Realmente, poucos são os que conseguem enxergar na dor uma "bênção que Deus envia aos seus eleitos"...
Os que interpretam a provação por socorro do Alto, a fim de que não se compliquem perante a Lei de Causa e Efeito...
Os que compreendem, em suas limitações de natureza física e inibições de caráter psicológico, proteção às avessas para que não agravem o próprio destino...
Os que logram ver em seus sonhos que se frustraram a melhor providência, no sentido de não se entregarem a aventuras comprometedoras da existência...
Os que assimilam o fracasso financeiro por medida de contenção aos excessos de toda natureza que poderiam cometer, assumindo pesados compromissos a serem ressarcidos no futuro...
No entanto, para que alguém consiga observar a realidade por este diferente ângulo de visão, é preciso que tenha suficiente coragem e lucidez.
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Irmão José
Carlos Baccelli
"Ajuda-te e o Céu te Ajudará"
MENSAGEM DO ESE:
O argueiro e a trave no olho
Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? — Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? — Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)
Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 9 e 10.)
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