domingo, 9 de dezembro de 2018

FAMÍLIA


Amigos, manifestastes o desejo de que me externasse com respeito ao sagrado instituto da família sobre a Terra e cumprindo um grato dever, cumpre-me declarar-vos que é ainda aí, nesse colégio sagrado da afetividade fraternal, que se educarão as energias para a consecução dos planos grandiosos da humanidade terrena no porvir.

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O instituto do casamento tem sido até agora um instrumento de lutas expiatórias para os espíritos faltosos e delinqüentes diante das leis sociais e Divinas, todavia temos a considerar que talvez vinte por cento das uniões terrestres representam verdadeiros encontros de almas gêmeas na face obscura e triste da Terra e todos os consórcios do futuro serão realizados na pauta dos grandes sentimentos das almas.

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Nessas uniões felizes podereis vislumbrar a ventura dos pares espirituais na Eternidade Radiosa, onde as emoções criadoras da vida se manifestam dentro dos ideais profundos da felicidade e da beleza.

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Ali, não necessitam os espíritos amantes das dolorosas surpresas dos interesses egoísticos e mesquinhos do mundo e é para essa ventura que o planeta terreno terá de caminhar desde agora, realizando-se o grande plano da educação livre dos espíritos encarnados que deverão concentrar os seus esforços e energias na busca das alegrias perfeitas, cujos ecos pode a alma experimentar mesmo na Terra, apesar das suas sombras e das suas lágrimas.

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Nos tempos ominosos da atualidade em que parecera falecer todos os sonhos nobilitantes dos anseios humanos, temos a considerar como fator ponderável o desvio da mulher da sua missão evangelizadora de missionária, de companheira e de mãe, determinando o estado caótico da sociedade moderna.

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A vossa civilização vai-se extinguindo lentamente à míngua de humildade e de amor, porque secaram as fontes sentimentais que fertilizavam o campo abençoado da vida.

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Essas fontes se achavam nos corações femininos aptos a desenvolver o labor portentoso da Tarefa Cristã.

As teorias envenenadas dos tempos atuais, os excessos demagógicos do feminismo preconizaram a mulher em detrimento de todas as iniciativas construtoras da humanidade.

As próprias concepções bélicas do Estado, o progresso das indústrias guerreiras devem suas origens a esse transviamento da companheira do homem.

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As mães poderiam operar os movimentos internacionais em favor da paz, com muito mais proveito que os políticos e sociólogos de todos os matizes.

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Os desastres profundos a que se entrega na atualidade a vossa civilização, rica de evolução científica, mas pobre de amor e de concórdia, poderiam ser afastados em tempo se a mulher ainda quizesse compreender a ferida do mundo enfermo, para pensá-la com o seu carinho.

E é por isso que vemos as concretizações temíveis do pensamento de Spengler, em todos os setores das atividades humanas.

As experiências, porém, que se aproximam em futuro próximo, procederão à tarefa reeducativa da alma feminina, para que o instituto do casamento sobre a Terra represente o caminho da perfeição das almas.

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Nesse capítulo muito poderia eu dizer sobre o divórcio e suas conseqüências no meio ambiente social, estudando as disposições dos códigos de diversos países.

Devo declarar, todavia, que cada alma tem a sua alma gêmea para o transcurso dos evos da Eternidade, mas que não justifico a separação perante as leis humanas, dentro de problemas da elegância e do esnobismo da época.

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Um homem e uma mulher, em organizando o lar, devem pesar, antes de tudo, a gravidade dos deveres que lhes advirão do consórcio do pensamento e do coração.

Ponderadas essas responsabilidades gravíssimas, não justifico o desenlace por questões de hábitos envenenados dos núcleos sociais, acreditando que é mais nobre viver com um desgosto do que se entregar a desgraças por ele.

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O casamento na Terra nem sempre é o perfume na auréola de flores de laranjeira; significa, antes de tudo, muito sacrifício, muito amor e muita renúncia.

Com a educação, todavia, que se levará a efeito futuramente, nesse sentido, o matrimônio deixará de ser o instituto de provas expiatórias para ser a antecâmara da felicidade Celeste que as almas gêmeas experimentam na Plenitude Divina das alegrias da Eternidade.

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Meus votos de venturas a todos os irmãos presentes, Deus vos guarde.
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Emmanuel
Livro: Ação, Vida e Luz
Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos
CEU - Cultura Espírita União 




MENSAGEM DO ESE:
A lei de amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem. 

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes.

 — Lázaro. (Paris, 1862.)

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 8.)


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