segunda-feira, 27 de maio de 2024

Cruzes e algemas


Observa o longo caminho em que transitas no mundo e notarás que todas as criaturas jornadeiam na Terra entre cruzes e algemas.

Cruzes talhadas pela misericórdia de Deus.

Algemas forjadas pelos próprios homens.

 Cruzes que elevam.

Algemas que aniquilam.

Cruzes que bendizem.

Algemas que amaldiçoam.

Cruzes que iluminam.

Algemas que ensombram.

Não desprezes o madeiro das obrigações em que a Sabedoria do Senhor te situa, porque todas as almas que sobem o monte da evolução, transportam consigo as cruzes redentoras do trabalho e da disciplina.

 Onde se destaquem progresso e sublimação aí enxameiam cruzes diversas. Possuímo-las por toda parte, em todos os feitios e em todos os tons de luta.

 Aqui, constituem o esposo difícil, a companheira desesperada e o filho ingrato e incompreensivo…

Acolá, descobrimo-las na solidão e na enfermidade, na penúria e no sofrimento, na dor e no sacrifício, tanto quanto mais além, reconhecemo-las na popularidade e na inteligência, no fausto e no ouro, na responsabilidade e no poder…

 Procura aceitar com valor e serenidade os preciosos deveres que o Senhor te confia, porque das cruzes abandonadas nascem as trevas da rebeldia e do orgulho, que perturbam o coração e ensanguentam os filhos rebelados da Terra.

 Quantos lhes abominam os braços santificantes, sacudindo-lhes o jugo, não raro, descem à sombra e à viciação, à loucura e à delinquência, em que padecem, às vezes, por séculos dolorosos, nos grilhões do remorso e do crime, do desequilíbrio e do desencanto que inventaram para si mesmos.

 Abraça na cruz que te honra o caminho a bênção da própria vida e agradece-lhe o suor do trabalho e as lágrimas da renúncia que te faça verter, porquanto se apenas a Cruz do Cristo, — o Anjo sem culpa, — foi capaz de instilar-nos a luz da ressurreição, somente a cruz de nossas dores no resgate de nossos erros, será capaz de impelir-nos à posse da Vida Eterna.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Taça de luz
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27 de maio

Toda alma tem necessidade de se recolher de tempos em tempos para encontrar a paz incomensurável.

Toda alma precisa se estabilizar e isso só pode acontecer na paz e na quietude.

Com estabilidade interior você será capaz de enfrentar qualquer situação, e o caos e confusão exteriores não o afetarão de modo algum.

Assim você estará no lugar secreto do Mais Alto.

Encontrar sua unidade coMigo o fará capaz de seguir em frente mesmo quando você pensar que chegou ao fim de suas forças.

São estes passos dados em direção ao desconhecido, com fé e apoiados na Minha força, que realizarão prodígios e mudarão vidas.

São estes passos que possibilitarão o impossível e trarão Meu reino para a terra, o glorioso novo céu e nova terra.

Caminhe sempre nesta direção. Mude e mude rapidamente quando for necessário. EU ESTOU sempre com você. Revigore-se em Mim.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Os superiores e os inferiores

A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme o supõe a maioria dos potentados da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, aliás, lhes prova constantemente que não é nem uma nem outra coisa, pois que deles a retira quando lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente às suas personalidades, seria inalienável. A ninguém cabe dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus confere a autoridade a título de missão, ou de prova, quando o entende, e a retira quando julga conveniente.

Quem quer que seja depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre o seu servo, até a do soberano sobre o seu povo, não deve olvidar que tem almas a seu cargo; que responderá pela boa ou má diretriz que dê aos seus subordinados e que sobre ele recairão as faltas que estes cometam, os vícios a que sejam arrastados em conseqüência dessa diretriz ou dos maus exemplos, do mesmo modo que colherá os frutos da solicitude que empregar para os conduzir ao bem.

Todo homem tem na Terra uma missão, grande ou pequena; qualquer que ela seja, sempre lhe é dada para o bem; falseá-la em seu princípio é, pois, falir ao seu desempenho.

