sábado, 21 de dezembro de 2019

Plataforma do Mestre




“Ele salvará seu povo dos pecados deles.” – (Mateus, 1:21.)

Em verdade, há dois mil anos, o povo acreditava que Jesus seria um comandante revolucionário, como tantos outros, a desvelar-se por reivindicações políticas, à custa da morte, do suor e das lágrimas de muita gente.

Ainda hoje, vemos grupos compactos de homens indisciplinados que, administrando ou obedecendo, se reportam ao Cristo, interpretando-o qual se fora patrono de rebeliões individuais, sedento de guerra civil.

Entretanto, do Evangelho não transparece qualquer programa nesse sentido.

Que Jesus é o Divino Governador do Planeta não podemos duvidar. O que fará Ele do mundo redimido ainda não sabemos, porque ao soldado humílimo são defesos os planos do General.

A Boa Nova, todavia, é muito clara, quanto à primeira plataforma do Mestre dos mestres. Ele não apresentava títulos de reformador dos hábitos políticos, viciados pelas más inclinações de governadores e governados de todos os tempos.

Anunciou-nos a celeste revelação que Ele viria salvar-nos de nossos próprios pecados, libertar-nos da cadeia de nossos próprios erros, afastando-nos do egoísmo e do orgulho que ainda legislam para o nosso mundo consciencial.

Achamo-nos, até hoje, em simples fase de começo de apostolado evangélico – Cristo libertando o homem das chagas de si mesmo, para que o homem limpo consiga purificar o mundo.

O reino individual que puder aceitar o serviço liberatório do Salvador encontrará a vida nova.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)




MENSAGEM DO ESE:

Desprendimento dos bens terrenos (II)

Em vão procurais na Terra iludir-vos, colorindo com o nome de virtude o que as mais das vezes não passa de egoísmo. Em vão chamais economia e previdência ao que apenas é cupidez e avareza, ou generosidade ao que não é senão prodigalidade em proveito vosso. Um pai de família, por exemplo, se abstém de praticar a caridade, economizará, amontoará ouro, para, diz ele, deixar aos filhos a maior soma possível de bens e evitar que caiam na miséria. É muito justo e paternal, convenho, e ninguém pode censurar. Mas será sempre esse o único móvel a que ele obedece? Não será muitas vezes um compromisso com a sua consciência, para justificar, aos seus próprios olhos e aos olhos do mundo, seu apego pessoal aos bens terrenais? Admitamos, no entanto, seja o amor paternal o único móvel que o guie. Será isso motivo para que esqueça seus irmãos perante Deus? Quando já ele tem o supérfluo, deixará na miséria os filhos, por lhes ficar um pouco menos desse supérfluo? Não será, antes, dar-lhes uma lição de egoísmo e endurecer-lhes os corações? Não será estiolar neles o amor ao próximo? Pais e mães, laborais em grande erro, se credes que desse modo granjeais maior afeição dos vossos filhos. Ensinando-lhes a ser egoístas para com os outros, ensinais-lhes a sê-lo para com vos mesmos.

A um homem que muito haja trabalhado, e que com o suor de seu rosto acumulou bens, é comum ouvirdes dizer que, quando o dinheiro é ganho, melhor se lhe conhece o valor. Nada mais exato. Pois bem! Pratique a caridade, dentro das suas possibilidades, esse homem que declara conhecer todo o valor do dinheiro, e maior será o seu merecimento, do que o daquele que, nascido na abundância, ignora as rudes fadigas do trabalho. Mas, também, se esse homem, que se recorda dos seus penares, dos seus esforços, for egoísta, impiedoso para com os pobres, bem mais culpado se tornará do que o outro, pois, quanto melhor cada um conhece por si mesmo as dores ocultas da miséria, tanto mais propenso deve sentir-se em aliviá-las nos outros.

Infelizmente, sempre há no homem que possui bens de fortuna um sentimento tão forte quanto o apego aos mesmos bens: é o orgulho. Não raro, vê-se o arrivista atordoar, com a narrativa de seus trabalhos e de suas habilidades, o desgraçado que lhe pede assistência, em vez de acudi-lo, e acabar dizendo: “Faça o que eu fiz.” Segundo o seu modo de ver, a bondade de Deus não entra por coisa alguma na obtenção da riqueza que conseguiu acumular; pertence-lhe a ele, exclusivamente, o mérito de a possuir. O orgulho lhe põe sobre os olhos uma venda e lhe tapa os ouvidos. Apesar de toda a sua inteligência e de toda a sua aptidão, não compreende que, com uma só palavra, Deus o pode lançar por terra.

