domingo, 1 de março de 2020

Pureza Mental


A pureza mental baseia-se na valência moral que o Evangelho propõe aos quatro ventos, sob a regência de Deus.

A ciência espiritual de todos os tempos procura educar a alma no que tange à vida que leva na Terra, mostrando, por todos os meios disponíveis, caminhos dignos por excelência.

Porém, foi depois do Cristo que as portas de maior entendimento se abriram e a humanidade foi agraciada por torrentes de luz.

Foi o maior acervo de qualidades doutrinárias até então surgidas no mundo, por graça de Deus.

A iniciação antiga era para poucos escolhidos e, dentre eles, alguns eram chamados para o ministério do mestrado.

Jesus abriu as portas de todos os templos da sabedoria espiritual, pregando na casa da natureza sem as peias das exigências, para quem quisesse ouvir ou tivesse olhos para ver.

Eis que chegou a hora de ser colocada a luz em cima da mesa, para que todos sejam clareados por misericórdia do Criador.

Pureza mental é um dos temas do Cristianismo, sem que o cristão se sinta pressionado pêlos agentes do Senhor, e resolva, por si mesmo, a reforma interna e externa dos seus hábitos exagerados e vicios perniciosos.

Quando conseguirmos um campo mental sem mácula, através do tempo, configurado com o esforço próprio e coletivo, estaremos dando os primeiros passos nos céus do Cristo.

A candidez da mente condiciona a vida para o amor, enriquece as boas maneiras e amplia o valor moral em todas as linhas da vida.

A área da mente é como um lago, e os pensamentos são os habitantes das águas.

Existem viventes que purificam o ambiente em que vivem e outros, de natureza inferior, que turvam a atmosfera de que participam.

O bom senso cristão nos convida e favorece estímulos para educarmos nossos impulsos e corrigir as ideias incompatíveis com o amor.

Cada um de nós tem uma atmosfera, na qual respiramos as vinte e quatro horas, e esta pode ser poluída ou pura, de acordo com o estado mental do indivíduo.

Pode ser rica de oxigénio ou envenenada de gás carbónico.

Pode ser garantida pela vitalidade solar, ou empestada por raios, que vagabundeiam no cosmo.

E ainda o nitrogénio pode ser atraído pela mente equilibrada, entregando-o aos centros de força responsáveis pela redistribuição da química orgânica.

Tudo o que o Mestre Jesus ensinou a ciência espiritual aprova, dando explicações lógicas e cabíveis orientações.

Quem começa a atender o apelo do Evangelho, harmoniza sua mente com a mente divina, faz vibrar as notas mentais com a orquestração cósmica.

E assim, a serenidade desponta como sol na consciência, dando ensejo a outras tantas melodias, que fazem a alma viver na plenitude do amor e da alegria.

O sistema do energismo mental cria condições para a própria vida e alimenta vidas sem conta.

Computai as vossas forças com a misericórdia de Deus, trabalhai na vossa recuperação dentro da recuperação coletiva, e não deixeis o desânimo vos abater, pois tudo o que fizerdes em vosso favor ficará escrito no livro da vida, para que algum dia recebais de conformidade com o vosso esforço.

Nunca digais que isso ou aquilo é impossível.

Em muitos casos, nós mesmos é que criamos dificuldades nos caminhos que percorremos.

Se porventura, algum companheiro, pela presença ou pela palavra, quiser turvar a vossa mente com assuntos indesejados, usai os recursos que já aprendestes na escola espiritualista e procurai influenciá-lo com o melhor.

Pode ser um doente que, inconscientemente, procura alívio.

Lembrai-vos da clareza mental e sempre, ao pronunciardes as palavras, deixai que elas saiam dos vossos lábios carregadas de magnetismo sadio.

Ao escreverdes, fazei o mesmo.

Para a concatenação das ideias, não existe outro caminho aconselhado.

E, nesse ingente esforço, o esforço de Deus está sempre presente e a vitória pertencerá àquele que trabalhou.

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MIRAMEZ






MENSAGEM DO ESE:

Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra

Aprendestes que foi dito: olho por olho e dente por dente. — Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer; que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra; — e que se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhes entregueis o manto; — e que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil. — Dai àquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado. (S. MATEUS, cap. V, vv. 38 a 42.)

Os preconceitos do mundo sobre o que se convencionou chamar “ponto de honra” produzem essa suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir uma injúria com outra injúria, uma ofensa com outra, o que é tido como justiça por aquele cujo senso moral não se acha acima do nível das paixões terrenas. Por isso é que a lei mosaica prescrevia: olho por olho, dente por dente, de harmonia com a época em que Moisés vivia. Veio o Cristo e disse: Retribui o mal com o bem. E disse ainda: “Não resistais ao mal que vos queiram fazer; se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe a outra.” Ao orgulhoso este ensino parecerá uma covardia, porquanto ele não compreende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em tomar uma vingança, e não compreende, porque sua visão não pode ultrapassar o presente.

Dever-se-á, entretanto, tomar ao pé da letra aquele preceito? Tampouco quanto o outro que manda se arranque o olho, quando for causa de escândalo. Levado o ensino às suas últimas conseqüências, importaria ele em condenar toda repressão, mesmo legal, e deixar livre o campo aos maus, isentando-os de todo e qualquer motivo de temor. Se se lhes não pusesse um freio as agressões, bem depressa todos os bons seriam suas vítimas. O próprio instinto de conservação, que é uma lei da Natureza, obsta a que alguém estenda o pescoço ao assassino. Enunciando, pois, aquela máxima, não pretendeu Jesus interdizer toda defesa, mas condenar a vingança. Dizendo que apresentemos a outra face àquele que nos haja batido numa, disse, sob outra forma, que não se deve pagar o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que seja de molde a lhe abater o orgulho; que maior glória lhe advém de ser ofendido do que de ofender, de suportar pacientemente uma injustiça do que de praticar alguma; que mais vale ser enganado do que enganador, arruinado do que arruinar os outros. É, ao mesmo tempo, a condenação do duelo, que não passa de uma manifestação de orgulho. Somente a fé na vida futura e na justiça de Deus, que jamais deixa impune o mal, pode dar ao homem forças para suportar com paciência os golpes que lhe sejam desferidos nos interesses e no amor-próprio. Daí vem o repetirmos incessantemente: Lançai para diante o olhar; quanto mais vos elevardes pelo pensamento, acima da vida material, tanto menos vos magoarão as coisas da Terra.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, itens 7 e 8.)

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