terça-feira, 14 de março de 2023

Fidelidade



Sem dúvida, não nos pede o Senhor votos reluzentes na boca, nem promessas brilhantes.

 Jesus não necessita nem mesmo das nossas afirmações labiais de fé, nem tampouco de manifestações adorativas.

 Conta, sim, com a nossa fidelidade, sejam quais forem as circunstâncias.

 Se o dia resplende o céu azul, tenhamos a coragem de romper com todas as sugestões de conforto próprio, avançando à frente…

Se a tempestade relampeia no teto do mundo, cultivemos bastante abnegação para sofrer o granizo e o vento, demandando o horizonte que nos cabe atingir.

De todos os lados, invariavelmente, chegarão apelos que nos convidam à deserção. Elogios e injúrias, pedrada e incenso aparecerão, decerto, como procurando entorpecer-nos a consciência, no entanto, a cavaleiro de uns e outros, é imperioso recordar o Divino Mestre, na pessoa do próximo, e buscá-lo sem pausa, através do bem incessante.

Somos poucos; no entanto, com Ele no coração, teremos o suficiente para executar as obrigações com que fomos honrados.

Saibamos conservar a fidelidade, como quem alça ininterruptamente a luz nas trevas, pois que, em muitos lances da vida, precisamos muito mais de lealdade no Espírito que de pão para o corpo.

Para que semelhante vitória nos coroe o caminho, tanta vez solitário e espinhoso, o segredo é suportar, e o lema é servir.

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Batuíra
Chico Xavier
Obra: Paz e renovação
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14 de março

Sua tarefa é criar um novo céu e uma nova terra.

Portanto, não se preocupe com problemas e tribulações, com doenças e sofrimentos, com guerras e conflitos do mundo.

Não se deixe envolver nesses aspectos negativos, ou você se tornará parte da doença e não da cura.

Elevando sua consciência, você se tornará imune aos problemas do mundo e poderá viver e trabalhar nele sem ser afetado de maneira alguma.

Médicos e enfermeiras têm que se imunizar para trabalhar no meio de doenças infecciosas sem temor.

Assim também não deve existir medo em você quando observa a situação do mundo piorar.

Nunca desanime.

Simplesmente agarre-se à sua fé, deixe sua mente permanecer em Mim, e tenha a certeza que tudo está caminhando muito bem.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Indissolubilidade do casamento

Também os fariseus vieram ter com ele para o tentarem e lhe disseram: Será permitido a um homem despedir sua mulher, por qualquer motivo? Ele respondeu: Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os criou macho e fêmea e disse: Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? — Assim, já não serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus juntou.

Mas, por que então, retrucaram eles, ordenava Moisés que o marido desse à sua mulher um escrito de separação e a despedisse? — Jesus respondeu: Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres; mas, no começo, não foi assim. — Por isso eu vos declaro que aquele que despede sua mulher, a não ser em caso de adultério, e desposa outra, comete adultério; e que aquele que desposa a mulher que outro despediu também comete adultério.
(S. MATEUS, cap. XIX, vv. 3 a 9.)

Imutável só há o que vem de Deus. Tudo o que é obra dos homens está sujeito a mudança. As leis da Natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os países. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da inteligência. No casamento, o que é de ordem divina é a união dos sexos, para que se opere a substituição dos seres que morrem; mas, as condições que regulam essa união são de tal modo humanas, que não há, no inundo inteiro, nem mesmo na cristandade, dois países onde elas sejam absolutamente idênticas, e nenhum onde não hajam, com o tempo, sofrido mudanças. Daí resulta que, em face da lei civil, o que é legítimo num país e em dada época, é adultério noutro país e noutra época, isso pela razão de que a lei civil tem por fim regular os interesses das famílias, interesses que variam segundo os costumes e as necessidades locais. Assim é, por exemplo, que, em certos países, o casamento religioso é o único legítimo; noutros é necessário, além desse, o casamento civil; noutros, finalmente, este último casamento basta.

Mas, na união dos sexos, a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. Nas condições ordinárias do casamento, a lei de amor é tida em consideração? De modo nenhum. Não se leva em conta a afeição de dois seres que, por sentimentos recíprocos, se atraem um para o outro, visto que, as mais das vezes, essa afeição é rompida. O de que se cogita, não é da satisfação do coração e sim da do orgulho, da vaidade, da cupidez, numa palavra: de todos os interesses materiais. Quando tudo vai pelo melhor consoante esses interesses, diz-se que o casamento é de conveniência e, quando as bolsas estão bem aquinhoadas, diz-se que os esposos igualmente o são e muito felizes hão de ser.

