“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade se estendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas.”
– Paulo. (Romanos, 1:20.)
O espetáculo da Criação Universal é a mais forte de todas as manifestações contra o materialismo negativista, filho da ignorância ou da insensatez.
São as coisas criadas que falam mais justamente da natureza invisível.
Onde a atividade que se desdobre sem base?
Toda forma inteligente nasceu de uma disposição inteligente.
O homem conhece apenas as causas de suas realizações transitórias, ignorando, contudo, os motivos complexos de cada ângulo do caminho. A paisagem exterior que lhe afeta o sensório é uma parte minúscula do acervo de criações divinas, que lhe sustentam o habitat, condicionado às suas possibilidades de aproveitamento. O olho humano não verá além do limite da sua capacidade de suportação. A criatura conviverá com os seres de que necessita no trabalho de elevação e receberá ambiente adequado aos seus imperativos de aperfeiçoamento e progresso, mas que ninguém resuma a expressão vital da esfera em que respira no que os dedos mortais são suscetíveis de apalpar.
Os objetos visíveis no campo de formas efêmeras constituem breve e transitória resultante das forças invisíveis no plano eterno.
Cumpre os deveres que te cabem e receberás os direitos que te esperam. Faze corretamente o que te pede o dia de hoje e não precisarás repetir a experiência amanhã.
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EMMANUEL
(do livro “Pão Nosso” – psic. Chico Xavier)
MENSAGEM DO ESE:
Ressurreição e reencarnação (II)
Estas palavras: Se um homem não renasce do água e do Espírito foram interpretadas no sentido da regeneração pela água do batismo. O texto primitivo, porém, rezava simplesmente: não renasce da água e do Espírito, ao passo que nalgumas traduções as palavras — do Espírito — foram substituídas pelas seguintes: do Santo Espírito, o que já não corresponde ao mesmo pensamento. Esse ponto capital ressalta dos primeiros comentários a que os Evangelhos deram lugar, como se comprovará um dia, sem equívoco possível.
Para se apanhar o verdadeiro sentido dessas palavras, cumpre também se atente na significação do termo água que ali não fora empregado na acepção que lhe é própria.
Muito imperfeitos eram os conhecimentos dos antigos sobre as ciências físicas. Eles acreditavam que a Terra saíra das águas e, por isso, consideravam a água como elemento gerador absoluto. Assim é que na Gênese se lê: “O Espírito de Deus era levado sobre as águas; flutuava sobre as águas; — Que o firmamento seja feito no meio das águas; — Que as águas que estão debaixo do céu se reúnam em um só lugar e que apareça o elemento árido; — Que as águas produzam animais vivos que nadem na água e pássaros que voem sobre a terra e sob o firmamento.”
Segundo essa crença, a água se tornara o símbolo da natureza material, como o Espírito era o da natureza inteligente. Estas palavras: “Se o homem não renasce da água e do Espírito, ou em água e em Espírito”, significam pois: “Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma.” É nesse sentido que a princípio as compreenderam.
Tal interpretação se justifica, aliás, por estas outras palavras: O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Jesus estabelece aí uma distinção positiva entre o Espírito e o corpo. O que é nascido da carne é carne indica claramente que só o corpo procede do corpo e que o Espírito independe deste.
O Espírito sopra onde quer; ouves-lhe a voz, mas não sabes nem donde ele vem, nem para onde vai: pode-se entender que se trata do Espírito de Deus, que dá vida a quem ele quer, ou da alma do homem. Nesta última acepção — “não sabes donde ele vem, nem para onde vai” — significa que ninguém sabe o que foi, nem o que será o Espírito. Se o Espírito, ou alma, fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saber-se-ia donde ele veio, pois que se lhe conheceria o começo. Como quer que seja, essa passagem consagra o princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, o da pluralidade das existências.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 7 a 9.)
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