Esbanjar a riqueza não é demonstrar desprendimento dos bens terrenos: é descaso e indiferença. Depositário desses bens, não tem o homem o direito de os dilapidar, como não tem o de os confiscar em seu proveito. Prodigalidade não é generosidade: é, freqüentemente, uma modalidade do egoísmo. Um, que despenda a mancheias o ouro de que disponha, para satisfazer a uma fantasia, talvez não dê um centavos para prestar um serviço. – Lacordaire. (Constantina, 1863.)
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 14.)



sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Obra individual



“Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados.” – (Tiago, 5:20.)

Quando um homem comete uma ação má, os reflexos dela perduram, por muito tempo, na atmosfera espiritual em que ele vive.

A criatura ignorante que a observa se faz pior.

Os olhos menos benevolentes que a veem se tornam mais duros.

O homem quase retificado que a identifica estaciona e desanima.

O missionário do bem que a surpreende encontra mais dificuldades para socorrer os outros.

Em derredor de um gesto descaridoso, congregam-se a indisciplina, o despeito, a revolta e a vingança, associando-se em operações mentais malignas e destrutivas.

Uma boa ação, contudo, edifica e ilumina sempre.

A criatura ignorante que a observa aprende a elevar-se.

Os olhos menos benevolentes que a veem recebem nova claridade para a vida íntima.

O homem quase retificado que a identifica adquire mais fortaleza para restaurar-se.

O missionário do bem que a surpreende nela se exalta, a benefício do seu apostolado de luz.

Em torno da manifestação cristã enlaçam-se a gratidão, a alegria, a esperança e o otimismo, organizando criações mentais iluminativas e santificantes.

Se desejas, portanto, propagar o espírito sublime do Cristianismo, atende à obra individual com Jesus.

Afasta os corações amados do campo escuro do erro, através de teus atos que constituem lições vivas do amor edificante.

Recorda-te de que pela conversão verdadeira e substancial de um só espírito ao Infinito Bem, escuras multidões de males poderão desaparecer para sempre.
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EMMANUEL
(do livro “Vinha de Luz” – psic. Chico Xavier)






MENSAGEM DO ESE:

A felicidade não é deste mundo

Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isso, meus caros filhos, prova, melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo.” Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.

Diante de tal fato, é incontestável que as classes laboriosas e militantes invejem com tanta ânsia a posição das que parecem favorecidas da fortuna. Neste mundo, por mais que faça, cada um tem a sua parte de labor e de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a Terra é lugar de provas e de expiações.

Assim, pois, os que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado está, por experiência arqui-secular, que só excepcionalmente este globo apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.

Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.

O em que consiste a felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções. E notai, meus caros filhos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela multidão.

Conseguintemente, se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos inerentes à vida humana. Tal a razão por que Deus semeou, no vosso turbilhão, esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas tendências vos farão gravitar um dia, quando vos achardes suficientemente purificados e aperfeiçoados.

Todavia, não deduzais das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Não, certamente! Dos progressos já realizados, podeis facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conseguidos, novos e mais fecundos melhoramentos. Essa a tarefa imensa cuja execução cabe à nova doutrina que os Espíritos vos revelaram.

Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime e que cada um de vós se despoje do homem velho. Deveis todos consagrar-vos à propagação desse Espiritismo que já deu começo à vossa própria regeneração.

Corre-vos o dever de fazer que os vossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos filhos! Que nesta reunião solene todos os vossos corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações porvindouras um mundo onde já não seja vã a palavra felicidade.

 - François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot. (Paris, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 20.)



quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O ENSINO DA LUZ


- Senhor - disse Tadeu a Jesus, após o dia de trabalho estafante -, qual é o nosso dever

maior, na execução do Evangelho para a redenção das criaturas?

O Mestre fitou o céu azul em que nuvens pequeninas semelhavam estrigas de linho alvo.

E falou em seguida:

- Em meio de grande tempestade, inúmeros viajantes se recolheram a enorme casarão que se assemelhava a um labirinto. Porque sentissem medo uns dos outros, cada qual se

escondeu nos quartos mais internos e, vindo a noite, em vão procuraram o lugar de saída.