Nem a lei civil, porém, nem os compromissos que ela faz se contraiam podem suprir a lei do amor, se esta não preside à união, resultando, freqüentemente, separarem-se por si mesmos os que à força se uniram; torna-se um perjúrio, se pronunciado como fórmula banal, o juramento feito ao pé do altar. Daí as uniões infelizes, que acabam tornando-se criminosas, dupla desgraça que se evitaria se, ao estabelecerem-se as condições do matrimônio, se não abstraísse da única que o sanciona aos olhos de Deus: a lei de amor. Ao dizer Deus: “Não sereis senão uma só carne”, e quando Jesus disse: “Não separeis o que Deus uniu”, essas palavras se devem entender com referência à união segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens.

Será então supérflua a lei civil e dever-se-á volver aos casamentos segundo a Natureza? Não, decerto. A lei civil tem por fim regular as relações sociais e os interesses das famílias, de acordo com as exigências da civilização; por isso, é útil, necessária, mas variável. Deve ser previdente, porque o homem civilizado não pode viver como selvagem; nada, entretanto, nada absolutamente se opõe a que ela seja um corolário da lei de Deus. Os obstáculos ao cumprimento da lei divina promanam dos prejuízos e não da lei civil. Esses prejuízos, se bem ainda vivazes, já perderam muito do seu predomínio no seio dos povos esclarecidos; desaparecerão com o progresso moral que, por fim, abrirá os olhos aos homens para os males sem conto, as faltas, mesmo os crimes que decorrem das uniões contraídas com vistas unicamente nos interesses materiais. Um dia perguntar-se-á o que é mais humano, mais caridoso, mais moral: se encadear um ao outro dois seres que não podem viver juntos, se restituir-lhes a liberdade; se a perspectiva de uma cadeia indissolúvel não aumenta o número de uniões irregulares.

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXII, itens 1 a 4.)
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NÃO TE IMPACIENTES


A Paternidade Divina é amor e justiça para todas as criaturas.

Quando os problemas do mundo te afogueiam a alma, não abras o coração à impaciência, que ela é capaz de arruinar-te a confiança.

Quantos perderam as melhores oportunidades da reencarnação, unicamente por se haverem abraçado com o desespero!

A impaciência é comparável à força negativa que, muitas vezes, inclina o enfermo para a morte, justamente no dia em que o organismo entra em recuperação para a cura.

Se queres o fruto, não despetales a flor.

Nas situações embaraçosas, medita caridosamente nos empeços que lhe deram origem!

Se um irmão faltou ao dever, reflete nas dificuldades que se interpuseram entre ele os compromissos
assumidos. Se alguém te nega um favor, não te acolhas a desânimo ou frustração, de vez que, enquanto não chegarmos ao plano da Luz Divina, nem sempre nos será possível conhecer, de
antemão, tudo o de bom ou de mal que poderá sobrevir daquilo que nós pedimos. Não te irrites
diante de qualquer obstáculo, porquanto reclamações ou censuras servirão, apenas para torná-los
maiores.

Quase sempre a longa expectativa, em torno de certas concessões que disputamos, não é senão o amadurecimento do assunto para que não falhem minudências importantes.

Não queremos dizer que será mais justo te acomodes à inércia. Desejamos asseverar que impaciência é precipitação e precipitação redunda em violência.

Para muitos, a serenidade é a preguiça vestida de belas palavras. Os que vivem, porém, acordados para as responsabilidades que lhes são próprias sabem que paciência é esperança operosa: recebem obstáculos por ocasiões de trabalho e provações por ensinamentos.

Aguarda o melhor da vida, oferecendo à vida o melhor que puderes.

O lavrador fiel ao serviço espera a colheita, zelando a plantação.

A casa nasce dos alicerces, mas, para completar-se pede atividades e esforços de acabamento.

Não te irrites.

Quem trabalha pode contar com o tempo. Se a crise sobrevém na obra a que te consagras, pede a Deus, não apenas te abençoe a realização em andamento, mas também a força precisa para que saibas compreender e servir, suportar e esperar.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Caminho Espírita
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No campo do Espírito


Afirmas a sincera disposição de buscar a esfera Superior, entretanto...

Surpreende lutas enormes, no próprio lar, onde os mais amados te sonegam entendimento;
observaste a queda dos melhores companheiros que te exercitavam na elevação;
recebeste a lama da calúnia sobre as mãos limpas;
viste amigos queridos dependurarem-te o nome no varal da suspeita;
notaste que as tuas mais belas palavras rolaram no gelo da indiferença;
recolheste escárnio em troca de amor...

