segunda-feira, 13 de março de 2023

Perante a ofensa



 A ofensa, pelas perturbações que provoca, merece estudo raciocinado de nossa parte, a fim de que lhe oponhamos um dique necessário à ação devastadora.  Quase sempre ela resulta de um ato de violência, de um apontamento calunioso ou de um gesto infeliz, significando assalto moral à dignidade da pessoa ou do grupo.

 Convém ponderar, no entanto, que o ofensor é, invariavelmente, alguém que já ultrapassou os limites do respeito que nos devemos uns aos outros e, por isso, precisa ser tratado por enfermo de Espírito, que não recuperaremos se nos fizermos tão doentes quanto ele.

 Diante da ofensa, recordemos que inexperiência, insanidade, obsessão ou moléstia podem estar em qualquer parte, concitando-nos a tarefas de auxílio.

 Serenidade, bom senso, saúde, entendimento e madureza não são artigos de mercado. Não se encomenda compreensão ao lojista, como se compra roupa sob medida em mãos do alfaiate. E toda vez que falhamos ao próprio equilíbrio é possível nos convertamos igualmente em ofensores do próximo, ferindo até mesmo sem perceber.

Depois de semelhantes reflexões, examinemos a nossa conduta anterior à ofensa de que nos sintamos alvejados, e observemo-nos, sem qualquer piedade para nós mesmos, verificando se não teremos motivado no espírito de quem nos golpeia a atitude que lamentamos. 8 Se a consciência nos acusa, procuremos ouvi-la com humildade e retifiquemos os erros que arrojamos de nós, empregando serviço e tempo, a fim de que os nossos propósitos de auto melhoria se façam visíveis, reconquistando a simpatia e a confiança daqueles a quem desajustamos com a nossa leviandade.

 Fora disso, se a ofensa nos alcança o caminho, façamos silêncio e oremos, como nos ensina Jesus, por todos aqueles que nos perseguem e caluniam, porquanto a injúria só nos causa mal quando lhe abrimos a porta às cargas envenenadas passando recibo. 

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Cartas do Alto
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13 de março

Transforme-se através da renovação de sua mente.

Uma cobra não pode crescer sem largar a sua pele velha.

Um pintinho não pode sair do ovo sem quebrar sua casca.

Um bebê não pode nascer sem deixar o útero de sua mãe.

Estes processos devem acontecer para trazer mudanças.

Eles acontecem passo a passo, inexoravelmente.

Se o pintinho não tiver forças para romper a casca, ele morrerá.

Existe um momento certo para tudo.

Você pode tentar evitar mudanças porque se sente seguro onde está e prefere ficar confinado nas fronteiras do conhecido, ao invés de se arriscar e mergulhar no desconhecido, mas, confinado, você vai sufocar e morrer.

Tente compreender e aceitar a necessidade de mudanças em tudo que está acontecendo no mundo neste momento.

Eleve seu coração, dê graças por essas mudanças e torne-se parte integrante dela.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Advento do Espírito de Verdade (IV)

Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece continua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito.

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O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 8.)
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HÁ MUITA DIFERENÇA


“E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou.” – (Atos, 3:6.)

É justo recomendar muito cuidado aos que se interessam pelas vantagens da política humana, reportando-se a Jesus e tentando explicar, pelo Evangelho, certos absurdos em matéria de teorias sociais.

Quase sempre, a lei humana se dirige ao governado, nesta fórmula: – “O que tens me pertence.”

O Cristianismo, porém, pela boca inspirada de Pedro, assevera aos ouvidos do próximo:

– “O que tenho, isso te dou.”

Já meditaste na grandeza do mundo, quando os homens estiverem resolvidos a dar do que possuem para o edifício da evolução universal?

Nos serviços da caridade comum, nas instituições de benemerência pública, raramente a criatura cede ao semelhante aquilo que lhe constitui propriedade intrínseca.

Para o serviço real do bem eterno, fiar-se-á alguém nas posses perecíveis da Terra, em caráter absoluto?

O homem generoso distribuirá dinheiro e utilidades com os necessitados do seu caminho, entretanto, não fixará em si mesmo a luz e a alegria que nascem dessas dádivas, se as não realizou com o sentimento do amor, que, no fundo, é a sua riqueza imperecível e legítima.

Cada individualidade traz consigo as qualidades nobres que já conquistou e com que pode avançar sempre, no terreno das aquisições espirituais de ordem superior.

Não olvides a palavra amorosa de Pedro e dá de ti mesmo, no esforço de salvação, porquanto quem espera pelo ouro ou pela prata, a fim de contribuir nas boas obras, em verdade ainda se encontra distante da possibilidade de ajudar a si próprio.

