processo da evolução. Pelo contrário, é exatamente por serem compreendidos como indispensáveis que proporcionam satisfações e bem-estar.

Sempre que possível expressa a tua alegria de viver.

* * *

Os sentimentos cultivados transformam-se em estímulos para as ações que se materializarão mais tarde.

Se permitires que a tristeza torne-se companheira frequente das tuas emoções, a melancolia em breve estará instalada nos teus sentimentos, tirando a beleza da existência.

Se te apoias à queixa contumaz, a tua será uma conduta amargurada, fazendo-te indisposto e desagradável.

Se optas pelo cultivo de ideais enobrecedores de qualquer natureza, o entusiasmo pela sua preservação fará dos teus dias um contínuo encantamento.

Se tens o hábito de encontrar sempre o melhor, quase invisível ou imperceptível, nos acontecimentos menos felizes, desfrutarás de esperança e de júbilos permanentes.

A existência física não é uma viagem miraculosa ao país da fantasia, mas uma experiência de evolução assinalada por processos de refazimento uns e outros de conquistas inevitáveis, que geram sofrimento porque têm a finalidade de desbastar os duros metais da ignorância e aquecer o inverno do primarismo...

É natural, pois, que a dor seja companheira do viajante carnal.

Quando jovem, tudo são expectativas, ansiedades, incertezas...

Quando na idade madura, a colheita de reflexos da juventude propicia, quase sempre, insatisfações e desencantos.

Quando na velhice, em face do desgaste, o aborrecimento pela perda da agilidade, da memória, da audição, da visão, da facilidade que era habitual, se manifesta...

Sempre haverá motivo para reclamação, porque cada dia tem a sua própria quota de aflição, que deve ser aceita com bonomia e naturalidade.

Com a alegria de viver instalada no imo, sempre haverá uma forma de encarar os acontecimentos, concedendo-lhe validade e dele retirando a melhor parte, como afirmou Jesus, aquela que não lhe será tirada, porque representa conquista inalienável para a mente e para o coração.

Adapta-te, desse modo, às ocorrências existenciais, alegrando-te por estares no corpo, fruindo a oportunidade de corrigir equívocos, de realizar novos tentames, de manter convivências saudáveis, de enriquecimento incessante...

A vida com alegria é, em si mesma, um hino de louvor a Deus.

Não te permitas, portanto, a convivência emocional com as manifestações negativas do caminho por onde transitas.

Observa as margens do teu caminho e rega-as, mesmo que seja com suor e lágrimas, a fim de que as sementes do Divino Amor que se encontram nelas sepultadas, germinem e transformem-se nas flores que adornarão a tua marcha ascensional.

Liberta-te, mesmo que te seja exigido um grande esforço, das heranças primárias, filhas da agressividade, do inconformismo, dos impositivos egoístas que te elegem como especial no mundo, e considera que fazes parte da grande família terrestre, sujeito como todos os demais às injunções dos mecanismos da evolução.

* * *

Alguém que cultiva a alegria de viver já possui um tesouro. Esparze-o onde te encontres e oferta-o a quem se te acerque, tornando mais belo o dia a dia de todos os seres com o sol do teu júbilo.

Se já encontraste Jesus, melhor razão tens para a alegria, porque envolto na Luz do mundo, nenhuma sombra te ameaça.

Serás, ao longo da vilegiatura carnal, o que te faças a cada instante, conforme o és, resultado do que te fizeste.

Alegra-te com a vida que desfrutas e agradece sempre a Deus a glória de saber e de amar para agir com acerto.
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Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 29 de maio de 2009, no G-19, em Zurique, Suíça.
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MENSAGEM DO ESE:

Proveito dos sofrimentos para outrem

– Os que aceitam resignados os sofrimentos, por submissão à vontade de Deus e tendo em vista a felicidade futura, não trabalham somente em seu próprio benefício? Poderão tornar seus sofrimentos proveitosos a outrem?

Podem esses sofrimentos ser de proveito para outrem, material e moralmente: materialmente se, pelo trabalho, pelas privações e pelos sacrifícios que tais criaturas se imponham, contribuem para o bem-estar material de seus semelhantes; moralmente, pelo exemplo que elas oferecem de sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode induzir os desgraçados à resignação e salvá-los do desespero e de suas conseqüências funestas para o futuro.

— São Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 31.)

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Problemas Pessoais



A fé viva não é patrimônio transferível. É conquista pessoal.
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A felicidade legítima não é mercadoria que se empresta. É realização íntima.
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A graça do Céu não desce a esmo. Tem que ser merecida.
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A melhor caridade não é a que se faz por substitutos. Cabe-nos executá-la por nós mesmos.
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A fortaleza moral não é produto de rogos alheios. Provém do nosso esforço na resistência para o bem.
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A esperança fiel não se nos fixa no coração através de simples contágio. É fruto de compreensão mais alta.
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O verdadeiro amor não nasce das sombras do desejo. É fonte cristalina e inexaurível do espírito eterno.
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O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.
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O paraíso jamais será adquirido pela sagacidade da compra. É atingível pela nossa boa-vontade em fugir ao purgatório ou ao inferno da própria consciência.
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A proteção da Esfera Superior é inegável para todos nós que ainda nos movimentamos na sombra. Ai de nós, todavia, se não procurarmos as bênçãos da luz!...
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XAVIER, Francisco Cândido. Agenda Cristã. Pelo Espírito André Luiz. FEB. Capítulo 43.