Quanta gente não abusará dos recursos da escrita, para veicular imposições e difundir enganos na Terra?
Quantos espíritos, mesmo desencarnados, valem-se dessa oportunidade para atender a venenosos caprichos individuais?
Aqui, escreve-se para a consecução de determinados objetivos inferiores, além, aproveitam-se publicações para o mercado de propósitos subalternos.
Quantas vezes nós mesmos teremos movimentado o jornal ou o livro, pretendendo impor nossa interpretação individual.
Quem escreve precisará lutar contra numerosos monstros que ameaçam o espírito.
É indispensável guardar-se todos os dias.
E, nessa vigilância justa, será razoável lembrar a posição de Jesus, que não nos deixou livros ou pergaminhos, legando-nos, apesar disso, os tesouros da vida imperecível.
Importa considerar, no entanto que o Mestre Divino escreveu na Terra.
Nunca encontraste o simbolismo profundo desse gesto de Cristo?
Quem poderá passar no Planeta sem grafar alguma coisa nos caminhos do mundo?
Nem todo homem gravará páginas, mas todos escreverão na Terra a história de sua passagem comum.
No campo, traçará leiras, plantará árvores, modificará paisagens, nas cidades, construirá oficinas, instituirá universidades, levantará edifícios.
A Terra é o grande livro que o Senhor nos deu aos serviços de formação espiritual.
Ainda que não percebas, estás escrevendo diariamente.
Se já não és a criança de entendimento frágil, se já tens o contato do Cristo, não te descuides da escrita diária.
Vê o que gravas nas páginas da vida.
Tuas mãos e atitudes gravam sempre, a todo minuto, com as tintas luminosas ou escuras do coração.
A Terra está registrando o que fazes.
Não manches o livro que o Pai nos confiou.
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Emmanuel
Chico Xavier
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