quarta-feira, 26 de junho de 2024

Desencarnados em trevas



Insulados no remorso…

Detidos em amargas recordações…

Jungidos à trama dos próprios pensamentos atormentados…

Eram donos de palácios soberbos e sentem-se aferrolhados no estreito espaço do túmulo.

Mostravam-se insensíveis, nos galarins do poder, e derramam o pranto horizontal dos caídos.

 Amontoavam haveres e agarram-se, agora, aos panos do esquife.

 Possuíam rebanhos e pradarias e jazem num fosso de poucos palmos.

 Despejavam fardos de dor nos ombros sangrentos dos semelhantes, e suportam, chorando, os mármores do sepulcro, a lhes partirem os ossos.

 Estadeavam ciência inútil e tremem perante o desconhecido.

Devoravam prazeres e gemem a sós.

 Exibiam títulos destacados e soluçam no chão.

 Brilhavam em salões engrinaldados de fantasias e arrastam-se, estremunhados, ante as sombras da cova.

 Oprimiam os fracos e não sabem fugir à gula dos vermes.

Eram campeões da beleza física, e procuram, debalde, esconder-se nas próprias cinzas.

 Repoltreavam-se em redes de ouro, e estiram-se, atarantados, entre caixas de pó.

 Emitiam discursos brilhantes e gaguejam agora.

Deitavam sapiência e estão loucos.

Nada disso, porém, acontece porque algo possuíssem, mas sim porque foram possuídos de paixões desregradas.

Não se perturbam, porque algo tiveram, mas sim porque retiveram isso ou aquilo, sem ajudar a ninguém.

 Se podes verificar a tortura dos desencarnados em trevas, aproveita a lição.

 Não sofrerás pelo que tens, nem pelo que és.

 Todos colheremos o fruto dos próprios atos, no que temos e somos.

Onde estiveres, pois, faze o bem que puderes, sem apego a ti mesmo.

 Escuta o companheiro que torna do Além, aflito e desorientado, e aprenderás, em silêncio, que todo egoísmo gera o culto da morte.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Justiça divina
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26 de junho

Uma vez que o pintinho sai de sua casca ou a borboleta deixa a sua crisálida, não há mais caminho de volta, mas permanece um sentimento de continuidade em direção ao novo.

O desdobrar-se deve ser para você um processo diário, vivido hora a hora, minuto a minuto. Sinta excitação e expectativa em relação ao que está acontecendo.

Não haverá um momento sem graça na vida se você se mantiver sempre alerta.

Deixe que o progresso aconteça sem colocar obstáculos, mas sim progredindo com ele.

Eu lhe digo que tudo que acontecer será para melhor, pelo crescimento e benefício do todo.

Encontre o perfeito ritmo da vida e dê o melhor de si.

Flua com ele, não contra ele, pois só assim você encontrará paz de coração e de mente; e quando você conquistar a paz interior, você estará aberto e preparado para presenciar o novo se desdobrar.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Dever-se-á pôr termo às provas do próximo?

– Deve alguém pôr termo às provas do seu próximo quando o possa, ou deve, para respeitar os desígnios de Deus, deixar que sigam seu curso?

Já vos temos dito e repetido muitíssimas vezes que estais nessa Terra de expiação para concluirdes as vossas provas e que tudo que vos sucede é conseqüência das vossas existências anteriores, são os juros da dívida que tendes de pagar. Esse pensamento, porém, provoca em certas pessoas reflexões que devem ser combatidas, devido aos funestos efeitos que poderiam determinar.