Começou, então, enorme conflito. Lamentos. Pragas.Assaltos. Correrias. Pancadas. Crimes
nas trevas. Um homem, que por ali passava, ouviu os rogos de socorro que partiam do
infortunado reduto e, longe de gritar ou discutir, acendeu a sua candeia e passou entre os amotinados, em profundo silêncio. 

Bastou a luz dele para que todos percebessem os disparates que vinham fazendo, ao mesmo tempo que encontravam, por si mesmos, a porta
libertadora.

O Mestre fez grande intervalo e voltou a dizer:

- Se a luz do bom exemplo estiver entre nós, os outros perceberão, com facilidade, o
caminho.

- E que fazer, Senhor, para semelhante conquista?

Jesus, continuando em sua contemplação do céu, como exilado buscando alguma visão da pátria longínqua, aclarou docemente:

- Procuremos o Reino de Deus e a sua justiça, isto é, vivamos no amor puro e na consciência tranquila...E tudo o mais ser-nos-á acrescentado.

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Hilário Silva
Chico Xavier
Obra: A vida escreve 



MENSAGEM DO ESE:

Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?

– Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?

Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?

Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.

O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. — São Luís. (Paris, 1860.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 28.)


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Sem dramas na mente, sem dramas na vida


Procure não exagerar o tamanho dos problemas que o afligem, para que não se sinta pequeno demais diante deles. Quem dramatiza as próprias dores não pode esperar outra coisa senão tragédias e decepções.

Não fale tanto dos seus problemas aos outros, converse sobre eles apenas o mínimo necessário e com pessoas da sua intimidade. Não se esqueça de que Deus criou o mundo pela força da palavra, e isso também vale para nós.

Você é quem compõe o enredo do filme da sua vida. Se não está gostando do que vê, mude de cena, mudando a sua atitude. Tudo está em você.

Deixe de procurar responsáveis por aquilo que lhe ocorre de ruim. Pare de ser vítima e reconheça que o destino está em suas mãos. É você quem atraiu as experiências e as pessoas que cruzaram seu caminho com seu modo de pensar, falar, sentir e fazer.

Quando você muda interiormente para o bem, toda a sua energia se torna positiva no mesmo instante. Você poderá ir à missa, participar do centro espírita, frequentar o culto protestante, mas se não for bom por dentro o bem não o alcançará por fora.

A verdadeira religião não é o que você faz durante uma hora por semana quando está no templo da sua fé. É o que você faz de bom nas vinte e quatro horas de cada dia.

Não estrague a saúde com preocupações excessivas. Se analisar bem, você reconhecerá que jamais haverá motivo para preocupações, pois se tem um problema pendente, resolva-o logo em vez de se preocupar. Milhares de pessoas mergulham em profundo desequilíbrio emocional justamente porque desejam solucionar questões que somente o tempo será capaz de equacionar.

Enquanto você se queixa, o tempo passa, os problemas se avolumam e suas mãos estão desocupadas. Não há dificuldade que o trabalho e o tempo não resolvam.
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José Carlos De Lucca
Da obra: Força Espiritual




MENSAGEM DO ESE:
Pelas suas obras é que se reconhece o cristão
“Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.”
Escutai essa palavra do Mestre, todos vós que repelis a Doutrina Espírita como obra do demônio. Abri os ouvidos, que é chegado o momento de ouvir.
Será bastante trazer a libré do Senhor, para ser-se fiel servidor seu? Bastará dizer: “Sou cristão”, para que alguém seja um seguidor do Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. “Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos bons.” — “Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo.” São do Mestre essas palavras. Discípulos do Cristo, compreendei-as bem! Que frutos deve dar a árvore do Cristianismo, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigam todos os que se hão de grupar em torno dela? Os da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, qual o fizeram há muitos séculos, continua a pregar essas virtudes divinas; esforça-se por espalhar seus frutos, mas quão poucos os colhem! A árvore é boa sempre, porém maus são os jardineiros. Entenderam de moldá-la pelas suas idéias; de talhá-la de acordo com as suas necessidades; cortaram-na, diminuíram-na, mutilaram-na; tornados estéreis, seus ramos não dão maus frutos, porque nenhuns mais produzem. O viajor sedento, que se detém sob seus galhos à procura do fruto da esperança, capaz de lhe restabelecer a força e a coragem, somente vê uma ramaria árida, prenunciando tempestade. Em vão pede ele o fruto de vida à árvore da vida; caem-lhe secas as folhas; tanto as remexeu a mão do homem, que as crestou.
Abri, pois, os ouvidos e os corações, meus bem-amados! Cultivai essa árvore da vida, cujos frutos dão a vida eterna. Aquele que a plantou vos concita a tratá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância seus frutos divinos. Conservai-a tal como o Cristo vo-la entregou: não a mutileis; ela quer estender a sua sombra imensa sobre o Universo: não lhe corteis os galhos. Seus frutos benfazejos caem abundantes para alimentar o viajor faminto que deseja chegar ao termo da jornada; não amontoeis esses frutos, para os armazenar e deixar apodrecer, a fim de que a ninguém sirvam. “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos.” É que há açambarcadores do pão da vida, como os há do pão material. Não sejais do número deles; a árvore que dá bons frutos tem que os dar para todos. Ide, pois, procurar os que estão famintos; levai-os para debaixo da fronde da árvore e partilhai com eles do abrigo que ela oferece. — “Não se colhem uvas nos espinheiros.” Meus irmãos, afastai-vos dos que vos chamam para vos apresentar as sarças do caminho, segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.
O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: “Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; entrarão somente os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.”
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe; que o Deus de luz vos ilumine; que a árvore da vida vos ofereça abundantemente seus frutos! Crede e orai. — Simeão. (Bordéus, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, item 16.)

