segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Entre a fé e a confiança


A confiança constitui uma virtude imprescindível à vida humana equilibrada e proveitosa.

Ela possui vários desdobramentos.

Aproxima-se da fé em Deus, em Sua Sabedoria e em Sua Justiça.

Alicerçado nesse sentimento, o homem encontra forças para vencer os desafios que se apresentam em seu caminho.

Ele não se sente vítima de acasos ou azares.

Entende que sua vida segue uma fecunda programação de aprendizado e aperfeiçoamento.

Nesse contexto, as dificuldades representam oportunidades benditas.

Mediante elas, reajusta-se com o passado e habilita-se para o futuro.

A vida atual é uma ponte entre duas realidades.

O ontem, com os equívocos próprios de uma época de aprendizado.

O futuro, rico de promessas de alegria e sublimação.

Mas a confiança também se refere à ciência das próprias possibilidades.

Ela deriva da fé na Sabedoria Divina.

Se Deus consentiu com dada experiência no viver de uma criatura, é porque ela pode dar conta.

Não se fala, obviamente, das desgraças que o homem semeia no próprio caminho.

Mas do que surge inelutável, malgrado a conduta reta e equilibrada.

O homem, a par de uma forte fé em Deus, necessita confiar nas próprias forças.

Ciente de seu destino sublime, ele precisa acreditar que consegue lidar com seus problemas.

Não é uma vítima indefesa ou um fraco.
É um Espírito imortal, rico de experiências e de potenciais.

Ciente de que pode, incumbe-lhe encontrar os meios.

Diante de dificuldades, ao ser humano não é lícito assumir a postura de derrotado.

Também não é digno transferir o peso do próprio fardo a terceiros.

Cada qual tem as suas tarefas.

O amparo mútuo é possível e louvável.

Mas jamais se pode impor ao semelhante que arque com o peso da vida alheia.

Urge estudar, trabalhar, refletir e orar.

Com a alma asserenada pela certeza de que pode vencer, agir com firmeza para isso.

Quem não acredita em si próprio é um derrotado de antemão.

Mesmo que lute um pouco, não logra superar eventuais derrotas.

Já o crente nas próprias forças, ainda que caia, logo se levanta.

Assim, sem confiança, o homem nada faz de relevante.

Porque tudo o que possui importância não surge e nem se realiza de forma rápida.

Sempre é necessário esforço, treino e paciência.

Sem a certeza de que é possível, falta coragem para trilhar as etapas necessárias à realização final.

Se o sucesso não se dá imediatamente, as forças falecem.

Ciente disso, desenvolva confiança em si mesmo.

Analise detidamente seus recursos e invista neles.

O resultado do esforço sério e metódico haverá de surpreendê-lo.
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Redação do Momento Espírita.
FORMATAÇÃO E PESQUISA: 
MILTER -04-07-2021
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MENSAGEM DO ESE:

Provas voluntárias. O verdadeiro cilício

Perguntais se é licito ao homem abrandar suas próprias provas. Essa questão eqüivale a esta outra: É lícito, àquele que se afoga, cuidar de salvar-se? Àquele em quem um espinho entrou, retirá-lo? Ao que está doente, chamar o médico? As provas têm por fim exercitar a inteligência, tanto quanto a paciência e a resignação. Pode dar-se que um homem nasça em posição penosa e difícil, precisamente para se ver obrigado a procurar meios de vencer as dificuldades. O mérito consiste em sofrer, sem murmurar, as conseqüências dos males que lhe não seja possível evitar, em perseverar na luta, em se não desesperar, se não é bem-sucedido; nunca, porém, numa negligência que seria mais preguiça do que virtude.

Essa questão dá lugar naturalmente a outra. Pois, se Jesus disse: “Bem-aventurados os aflitos”, haverá mérito em procurar, alguém, aflições que lhe agravem as provas, por meio de sofrimentos voluntários? A isso responderei muito positivamente: sim, há grande mérito quando os sofrimentos e as privações objetivam o bem do próximo, porquanto é a caridade pelo sacrifício; não, quando os sofrimentos e as privações somente objetivam o bem daquele que a si mesmo as inflige, porque aí só há egoísmo por fanatismo.

