quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Crítica



Por projeção psicológica entende-se a atitude de perceber nos outros, com certa facilidade, nossos conflitos e dificuldades, com recusa, no entanto, de vê-los em nós mesmos.

Dependendo do grau de distorção que fazemos dos fatos, para atender a nossas teorias e irrealidades, é que se inicia em nossa intimidade o processo da paranóia. Os paranóicos possuem uma característica peculiar: relacionam qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos, ou, melhor dizendo, desvirtuam a realidade dos fatos,trazendo para o nível pessoal tudo o que ocorre em sua vida.
Tudo o que criticarmos, veementemente, no exterior encontraremos em nossa intimidade. Isso nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é, em verdade, um espelho onde nos vemos exatamente como somos.

Se, na exterioridade, algo de inoportuno estiver ocorrendo conosco ou chamando muito a nossa atenção, é justamente porque ainda não estamos em total harmonia na interioridade. Significa que devemos analisar melhor e estudar ainda mais a área correspondente ao nosso mundo íntimo.

Nossas afirmações diante da vida retornarão sempre de maneira inequívoca. Carmas são estruturados não somente sobre nossos feitos e atitudes, mas também sobre nossas sentenças e juízos, críticas e opiniões.

Todas as nossas suspeitas sistemáticas têm raízes na falta de confiança em nós mesmos, e não nos outros.

 Por isso :

- se criticamos o comportamento sexual alheio, podemos estar vivendo enormes conflitos afetivos dentro do próprio lar;

- se tememos a desconsideração, é possível termos desconsiderado alguma coisa muito significativa dentro de nossa intimidade;

- se desconfiamos de que as pessoas querem nos controlar, provavelmente não estamos na posse do comando de nossa vida interior;

- se condenamos a hipocrisia dos outros, talvez não estejamos sendo leais com nossas próprias vocações e ideais.

Projetar nossas mazelas e infortúnios sobre alguma coisa ou pessoa não resolve a nossa problemática existencial. Somente quando reconhecermos nossas "traves" - dispositivos interiores que limitam nossa marcha evolutiva - é que poderemos ver com lucidez que, realmente, são elas as verdadeiras fontes de infelicidade, que nos distanciam da paz e da harmonia que tanto buscamos.
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Hammed  
Francisco do Espírito Santo Neto
  As dores da Alma


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MENSAGEM DO ESE:

Obediência e resignação

A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade material desprezava. Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal.
Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral. Digo, apenas, atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só, horizontes que a multidão somente mais tarde verá, enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento! Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. Bem-aventurados, no entanto, os que são brandos, pois prestarão dócil ouvido aos ensinos. — Lázaro. (Paris, 1863.)

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 8.)


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

CARIDADE SEMANAL



"Pelo menos uma vez por semana, envolve-te com os teus familiares em alguma tarefa assistencial.

A bondade se ensina através do exemplo.

A necessidade alheia, vista de perto, nos faz melhor enxergarmos os recursos com que temos sido abençoados.

Se não te é possível um compromisso cotidiano com a caridade, consagra a ela alguns minutos do tempo que te sobra em cada final de semana.

Com pouco mais de quinze minutos, visitarás o doente no hospital ou irás à periferia para levares o teu farnel de generosidade.

A tua ação no bem, por menor que seja, atrairá vibrações positivas para a tua vida.

Não consintas que o teu reduto doméstico se transforme em fortaleza de egoísmo.

Não vivas entrincheirado na indiferença e no comodismo.

Se os teus familiares percebem que te importas com os outros, haverão de escutar-te com maior atenção, sem duvidarem do que dizes.