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

PARTIR O PÃO



No ato de partir o pão é que revelas quem realmente és.

As tuas mãos em movimento são o teu retrato.

As mãos do egoísta não sabem dividir...

As do avaro estão sempre retraídas...

As do agressor cerram-se no punho...

Em contrapartida, as do homem benevolente estendem-se incondicionalmente...

Espalmam-se, dadivosas...

Não receiam os cravos da ingratidão...

Jamais se exaurem no esforço do auxílio.

Se queres saber quem és, observa como partes o teu pão.
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Irmão José - psic. Carlos Baccelli - do livro "Ao Alcance das Mãos"



MENSAGEM DO ESE:

Obediência e resignação

A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade material desprezava. Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal.

Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vicio é a indiferença moral. Digo, apenas, atividade, porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só, horizontes que a multidão somente mais tarde verá, enquanto que a atividade é a reunião dos esforços de todos para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época. Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento! Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. Bem-aventurados, no entanto, os que são brandos, pois prestarão dócil ouvido aos ensinos. 

— Lázaro. (Paris, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, item 8.)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Nas leis do destino



Há quem pense que o Criador, por vezes, sentencia Suas criaturas a sofrimentos eternos.

Contudo, tanto quanto se pode perceber, o Pai Celestial se manifesta através de leis que expressam ser Seu objetivo o bem supremo.

Essas leis podem ser observadas mesmo nos processos rudimentares do campo físico.

O fogo é agente precioso da evolução, nos limites em que deve ser conservado.
Entretanto, se colocamos a mão no braseiro, é natural que venhamos a sofrer dolorosas consequências.

A máquina é parte acessória do progresso.
Mas em mãos que não a saibam manusear, pode se converter em instrumento de destruição.

Negligência, imperícia ou indisciplina na sua utilização causam resultados desastrosos.

Ocorre o mesmo nos planos da consciência.

Na matemática do Universo, o destino sempre dá para a criatura o que ela lhe der.

É inútil que autoridades de um ou outro princípio religioso pintem o Todo Poderoso com as tintas das paixões humanas.

Com frequência, ouvimos interpretações que assemelham Deus a um soberano rodeado de púrpura e riquezas.

A alguém que fica simplesmente governando Seus súditos à distância.

Segundo esses relatos, Ele se enraivece por falta de louvores ou pela desobediência dos Seus filhos.

Também se envaidece com adulações.

Os que assim apresentam a Divindade podem estar movidos de santos propósitos.

Talvez raciocinem sob o influxo de lendas e tradições respeitáveis do passado longínquo.

Mas se esquecem de que, mesmo perante as leis dos homens, pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra.

Deus é amor.

Amor que se expande do átomo aos astros.

Mas é justiça também.

Justiça que atribui a cada Espírito segundo o que ele próprio escolheu.

Nosso Mestre Jesus disse que a cada um seria dado segundo as suas obras.

Sendo amor, Deus concede à consciência transviada tantas experiências quantas necessite, a fim de retificar o próprio caminho.

Sendo justiça, ignora privilégios de qualquer ordem. Para Ele, todos são iguais, filhos do Seu amor.

Jamais afirmemos, portanto, que Deus privilegia a uns e condena a outros.

Recordemos que não podemos raciocinar pelo cérebro alheio.

