sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Perdoar e Compreender



Muita gente perdoa, no entanto, não compreende, e muita gente compreende, todavia, não perdoa.

Muitos companheiros se alheiam às ofensas recebidas, procurando esquece-las, mas querem distância daqueles que as formulam, sem lhes entender as dificuldades, e outros muitos compreendem aqueles que os molestam, entretanto, não lhes desculpam os gestos menos felizes.

Perdoar e compreender, porém, são complementos do amor e impositivos do aceitar os nossos companheiros da humanidade, tais quais são.

Reflitamos nisso, reconhecendo que o entendimento e a tolerância que os outros solicitam de nós são a tolerância e o entendimento de que nós necessitamos deles.

É possível que nos haja ferido e igualmente provável tenhamos ferido a outrem. Alguém terá errado contra nós e teremos decerto errado contra alguém.

Pondera isso e compadece-te de todos os ofensores.

Quem te prejudica talvez age sob compulsiva da necessidade; 
quem te menospreza, possivelmente sofre a influência de transitórios enganos; 
aquele que te esquece com aparente descaso estará enfermo da memória, 
e aquele outro ainda que te golpeia evidentemente procede sob a hipnose da obsessão.

Nunca te revoltes, nem desanimes.

Faze o Bem, olvidando o mal.

Desculpemos quaisquer faltas, compreendendo os autores delas, e compreendamos os nossos irmãos em falta, desculpando a todos eles.

O amparo espiritual que doemos agora, a favor de alguém, será o amparo espiritual de que precisaremos todos da parte de outro alguém.

Quando Jesus nos adverte: “perdoa setenta vezes sete a teu irmão”, claramente espera venhamos a compreender outras tantas.
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Emmanuel
Chico Xavier
 









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