Um minuto de caridade é fonte de incontáveis alegrias."
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Irmão José
Carlos Baccelli
Teu Lar 





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MENSAGEM DO ESE:

Bem-aventurados os que têm fechados os olhos (1)

Meus bons amigos, para que me chamastes? Terá sido para que eu imponha as mãos sobre a pobre sofredora que está aqui e a cure? Ah! que sofrimento, bom Deus! Ela perdeu a vista e as trevas a envolveram. Pobre filha! Que ore e espere. Não sei fazer milagres, eu, sem que Deus o queira. Todas as curas que tenho podido obter e que vos foram assinaladas não as atribuais senão àquele que é o Pai de todos nós. Nas vossas aflições, volvei sempre para o céu o olhar e dizei do fundo do coração: “Meu Pai, cura-me, mas faze que minha alma enferma se cure antes que o meu corpo; que a minha carne seja castigada, se necessário, para que minha alma se eleve ao teu seio, com a brancura que possuía quando a criaste.” Após essa prece, meus amigos, que o bom Deus ouvirá sempre, dadas vos serão a força e a coragem e, quiçá, também a cura que apenas timidamente pedistes, em recompensa da vossa abnegação.
Contudo, uma vez que aqui me acho, numa assembléia onde principalmente se trata de estudos, dir-vos-ei que os que são privados da vista deveriam considerar-se os bem-aventurados da expiação. Lembrai-vos de que o Cristo disse convir que arrancásseis o vosso olho se fosse mau, e que mais valeria lançá-lo ao fogo, do que deixar se tornasse causa da vossa condenação. Ah! quantos há no mundo que um dia, nas trevas, maldirão o terem visto a luz! Oh! sim, como são felizes os que, por expiação, vêm a ser atingidos na vista! Os olhos não lhes serão causa de escândalo e de queda; podem viver inteiramente da vida das almas; podem ver mais do que vós que tendes límpida a visão!... Quando Deus me permite descerrar as pálpebras a algum desses pobres sofredores e lhes restituir a luz, digo a mim mesmo: Alma querida, por que não conheces todas as delicias do Espírito que vive de contemplação e de amor? Não pedirias, então, que se te concedesse ver imagens menos puras e menos suaves, do que as que te é dado entrever na tua cegueira! 
Oh! bem-aventurado o cego que quer viver com Deus. Mais ditoso do que vós que aqui estais, ele sente a felicidade, toca-a, vê as almas e pode alçar-se com elas às esferas espirituais que nem mesmo os predestinados da Terra logram divisar. Abertos, os olhos estão sempre prontos a causar a falência da alma; fechados, estão prontos sempre, ao contrário, a fazê-la subir para Deus. Crede-me, bons e caros amigos, a cegueira dos olhos é, muitas vezes, a verdadeira luz do coração, ao passo que a vista é, com freqüência, o anjo tenebroso que conduz à morte.
Agora, algumas palavras dirigidas a ti, minha pobre sofredora. Espera e tem ânimo! Se eu te dissesse: Minha filha, teus olhos vão abrir-se, quão jubilosa te sentirias! Mas, quem sabe se esse júbilo não ocasionaria a tua perda! Confia no bom Deus, que fez a ventura e permite a tristeza. Farei tudo o que me for consentido a teu favor; mas, a teu turno, ora e, ainda mais, pensa em tudo quanto acabo de te dizer.
Antes que me vá, recebei todos vós, que aqui vos achais reunidos, a minha bênção. — Vianney, cura d'Ars. (Paris, 1863.)

(1) Esta comunicação foi dada com relação a uma pessoa cega, a cujo favor se evocara o Espírito de J. B. Vianney, cura d’Ars.

(2) Quando uma aflição não é conseqüência dos atos da vida presente, deve-se-lhe buscar a causa numa vida anterior. Tudo aquilo a que se dá o nome de caprichos da sorte mais não é do que efeito da justiça de Deus, que não inflige punições arbitrárias pois quer que a pena esteja sempre em correlação com a falta. Se, por sua bondade, lançou um véu sobre os nossos atos passados, por outro lado nos aponta o caminho, dizendo: “Quem matou à espada, pela espada perecerá”, palavras que se podem traduzir assim: “A criatura é sempre punida por aquilo em que pecou.” Se, portanto, alguém sofre o tormento da perda da vista, é que esta lhe foi causa de queda. Talvez tenha sido também causa de que outro perdesse a vista; de que alguém haja perdido a vista em conseqüência do excesso de trabalho que aquele lhe impôs, ou de maus-tratos, de falta de cuidados, etc. Nesse caso, passa ele pela pena de talião. É possível que ele próprio, tomado de arrependimento, haja escolhido essa expiação, aplicando a si estas palavras de Jesus: “Se o teu olho for motivo de escândalo, arranca-o.”