Pensam alguns que, estando-se na Terra para expiar, cumpre que as provas sigam seu curso. Outros há, mesmo, que vão até ao ponto de julgar que, não só nada devem fazer para as atenuar, mas que, ao contrário, devem contribuir para que elas sejam mais proveitosas, tornando-as mais vivas. Grande erro. É certo que as vossas provas têm de seguir o curso que lhes traçou Deus; dar-se-á, porém, conheçais esse curso? Sabeis até onde têm elas de ir e se o vosso Pai misericordioso não terá dito ao sofrimento de tal ou tal dos vossos irmãos: “Não irás mais longe?” Sabeis se a Providência não vos escolheu, não como instrumento de suplício para agravar os sofrimentos do culpado, mas como o bálsamo da consolação para fazer cicatrizar as chagas que a sua justiça abrira? Não digais, pois, quando virdes atingido um dos vossos irmãos: “É a justiça de Deus, importa que siga o seu curso.” Dizei antes: “Vejamos que meios o Pai misericordioso me pôs ao alcance para suavizar o sofrimento do meu irmão. Vejamos se as minhas consolações morais, o meu amparo material ou meus conselhos poderão ajudá-lo a vencer essa prova com mais energia, paciência e resignação. Vejamos mesmo se Deus não me pôs nas mãos os meios de fazer que cesse esse sofrimento; se não me deu a mim, também como prova, como expiação talvez, deter o mal e substituí-lo pela paz.”

Ajudai-vos, pois, sempre, mutuamente, nas vossas respectivas provações e nunca vos considereis instrumentos de tortura. Contra essa idéia deve revoltar-se todo homem de coração, principalmente todo espírita, porquanto este, melhor do que qualquer outro, deve compreender a extensão infinita da bondade de Deus. Deve o espírita estar compenetrado de que a sua vida toda tem de ser um ato de amor e de devotamento; que faça ele o que fizer para se opor às decisões do Senhor, estas se cumprirão. Pode, portanto, sem receio, empregar todos os esforços por atenuar o amargor da expiação, certo, porém, de que só a Deus cabe detê-la ou prolongá-la, conforme julgar conveniente.


Não haveria imenso orgulho, da parte do homem, em se considerar no direito de, por assim dizer, revirar a arma dentro da ferida? De aumentar a dose do veneno nas vísceras daquele que está sofrendo, sob o pretexto de que tal é a sua expiação? Oh! considerai-vos sempre como instrumento para fazê-la cessar. Resumindo: todos estais na Terra para expiar; mas, todos, sem exceção, deveis esforçar-vos por abrandar a expiação dos vossos semelhantes, de acordo com a lei de amor e caridade.

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— Bernardino, Espírito protetor. (Bordéus, 1863.) (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 27.)
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SERVE E ENCONTRARÁS O TESOURO DA LUZ


Observa a natureza que te cerca no mundo.

Tudo é riqueza e esforço laborioso por assegurá-la.

O solo ferido pelo arado é berço da produção.

A árvore mil vezes dilacerada, persevera auxiliando sempre mais.

A fonte, superando os montões de seixos, pouco a pouco, se transforma em grande rio, a caminho do mar.

Algumas sementes formam a base de preciosa floresta.

Pedras agressivas, se convertem nas obras-primas da estatuária, quando não vertem no seio a faiscante beleza do material da ourivesaria.

Animais humildes, padecendo e auxiliando, garantem o conforto das criaturas contra a intempérie ou alimentam-lhes o corpo, sustentando-lhes a existência.

A pobreza é marca do homem, enquanto se refugia, desassisado, na furna da ignorância.

Somente a alma humana distanciada do Conhecimento Superior assemelha-se a um fantasma de angústia de penúria e lamentação.

Se podes observar o patrimônio das Bênçãos Celestiais, no caminho em que evoluis, procura o lugar de trabalho que te compete e serve infatigavelmente ao Bem, para que o Bem te ensine a ver a Fortuna Imperecível que o Pai te concedeu por Sublime Herança.

Serve aos semelhantes, protege a planta e socorre ao animal; seja a tua viagem, por onde passes, um cântico de auxílio e bondade, de harmonia e entendimento...

E à medida que avançares na senda de elevação, encontrar-te-ás cada vez mais rico de amor, encerrando no próprio peito o tesouro intransferível da Luz que te abençoará com a felicidade inextinguível, nos cimos da Espiritualidade Maior.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Sentinelas da luz
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