sábado, 17 de novembro de 2018

NÃO CAIRÁS



Se perseverares no trabalho no bem, o trabalho no bem te garantirá o equilíbrio. 

Se não desistires da fé sob o implacável guante da tentação...

Se não te afastares dos compromissos, por mais que eles te imponham sacrifício...

Se não abandonares o fardo à margem, por mais que te custe transportá-lo aos ombros...

Se não te subornares em tua dignidade, cedendo às facilidades com que o mundo te acene...

Se, no clima de acerbas provações, não te rebelares contra os Sábios Desígnios da Providência...

Se não permaneceres de braços cruzados, na expectativa da intervenção do Alto na solução de teus problemas...

Se não desacreditares do poder da oração, mesmo quando o socorro que implores pareça tardar...

Se não te deixares fragilizar pelas decepções sucessivas que experimentes em relação aos outros...

Se não esperares dos companheiros além do que seja justo esperar de alguém com as limitações que te são próprias...

Se não procurares qualquer espécie de evidência pessoal da tarefa que abraçaste...

Sem dúvida que, na jornada que empreendas na direção da luz, te sentirás muitas vezes renteando o abismo, mas não cairás. 
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Irmão José (psic. Carlos Baccelli) 


MENSAGEM DO ESE:

A virtude

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e atenuam. Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho. A virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de estadear-se. Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das massas. S. Vicente de Paulo era virtuoso; eram virtuosos o digno cura d'Ars e muitos outros quase desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos.

À virtude assim compreendida e praticada é que vos convido, meus filhos; a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita é que vos concito a consagrar-vos. Afastai, porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amor-próprio, que sempre desadornam as mais belas qualidades. Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e trombeteia, ele próprio, suas qualidades a todos os ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma imensidade de pequenas torpezas e de odiosas covardias.

Em princípio, o homem que se exalça, que ergue uma estátua à sua própria virtude, anula, por esse simples fato, todo mérito real que possa ter. Entretanto, que direi daquele cujo único valor consiste em parecer o que não é? Admito de boamente que o homem que pratica o bem experimenta uma satisfação íntima em seu coração; mas, desde que tal satisfação se exteriorize, para colher elogios, degenera em amor-próprio.

Ó vós todos a quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quão longe da perfeição está o homem, jamais esbarreis em semelhante escolho. A virtude é uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros. Contudo, dir-lhes-ei: Mais vale pouca virtude com modéstia, do que muita com orgulho. Pelo orgulho é que as humanidades sucessivamente se hão perdido; pela humildade é que um dia elas se hão de redimir. 

- François-Nicolas-Madeleine. (Paris, 1863.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 8.)



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