quinta-feira, 16 de maio de 2019

ENTENDER OS OUTROS


O autoconhecimento dá à criatura sabedoria suficiente para que saiba julgar a si própria - pré-requisito para poder entender os outros. Por isso, Kardec, o sistematizador dos ensinos espíritas, assevera: "Há infelizmente muita gente que toma a sua própria opinião por medida exclusiva do bem e do mal, do verdadeiro e do falso. Tudo o que contradiz a sua maneira de ver, as suas ideias, o sistema que inventaram ou adotaram é mau aos seus olhos."

Existem pessoas que fecham por completo a mente à realidade. Outras, bloqueiam parte dela, reduzindo-a ao tamanho que julgam poder controlar.

O autoconhecimento é gradativo e deve ser exercitado ao longo de toda a nossa existência. Muitas vezes, se torna um processo doloroso. Outras, é uma estrada repleta de paz e alegria. Mas, de qualquer forma, ele é indispensável para que se efetive a evolução espiritual.

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Não podemos esconder nem desconsiderar nosso mundo íntimo, tentando fugir da realidade. Antes de tudo, devemos aprender a julgar a nós mesmos, avaliando e percebendo com lucidez a vida fora e dentro de nós. Em verdade, o autoconhecimento e o autojulgamento andam de mãos dadas. Um está conectado com o outro. Não podemos tocar numa unidade interior sem afetarmos o conjunto psicológico. Quando valorizamos em demasia o mundo exterior, não ouvimos nosso mundo interior.

(...)

Se desejamos julgar com exatidão e justeza, emancipemos a alma dos grilhões escuros do "ego", começando assim a adquirir a ciência do autoconhecimento, a fim de apreciar o mérito, determinar o valor e estimar a importância de tudo aquilo que nos chega às mãos.
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Livro: A Imensidão dos Sentidos
Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed
Boa Nova Editora e Distribuidora 






MENSAGEM DO ESE:

Parábola do semeador

Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; — em torno dele logo reuniu-se grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se, permanecendo na margem todo o povo. — Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim:

Aquele que semeia saiu a semear; — e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. — Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. — Mas, levantando-se, o sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. — Outra parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. Outra, finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um, outras sessenta e outras trinta. — Ouça quem tem ouvidos de ouvir. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 1 a 9.) 

Escutai, pois, vós outros a parábola do semeador. — Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. — Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a palavra e que a recebe com alegria no primeiro momento. — Mas, não tendo nele raízes, dura apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e perseguições por causa da palavra, tira ele daí motivo de escândalo e de queda. — Aquele que recebe a semente entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. — Aquele, porém, que recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou trinta por um. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 18 a 23.)

A parábola do semeador exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito, para as quais não passa ele de letra morta e que, como a semente caída sobre pedregulhos, nenhum fruto dá! 

Não menos justa aplicação encontra ela nas diferentes categorias espíritas. Não se acham simbolizados nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e nenhuma conseqüência tiram deles, porque neles mais não vêem do que fatos curiosos? Os que apenas se preocupam com o lado brilhante das comunicações dos Espíritos, pelas quais só se interessam quando lhes satisfazem à imaginação, e que, depois de as terem ouvido, se conservam tão frios e indiferentes quanto eram? Os que reconhecem muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos outros e não a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais essas instruções são como a semente que cai em terra boa e dá frutos?
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, itens 5 e 6.)



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