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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VIII, itens 20 e 21.)
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CAUTELA E CORAGEM


(...) Procurai melhor a verdade e a encontrareis. Sede cauteloso com a falsidade, nunca, porém, cheio de medo supersticioso. Quando percorreis algum caminho nas montanhas, vossos sentidos estão duplamente atentos; tendes o cuidado de pisar em terreno firme e de evitar os passos em falso. Dais, não obstante, mais atenção ao que é positivo do que ao que é negativo. E ainda bem que o fazeis, pois, do contrário, muito vagarosa seria a vossa jornada. Caminhai sempre assim, que não escorregareis; avançai também sem medo, pois os que temem são justamente os que perdem o equilíbrio, sendo as mais das vezes vítimas de desastres.
Deus seja convosco, amigo; e a Sua Presença aqui é gloriosa e brilha através das brumas que envolvem a Terra. Sua irradiação pode ser vista por todos, exceto pelos cegos de espírito, porque estes não querem ver.
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Livro: A Vida Além do Véu – As Regiões Inferiores do Céu (Mensagens Espíritas
Recebidas e Escritas Pelo Rev. G. Vale Owen, Vigário de Orford, Lancashire)
Rev. G. Vale Owen
FEB – Federação Espírita Brasileira

terça-feira, 19 de setembro de 2017

OS DOIS PIORES ADVERSÁRIOS


Se pretendes vencer em qualquer empreendimento de ordem espiritual, começa não te concedendo tempo para conversas inúteis.

Cordialmente, desembaraça-te de quem te reclame os ouvidos com assuntos urdidos pela maledicência.

Dispensa, com habilidade, aquele que te venha com confidências, envolvendo o teu nome na trama com que as trevas intentem prejudicar a tua capacidade de ação.

Não permaneças na expectativa de que os teus desafetos saibam reconhecer o teu esforço e, de público, admitam as tuas possíveis qualidades.

Interpreta todo elogio que recebas como sendo mais perigoso que toda crítica que te façam.

Vacina-te, sistematicamente, contra o melindre e o personalismo, que, em verdade, são os teus dois piores adversários no que te propões realizar sob a égide do Cristo.

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Irmão José 
 Carlos Baccelli 
"Ajuda-te e o Céu te Ajudará"



MENSAGEM DO ESE:

Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?

– Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?

Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? 

Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha?

 Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões? 

Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades!

 Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.

O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. 

— São Luís. (Paris, 1860.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 28.)

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O QUE VOCÊ VAI ESCOLHER HOJE



Imagine que, a cada manhã, você está num restaurante chamado "vida", e o tempo lhe oferece um cardápio com muitas opções de como você pretende passar o dia.


Dentre os variados "pratos", você encontrará, por exemplo: dia feliz, dia calmo, dia corajoso, dia tenso, dia nervoso, dia inseguro, dia irritado, dia péssimo, dia ótimo.


As possibilidades são amplas, mas a escolha é por sua conta. Você é livre para escolher o tipo de dia que vai levar.


No entanto, terá de experimentar o sabor da opção feita.


Se você escolheu pela manhã ter um bom dia, e se estiver comprometido com essa escolha, nada durante o decorrer das horas poderá afetar sua opção.


Se um contra-tempo lhe ocorrer, você manterá a calma, pois estará certo de que o imprevisto nada mais representou do que a mão de Deus colaborando para que você, de fato, tivesse um dia bom.


Em nossa jornada, não conta tanto o que nos acontece, mas como interpretamos o que nos acontece. Um dia chuvoso é somente um dia chuvoso.


