sábado, 31 de março de 2018

Respostas da construção



Não permita que a ansiedade lhe desgaste as forças, ante os problemas da vida.

Numa simples construção, a serenidade e a disciplina nos fornecem diretrizes de atitude e proveito.

A pedra submeteu-se ao martelo e fez-se alicerce.

A madeira aguentou o serrote e converteu-se em utilidade do piso ao teto.

O barro suportou o fogo e ergueu-se em alvenaria.

O minério passou pelo calor de tensão alta e produziu o aço que estrutura a segurança.

O fio deixou-se prender e transformou-se em condutor de energia.

Agentes diversos da natureza se conjugaram e compõem a lâmpada para o serviço da luz.

Tudo na construção atende a planos de orientação e trabalho, obediência e equilíbrio.

Observemos a lição e analisemos o que estamos fazendo de nós na edificação do Eterno Bem.
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André Luiz
Chico Xavier 

MENSAGEM DO ESE:
O suicídio e a loucura (II)

A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio; ocasionam a covardia moral. Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam por provar aos que os ouvem ou lêem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-os a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor não lhes resta senão se matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa conseqüência? Que compensação lhes podem oferecer? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada. Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva, mais vale buscá-lo imediatamente e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.

A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade. Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o aspecto da vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem moral.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 16.)

quinta-feira, 29 de março de 2018

Pacificar


Não perturbe. Tranquilize.

Não Grite. Converse.

Não critique. Auxilie.

Não acuse. Ampare.

Não se irrite. Sorria.

Não fira. Balsamize.

Não se queixe. Compreenda.

Não condene. Abençoe.

Não exija. Sirva.

Não destrua. Edifique.

Recorde: 
a Humanidade é uma coleção de grupos e a paz do grupo de corações a que pertencemos começa de nós.
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André Luiz  
Chico Xavier 



MENSAGEM DO ESE:
Deixai que venham a mim as criancinhas (II)


Deixai venham a mim as criancinhas, pois tenho o leite que fortalece os fracos. Deixai venham a mim todos os que, tímidos e débeis, necessitam de amparo e consolação. Deixai venham a mim os ignorantes, para que eu os esclareça. Deixai venham a mim todos os que sofrem, a multidão dos aflitos e dos infortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males da vida e lhes revelarei o segredo da cura de suas feridas! Qual é, meus amigos, esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as cicatriza? E o amor, é a caridade! Se possuís esse fogo divino, que é o que podereis temer? Direis a todos os instantes de vossa vida: “Meu Pai, que a tua vontade se faça e não a minha; se te apraz experimentar-me pela dor e pelas tribulações, bendito sejas, porquanto é para meu bem, eu o sei, que a tua mão sobre mim se abate. Se é do teu agrado, Senhor, ter piedade da tua criatura fraca, dar-lhe ao coração as alegrias sãs, bendito sejas ainda. Mas, faze que o amor divino não lhe fique amodorrado na alma, que incessantemente faça subir aos teus pés o testemunho do seu reconhecimento!”
Se tendes amor, possuís tudo o que há de desejável na Terra, possuís preciosíssima pérola, que nem os acontecimentos, nem as maldades dos que vos odeiem e persigam poderão arrebatar. Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor. — Um Espírito protetor. (Bordéus, 1861.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VIII, item 19.)


quarta-feira, 28 de março de 2018

O Frio da Incompreensão




Fatores limitantes:

Às vezes, sinto que estou desamparado neste mundo. Faço o possível para manter boas relações com as pessoas; procuro ajudá-las e me esforço para perdoar-lhes. Tenho-me dedicado semanalmente às obras assistenciais e às atividades doutrinárias. Sinto o “peso da responsabilidade” e parece que não vou suportá-lo. Tenho a sensação de que vou esmorecer. Apesar de minha perseverança no bem, por que continuo sofrendo as intempéries da vida?

Expandindo nossos horizontes:

Pessoas aprenderam que devem dedicar a vida aos ideais do amor, ocupando-se dos valores da bondade e dos gestos da fraternidade.
Simplesmente isso bastaria? Será que agem assim por terem adquirido uma autêntica consciência crística, ou por obedecerem a mera prescrição religiosa, fundamentada num sentimentalismo superficial? Quais são os valores que mobilizam suas atitudes íntimas? O que as impulsiona interiormente?

Criaturas fogem dos desgostos da vida buscando um ideal maior para suportarem suas dores existenciais, mas não percebem que muitas vezes estão vivendo uma fantasia. Nutrem-se do produto de uma imaginação enganosa. Mais além, quando confrontam a realidade, padecem mais intensamente com a morte das ilusões recém-cultivadas do que com o próprio sofrimento em que viviam.

