Guarda a própria alma na compreensão e na bondade para com todos, a fim de que o amor te preserve as fontes da vida.
Muitos companheiros atravessam o campo humano, receando calamidades exteriores, amplamente desprevenidos contra os flagelos do mundo íntimo.
Temem o fogo terrestre que a água consome e não se precatam contra o incêndio da discórdia que lhes destrói o templo doméstico.
Apavoram-se diante de profetas inconsequentes, nada compatíveis com a misericórdia que nos preside a existência, e adormecem, desavisados, à frente dos deveres que a vida lhes confiou.
Amedrontam-se, perante a bala mortífera que assalta o corpo frágil e perecível e entregam-se ao vírus da calúnia que lhes corrompe os tecidos sutis da alma.
Recuam, espavoridos, ante a infestação da varíola ou do tifo que a medicina combate com segurança e aceitam sem murmurar as sugestões da preguiça e da indisciplina que lhes atormentam as horas.
Referem-se a perigos remotos que talvez jamais lhes visitem a estrada e caminham, por vezes, entre as farpas invisíveis da desarmonia e do ódio, do ressentimento e do desespero, criando com a própria atitude a taça de sofrimento e de expiação, em que sorvem, desalentados, o escuro elixir da morte.
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Conserva o coração no entendimento, o cérebro no equilíbrio, os olhos na visão limpa do Bem, o verbo na fraternidade real e as mãos no serviço incessante e não precisarás temer perigo algum, de vez que a fortaleza interior ser-te-á, em tudo a força precisa para que possas refletir, onde estiveres, a vontade sábia e compassiva de Deus.
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Emmanuel
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