segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Deixai secar primeiro


Contam que Carlyle, o célebre historiador escocês, quando ainda era muito moço, teve uma questão bastante grave com um dos seus companheiros. Um dia, sentindo-se insultado, declarou que ia imediatamente exigir satisfações daquele que o havia ofendido.

Um velho professor, informado do caso, aproximou-se de Carlyle e disse-lhe:

Meu caro amigo. Tenho longa experiência de vida e conheço as consequências tristes dos atos impetuosos.

Um insulto é como a lama que cai em nossa blusa. A lama pode ser retirada facilmente, com uma simples escova, quando já está seca.

Deixe secar primeiro. Não seja apressado. Espere até que se acalme, e verá como tudo será facilmente resolvido.

Carlyle aceitou o conselho do professor, e o resultado foi tão feliz que, no dia seguinte, o colega que o insultara veio lhe pedir desculpas.

Malba Tahan, nesta rica passagem, vem nos dizer que, dada a grande diversidade de temperamentos e caracteres humanos, não nos é possível viver em paz com o próximo, sem refrearmos a ira, e insistirmos na prática da mansidão.

Nenhuma resolução sadia pode ser tomada com ímpeto.

Às vezes, numa ação impensada, numa reação violenta, podemos comprometer séculos e séculos de nossas existências.

Alguns segundos de invigilância, permitindo que um pequeno ato de vingança se externe, pode gerar um compromisso imenso para o futuro, através da Lei de causa e efeito, que prevê a colheita obrigatória de tudo aquilo que livremente plantamos.

Vale a pena esperar. Vale a pena o esforço de conter um impulso naquele momento em que o nervosismo procura reinar.

Contar até dez. Tomar um banho frio. Fazer uma oração, pedindo auxílio a Deus. Parar tudo que estamos fazendo e refletir para não reagir sem pensar.

Vale a pena o esforço. Vale a pena ter calma.

Se algum dia você for vítima de uma violência, não revide.

Quando receber injúrias, não procure se defender atacando.

Se for caluniado, não acumule ódio e ressentimento em sua alma.

Sabemos que é difícil compreender, perdoar, ainda, mas precisamos começar, precisamos desenvolver esta virtude em nossos corações.

Os maiores beneficiados com isso seremos nós mesmos, pois deixaremos de ser depósitos de sentimentos impuros, desequilibrados, que insistem em nos fazer infelizes.

Deixe secar primeiro.

* * *

A Terra recebeu, na figura de um homem muito simples, um grande defensor da não-violência.

Mahatma Gandhi, o líder religioso indiano que comandou centenas de hindus, foi a lição viva da desnecessidade da violência para resolver problemas.

Eis aqui um sábio pensamento seu:

Não-violência e covardia são termos contraditórios. A não-violência é a maior das virtudes, enquanto a covardia é o maior dos vícios.

A não-violência provém do amor, a covardia do ódio.

A não-violência sempre sofre, enquanto a covardia sempre gera o sofrimento.

A perfeita não-violência é a maior das bravuras.

Sua conduta não é jamais desmoralizante, enquanto a forma da covardia se conduzir sempre o é.

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Redação do Momento Espírita com base no cap. Deixai secar primeiro, do livro Lendas do Céu e da Terra, de Malba Tahan, ed. Record
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07 de outubro

Você anseia por cumprir a Minha vontade ou você ainda está com medo que o custo seja alto demais?

Lembre-se: Eu realmente exijo tudo; portanto, não há como reter algo.

Somente quando tudo é dado — e dado livremente e com amor — é que tudo lhe será devolvido.

O sacrifício parece grande demais para você?

Quando se dá alguma coisa por amor, não se pensa que é um sacrifício, mas sim um grande prazer e alegria.

Por que hesitar?

Quando tudo é dado livremente e você não possui nada, então tudo é seu. Você não tem nada a perder, nem a ganhar, e o mundo todo está a seus pés.

Você sabe que tudo que você tem vem de Mim a fonte de tudo, e que tudo está à disposição para você se servir à medida que a necessidade surge.