O caminho do conhecimento de si mesmo amplia a mente, desenvolve a razão e proporciona uma inteligência lúcida, retirando a consciência da alienação em que vive.

Quando você compreender que é uno com Deus, conseguirá sair de uma suposta vida de devoção, centrada em interesses imediatistas, para uma existência de realização plena com o Ser Onipresente.

Constitui o mais elevado grau de religiosidade a certeza de que Ele está em mim, e eu estou nEle.

Quando você faz o bem esperando recompensa e gratidão, imediatamente a ação é considerada interesseira e mercantilista. Portanto, não doe alguma coisa nem se dedique a alguém sob condições. Porventura o jasmim com sua alva cor, graça e elegância revela seu aroma inebriante pela obrigação de que lhe agradeçam por isso?

Por que você não se esforça para entender os mecanismos naturais do Universo?

A dor é, em si mesma, benéfica e tem por objetivo conduzi-lo ao equilíbrio. Se você pudesse perceber por si próprio os erros que está cometendo e corrigi-los, não haveria necessidade de atravessar rigorosas lições de sofrimento. Logo, sofrer não é castigo, é aprendizagem.

A questão é que você não quer aprender, mas unicamente livrar-se dos problemas, sem esforço e de forma milagrosa. Você quer prêmios e concessões divinas na prática de ações bondosas, não equilíbrio e entendimento.

A atuação mais importante que você pode ter em benefício de si e dos outros é conhecer cada vez mais a verdade e o amor em plenitude. O autoconhecimento o aproxima amorosamente de todos os seres humanos, sem distinção de credo, raça e condição social.

As dores aparecem como último recurso a ser aplicado. Elas apenas solicitam-lhe transformação interior.

Embora a consciência exterior não esteja certificada do motivo do sofrimento, julgando-o severo e doloroso demais, a consciência íntima irá guiá-lo para o curso da evolução espiritual, a qual todos estão destinados. Aceitar isso implica um passo importantíssimo para o auto-descobrimento e, como resultado quase que imediato, o alívio; e, por fim, a cura definitiva.

Por maiores que sejam, ou por mais que pareçam intermináveis, as horas cinzentas no inverno da vida, procure ouvir a mensagem oculta que elas nos trazem. O frio da incompreensão, que você carrega por dentro por não entender os mecanismos da Vida, pode ser muito mais atroz e desapiedado que os flocos de neve causticantes e gélidos que caem lá fora, nos dias de intenso inverno.
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Lourdes Catherine


MENSAGEM DO ESE:
A reencarnação fortalece os laços de família (I)


Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói.
No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento. Cada vez menos presos à matéria, mais viva se lhes torna a afeição recíproca, pela razão mesma de que, mais depurada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões. Podem, portanto, percorrer, assim, ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga.
Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, item 18.)



terça-feira, 27 de março de 2018

Mais consciência




Não viva apenas reagindo aos acontecimentos.


Não cuide da saúde apenas quando ficar doente.

Não pense em tratar bem o seu cônjuge somente quando ele cogitar a separação.
 Não pretenda estudar apenas depois de uma nota baixa.

Não queira a reciclagem profissional somente depois que ficou desempregado.

Pessoas reativas são aquelas que somente agem quando a corda está amarrada ao pescoço.

E, convenhamos, é sempre desconfortável termos que virar o placar de um jogo desfavorável.

Às vezes, quando acordamos para mudar o resultado, o jogo já está quase no fim.

Avalie constantemente a sua vida, esteja concentrado em suas metas e antecipe-se para evitar a ocorrência de fatos perfeitamente previsíveis.

Muitos dos nossos problemas de hoje poderiam ter sido evitados se tivéssemos agido com mais consciência e menos irresponsabilidade.

Você é o primeiro da sua vida.

Cuide diariamente das flores, adube a terra, retire as ervas daninhas e as pragas, a fim de que seu jardim cresça  o mais florido possível.

Um jardim descuidado depõe contra o jardineiro.

É sempre melhor agir do que simplesmente reagir.

Quem age, prepara e constrói.

Quem reage, apenas conserta, quando isso for possível.

Você faz da sua vida ou sua vida faz você?

O destino está nas suas mãos ou você está nas mãos do destino?

A canção popular disse: "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer".

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José Carlos da Lucca











MENSAGEM DO ESE:
Pelas suas obras é que se reconhece o cristão

“Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.” 

Escutai essa palavra do Mestre, todos vós que repelis a Doutrina Espírita como obra do demônio. Abri os ouvidos, que é chegado o momento de ouvir. 

