sábado, 16 de fevereiro de 2013

Pedras


As dificuldades de qualquer natureza são sempre pedras simbólicas, asfixiando-nos as melhores esperanças do dia, do ideal, do trabalho ou do destino, que recebemos na glória do tempo.

É necessário saber tratá-las com prudência, serenidade e sabedoria.

Há diversos modos de considerar os obstáculos, removendo-os ou aproveitando-os.

O preguiçoso recebe os calhaus da luta e estende-se no caminho, sucumbido ao seu peso.

É o espírito desanimado, indolente e enfermiço.

O desesperado, em se sentindo sob os granizos da sorte, confia-se à intemperança mental e atira-os ao viandante inocente ou à porta de companheiros inofensivos. 
 
É o espírito indisciplinado, renitente e impulsivo, que sabe apenas ferir o próximo ou denegri-lo com atitudes impensadas ou levianas.

O homem inteligente, todavia, recebe as pedras da experiência e, ainda mesmo sangrando as mãos ou o coração, recolhe-as, cuidadoso, valendo-se delas para a confecção de utilidades ou para a construção de edifícios consagrados ao agasalho, ao reconforto ou à benemerência, em favor dele mesmo, e de quantos ao acompanham na marcha evolutiva.

Ninguém passará ileso nos caminhos do mundo.

As pedras da incompreensão e da dor, no ambiente comum da existência carnal, chovem sobre todos.

Do entendimento e da conduta de cada um dependerão a felicidade ou o infortúnio, na laboriosa romagem terrestre.
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Emmanuel
Chico Xavier



 


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Antídotos Eficazes



1- Irritação?
Respire calma e profundamente e recolha-se em silêncio.
2- Aborrecimentos?
Mantenha a mente ocupada e cultive a esperança.
3- Dor?
Ampare-se na oração e procure cuidar das raízes de seus incômodos.
4- Desânimo?
Repouse o necessário para que depois possa trabalhar um tanto mais.
5- Enfermidade?
Aceite-a sem queixas, estabelecendo com ela um clima pacífico.

6- Aflição?
Procure Deus na prece e suplique-Lhe, equilibradamente, o socorro de que precisa.
No reino da alma, semelhantes antídodos são forças revigorantes no resgate da própria paz.
São sementes que plantamos, cujo os frutos serão fontes de reabastecimento e estímulo para a caminhada diária.


O semeador semeia e a vida contribui com suas leis generosas devolvendo-lhe uma colheita justa e misericordiosa em favor da leira do progresso.
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                                                                              Ermance Dufaux




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Nossos filhinhos desencarnados


Nossos filhinhos desencarnados estão bem amparados . 
 
Não devemos supor
que tivessem partido antes da época própria .

Acima de nós está Deus, e o Pai sabe sempre o melhor.

Não nos inquietemos tanto assim. 
 
Lembremo-nos que eles voltaram para o verdadeiro lar, 
de onde foram concedidos às nossas experiências em família,
só por algum tempo. 
 
Aí no mundo, tudo se destina à transformação.

Pensemos nisso e estaremos restabelecidos, como se faz indispensável.

Tenhamos calma e procuremos fortalecer-nos em Deus que tudo pode.

Que Deus nos ajude a todos, são as rogativas de sempre.
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Margarida
Chico Xavier


A CADA UM SEGUNDO SUAS OBRAS


Há os que tatuam cruzes no braço
Mas não conseguem tatuar
no coração.

Há os que colam o plástico de
Jesus no carro mas plastificam
seus corações.

Há os que leem bíblias em voz alta
mas a bondade do coração
está muda.

Há os que oram de joelhos
Mas o orgulho reina em pé em
seus corações.

Há os que frequentam templos
Mas não frequentam a prática
do amor.

Há os que louvam os anjos e
santos mas são surdos para
os seus conselhos.

Há os que professam lindas
doutrinas mas sequer as praticam
no próprio lar.

Há os que pregam a humildade
mas não se dobram diante do irmão
de outra ideologia.

Há irmãos que doam valores
materiais mas não doam a boa ação
que transportam.

No entanto,
Há irmãos que não doam nenhum
bem mas doam a si próprios.

Há irmãos que vivem no silêncio
Mas seus corações gritam amor.

Há irmãos que são discretos em
sua humildade mas são gigantes
fraternos.

Há irmãos sem cultura e ignorantes
Mas praticam a sabedoria da caridade

Há irmãos que nem conhecem
doutrinas religiosas mas já são sua
própria religião no dia a dia.

Há amores e paixões,
abrangências e limitações, vontade
e má fé, humildade e orgulho...

A cada um segundo suas obras.
Não importa o que a boca fala,
mas o que o coração pratica.
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Dalton
 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Alma e Corpo

          
Disse a Alma, chorando, ao Corpo aflito:
_ Por que me prendes, triste barro escuro,
Se busco o Espaço imenso, se procuro
O império resplendente do infinito?

