sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Teu tijolo de amor


És uma parcela do Infinito Amor, no rumo da Perfeição Infinita; e o primeiro sinal de que reconheces a excelsitude do teu destino é o esquecimento de ti mesmo, a benefício dos outros.

 Por mais áspero seja o caminho, segue, pois, amando e servindo.

  Não enumeres sacrifícios, nem contes dificuldades. A glória da vida é doação permanente.

  A estrela te envia luz, varando os empeços da sombra, e a raiz da planta que te estende a bênção do fruto é constrangida a morar no limo do solo, a fim de sobreviver.

  Não faltes ao amor que nunca te falta.

  O objetivo fundamental de nossa presença, em qualquer estância do Universo, é o serviço que possamos prestar.

  Paixões e ilusões que nos conturbem as horas, e mágoas ou provas que nos calcinem os sentimentos, afiguram-se convulsões necessárias no mundo de nossa alma em transformação e burilamento. 8 Pairando muito além de semelhantes calamidades, permanece imperecível o bem que distribuíste, como sendo a tua riqueza eterna.

  Raciocina e enternece-te. Pensa e auxilia.

 Registrarás o verbo equívoco dos que se transviam temporariamente, asseverando que o mundo pertence aos que se façam bastante fortes na astúcia ou na opressão, que a bondade é um conceito perdido no trabalho da moderna civilização, mas seguirás adiante, compreendendo que ninguém confunde a justiça, ainda que se creia sob o manto ilusório da impunidade, e que o progresso material, sem amor que lhe garanta o equilíbrio, mais não é que uma exibição de poder, endereçada ao campo de cinza.

  Vive em tua época. Esforça-te e realiza, alegra-te e sofre com os teus contemporâneos; todavia, de quando em quando, recolhe-te ao abrigo da consciência e escuta as antigas verdades sempre novas que te anunciam o Reino de Deus!…   Para reformulá-las, os Espíritos do Senhor se espalham presentemente no planeta, constituindo legiões…   Eles nos ensinam — a nós, os tarefeiros encarnados e desencarnados da seara enorme — que o ódio será banido das nações, que o egoísmo desaparecerá da Terra, que a ciência instruirá a ignorância, que a compaixão converterá todos os cárceres em sanatórios e que a educação espiritual extinguirá todos os focos de delinquência!…    Para isso, no entanto, eles te rogam o tijolo de trabalho e de amor que possas oferecer à sublime edificação.

 Ama e serve sempre.

 Tudo o que te aflige ou te espanta, nas conquistas da inteligência de hoje, representa ensaio da supercultura de que o mundo amanhã aproveitará o que seja melhor, e, acima de todas as legendas que gritam ainda agora por fraternidade e reivindicação, ouviremos como proclamação mais alta a palavra de Jesus, no apelo inesquecível: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”  
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Emmanuel
Chico Xavier





MENSAGEM DO ESE:

Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo

Jesus, tendo vindo às cercanias de Cesaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?” — Eles lhe responderam: “Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas.” — Perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” — Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” — Replicou-lhe Jesus: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” (S. Mateus, cap. XVI, vv. 13 a 17; S. Marcos, cap. VIII, vv. 27 a 30.)

Nesse ínterim, Herodes, o Tetrarca, ouvira falar de tudo o que fazia Jesus e seu espírito se achava em suspenso — porque uns diziam que João Batista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que uns dos antigos profetas ressuscitara. — Disse então Herodes: “Mandei cortar a cabeça a João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão grandes coisas?” E ardia por vê-lo. (S. Marcos, cap. VI, vv. 14 a 16; S. Lucas, cap. IX, vv. 7 a 9.)

(Após a transfiguração.) Seus discípulos então o interrogam desta forma: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?” — Jesus lhes respondeu: “É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: — mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” — Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (S. Mateus, cap. XVII, vv. 10 a 13; — S. Marcos, cap. IX, vv. 11 a 13.)
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. As idéias dos judeus sobre esse ponto, como sobre muitos outros, não eram claramente definidas, porque apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e da sua ligação com o corpo. Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com efeito, a ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.

A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias reencarnado, porém, não ressuscitado.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 1 a 4.)



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