A frivolidade e a futilidade são formas de pensar e agir das criaturas que não levam a nada ou quase nada de útil e sério.
Por esses sentimentos as pessoas procuram dar expansão ao vácuo mental, à sua estreiteza de espírito, desperdiçando o seu precioso tempo e empatando o de seu semelhante com ninharias de todo tipo.
Embora haja certa semelhança entre o significado dessas duas palavras, a futilidade tem mais abrangência que a frivolidade.
Trataremos aqui do desenvolvimento de ambos os temas.
Frívolo é o indivíduo dispersivo que não se fixa em nada, que passa a vida em conversas fiadas, sem conteúdo, improdutivas e até mesmo nocivas, que só se importa com ninharias e picuinhas.
Tem por principal preocupação satisfazer seus desejos medíocres.
Gosta de exibir-se.
Vive arquitetando, matutando alguma coisa vã, sem importância, para fazer.
Preocupa-se com a aparência física: o penteado de seu cabelo, o polimento das unhas, os trajes extravagantes, alguma particularidade do corpo, mais como um todo, que chame a atenção de forma ridícula ou acintosa.
Gasta horas pensando em devaneios e fantasias ou em levianas palestras, conversas ou consultas sem significado.
Joga conversa fora, como se diz vulgarmente.
Basta observar, no seu convívio diário, que se encontrará esse tipo de criatura com mais frequência do que se espera.
Ele se denuncia com facilidade ao bom observador, pela sua maneira de ser, de se apresentar e até mesmo pelo tom de sua voz.
O frívolo detesta leituras instrutivas, conferências e palestras sérias sobre temas morais, filosóficos ou instrutivos e, se tiver que comparecer, sente-se impaciente, irrequieto e entediado o tempo todo que durarem tais eventos.
No entanto, gosta de modas, bailes, festas em geral, corridas de cavalo, jogos em geral, como futebol, voleibol, basquete e outros.
É uma consequência da lei da atração que, nesses ambientes, os frívolos se encontram com outros que lhes são afins, predominando sua presença.
Sua atenção está sempre dirigida para eventos banais: descreve um acidente qualquer, por mais insignificante que seja, com minúcias; observa com atenção desmesurada os penteados e os trajes que os convidados usam em uma festa ou em um casamento; adora espiar e escutar conversa de outras pessoas.
Enfim, atua de maneira banal, leviana.
Pensa e fala coisas de pouca importância e seus cuidados se dirigem a coisas de pouco valor.
O fútil, que também é um tipo vulgar, como o frívolo, tem outras características, embora algumas sejam comuns ou quase.
Ele se denuncia de várias maneiras, principalmente pela conversa.
Detesta tratar as ideias e pensamentos mais profundos, doutrinários e filosóficos.
Tem aversão, é contrário a qualquer esforço intelectual, ao estudo de coisas sérias e à análise e reflexão.
Contudo, é palrador, gosta de falar com fluência, às vezes com muita eloquência.
Fala de tudo e julga entender de tudo, pretendendo ter competência quando dá sua opinião sobre questões que desconhece.
Sobretudo, detesta ouvir.
É comum ver a criatura fútil se entusiasmar pelos acontecimentos do dia-a-dia, tomando partido pró ou contra, de forma apaixonada, fazendo questão de deixar claro seu ponto de vista.
A atitude da criatura fútil é sempre baixar o nível de qualquer conversa ou palestra, banalizando as questões e levando as conversações ao sabor de suas conveniências vulgares ou de ordem pessoal.
Fala muito de si e de seus parentes, chamando a atenção para a importância que não tem.
Algumas características são comuns aos frívolos e fúteis.
Uma delas é a afoiteza e a ligeireza ou pressa com que julgam os problemas.
Desprezam a opinião alheia e preferem sua própria para tudo, até mesmo para o que não sabem.
Têm estreiteza de espírito, isto é, são vazios, nada é profundo em seus conceitos e ideias.
A teimosia é uma constante em sua atitude.
Adoram as discussões e as polêmicas infindáveis que não levam a nada, sem resultado.
Não se rendem às evidências, isto é, jamais dão o braço a torcer nas discussões, não se deixando esclarecer, convencer ou apaziguar.
Detestam se alguém lhes aponta contradições, irritando-se ou desviando-se para longas e
intermináveis querelas.
intermináveis querelas.
Ainda, outras características comuns podem ser lembradas.
Não gostam e até têm acentuada antipatia pelos livros, pela boa leitura: é o caso dos que só aprendem por intuição ou ouvindo informações, notícias e histórias.
São palradores, falam muito e pensam pouco.
São intolerantes em suas crenças.
Enfim, são vulgares e adoram manter longas conversas fiadas, sobre os mais banais assuntos.
Ao observador atento, é fácil identificar estas criaturas em toda parte, nos ônibus, trens, nos escritórios, onde são considerados indesejáveis, pois estão sempre procurando quem os ouça, fazendo “rodinhas” de piadas ou para conversar banalidades.
Procuram distrair a sua e a atenção dos colegas e, por isso, são constantemente advertidos para melhor cuidarem do que lhes compete.
Dessa forma, acabam sendo despedidos e perdem o emprego.
É óbvio que nem todos os frequentadores de clubes esportivos são fúteis ou frívolos.
É até recomendável que cada um escolha e pratique o seu lazer de fim de semana para descarregar as tensões acumuladas no trabalho, que nem sempre é ameno.
A vida poderia tornar-se intolerável sem o trabalho, que é uma alavanca de progresso e evolução espiritual da criatura.
Por isso mesmo, as distrações e o lazer, gozados e praticados em momentos próprios são uma necessidade.
Assim, ler um romance, ir ao cinema ou assistir em casa a um vídeo, decifrar palavras cruzadas ou se dedicar a um jogo no computador, tudo feito com moderação, sem se viciar, constituem práticas normais que servem para aliviar as tensões e diminuir o estresse mental.
Finalmente, observando que se costuma dividir o dia de 24 horas em três partes de 8 horas cada, cabendo uma ao trabalho, outra ao repouso, a terceira aos demais afazeres, nesta devemos incluir, diariamente, algum tipo de recreação ou lazer ou atividade leve, de preferência que nos ajude a relaxar, a retemperar as forças para melhorar nossa disposição corporal e mental.
A escolha dependerá do gosto de cada um.
O importante é habituar-se a essas práticas, estabelecendo-as como rotina ou uma segunda natureza benéfica e salutar.
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