Por que me deste a dor por sambenito
No caminho terrestre áspero e duro?
Por que me algemas a sinistro muro,
O coração cansado, ermo e proscrito?

Mas o Corpo exclamou: _ Cala-te e ama!
Eu sou, na Terra, a cruz de cinza e lama
Que te serve de ninho, templo e grade...

Mas dos meus braços partirás, um dia,
Para a glória celeste da alegria,
Nos castelos de luz da eternidade!...
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Anthero de Quental


Fala Amparando

Quando estiveres a ponto de condenar alguém, lembra-te de ti mesmo.

Quantas vezes terás ferido, quando te propunhas auxiliar?

Muitos daqueles que povoam as penitenciárias, dariam a própria vida para que o tempo recuasse, propiciando-lhes ensejo de se fazerem vítimas ao invés de verdugos...

Prefeririam cegueira e mudez no instante de vazarem a acusação ou extrema paralisia na hora da violência.

E qual acontece aos irmãos segregados no cárcere, quantas criaturas carregam enfermidade e frustração nas grades mentais do arrependimento tardio?

Trajam-se em figurino recente e conservam a bolsa farta, mas, por dentro trazem desencanto e remorso por fogo e cinza no coração.

Supõem-se livres, no entanto, jazem presas, intimamente, na cela da angústia em que enjaularam a própria alma, por não haverem calado a frase cruel no momento oportuno...

Poderiam ter evitado o desastre moral que lhes dói na lembrança, contudo, por se acomodarem à impaciência, atearam o incêndio que resultou em loucura e destruição.

Não sirvas vinagre e fel à mesa da própria vida.

Onde surpreendas perturbação e sombra estende o socorro da paz e o benefício da luz.

Compadece-te dos ingratos e desertores, quanto te condóis dos que passam sob teus olhos, mutilados e infelizes.

Ninguém praticaria o mal se, antes, lhe conhecesse o fruto amargoso.

Compreendamos para que sejamos compreendidos.

Agora, talvez, poderás censurar os erros dos semelhantes.

Amanhã, porém, mendigarás o perdão dos outros pelos teus desatinos.

Entrega a aflição de cada dia ao silêncio de cada noite.

Lembra-te de que, por maiores tenham sido os desregramentos da Humanidade na Terra, o Céu nunca fez coleções de nuvens para amaldiçoar ou punir, mas sim, cada manhã, acende o brilho solar por mensagem bendita de tolerância e de amor, endereçando aos homens a esperança infatigável de Deus.

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Meimei
Chico Xavier




 



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Conhecermo-nos




Allan Kardec, nosso emérito codificador, perguntou aos espíritos:

 “Qual o meio mais prático eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida, e resistir ao arrebatamento do mal?”.

Os benfeitores da humanidade responderam:

— "Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo".

O caminho, portanto, para nossa harmonização é conhecermo-nos. A verdade é que somos ilustres desconhecidos de nós mesmos. Não fazemos ideia de quem somos e qual será nosso comportamento diante de determinada situação.

Pelo desconhecimento de nossos sentimentos, tomamos, algumas vezes, atitudes equivocadas que nos fazem sofrer muito. Não temos o costume de nos avaliar, de analisarmos profundamente nossa intimidade e nossos atos.

Um bom roteiro para uma auto-análise, seria tentarmos responder as seguintes indagações:



Afirmam nossos mentores espirituais, que reconhecer a própria situação interior, já é sinal favorável de adiantamento, visto que nos conduz ao aperfeiçoamento moral.

Estamos sempre num grande conflito moral diante do que somos e o que gostaríamos de ser. Se persistirmos, iremos notar que é difícil, mas não é impossível avançar muitos passos.

Quando entendermos que vitoriosos seremos não por vencermos nossos adversários e sim a nós mesmos, compreenderemos o estado de guerra intensivo a que se referiu Jesus quando disse: “Não penseis que vim trazer paz a terra, não vim trazer a paz, mas a espada” (Mt 10:34)

A guerra deve ser contra nossos vícios e paixões, contra os velhos hábitos e sentimentos inferiores.
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SERGITO S. CAVALCANTI

Agastamento



Inquietas-te ante as perturbações que se generalizam.

Irritas-te diante de pessoas impertinentes ou acontecimentos desgastantes.

Afliges-te, considerando problemas que te chegam, solicitando serenidade.

Perturbas-te, quando não aceitam as tuas propostas, embora trabalhadas com boa intenção.

Desequilibras-te, quando os fatos não sucedem de acordo com os teus critérios.

Experimentas mal-estar, enfrentando situações imprevisíveis, desagradáveis.

Outras manifestações de distonia emocional se expressam amiúde, na tua luta cotidiana, ferindo-te os sentimentos e fazendo-te agasalhar desnecessários agastamentos.

O agastamento é um estado doentio que conduz à cólera, terminando por engendrar patologias de ódio, que produzem enfermidades de alto porte com perspectivas de difícil recuperação.

***

Cuida-te em preservar a tua paz íntima.