Todos esses problemas, no entanto, são desafios da vida a te pedirem trabalho.

Seja qual seja a dificuldade, não acuses, nem desanimes.

No campo do espírito, a injúria é lodo verbal.
Queixa é semente morta.
Reclamação é fuga estudada.
Censura é ponta de espinho.
Melindre praga destruidora.
Irritação é tempo perdido.
Ideal inoperante é água parada.
Desalento é ramo seco.
Ninguém avança sem movimento.
Não há evolução, nem resgate, sem ação.
Evolução é suor indispensável.
Resgate é suor necessário com o pranto da consciência.

Nossas dores respondem, assim, pelas falhas que demonstremos ou pelas culpas que contraímos.

A Lei estabelece, porém, que as provas e as penas se reduzam, ou se extingam, sempre que o aprendiz do progresso ou o devedor da justiça se consagre às tarefas do bem, aceitando, espontaneamente, o favor de servir e o privilégio de trabalhar.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Justiça Divina
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LINDOS CASOS DE EURÍPEDES BARSANULFO


Conta-se que Eurípedes Barsanulfo, certa vez, recebera um apelo para levar socorro a criança doente, vitimada pela meningite, que agonizava em casebre um tanto afastado de Sacramento.

Depois de atender extensa fila de necessitados que diariamente se formava à porta de pequeno cômodo onde trabalhava, quase meia noite, sozinho, atravessou uma pinguela sobre o rio Borá, colocando-se a caminho com alguns vidros de remédio que manipulara.

Procurando alcançar o barracão que ficava à margem de uma estrada boiadeira, foi surpreendido por dois homens que, gritaram:

- É um assalto! Não resista, porque senão morre!...

Calmamente, dirigindo-se aos homens, que portavam canivetes, Eurípedes argumentou:

- Meus irmãos, eu não tenho nada comigo, a não ser estes vidros de remédio...

- Remédio!... - bradou um deles. Ora, ora, estamos, então, diante de médico que afirma não ter dinheiro... Tenho horror a vocês... Estão ricos à custa de explorar o sofrimento alheio...

- Não, meu filho, não sou médico - explicou o discípulo do Evangelho, fixando os olhos naquele homem transtornado. -Estou a serviço de Deus... estes medicamentos, que manipulei
ainda há pouco, não são para serem vendidos...

- A serviço de Deus, conversa fiada... Deus não existe. Estou cansado de tanta balela... Não me diga que você é padre, porque se for, é agora que eu vou furá-lo... Padre é pior que médico!... - e arrancou os vidros de remédio das mãos de Eurípedes, jogando-os no chão empoeirado, pronto para quebrá-los com as botas.

- Não meu filho, não faça isso... - interveio o abnegado servidor de Jesus, ajoelhando-se ao solo, a tatear no escuro qual se aqueles medicamentos se lhe constituíssem inalienável tesouro. A atitude destemida e inesperada daquele homem franzino, como que paralisara a ação dos malfeitores.

- Vocês façam o que quiserem comigo... Tenho algum dinheiro em casa, mas, em nome de Deus, deixem-me primeiro alcançar aquela casinha, onde uma menina delira com febre alta...

- Quem é você?! - indagou um assaltante, cambaleante.

- Eu sou Eurípedes Barsanulfo... Em nome de Deus, estou indo socorrer uma criança de apenas seis anos de idade atacada pela meningite... Deram-me o recado de sua mãe, que é paralítica, bem à tardezinha... Fiz o possível para vir mais cedo... Dizem que o dela conduz boiadas pelos sertões do Triângulo...

Deixando cair o canivete, agora foi a vez daquele homem ajoelhar-se e, em pranto convulsivo, cobrir de beijos as mãos de Eurípedes:

- O senhor me perdoe!... A menina é minha filha... Cheguei há pouco de viagem e, ao vê-la naquela condição, saí para roubar e matar, se preciso fosse... O dono da boiada que eu ajudava a conduzir não me deu um níquel sequer... Os seus capangas me ameaçaram e tive que fugir...

Dizem que, daquele dia em diante, em suas andanças noturnas nos arredores de Sacramento, a certa distância, um homem passara a velar pelos passos de Eurípedes Barsanulfo, que não apenas lhe curara a filhinha mas também lhe devolvera a fé em Deus e nos homens!...

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Ramiro Gama/Carlos A. Baccelli
Do livro "DIÁRIO DA MEDIUNIDADE".
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