sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Não desapareci


(...)

Não desapareci. Isso seria impossível. Se a semente não morre e sim se transforma, se a lâmpada apagada em vista de algum estrago pode ser substituída para que a luz reapareça, por que motivo a chamada desencarnação haveria de ser o fim da pessoa criada por Deus?

Peço aos queridos pais e aos irmãos queridos que nos consolemos. Deus nos dará outras esperanças e outras alegrias. Aguardemos, trabalhando para o bem.
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Humberto Furlan
(1965-1981)
8 de janeiro de 1982
Livro: Estamos no Além
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos, Hércio Marcos Cintra Arantes
IDE – Instituto de Difusão Espírita
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MENSAGEM DO ESE:

O suicídio e a loucura (II)

A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio; ocasionam a covardia moral.

 Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam por provar aos que os ouvem ou lêem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-os a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor não lhes resta senão se matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa conseqüência? Que compensação lhes podem oferecer? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada. Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva, mais vale buscá-lo imediatamente e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.

A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade. Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o aspecto da vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem moral.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 16.)

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PRECE DO ESFORÇO PRÓPRIO


É da lei do Senhor que a prece do esforço próprio obtenha resposta imediata da vida.

Educa a argila e a argila dar-te-á o vaso.

Guarda o vaso contra o lodo e o vaso ser-te-á prestimoso servidor.

Trabalha a madeira bruta e a madeira selvagem assegurar-te-á o asilo doméstico. 

Mantém a higiene em tua casa e a casa abençoar-te-á a existência.

Ara o solo e terás a sementeira.

Auxilia a plantação e receberás o privilégio da colheita.

Vale-te da fonte com respeito e recolherás a água pura.

Cultiva a limpeza do líquido precioso e a água conferir-te-á equilíbrio e saúde.

Agimos com o desejo.

Reage a vida com a realização.

Não há caridade sem gentileza.

Não há fé sem boa vontade.

Não há esperança sem paciência.

Não há paz sem trabalho digno.

Usemos a chave do esforço próprio no bem de todos e o bem verdadeiro conduzir-nos-á para a vitória que nos propomos atingir.

O Criador responde à criatura através das próprias criaturas, até que a criatura lhe possa, um dia, refletir a Glória Sublime.

Articulemos incessantemente a oração do serviço ao próximo, pela ação constante no auxílio aos outros, e estaremos marchando para a felicidade indestrutível da comunhão com Deus.
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Livro: Preces e Orações
EMMANUEL
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
IDE – Instituto de Difusão Espírita
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A Falsa Mendiga



Zezélia pedia esmolas, havia muitos anos.


Não era tão doente que não pudesse trabalhar, produzindo algo de útil, mas não se animava a enfrentar qualquer disciplina de serviço.


- Esmola pelo amor de Deus! - clamava o dia inteiro, dirigindo-se aos transeuntes, sentada à porta de imundo telheiro.


De quando em quando, pessoas amigas, depois de lhe darem um niquel, aconselhavam:


- Zezélia, você não poderia plantar algum milho?


- Não posso... - respondia logo.


- Zezélia, quem sabe poderia você beneficiar alguns quilos de café?


- Quem sou eu, meu filho? não tenho forças...


- Não desejaria lavar roupa e ganhar algum dinheiro? - indagavam damas bondosas.


- Nem pensar nisto. Não agüento...


- Zezélia, vamos vender flores! - convidavam algumas jovens que se compadeciam dela.


- Não posso andar, minhas filhas!... - exclamava, suspirando.


- E o bordado, Zezélia? - interrogava a vizinha, prestativa - você tem as mãos livres. A agulha é uma boa companheira. Quem sabe poderá ajudar-nos? Receberá compensadora remuneração.


- Não tenho os dedos seguros - informava, teimosa - e falta-me suficiente energia... Não posso, minha senhora...


E, assim, Zezélia vivia prostrada, sem ânimo, sem alegria.


Afirmava sentir dores por toda parte do corpo. Dava noticias da tosse, da tonteira e do resfriado com longas palavras que raras pessoas dispunham de tempo para ouvir. Além das lamentações contínuas, clamava que não bebia café por falta de açúcar, que não almoçara por não dispor de alimentação.


Tanto pediu, chorou e se queixou Zezélia que, em certa manhã, foi encontrada morta e a caridade pública enterrou-lhe o corpo com muita piedade.


Todos os vizinhos e conhecidos julgaram que a alma de Zezélia fora diretamente para o Céu; entretanto, não foi assim.


Ela acordou em meio dum campo muito escuro e muito frio.


Achava-se sem ninguém e gritou, aflita, pelo socorro de Deus.


Depois de muito tempo, um anjo apareceu e disse-lhe, bondoso:


- Zezélia, que deseja você?


- Ah! - observou, muito vaidosa - já sou conhecida na Casa Celestial?.


- Há muito tempo - informou o emissário, compadecido.


A velha começou a chorar e rogou em pranto:


- Tenho sofrido muito!... quero o amparo do Alto!...


- Mas, ouça! - esclareceu o mensageiro o auxílio divino é para quem trabalha. Quem não planta, nada tem a colher. Você não cavou a terra, não cuidou de plantas, não ajudou os animais, não fiou o algodão, não teceu fios, não costurou o pano, não amparou crianças, não fez pão, não lavou roupa, não varreu a casa, não cuidou de flores, não tratou nem mesmo de sua saúde e de seu corpo...


Como pretende receber as bênçãos de Cima?


A infeliz observou, então:


- Nada podia fazer... eu era mendiga...


O anjo, contudo, replicou:


- Não, Zezélia! - você não era mendiga. Você foi simplesmente preguiçosa. Quando aprender a trabalhar, chame por nós e receberá o socorro celeste.


Cerrou-se-lhe aos olhos o horizonte de luz e, às escuras, Zezélia voltou para a Terra, a fim de renovar-se.
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XAVIER, Francisco Cândido. Alvorada Cristã. Pelo Espírito Neio Lúcio. FEB.

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