Não te deixes intoxicar pelos vapores mórbidos do melindre, que é o iniciador dos estados de perturbação.

Se te não sentes compreendido, mesmo que estejas com a razão, aproveita para ensinar, pelo exemplo, a tolerância e a fraternidade.

Se defrontas óbices e abismos morais ou físicos no teu pelejar, na busca do progresso, medita e valoriza a oportunidade, aceitando o desafio mediante cujo esforço adquirirás experiência e sabedoria para futuros cometimentos libertadores.

Se reina a má vontade em volta dos teus passos, seja este o teu momento de doar simpatia e estabelecer linhas de bondade.

Se ocorrem insucessos nos teus tentames de realização, não te arrebentes sob a virose da cólera; antes repete o expediente aprimorado pela lição que não pôde resultar positiva.

Sempre poderá resguardar-te do agastamento, que ceifa ideais, desarmoniza corações e mentes que abraçam os nobres serviços da humanidade.

Agasta-se o homem na família, por motivos nenhuns; no trabalho, vitimado pela insatisfação; na rua, em face da perturbação geral; no momento do recreio, que não logra fruir até a exaustão, e, lentamente, faz-se pessimista, irritadiço, aprimorando uma óptica negativa, mediante a qual tudo vê sob as torpes angulações do próprio desequilíbrio.

***

Podes superar essas injunções propiciadoras do agastamento.

Exercita-te na bondade e cultiva a esperança no convívio fraternal, dando mais do que recebendo.

Com essa atitude positiva ante a vida, estarás realizando uma contínua psicoterapia preventiva que te imunizará contra muitos males de ordem íntima, geradores de tormentos e enfermidades ainda não diagnosticadas.

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Jesus, que nunca se agastava, até hoje nos espera paciente e confiante, propiciando-nos as experiências da luta, mediante as quais nos identificaremos com Ele em clima de amor para com todas as criaturas e de paz para com nós mesmos.
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Joanna de Ângelis






 



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Vestido de Lama



O pedreiro estava vestido de lama.

Barro nos pés.
Barro nas mãos.
Barro na cabeça.
Barro ao derredor.
Montes de barro perto.

Todos os que passavam diziam, surpresos:

— Quanto barro neste homem!
— É muito barro!
— Como está sujo!

Mas com o transcorrer dos dias, os que voltavam pelo mesmo caminho viram-no agora rodeado de tijolos e telhas, madeiras e apetrechos de alvenaria, aproveitando todas as peças na construção de uma casa segura, nela passando a residir durante os anos em que viveu sobre a Terra.
*
No Planeta em que você vive, também há lama no corpo que você veste.

Lama no olhar.
Lama nos costumes.
Lama nos princípios.
Lama nos sentimentos.
Lama nas ideias.
Lama nas artes.
Lama nos caminhos.
Lama nas palavras.
Lama na posse.

Mas, que você faça como o oleiro: cozinhe a lama no fogo da purificação e construirá sua residência moral, nela vivendo em paz de consciência com a sua fé, até que a morte lhe estenda os braços de uma esfera superior.

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 Valérium
Waldo Vieira 


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Encontro de Paz


Frequentemente, anseias por segurança e tranquilidade, no entanto, é forçoso não esquecer que paz e estabilidade estão em ti e se irradiam de ti.
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Se o tumulto te rodeia, envia pensamentos de harmonia aos que se emaranham nele, desejando-lhes reajuste.
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Ante conflitos que surjam, silencia projetando vibrações de entendimento a quantos se lhe fazem vítimas, aspirando a vê-los repostos na luz da fraternidade.
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À frente de companheiros entregues à desesperação, imagina-te a envolvê-los em serenidade, reticulando-lhes o otimismo e a esperança.
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Perante o desequilíbrio de alguém, auxilia a esse alguém com os teus votos íntimos de recuperação e repouso.
*
Se te vês ao lado de um enfermo, detém-te meditar em melhora e restauração, augurando-lhe saúde e alegria.
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Diante de irmãos abatidos e tristes, canaliza para eles a tuas mais amplas ideias de reconforto.
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Quando ouvires uma pessoa imatura ou portadora de conversação menos feliz, busca socorrê-la sem palavras, encaminhando-lhe mensagens inarticuladas de compreensão e simpatia.
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Se te recordas de amigos ausentes, mentaliza apoio e bondade, relativamente a eles, a fim de protegê-los e animá-los na execução dos compromissos que abraçam.
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Saibamos suprimir de sentimentos, ideias, atitudes, palavras e ações tudo o que relacione com ressentimento, perturbação, ódio, azedume, amargura ou violência e, trabalhando e servindo no bem de todos, procuremos agir e pensar em paz, doando paz aos que nos compartilham a vida.
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O Reino dos Céus é luz de amor em refúgio de paz e não nos será lícito olvidar que Jesus, a cada um de nós, afirmou, convincente:

- "Não procures o Reino de Deus aqui ou além, porque o Reino de Deus está dentro de ti".
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Emmanuel
Chico Xavier