Assunto importante nas áreas da paciência: a cura da impaciência que freqüentemente alimentamos em detrimento de nós próprios.
Se somarmos os dias e os minutos que sacamos nos créditos do tempo, a fim de acalentar irritação contra nós mesmos, verificaremos que o desespero manifesto ou imanifesto se nos erige na existência em fator de dilapidação, desencadeando enfermidade ou desequilíbrio, desastre ou morte prematura.
E não é só no setor de prejuízo pessoal que o tema nos merece reflexão. A intemperança mental, à frente de nossas fraquezas ou desacertos, gera nos outros azedume ou desânimo, tristeza ou prevenção, estragando-lhes a vida.
Nas horas em que nos conscientizamos, a cerca dos erros que nos sejam próprios, acalmemo-nos para pensar ao invés de lastimarmo-nos sem proveito.
Registrar as nossas falhas, diligenciando saná-las ou suprimi-las, de vez que menosprezando responsabilidades e compromissos, menosprezamos a nós mesmos. Devemos examinarmo-nos com paciência e coragem que nos induzam a melhoria.
Teremos errado, fracassado, destruído recursos ou sofrido ilusões e desilusões.
Queixa inútil e autopiedade, porém, não edificam.
Reconheçamos com sinceridade os obstáculos, mutilações morais, conflitos e deficiências que nos caracterizam o modo de ser e que comumente nos fazem cair no chão do arrependimento.
Entretanto, não nos permitamos permanecer estirados em angústia vazia e sim, compreendendo os tesouros do tempo de que a Divina Providência nos enriqueceu, procuremos reerguer-nos, trabalhar, corrigir-nos e burilar-nos, tantas vezes quantas se nos façam necessárias, porque a impaciência, de qualquer modo, de nada nos serve e nem ajuda a ninguém
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Bibliografia:
Do Livro: Rumo Certo – Emmanuel – Psicografia de Francisco Cândido Xavier
MENSAGEM DO ESE:
Poder da fé
Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu, dizendo:
Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. — E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? — Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.)
No sentido próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças torna o homem capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Aqui porém unicamente no sentido moral se devem entender essas palavras. As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má-vontade, em suma, com que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer.
Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas.
A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.
Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.
O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, itens 1 a 5.)
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