Pode ser um bom dia ou um mau dia, dependendo de como escolhemos vivê-lo, dependendo de como escolhemos encará-lo.


Se alguém lhe disse palavras injustas, você sempre terá a opção de ficar ofendido ou de não levar em consideração as bobagens que falaram a seu respeito. Se preferir a primeira opção, lembre-se sempre de que não foi o outro quem se ofendeu, mas foi você quem resolveu ficar ofendido.


O maior poder que o homem possui é saber escolher antes de agir. Pena que não temos sabido apurar nosso livre-arbítrio, lembrando dele apenas quando colhemos os resultados amargos da nossa semeadura.


Você já reparou que as palavras "escolher" e "colher" são muito parecidas? Quem escolhe sempre colhe. Lembre-se disso na próxima vez que tiver de optar por algum caminho.
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JOSÉ CARLOS DE LUCCA
Força Espiritual


MENSAGEM DO ESE:
II – Reconhece-se O Cristão Pelas Suas Obras 

16 – “Nem todos os que me dizem Senhor, Senhor, entrarão no Reino dos Céus, mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos Céus”. Escutai estas palavras do mestre, todos vós que repelis a doutrina espírita como obra do demônio! Abri os vossos ouvidos, pois chegou o momento de ouvir! Será suficiente trazer a libré do Senhor, para ser um fiel servidor? Será bastante dizer:“ Sou cristão ”, para seguir o Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. “Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos”. – “Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada no fogo”. – Eis as palavras do Mestre. Discípulos do Cristo, compreendei-as bem! Quais os frutos que a árvore do Cristianismo deve dar, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com a sua sombra uma parte do mundo, mas ainda não abrigaram a todos os que devem reunir-se em seu redor? Os frutos da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e fé. O Cristianismo, como o vem fazendo desde muitos séculos, prega sempre essas divinas virtudes, procurando distribuir os seus frutos. Mas quão poucos os colhem! A árvore é sempre boa, mas os jardineiros são maus. Quiseram moldá-la segundo as suas idéias, modelá-la de acordo com as suas conveniências. Para isso a cortaram, diminuíram, mutilaram. Seus ramos estéreis já não produzem maus frutos, pois nada mais produzem. O viajor sedento que se acolhe à sua sombra, procurando o fruto de esperança, que lhe deve dar força e coragem, encontra apenas os ramos adustos, pressagiando mau tempo. É em vão que busca o fruto da vida na árvore da vida: as folhas tombam secas aos pés. A mãos do homem tanto as trabalharam, que acabaram por crestá-las!


Abri, pois, vossos ouvidos e vossos corações, meus bem amados! Cultivai esta árvore da vida, cujos frutos proporcionam a vida eterna. Aquele que a plantou vos convida a cuidá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância os seus frutos divinos. Deixai-a assim como o Cristo vo-la deu: não a mutileis. Sua sombra imensa quer estender-se por todo o universo; não lhe corte a ramagem. Seus frutos generosos caem em abundância, para alentar o viajor cansado, que deseja chegar ao seu destino. Não os amontoeis, para guardá-los e deixá-los apodrecer, sem servirem a ninguém. “São muitos os chamados e poucos os escolhidos”. É que há os açambarcadores do pão da vida, como os há do pão material. Não vos coloqueis entre eles; a árvore que dá bons frutos deve distribuí-los para todos. Ide, pois, procurar os necessitados; conduzi-os sob as ramagens da árvore e partilhai com eles o abrigo que ela vos oferece. “Não se colhem uvas dos espinheiros”. Meus irmãos, afastai-vos, pois, dos que vos chamam para apontar os tropeços do caminho, e segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.


O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: “Os que me dizem Senhor, Senhor, nem todos entrarão no Reino dos Céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai, que está nos Céus”. Que o Senhor das bênçãos vos abençoe, que o Deus da luz vos ilumine; que a árvore da vida vos faça com abundância a oferenda dos seus frutos! Credes e orai!