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EMMANUEL
Chico Xavier
Obra: Pão nosso
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NA ROTA EVOLUTIVA


O espírito jamais retrocede na viagem da evolução.

No entanto, muitas vezes, embora não perca na essência os tesouros adquiridos no campo da inteligência, o viajor da imortalidade é compelido à paradas necessárias ao justo refazimento, sempre que moralmente se envolva em compromissos escusos perante a Justiça da Vida.
* *
Semelhante imperativo da regeneração, na senda do progresso, determina dificuldades e inibições no plano da forma em que somos habitualmente internados, para essa ou aquela reparação no Plano Físico.

É assim que o malfeitor genial, não obstante trazer consigo o acervo da própria cultura devidamente arquivado, volta a corpo enfermiço, quase sempre para sanar na idiotia os desequilíbrios com que se fez o empreiteiro da delinquência.

E é ainda aí que todos nós, apesar de conservarmos intactos, adentro do cérebro e do coração, os nossos valores íntimos sem quebra de qualquer dos recursos que possuímos, padecemos, na Terra, a incursão de moléstia difíceis tanto quanto o domínio de circunstância constrangedoras a nos asfixiarem as melhores aspirações, pagando, através do vaso físico atormentado, os erros conscientemente cometidos no pretérito próximo ou remoto, perante a Lei de Amor que nos governa os caminhos.
* * *
Lembremo-nos de que o presidiário, por trás da grade que lhe desfigura o semblante, não perde a riqueza da instrução ou do ideal, da sensibilidade ou da memória, não obstante indicado à sentença que o segrega no resgate preciso.

E, sabendo que cada um de nós é o arquiteto do próprio destino, saibamos afeiçoar-nos ao serviço incessante do bem porque todo bem é degrau de ascensão para o Alto, arrebatando-nos do império da sombra para a bênção da luz.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Linha duzentos
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Tempo de plantar e de arrancar o que se plantou


Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer.

Tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou.

O trecho extraído do livro bíblico Eclesiastes nos faz lembrar dos ciclos da vida.

Há um tempo para tudo.

Recorda-nos igualmente que a existência, a vida, é como uma gleba, um terreno fértil que todos recebemos ao nascer.

Cada um pode plantar o que quiser, quando e como quiser.

No entanto, as leis universais nos falam que há também o tempo de colher, de arrancar o que se plantou.

Tudo que se planta, se colhe.

Um provérbio oriental já dizia que o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória.

Desde o momento que adquirimos consciência e responsabilidade pelos nossos atos, a semeadura se torna, igualmente, consciente e responsável.

Quanto ao que plantamos, consideremos que algumas sementes florescem rapidamente, outras não: exigem anos, décadas, séculos.

Ao plantar um pé de alface, por exemplo, poderemos colhê-lo em poucas semanas.

O mesmo não acontece com o café.

Um pé de café leva anos para nos ofertar os primeiros frutos.

Assim são nossas semeaduras.

Ao semear simpatia e gentileza no dia a dia, certamente verificamos os resultados em pouco tempo e em muitos corações.

São as sementes que brotam rapidamente em forma de amorosidade que retorna a quem oferta.

Quando semeamos alegria e otimismo onde estamos, podemos perceber, quase que de pronto, a modificação nos ares que nos cercam.

Pensamentos elevados, construtivos, transformam a psicosfera, purificam a estrada por onde passamos.

Existem, no entanto, os plantios de longo prazo.

A semeadura de amor no coração endurecido de um filho exige cuidados permanentes, rega, poda, iluminação e húmus enriquecido.

É semelhante ao cultivo do pé de café.

Poderão transcorrer anos, por vezes, sem vermos qualquer resultado.

Há mães e pais que não terão a oportunidade de colher os frutos nesta encarnação, pois sua missão primeira é a da semeadura e a da manutenção do plantio.

São plantas que desabrocharão mais tarde, depois de muito trabalho e dedicação, até de outros jardineiros, quem sabe, pois tudo tem o seu tempo determinado: tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.

Mas sempre é tempo de plantar.

Uma terra ociosa é uma terra inútil.

Nela crescerá o joio indesejado que tomará o lugar dos belos jardins.

Todos sonhamos com a felicidade, e quem sabe seja essa a melhor colheita de todas.

Perguntemo-nos se temos feito o nosso plantio.

Temos realizado os devidos cuidados no cultivo?

Como sonhar com maçãs se só deixamos crescer ervas daninhas em nosso quintal?

A vida é uma gleba, um terreno fértil que todos recebemos para utilizar como bem quisermos.

A semeadura é livre, o cultivo é de responsabilidade só nossa.

E a colheita é certa, no seu tempo determinado.

Pensemos nisso, hoje, agora.

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Redação do Momento Espírita, com citação do livro bíblico Eclesiastes, cap. 3, versículos 1 e 2.
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