Assim como pergunta ao rico: “Que fizeste da riqueza que nas tuas mãos devera ser um manancial a espalhar a fecundidade ao teu derredor”, também Deus inquirirá daquele que disponha de alguma autoridade: “Que uso fizeste dessa autoridade? Que males evitaste? Que progresso facultaste? Se te dei subordinados, não foi para que os fizesses escravos da tua vontade, nem instrumentos dóceis aos teus caprichos ou à tua cupidez; fiz-te forte e confiei-te os que eram fracos, para que os amparasses e ajudasses a subir ao meu seio.”

O superior, que se ache compenetrado das palavras do Cristo, a nenhum despreza dos que lhe estejam submetidos, porque sabe que as distinções sociais não prevalecem às vistas de Deus. Ensina-lhe o Espiritismo que, se eles hoje lhe obedecem, talvez já lhe tenham dado ordens, ou poderão dar-lhas mais tarde, e que ele então será tratado conforme os haja tratado, quando sobre eles exercia autoridade.

Mas, se o superior tem deveres a cumprir, o inferior, de seu lado, também os tem e não menos sagrados.

Se for espírita, sua consciência ainda mais imperiosamente lhe dirá que não pode considerar-se dispensado de cumpri-los, nem mesmo quando o seu chefe deixe de dar cumprimento aos que lhe correm, porquanto sabe muito bem não ser lícito retribuir o mal com o mal e que as faltas de uns não justificam as de outrem. Se a sua posição lhe acarreta sofrimentos, reconhecerá que sem dúvida os mereceu, porque, provavelmente, abusou outrora da autoridade que tinha, cabendo-lhe, portanto, experimentar a seu turno o que fizera sofressem os outros. Se se vê forçado a suportar essa posição, por não encontrar outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se, como constituindo isso uma prova para a sua humildade, necessária ao seu adiantamento. Sua crença lhe orienta a conduta e o induz a proceder como quereria que seus subordinados procedessem para com ele, caso fosse o chefe.

Por isso mesmo, mais escrupuloso se mostra no cumprimento de suas obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe está determinado redunda em prejuízo para aquele que o remunera e a quem deve ele o seu tempo e os seus esforços. Numa palavra: solicita-o o sentimento do dever, oriundo da sua fé, e a certeza de que todo afastamento do caminho reto implica uma dívida que, cedo ou tarde, terá de pagar.

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— François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot. (Paris, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 9.)
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Preparação familiar


O problema familiar, por mais que nos despreocupemos dele, buscando fugir à responsabilidade direta, constituirá sempre uma das questões fundamentais da felicidade humana.

É um erro tremendo supor que a morte apaga as recordações, à maneira da esponja que absorve o vinagre, na limpeza do vaso culinário. Certamente, os laços menos dignos terminam na sombra do sepulcro, quando suportados valorosamente, e encarados como sacrifício purificador, na existência material. Noventa por cento, talvez, dos matrimônios, infelizes pela ausência de afinidade espiritual, extinguem-se com a morte, que liberta naturalmente as vítimas dos grilhões e dos algozes.

O Evangelho de Jesus ensina entre os vivos que Deus não é Deus de mortos, (LC) e os que perderam a indumentária carnal, sentindo-se mais vivos que nunca, acrescentam que Deus não é Deus de condenados.

Que os Otelos da Terra se previnam, em suas relações com as Desdêmonas virtuosas do mundo, porque, além do cadáver, não poderão apunhalar as esposas livres da carne; e as mulheres ciumentas, desgrenhadas dentro da noite, a gritarem blasfêmias injuriosas contra os maridos inocentes, preparem-se para longo tempo de separação na esfera invisível; onde, na melhor das hipóteses, receberão serviços reeducativos, em seu próprio favor.

A morte seria um monstro terrível se consolidasse as algemas terrestres naqueles que toleraram heroicamente a tirania e o egoísmo de outrem. Além de seus muros de sombra, há castelos sublimes para os que amaram com alma e entesouraram, com o sentimento mais puro, o ideal e a esperança numa vida melhor; e há também precipícios escuros, por onde descem os revoltados, em desespero, por não poderem oprimir e martirizar, por mais tempo, os corações devotados e sensíveis, de que se rodeavam na Terra.

Feita a ressalva, alusiva aos princípios de afinidade que regem a sociedade espiritual, recordemos a missão educativa que o mundo confere ao coração dos pais, em nome de Deus.

Constituiria ato casual da Natureza a reunião de duas criaturas, convertidas em pai e mãe de diversos seres? Mera eventualidade o erguimento de um berço enfeitado de flores?