SIMEÃO
Bordeaux,1863


domingo, 17 de setembro de 2017

Desespero


E nos instantes em que a vida nos apresenta provas que parecem transpor nossas forças, como ficamos preocupados e receosos de não mais encontrar o caminho da paz. 

Buscamos um alento e encontramos apenas o vazio. Como isso dói na alma. Lágrimas podem rolar da face mas não parecem trazer o alívio que o coração tanto carece. 

São tantos os transtornos, mal nos acostumamos a uma dificuldade e outra surge, tirando nossa paciência, nos fazendo despertar sentimentos nocivos como a raiva e o medo. 

 Tudo tão confuso... Sinceramente, diante de tantos infortúnios, de tantos ataques como não se sentir fraco?

Como não pensar em desistir?

Eis que o desespero surge...

Se está a viver um desses momentos que parece devastar sua existência, tirando-lhe a vontade de viver, recorde-se Daquele que venceu o mundo e continua tão próximo de nós!

É em Jesus que fortalecerá sua consciência e seguirá firme enfrentando qualquer obstáculo.

Jesus não está distante, pelo contrário, está ao seu lado! Sabe dos momentos tumultuados que lhe envolvem, acompanha seus questionamentos e sente as suas angústias.

Jesus está contigo em todos os momentos.

E Jesus fala contigo:
Vinde a mim todos vos que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei .Mateus 11:28


Nada tema! Jesus não irá embora!

Permanecerá ao seu lado, lhe ouvindo e sem se cansar de buscar lhe fortalecer.

A vida pode até ter períodos de tempestade, de incertezas e de quedas, mas ainda há Jesus na sua vida!

E o que isso significa? Que haverá sempre uma luz a iluminar o caminho a sua frente. Que nada poderá apagar essa luz. 

Que é Jesus que comanda as energias universais, que detém infinito poder. E Ele está do seu lado! 

O que teme? Vai ao encontro do Mestre, deposita em suas mãos suas agonias e recebe o seu intenso abraço.

Jesus compartilha de todos os seus momentos. Sabe o que se passa em seu íntimo e acredita em você, porque Ele é capaz de enxergar a luz íntima que você carrega e nem percebe. 

Impede o desespero de fazer parte da sua vida, encontrando em Jesus o ânimo que lhe faltava.

De fato, vencer imperfeições morais não é simples, desvencilhar-se principalmente do desânimo, do pessimismo e do desespero requer muita força de vontade.

Mas se a cada manhã, acordar e antes de qualquer coisa, rogar o amparo do Mestre, esse não tardará.

Como será envolvido pelo amor de Jesus!

E eis sua vida ganhando nova cor! 

A cor da esperança que desenha outras paisagens.

Que lhe mostra que a vida vale muito a pena. 

E que ainda tem muito a realizar. 

A paz de Jesus equilibrará suas forças e com serenidade seguirá em frente pronto a adentrar outros horizontes. 

A luz do Mestre lhe guia...
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Jesus fala contigo!
Sônia Carvalho



MENSAGEM DO ESE:

Mundos inferiores e mundos superiores (II)