Assim você pode se servir do Meu propósito de abundantes e infindáveis riquezas e que estão à disposição de todas as almas que Me amam e Me colocam sempre em primeiro lugar.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Desprendimento dos bens terrenos (III)

O desapego aos bens terrenos consiste em apreciá-los no seu justo valor, em saber servir-se deles em benefício dos outros e não apenas em benefício próprio, em não sacrificar por eles os interesses da vida futura, em perdê-los sem murmurar, caso apraza a Deus retirá-los. Se, por efeito de imprevistos reveses, vos tornardes qual Job, dizei, como ele: “Senhor, tu mos havias dado e mos tiraste. Faça-se a tua vontade.” Eis aí o verdadeiro desprendimento. Sede, antes de tudo, submissos; confiai nAquele que, tendo-vos dado e tirado, pode novamente restituir-vos o que vos tirou. Resisti animosos ao abatimento, ao desespero, que vos paralisam as forças. Quando Deus vos desferir um golpe, não esqueçais nunca que, ao lado da mais rude prova, coloca sempre uma consolação. Ponderai, sobretudo, que há bens infinitamente mais preciosos do que os da Terra e essa idéia vos ajudará a desprender-vos destes últimos. O pouco apreço que se ligue a uma coisa faz que menos sensível seja a sua perda. O homem que se aferra aos bens terrenos é como a criança que somente vê o momento que passa. O que deles se desprende é como o adulto que vê as coisas mais importantes, por compreender estas proféticas palavras do Salvador: “O meu reino não é deste mundo.”

A ninguém ordena o Senhor que se despoje do que possua, condenando-se a uma voluntária mendicidade, porquanto o que tal fizesse tornar-se-ia em carga para a sociedade. Proceder assim fora compreender mal o desprendimento dos bens terrenos. Fora egoísmo de outro gênero, porque seria o indivíduo eximir-se da responsabilidade que a riqueza faz pesar sobre aquele que a possui. Deus a concede a quem bem lhe parece, a fim de que a administre em proveito de todos. O rico tem, pois, uma missão, que ele pode embelezar e tornar proveitosa a si mesmo. Rejeitar a riqueza, quando Deus a outorga, é renunciar aos benefícios do bem que se pode fazer, gerindo-a com critério. Sabendo prescindir dela quando não a tem, sabendo empregá-la utilmente quando a possui, sabendo sacrificá-la quando necessário, procede a criatura de acordo com os desígnios do Senhor. Diga, pois, aquele a cujas mãos venha o que no mundo se chama uma boa fortuna: Meu Deus, tu me destinaste um novo encargo; dá-me a força de desempenhá-lo segundo a tua santa vontade.

Aí tendes, meus amigos, o que eu vos queria ensinar acerca do desprendimento dos bens terrenos. Resumirei o que expus, dizendo: Sabei contentar-vos com pouco. Se sois pobres, não invejeis os ricos, porquanto a riqueza não é necessária à felicidade. Se sois ricos, não esqueçais que os bens de que dispondes apenas vos estão confiados e que tendes de justificar o emprego que lhes derdes, como se prestásseis contas de uma tutela. Não sejais depositário infiel, utilizando-os unicamente em satisfação do vosso orgulho e da vossa sensualidade. Não vos julgueis com o direito de dispor em vosso exclusivo proveito daquilo que recebestes, não por doação, mas simplesmente como empréstimo. Se não sabeis restituir, não tendes o direito de pedir, e lembrai-vos de que aquele que dá aos pobres, salda a dívida que contraiu com Deus.

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— Lacordaire. (Constantina, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 14.)
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Recomeço


Para garantir saúde e equilíbrio, prometa a você mesmo:

1- Colocar-se sob os desígnios de Deus, cada dia, através da oração, e sustentar a consciência tranquila, preservando-se contra ideias de culpa.
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2- Dar o melhor de si mesmo no que esteja fazendo.
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3- Manter coração e mente, atitude e palavra, atos e modos na inspiração constante do Bem.
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4- Servir desinteressadamente aos semelhantes, quanto esteja ao alcance de suas forças.
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5- Regozijar-se com a felicidade do próximo.
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6- Esquecer conversações e opiniões de caráter negativo que haja lido ou escutado.
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7- Acrescentar pelo menos um pouco mais de alegria e esperança em toda pessoa com quem estiver em contato.
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8- Admirar as qualidades nobres daqueles com quem conviva, estimulando-os a desenvolvê-las.
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9- Olvidar motivos de queixa, sejam quais forem.
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10- Viver trabalhando e estudando, agindo e construindo, no próprio burilamento e na própria corrigenda, de tal modo que não se veja capaz de encontrar as falhas prováveis e os erros possíveis dos outros.

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André Luiz
Chico Xavier
Obra: Passos da vida
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2 comentários:

  1. Bom dia. Um bom início de semana a todos. Que Saibamos sempre agradecer a Deus por tudo que temos. Obrigado senhor por mais estes dia.

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  2. Boa noite. Sempre é bom para a minha alma tal leitura.

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Obrigada pelo comentário.