Grande distinção cumpre aqui se faça: pelo que vos respeita pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos manda e não lhes aumenteis o volume, já de si por vezes tão pesado; aceitá-las sem queixumes e com fé, eis tudo o que de vós exige ele. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem objetivo, pois que necessitais de todas as vossas forças para cumprirdes a vossa missão de trabalhar na Terra. Torturar e martirizar voluntariamente o vosso corpo é contravir a lei de Deus, que vos dá meios de o sustentar e fortalecer. Enfraquece-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis, tal a lei. O abuso das melhores coisas tem a sua punição nas inevitáveis conseqüências que acarreta.

Muito diverso é o que ocorre, quando o homem impõe a si próprio sofrimentos para o alívio do seu próximo. Se suportardes o frio e a fome para aquecer e alimentar alguém que precise ser aquecido e alimentado e se o vosso corpo disso se ressente, fazeis um sacrifício que Deus abençoa. Vós que deixais os vossos aposentos perfumados para irdes à mansarda infecta levar a consolação; vós que sujais as mãos delicadas pensando chagas; vós que vos privais do sono para velar à cabeceira de um doente que apenas é vosso irmão em Deus; vós, enfim, que despendeis a vossa saúde na prática das boas obras, tendes em tudo isso o vosso cilício, verdadeiro e abençoado cilício, visto que os gozos do mundo não vos secaram o coração, que não adormecestes no seio das volúpias enervantes da riqueza, antes vos constituístes anjos consoladores dos pobres deserdados.

Vós, porém, que vos retirais do mundo, para lhe evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais do combate? Se quereis um cilício, aplicai-o às vossas almas e não aos vossos corpos; mortificai o vosso Espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho, recebei sem murmurar as humilhações; flagiciai o vosso amor-próprio; enrijai-vos contra a dor da injúria e da calúnia, mais pungente do que a dor física. Aí tendes o verdadeiro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão à vontade de Deus.

- Um anjo guardião. (Paris, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 26.)

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Você...


Você que se diz cristão, pergunte-se a si mesmo há quanto tempo não visita um barraco, não vela a dor de um enfermo que não seja seu parente, não se aproxima de um miserável nas bordas dos lixões de sua cidade.

Você, que sonha tanto com a ajuda de Jesus, há quanto tempo tem deixado Jesus sozinho nos ambientes sórdidos da miséria?

Quantas vontades pessoais você deixou de realizar para fazer apenas um dos desejos do Cristo?

Pense, sem ter medo de se envergonhar, há quanto tempo você não faz alguma coisa a mais do que dar uns trocados para ajudar, há quanto tempo se limita a dar cestas de alimentos a instituições sem levá-las aos famintos, há quanto tempo não vê uma criança pobre com o nariz escorrendo pedindo o seu lenço, há quanto tempo só se limita a rezar em templos, em centros espíritas, a conversar com entidades, a esclarecer obsessores, a fazer da sua fé, apenas um momento limpo e perfumado, nos ambientes protegidos das instituições religiosas, em cerimônias suntuosas ou barulhentas?

Quando precisamos de Jesus sempre o localizamos. No entanto, por que, quando Ele precisa de nós, raramente nos encontra e quando nos acha, nunca estamos disponíveis?

Como desejamos encontrar Jesus se dificilmente andamos pelos mesmos caminhos que Ele anda, carregando a nossa cruz sem reclamar e ajudando os que precisam?

Isso não é ser cristão.

É apenas fantasiar-se de...

Não nos esqueçamos:

Para os sepulcros caiados por fora, mas podres por dentro, haverá sempre pranto e ranger de dentes.
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Livro: Sob as Mãos da Misericórdia
André Luiz Ruiz, pelo Espírito Lucius
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NÃO ACREDITES MESMO


Não acredites, mas não acredites mesmo, que já estejas na condição espiritual que, um dia, atingirás.

Jamais admitas que nada mais tenhas que aprender e melhorar.

Repudia todo e qualquer pensamento que te subtraia a realidade a teu próprio respeito, no que tange a mazelas e limitações que ainda te caracterizam.

Luta contra a ideia de tua superioridade em relação ao próximo.

A única situação de privilégio que deves admitir contigo é a de servir.

Quando te sentires em delírio de grandeza, sobe ao prédio mais alto de tua cidade e olha, atentamente, para baixo... Sem dificuldade, constatarás que o homem, com todo o seu orgulho e presunção, não passa de pequenino grão de areia, perdido entre bilhões de outros, que se movimentam ao sabor das vagas do Oceano da Divina Misericórdia.
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Livro: Pai, Perdoa-lhes
Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Irmão José
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo

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