Nesses mundos venturosos, as relações, sempre amistosas entre os povos, jamais são perturbadas pela ambição, da parte de qualquer deles, de escravizar o seu vizinho, nem pela guerra que daí decorre. Não há senhores, nem escravos, nem privilegiados pelo nascimento; só a superioridade moral e intelectual estabelece diferença entre as condições e dá a supremacia. A autoridade merece o respeito de todos, porque somente ao mérito é conferida e se exerce sempre com justiça. O homem não procura elevar-se acima do homem, mas acima de si mesmo, aperfeiçoando-se. Seu objetivo é galgar a categoria dos Espíritos puros, não lhe constituindo um tormento esse desejo, porém, uma ambição nobre, que o induz a estudar com ardor para os igualar. Lá, todos os sentimentos delicados e elevados da natureza humana se acham engrandecidos e purificados; desconhecem-se os ódios, os mesquinhos ciúmes, as baixas cobiças da inveja; um laço de amor e fraternidade prende uns aos outros todos os homens, ajudando os mais fortes aos mais fracos. Possuem bens, em maior ou menor quantidade, conforme os tenham adquirido, mais ou menos por meio da inteligência; ninguém, todavia, sofre, por lhe faltar o necessário, uma vez que ninguém se acha em expiação. Numa palavra: o mal, nesses mundos, não existe.
No vosso, precisais do mal para sentirdes o bem; da noite, para admirardes a luz; da doença, para apreciardes a saúde. Naqueles outros não há necessidade desses contrastes. A eterna luz, a eterna beleza e a eterna serenidade da alma proporcionam uma alegria eterna, livre de ser perturbada pelas angústias da vida material, ou pelo contacto dos maus, que lá não têm acesso. Isso o que o espírito humano maior dificuldade encontra para compreender. Ele foi bastante engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas nunca pôde imaginar as alegrias do céu. Por quê? Porque, sendo inferior, só há experimentado dores e misérias, jamais entreviu as claridades celestes; não pode, pois, falar do que não conhece. À medida, porém, que se eleva e depura, o horizonte se lhe dilata e ele compreende o bem que está diante de si, como compreendeu o mal que lhe está atrás.
Entretanto, os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial para qualquer de seus filhos; a todos dá os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarem a tais mundos. Fá-los partir todos do mesmo ponto e a nenhum dota melhor do que aos outros; a todos são acessíveis as mais altas categorias: apenas lhes cumpre a eles conquistá-las pelo seu trabalho, alcançá-las mais depressa, ou permanecer inativos por séculos de séculos no lodaçal da Humanidade. (Resumo do ensino de todos os Espíritos superiores.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 10 a 12.)

sábado, 16 de setembro de 2017

COMEÇO DE CARMA


Não deixes que a tua indignação, por mais justa, se transfigure em revolta...

Que a tua revolta se converta em cólera...

Que a tua cólera se transforme em violência...

Que a tua violência descambe para a criminalidade...

Às vezes, o carma mais difícil tem início em teu pequeno descontrole de ordem emocional.

Quando, pois, sintas necessidade de reagir em desaprovação à atitude de alguém ou a este ou àquele acontecimento que te contraria, procura fazê-lo de maneira a não perderes a serenidade.

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Irmão José
 Carlos Baccelli
"Pai, Perdoa-lhes!"

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MENSAGEM DO ESE:
Parábola da figueira que secou

Quando saíam de Betânia, ele teve fome; e, vendo ao longe uma figueira, para ela encaminhou-se, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos. Então, disse Jesus à figueira: Que ninguém coma de ti fruto algum, o que seus discípulos ouviram. — No dia seguinte, ao passarem pela figueira, viram que secara até à raiz. — Pedro, lembrando-se do que dissera Jesus, disse: Mestre, olha como secou a figueira que tu amaldiçoaste. — Jesus, tomando a palavra, lhes disse: Tende fé em Deus. — Digo-vos, em verdade, que aquele que disser a esta montanha: Tira-te daí e lança-te ao mar, mas sem hesitar no seu coração, crente, ao contrário, firmemente, de que tudo o que houver dito acontecerá, verá que, com efeito, acontece. (S. MARCOS, cap. XI, vv. 12 a 14 e 20 a 23.)
A figueira que secou é o símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem; dos oradores que mais brilho têm do que solidez, cujas palavras trazem superficial verniz, de sorte que agradam aos ouvidos, sem que, entretanto, revelem, quando perscrutadas, algo de substancial para os corações. É de perguntar-se que proveito tiraram delas os que as escutaram.
Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. O que as mais das vezes falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras do coração, a fé, numa palavra, que transporta montanhas. São árvores cobertas de folhas porém, baldas de frutos. Por isso é que Jesus as condena à esterilidade, porquanto dia virá em que se acharão secas até à raiz. Quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que nenhum bem para a Humanidade houverem produzido, cairão reduzidas a nada; que todos os homens deliberadamente inúteis, por não terem posto em ação os recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira que secou.
Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de renovação social, cabe-lhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número, para que abunde o alimento; há-os por toda a parte, em todos os países em todas as classes da sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados. Se porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos se se recusam a utilizá-la em benefício dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que se tornou inútil neles: a semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem presas dos Espíritos maus.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, itens 8 a 10.)