Diz a Medicina que o fato se resume a simples acontecimento biológico, o estatuto político relaciona mais um habitante a enriquecer o povoamento do solo e a Teologia sustenta que o Criador acaba de formar outra alma, destinada ao teatro da vida, enquanto a instituição doméstica celebra a ocorrência com desvairada alegria, muito bela sem dúvida, mas vizinha da irreflexão e da irresponsabilidade.

É razoável que os pais sintam emoções verdadeiramente sublimes e acolham o rebento de seu amor com indefiníveis transportes de júbilo. Todavia, é necessário acrescentar que a galinha e a leoa fazem o mesmo. Certas aves do sul da Europa chegam a roubar pequeninas joias de damas ricas, a fim de adornarem o ninho venturoso pela chegada dos filhotinhos. Por esse motivo, no círculo da Humanidade é preciso instituir serviços eficientes contra o carinho inoportuno e esterilizante.

Os filhos não são almas criadas no instante do nascimento, conforme as velhas afirmativas do sacerdócio organizado. São companheiros espirituais de lutas antigas, a quem pagamos débitos sagrados ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos de outro tempo. O instituto da família é cadinho sublime de purificação e o esquecimento dessa verdade custa-nos alto preço na vida espiritual.

É lamentável nosso estado dalma, quando voltamos à vida livre, de coração escravizado ao campo inferior do mundo, em virtude do olvido de nossas obrigações paternais. Em vão, tentaremos ensinar tardiamente as lições da realidade legítima; debalde nos abeiraremos dos corações amados, para recordar a eternidade da vida. Semelhantes impulsos se verificam fora da ocasião desejável, porque a fantasia já solidificou a sua obra e a ilusão modificou a paisagem natural do caminho. Não valem mais o pranto e a lamentação. É indispensável aguardar o tempo da misericórdia, já que menosprezamos o tempo do serviço!

Precatem-se, pois, os pais e mães terrestres, para que não se percam, envenenando o coração dos filhos, a distância do dever e do trabalho. Aniquilem o egoísmo afetuoso que os cega, se não querem cavar o abismo futuro!…

Enquanto escrevo, ouço um amigo, já arrebatado igualmente da vida humana, que me pede endereçar aos companheiros encarnados as seguintes ponderações:

— Bem-aventurados os pais pobres de dinheiro ou renome, que não tolhem a iniciativa própria dos filhos, nos caminhos da edificação terrestre! Através do trabalho áspero e duro, de decepções e dificuldades, ensinam aos rebentos de seu lar que são irmãos dos batalhadores anônimos do mundo, dos humildes, dos calejados, construindo-lhes a ventura em bases sólidas e formando-lhes o coração na fé e no trabalho, antes que venham a perverter o cérebro com vaidades e fantasias!

Esses, sim, podem abandonar a Terra, tranquilamente, quando a morte lhes cerrar as pálpebras cansadas… Mas, infortunados serão todos os pais ricos de bagagens mundanas, que desfiguram a alma dos filhos, impondo-lhes mentirosa superioridade pelos artificialismos da instrução paga, carregando-lhes a mente de concepções prejudiciais, acerca do mundo e da vida, pelo exercício condenável de uma ternura falsa! Esses esperem pelas contas escabrosas, porque, de fato, tentaram enganar a Deus, distanciando-lhe os filhos da verdade e da luz divina… Depois da morte do corpo, sentirão a dor de se verem esquecidos no dia imediato ao dos funerais de seus despojos, acompanhando, em vão, como mendigos de amor, os filhos interessados na partilha dos bens, a revelarem atitudes cruéis de egoísmo e ambição!

Com estas palavras de um amigo, finalizo minhas despretensiosas considerações sobre as responsabilidades domésticas, mas duvido que existam pais e filhos na carne com bastante sensatez para nelas acreditarem.

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Irmão X
Chico Xavier
Obra: Luz no lar
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2 comentários:

  1. São verdadeiras luzes do esclarecimento real de nossas vidas. Quantas bençãos que chegam para abençoar-nos no cotidiano, gratidão sim, espiritual como um abc para mudarmos nosso comportamento material.

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  2. Obrigada por o tempo dedicado a escrever estas mensagens edificadoras, gratidão!

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Obrigada pelo comentário.