quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Frutos da Delinquência



O delinquente deve sempre ser considerado um Espírito enfermo, padecendo injunções alienantes que o levam ao delito.

Não obstante, cumpre à sociedade o dever de ensejar-lhe a reeducação e o tratamento, quando colhido nas malhas da Lei.

Afastá-lo do convívio social, trabalhando pela sua reabilitação, a fim de que se transforme em cidadão útil, que contribua para o progresso da Humanidade, tanto quanto para a própria evolução moral, é dever impostergável daqueles que pautam a vida pelos códigos de ética e de dignidade.

Evitar-se aplicar no infrator os mesmos processos violentos de que ele usa para alcançar os seus objetivos malsãos, constitui uma atitude de civilidade e cultura superiores.

Impedir-se a usança de técnica da agressividade ou da corrupção, ou os métodos da punição física, da coerção moral, da lavagem cerebral, significa utilização da Justiça que se propõe a soerguer o infeliz, embora implicitamente aplicando-lhe as penalidades que funcionam como terapia retificadora e edificante.

O delinquente nem sempre se origina dos sórdidos guetos e favelas, onde fermenta o caldo de cultura da desagregação da personalidade, locais de fomento ao crime em razão dos fatores sócio-morais e econômicos que constringem e alucinam os que ali se encontram, mas de muitas outras comunidades e lares dignamente constituídos.

Crimes repulsivos e hediondos, agressões revoltantes e homicídios dantescos, furtos e roubos acompanhados de estupros e lamentáveis perversidades, lutas físicas e chantagens impiedosas, lenocínios e viciações toxicômanas apresentam altas e alarmantes taxas de delinquência que oram assolam a Terra e dizimam multidões em desespero...

Diante, no entanto, de delinquentes de tal jaez, tenta o amor fraternal, revidando-lhes a impiedade com a onda positiva de que o amor se faz portador. 
No entanto, se o amor ainda não domina os teus sentimentos, a ponto de facultar-lhe a reação não-agressiva, unge-te de compaixão e a piedade diluirá a violência que te assoma, alcançando o infrator que te fere, apagando as marcas da mágoa que teimará por insculpir no teu íntimo o desejo de desforço.

Não são, porém delinquentes, somente aqueles que se armam de agressividade e, loucos, disseminam o medo, o crime brutal, aparvalhante.

Delinquem, também, os que exploram a ingenuidade dos jovens, arrojando-os nos antros da perdição; 
os que usurpam as parcas moedas do povo, no comércio escorchante de mercadorias de primeira necessidade; 
os profissionais liberais, que anestesiam a dignidade, falseando o juramento que fizeram de prometer servir e honrar o sacerdócio que abraçam, indiferentes, porém, aos problemas dos clientes, protelando suas soluções à custa de largas somas com que constroem sólidas fortunas, apesar de transitórias; 
os que espalham ondas de inquietação, urdindo tramas que aliciam outros partidários de emoção afetada;
 os que traem os afetos que lhes dedicam confiança e respeito; 
os maus administradores, que malversam os valores públicos e deles se utilizam a benefício próprio, dos seus êmulos e pares;
 os que conspiram, à socapa, contra as obras de benemerência e amor;
 e muitos, muitos outros que são arrolados como dignos de bom conceito e que, certamente, não cairão incursos nas legislações humanas, porque disfarçados de homens probos, bem aceitos e acatados...

Eles, todavia, sabem das próprias culpas, que dissimulam com habilidade.

A consciência despertará, por mais se demore em conivência com a má aplicação dos recursos da inteligência e da saúde de que se fazem dotados.

Não lograrão fugir de si mesmos, nem se liberarão dos conflitos que se lhes instalaram na alma.

Resguarda-te do contágio da delinquência, preservando os teus valores morais, mesmo que sejam de pequena monta;
 a tua posição social, embora não tenha realce público; 
a tua situação econômica, apesar de caracterizada pela pobreza;
 as tuas aspirações, mesmo que de pequeno porte, ligando-te em pensamento, ao compromisso do bem, que se irradia do Cristo, que programou para o homem e a Terra, em nome do Pai, a felicidade e a harmonia, através de métodos de dignificação, únicos, aliás, que compensam em profundidade e perenemente.

Os frutos da delinquência são a loucura de largo porte, o sofrimento sem conforto, o suicídio, a morte violenta, nefasta.

Vive, desse modo, as diretrizes do Evangelho e nunca te esqueças que, ao defrontares um delinquente, seja em qual circunstância for, será muito melhor ser-lhe a vítima do que seu algoz, conforme o próprio Mestre nos ensinou com o exemplo na Cruz.
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Joanna de Ângelis

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