Também não podemos nos alimentar pela boca do próximo. Cada um é o responsável pelas suas próprias ações.

Deus nos criou a todos para que nos engrandeçamos, para que realizemos o progresso, de ordem intelectual e de ordem moral.

Em uma palavra, para que alcancemos a felicidade no mais amplo sentido.

Para isso, sendo amor, nos proporciona um caminho de bênçãos e de luzes.

Sendo justiça, determinou que cada Espírito possuísse vontade e razão.

Assim, nenhum de nós é vítima senão de si mesmo.

Cada qual nos adiantamos ou nos atrasamos, conforme queiramos, no decorrer de incontáveis existências.

O livre-arbítrio vigora amplamente no Universo.

Apenas é necessário arcar com as consequências das próprias opções.

Dessa forma, nossa vida, aqui ou no Além, será sempre o que quisermos, ou seja, o que dela fizermos
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Redação do Momento Espírita, com base no cap. LI, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
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Formatação e pesquisa: MILTER -15-12-2019




MENSAGEM DO ESE:

A ingratidão dos filhos e os laços de família

A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. É, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.
Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança; a alguns dentre eles, porém, mais adiantados do que os outros, é dado entrevejam uma partícula da verdade; apreciam então as funestas conseqüências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas. Compreendem que, para chegarem a Deus, lima só é a senha: caridade. Ora, não há caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não há caridade sem perdão, nem com o coração tomado de ódio.
Então, mediante inaudito esforço, conseguem tais Espíritos observar os a quem eles odiaram na Terra. Ao vê-los, porém, a animosidade se lhes desperta no íntimo; revoltam-se à idéia de perdoar, e, ainda mais, à de abdicarem de si mesmos, sobretudo à de amarem os que lhes destruíram, quiçá, os haveres, a honra, a família. Entretanto, abalado fica o coração desses infelizes. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se predomina a boa resolução, oram a Deus, imploram aos bons Espíritos que lhes dêem forças, no momento mais decisivo da prova.
Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se. Qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou menor persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contacto com seres a quem odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem ainda bastante forte a vontade. Assim, conforme prevaleça ou não a resolução boa, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a viver. É como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis. Nada, com efeito, naquela existência há podido provocar semelhante antipatia; para se lhe apreender a causa, necessário se torna volver o olhar ao passado.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9.)

domingo, 15 de dezembro de 2019

LEI DA FÍSICA



Toda ação é semelhante a um elástico que alguém se põe a esticar com as próprias mãos.

O elástico, após distender-se quanto pode, encolhendo-se, volta ao seu ponto de origem.

Porém, ao voltar, traz consigo a consequência da força tensional em que se alongou.

Tanto o bem quanto o mal, por mais se distanciem de seus autores, sempre retornam a eles com o resultado de seus benefícios ou prejuízos.

Portanto, em essência, o bem ou o mal que fazes pertencem a ti e não aos outros.

O chamado "choque de retorno", regendo o mundo moral das criaturas, é uma lei da Física.

Foi por isto que Jesus, em sua sabedoria, nos recomendou que aos outros fizéssemos o que gostaríamos nos fosse feito.

Irmão José (psic. Carlos Baccelli - do livro "Ajuda-te e o Céu te Ajudará")



MENSAGEM DO ESE:


Reconciliação com os adversários

Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. — Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil. (S. MATEUS, cap. V, vv. 25 e 26.)


Na prática do perdão, como, em geral, na do bem, não há somente um efeito moral: há também um efeito material. A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor; donde decorre a falsidade do provérbio que diz: “Morto o animal, morto o veneno”, quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão.


O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. Deus o permite, para os punir do mal que a seu turno praticaram, ou, se tal não ocorreu, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, conseguintemente, do ponto de vista da tranqüilidade futura, que cada um repare, quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado qualquer motivo de dissensão, toda causa fundada de ulterior animosidade. Por essa forma, de um inimigo encarniçado neste mundo se pode fazer um amigo no outro; pelo menos, o que assim procede põe de seu lado o bom direito e Deus não consente que aquele que perdoou sofra qualquer vingança. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando apaziguar as discórdias no curso da nossa atual existência; é, principalmente, para que elas se não perpetuem nas existências futuras. Não saireis de lá, da prisão, enquanto não houverdes pago até o último centavo, isto é, enquanto não houverdes satisfeito completamente a justiça de Deus.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, itens 5 e 6.)