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Incertezas


Há quanto tempo caminha perdido em seus pensamentos e sem encontrar as respostas que tanto almeja?

Descrente de tudo não sabe mais se o caminho escolhido está correto nem tampouco o que deva fazer para melhorar sua situação.

E nessa incerteza, o quanto fere sua alma com desatinos que só acarretam mais aflição a sua alma tão cansada de sofrer.

Mas por mais que sua mente, em profundo desequilíbrio, tente lhe convencer de que não há saída, de que as coisas só irão piorar e que se encontra na mais completa solidão, isso não é verdade!

Há uma Luz ao seu lado que jamais se apagará! É Jesus!

E Jesus fala contigo:

Crede em Deus, crede em Mim.
João 14:1

Jesus estará sempre a lhe amparar!

E mesmo que não expresse verbalmente suas angústias, o Mestre conhece suas necessidades e sabe sim o quanto você carece de sua ajuda e estará sempre disposto a lhe socorrer.

Ele não fará a parte que lhe compete nem tampouco irá desrespeitar o seu livre arbítrio, porque sabe que embora você negue, já tem sim muita capacidade de discernir o rumo certo para sua existência.

Diuturnamente a sua consciência lhe aponta isso. Então, o Mestre iluminará o seu caminho e o chamará a prosseguir.

E prosseguir não necessariamente com rapidez, a tudo mudando imediatamente.

Toda e qualquer transformação requer tempo, é passo a passo, mas pulsando fortemente a vontade de progredir espiritualmente.

E onde exista essa vontade, nenhuma incerteza resiste!

Segue confiante! É ao lado de Jesus que encontrará o alívio para seus temores.

É Ele o Médico que cuidará das dores de sua alma.

O Porto Seguro que lhe salva quando o espírito cansado pensa em desistir.

O Sol que aquece e traz esperança.

O Caminho, a Verdade e a Vida.

E com Jesus, a vida é sempre abundante e abençoada...
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Sônia Carvalho
Jesus fala contigo



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MENSAGEM DO ESE:
Jesus

Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso é que se nos depara, nessa lei, o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, base da sua doutrina. Quanto às leis de Moisés, propriamente ditas, ele, ao contrário, as modificou profundamente, quer na substancia, quer na forma. Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las passar, do que as reduzindo a esta única prescrição: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas.
Por estas palavras: “O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até o último iota”, quis dizer Jesus ser necessário que a lei de Deus tivesse cumprimento integral, isto é, fosse praticada na Terra inteira, em toda a sua pureza, com todas as suas ampliações e conseqüências. Efetivamente, de que serviria haver sido promulgada aquela lei, se ela devesse constituir privilégio de alguns homens, ou, sequer, de um único povo? Sendo filhos de Deus todos os homens, todos, sem distinção nenhuma, são objeto da mesma solicitude.
Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Ele viera ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de
pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos. Entretanto, não disse tudo, limitando-se, respeito a muitos pontos, a lançar o gérmen de verdades que, segundo ele próprio o declarou, ainda não podiam ser compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos implícitos. Para ser apreendido o sentido oculto de algumas palavras suas, mister se fazia que novas idéias e novos conhecimentos lhes trouxessem a chave indispensável, idéias que, porém, não podiam surgir antes que o espírito humano houvesse alcançado um certo grau de madureza. A Ciência tinha de contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento de tais idéias. Importava, pois, dar à Ciência tempo para progredir.
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 (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, itens 3 e 4.)