domingo, 18 de dezembro de 2011

Trabalho, Sobriedade, Continência

A primeira condição para se conservar a alma livre, a inteligência sã, a razão lúcida é a de ser sóbrio e casto.
 Os excessos de alimentação perturbam-nos o organismo e as faculdades; a embriaguez faz-nos perder toda a dignidade e toda a moderação.
 O seu uso contínuo produz uma série de moléstias, de enfermidades, que acarretam uma velhice miserável.
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Dar ao corpo o que lhe é necessário, a fim de torná-lo servidor útil e não tirano, tal é a regra do homem criterioso.
 Reduzir a soma das necessidades materiais, comprimir os sentidos, domar os apetites vis é libertar-se do jugo das forças inferiores, é preparar a emancipação do Espírito.
Ter poucas necessidades é também uma das formas da riqueza.
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Evitai os prazeres corruptores em que a juventude se estiola, em que a vida se desseca e altera.

Escolhei em momento oportuno uma companheira e sede-lhe fiel.

Constituí uma família.

 A família é o estado natural de uma existência honesta e regular.

 O amor da esposa, a afeição dos filhos, a sã atmosfera do lar são preservativos soberanos contra as paixões.

No meio dessas criaturas que nos são caras e vêem em nós seu principal arrimo, o sentimento de nossas responsabilidades se engrandece; nossa dignidade e nossa circunspeção acentuam-se; compreendemos melhor os nossos deveres e, nas alegrias que essa vida concede-nos, colhemos as forças que nos tornam suave o seu cumprimento.

 Como ousar cometer atos que fariam envergonhar-nos sob o olhar da esposa e dos filhos?

Aprender a dirigir os outros é aprender a dirigir-se a si próprio, a tornar-se prudente e criterioso, a afastar tudo o que pode manchar-nos a existência.
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Léon Denis:
 do livro Depois da Morte





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