— (...) Por força da Lei, sempre justa e adequada às necessidades de cada um de nós, não se pode jamais imputar uma carência como a causadora de nossos sofrimentos. Toda privação foi precedida de excesso de mesma natureza e os constrangimentos que trazem são corretivos.
A personalidade que não encontra em si mesma os meios para se firmar com o necessário na vida, perdeu-os por abusar deles. Os tímidos e inseguros de hoje são os arrojados do passado. E a menosvalia identificada em nós é sempre a exata medida da desvalorização imposta ao outro. Não guardemos a menor dúvida, todos os valores roubados da felicidade alheia e frutos da arrogância nos são forçosamente tirados, a fim de suscitar em nós a correta maneira de se praticar o viver.
Recordemos a lição do pêndulo. O desequilíbrio que se instala na alma, depois que a hiperpsiquia a remove de sua estabilidade, exalta-lhe a suscetibilidade, deixando-a passível de sofrimentos desmedidos diante das perdas e danos da vida. Assim é que a intolerância às frustrações e aos fracassos aumenta de forma indevida no espírito hiperegótico, permitindo-lhe ferir-se por situações que de outra forma lhe seriam inócuas ou facilmente suportadas. De modo que não há outra causa para a depressão senão a arrogância. Posição, inclusive, que é a própria motivação para que o indivíduo se exponha aos fatores que a suscitam. Eis porque os mais suscetíveis às frustrações de toda natureza são exatamente os mais orgulhosos. Os mais egoístas, mais apegados aos bens de toda sorte são os que menos toleram suas perdas. Os mais altaneiros são os mais sensíveis ao menosprezo e às ofensas. As grandes almas não se deixam ofender e nem se abater por essas aparentes injúrias e quiméricas privações, por se acharem em posição de superior compreensão e equilíbrio. Portanto, se alguém sofre um transtorno depressivo, induzido aparentemente por uma grande decepção, ofensa ou perda, deve-se ao fato dele já trazer na personalidade a predisposição exaltada pela sua posição hiperegótica, amealhada anteriormente. A dor é sempre consequência das intenções e ações errôneas e nunca causa dos males humanos, estejamos absolutamente convencidos disso.
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Livro: Ícaro Redimido – A Vida de Santos Dumont no Plano Espiritual
Gilson Teixeira Freire, pelo Espírito Adamastor
Editora INEDE – Instituto Espírita de Estudo e Divulgação do Evangelho
=Hiperogótico=
Valor dado a si mesmo de modo exagerado, pessoa arrogante, gosta de se sobressair das demais, sente satisfação em se sentir melhor que o outro.
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Mensagem do ESE:
O argueiro e a trave no olho
Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? — Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? — Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)
Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 9 e 10
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Em Casa
ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.
HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.
ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício.
HOJE, têmo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.
ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes.
HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redeção.
ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.
HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho de reajuste.
ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinqüência.
HOJE, achâmo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.
ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão.
HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade.
À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.
Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam...
A humildade é a chave de nossa libertação.
E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.
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Emmanuel
Chico Xavier
Livro Ideal Espírita
Obrigada Jesus por tudo !
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