segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Cá e lá



Cada criatura na Terra permanece na linha de conhecimento e mérito em que se coloca, e, no Além, cada Espírito se encontra no degrau evolutivo que já conquistou.

  O túmulo é mera passagem para a renovação, tanto quanto o berçário é apenas recurso de volta ao aprendizado.

  Nascimento e morte se completam por estágios no caminho da vida infinita.

  Existem homens, partindo para o Mundo Maior, carregando consigo todo um purgatório de revolta e desencanto, e há quem volte do Plano Espiritual ao campo terrestre, trazendo no próprio ser todo um turbilhão de desespero.

  Em razão disso, vemos no mundo infantil comovedores quadros de angústia que somente a chave da reencarnação consegue compreender.

 Nas rendas do berço, há minúsculos rostos que as úlceras consomem e, em plena meninice, corpos tenros sofrem mutilação e enfermidade.

  Almas que ainda conservam, nas fibras mais íntimas, o braseiro da rebelião e a cinza da amargura, retomam o veículo físico em aflitivas condições, requisitando comiseração e socorro.

  Outras, nos primeiros dias da existência terrestre, revelam nos gestos mais simples o ressentimento e o azedume que herdaram do próprio passado delituoso.

  Entendendo a realidade da vida imperecível que nos rege os destinos recebamos, na criança de hoje, em pleno mundo físico, o companheiro do pretérito que nos bate à porta do coração, suplicando reajuste e socorro.

  Lembremo-nos de que, mais tarde, provavelmente, chegará nossa vez de implorar o auxílio daqueles que nos deixaram na retaguarda e façamos pela infância de agora o melhor que pudermos.

  Estendamos a luz da educação e do amor, diminuindo as sombras da penúria e da ignorância.

  É possível que nossos filhos de hoje sejam nossos avoengos de ontem. Com eles, talvez tenhamos assumido graves compromissos diante da Lei. Por esse motivo, irmanados uns aos outros, amparemo-nos reciprocamente, compreendendo que, muito possivelmente, eles próprios ser-nos-ão os instrutores e os parentes mais íntimos de amanhã.
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 Emmanuel 
Chico Xavier



MENSAGEM DO ESE:
Progressão dos mundos


O progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento. 

Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa idéia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam! Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. 

– Santo Agostinho. (Paris, 1862.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, item 19.)

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