terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Examinemos a nós mesmos


O dever do espírita-cristão é tornar-se progressivamente melhor.

  Útil, assim, verificar, de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima.

  Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.

 Testa a paciência própria:

— Estás mais calmo, afável e compreensivo?

  Inquire as tuas relações na experiência doméstica:

— Conquistaste mais alto clima de paz dentro de casa?


  Investiga as atividades que te competem no templo doutrinário:

— Colaboras com mais euforia na seara do Senhor?

  Observa-te nas manifestações perante os amigos:

— Trazes o Evangelho mais vivo nas atitudes?

  Reflete em tua capacidade de sacrifício:

Notas em ti mesmo mais ampla disposição de servir voluntariamente?


  Pesquisa o próprio desapego:

— Andas um pouco mais livre do anseio de influência e de posses terrestres?


  Usas mais intensamente os pronomes “nós”, “nosso” e “nossa” e menos os determinativos “eu”, “meu” e “minha”?
  Teus instantes de tristeza ou de cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?

  Diminuíram-te os pequenos remorsos ocultos no recesso da alma?

  Dissipaste antigos desafetos e aversões?

  Superaste os lapsos crônicos de desatenção e negligência?

  Estudas mais profundamente a Doutrina que professas?

  Entendes melhor a função da dor?

  Ainda cultivas alguma discreta desavença?

  Auxilias aos necessitados com mais abnegação?

  Tens orado realmente?

  Teus ideais evoluíram?

  Tua fé raciocinada consolidou-se com mais segurança?

  Tens o verbo mais indulgente, os braços mais ativos e as mãos mais abençoadoras?


  Evangelho é alegria no coração: — Estás, de fato, mais alegre e feliz intimamente, nestes três últimos anos?


 Tudo caminha! Tudo evolui! Confiramos o nosso rendimento individual com o Cristo!

  Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de paz, para que te não vejas na obrigação de sopesá-la amanhã sob o impacto da dor.

  Não te iludas! Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida Espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.

  Interroga a consciência quanto à utilidade que vens dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutas na vida diária.

  Faze isso agora, enquanto te vales do corpo humano, com a possibilidade de reconsiderar diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares para o lado de cá, muita vez, já será mais difícil…
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André Luiz
(Psicografia de Waldo Vieira) 


MENSAGEM DO ESE:
Transmissão de riqueza


O princípio, segundo o qual ele é apenas depositário da fortuna de que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira ao homem o direito de transmiti-la aos seus descendentes? 

O homem pode perfeitamente transmitir, por sua morte, aquilo de que gozou durante a vida, porque o efeito desse direito está subordinado sempre à vontade de Deus, que pode, quando quiser, impedir que aqueles descendentes gozem do que lhes foi transmitido.
 Não é outra a razão por que desmoronam fortunas que parecem solidamente constituídas. 
É, pois, impotente a vontade do homem para conservar nas mãos da sua descendência a fortuna que possua. Isso, entretanto, não o priva do direito de transmitir o empréstimo que recebeu de Deus, uma vez que Deus pode retirá-lo, quando o julgue oportuno. — São Luís. (Paris, 1860.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 15.)

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