sexta-feira, 20 de setembro de 2019

COMPREENDEI E PERDOAI



Filhos, a compreensão é a virtude que vos predispõe naturalmente ao perdão.

Compreendei para perdoar.

Não conserveis ressentimentos no coração, sabendo que aquele que vos decepciona é um companheiro vencido pelos seus próprios conflitos.

Não exijais dos outros infalibilidade.

Os amigos que seguem ao vosso lado, qual vos acontece, são espíritos assinalados por muitas limitações, aparentando exteriormente o que ainda não são.

Compadecei-vos das mazelas alheias, não sobrecarregando os ombros daqueles que avançam, mal se agüentando ao peso da cruz.

Não condicioneis a vossa conduta no bem à conduta de quem quer que seja; que a vossa fé não dependa da demonstração de fé dos que vos inspiram na jornada...

Somente em Jesus Cristo devereis vos encorajar na luta.

Os irmãos de crença espírita, principalmente os que se encontram servindo na mediunidade e os que ocupam posições de liderança, são, afinal, espíritos comprometidos com o passado: nenhum deles se encontra imune ao assédio das trevas.

Não raro, o personalismo e a vaidade apenas ocultam nas almas uma estamenha de chagas...

Os que intentam brilhar para o mundo estão longe de possuir luz própria.

A rigor, muitos de nós outros não estamos ainda sequer preparados para uma maior proximidade com o Cristo - a possibilidade de semelhante convivência mais estreita nos levaria ao delírio.

Quem, há séculos, se habituou nas sombras, só gradativamente se acostuma à claridade.

O homem sem maior entendimento do Evangelho transfere a sua ambição concernente às coisas materiais para as coisas divinas.

Os apóstolos não chegaram a disputar entre si a primazia de estarem, no Reino Celeste, ao lado do Senhor?

Assim, tomai vós mesmos a iniciativa da exemplificação e da coragem de vivenciar, de forma irrepreensível, a crença que abraçastes.
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BEZERRA DE MENEZES
Carlos Baccelli 
Obra: A coragem da fé  




MENSAGEM DO ESE:

Preces inteligíveis

Se eu não entender o que significam as palavras, serei um bárbaro para aquele a quem falo e aquele que me fala será para mim um bárbaro. — Se oro numa língua que não entendo, meu coração ora, mas a minha inteligência não colhe fruto. — Se louvais a Deus apenas de coração, como é que um homem do número daqueles que só entendem a sua própria língua responderá amém no fim da vossa ação de graças, uma vez que ele não entende o que dizeis? — Não é que a vossa ação não seja boa, mas os outros não se edificam com ela. (S. PAULO, 1ª aos Coríntios, cap. XIV, vv. 11, 14, 16 e 17.)

A prece só tem valor pelo pensamento que lhe está conjugado. Ora, é impossível conjugar um pensamento qualquer ao que se não compreende, porquanto o que não se compreende não pode tocar o coração. Para a imensa maioria das criaturas, as preces feitas numa língua que elas não entendem não passam de amálgamas de palavras que nada dizem ao espírito. Para que a prece toque, preciso se torna que cada palavra desperte uma idéia e, desde que não seja entendida, nenhuma idéia poderá despertar. Será dita como simples fórmula, cuja virtude dependerá do maior ou menor número de vezes que a repitam. Muitos oram por dever; alguns, mesmos, por obediência aos usos, pelo que se julgam quites, desde que tenham dito uma oração determinado número de vezes e em tal ou tal ordem. Deus vê o que se passa no fundo dos corações; lê o pensamento e percebe a sinceridade. Julgá-lo, pois, mais sensível à forma do que ao fundo é rebaixá-lo.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 16 e 17.)

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