Não fujas ao teu dever
Se queres ser respeitado.
Para quem é preguiçoso
Todo dia é feriado.
Quando o Céu procura um homem
Que deseja conhecer
Manda que o mundo lhe empreste
Dinheiro, fama ou poder.
Há muita gente que sobe,
Descendo ao remorso e à dor...
E há muita gente que desce,
Subindo à glória do amor.
Não olvides, se descansas
No jardim do galanteio,
Que todo sapato lindo
Acaba em chinela feio.
O rico que serve a todos,
Mostrando amor e humildade,
Desde a carne enganadora
Penetra na santidade.
Agradeçamos ao mundo
O cálice de angustia e fel.
O mármore se aprimora
A beliscões de cinzel.
Não critiques, nem destaques
As faltas de teu irmão.
O tempo trará teu dia
De luta e de tentação,
Põe o serviço em teus braços,
Põe a bondade em teus olhos...
E terás por toda parte
Um roseiral sem abrolhos.
Toda moeda que ajuda
Bons e maus, crentes e incrédulos,
É caridade sublime
Que sobe da Terra aos Céus...
Se pretendes o caminho
Da vida que aperfeiçoa,
Trabalha, incessantemente,
Aprende, serve e perdoa.
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Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier
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