Será bastante trazer a libré do Senhor, para ser-se fiel servidor seu? Bastará dizer: “Sou cristão”, para que alguém seja um seguidor do Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras. “Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos bons.” — “Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo.” São do Mestre essas palavras. Discípulos do Cristo, compreendei-as bem! Que frutos deve dar a árvore do Cristianismo, árvore possante, cujos ramos frondosos cobrem com sua sombra uma parte do mundo, mas que ainda não abrigam todos os que se hão de grupar em torno dela? Os da árvore da vida são frutos de vida, de esperança e de fé. O Cristianismo, qual o fizeram há muitos séculos, continua a pregar essas virtudes divinas; esforça-se por espalhar seus frutos, mas quão poucos os colhem! A árvore é boa sempre, porém maus são os jardineiros. Entenderam de moldá-la pelas suas idéias; de talhá-la de acordo com as suas necessidades; cortaram-na, diminuíram-na, mutilaram-na; tornados estéreis, seus ramos não dão maus frutos, porque nenhuns mais produzem. O viajor sedento, que se detém sob seus galhos à procura do fruto da esperança, capaz de lhe restabelecer a força e a coragem, somente vê uma ramaria árida, prenunciando tempestade. Em vão pede ele o fruto de vida à árvore da vida; caem-lhe secas as folhas; tanto as remexeu a mão do homem, que as crestou. 

Abri, pois, os ouvidos e os corações, meus bem-amados! Cultivai essa árvore da vida, cujos frutos dão a vida eterna. Aquele que a plantou vos concita a tratá-la com amor, que ainda a vereis dar com abundância seus frutos divinos. Conservai-a tal como o Cristo vo-la entregou: não a mutileis; ela quer estender a sua sombra imensa sobre o Universo: não lhe corteis os galhos. Seus frutos benfazejos caem abundantes para alimentar o viajor faminto que deseja chegar ao termo da jornada; não amontoeis esses frutos, para os armazenar e deixar apodrecer, a fim de que a ninguém sirvam. “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos.” É que há açambarcadores do pão da vida, como os há do pão material. Não sejais do número deles; a árvore que dá bons frutos tem que os dar para todos. Ide, pois, procurar os que estão famintos; levai-os para debaixo da fronde da árvore e partilhai com eles do abrigo que ela oferece. — “Não se colhem uvas nos espinheiros.” Meus irmãos, afastai-vos dos que vos chamam para vos apresentar as sarças do caminho, segui os que vos conduzem à sombra da árvore da vida.

O divino Salvador, o justo por excelência, disse, e suas palavras não passarão: “Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; entrarão somente os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.” 

Que o Senhor de bênçãos vos abençoe; que o Deus de luz vos ilumine; que a árvore da vida vos ofereça abundantemente seus frutos! Crede e orai. — Simeão. (Bordéus, 1863.)



(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, item 16.)


segunda-feira, 26 de março de 2018

Ante as decepções


  Não somos poucos os que nos tornamos pessoas amargas, indiferentes ou frias, por causa de decepções que afirmamos ter sofrido aqui ou ali, envolvendo outras pessoas.

A decepção foi com o amigo a quem recorremos num momento de necessidade e não encontramos o apoio esperado. Foi com o companheiro de trabalho que nos constituía modelo, parecia perfeito e o surpreendemos em um deslize.

Tais decepções devem nos remeter a exames melhores das situações.

Decepcionarmo-nos com pessoas que estão no Mundo, sofrendo as nossas mesmas carências e tormentos não é muito real.

Primeiro, porque elas não nos pediram para assinar contrato ou compromissos de infalibilidade para conosco.

Segundo, porque o simples fato de elas transitarem na Terra, ao nosso lado, é o suficiente para que não as coloquemos em lugares de especial destaque, pois todas têm seu ponto frágil e até mesmo seus pontos sombrios.

A nossa decepção, em realidade, é conosco mesmo, pois que nos equivocamos em nossa avaliação, por precipitação ou por análise superficial.

Não menos errada a decepção que afirmamos ter com a própria religião, com a doutrina de fé cristã que está a espalhar, em toda parte, os ensinamentos deixados por Jesus Cristo para os seres de boa vontade.

O que acontece é que costumamos confundir as doutrinas que ensinam o bem, o nobre, o bom com os doutrinadores que, embora falem das virtudes que devemos perseguir, conduzem as próprias existências em oposição ao que pregam.

Como vemos, a decepção não é com as mensagens da Boa Nova, mas exatamente com os que conduzem a mensagem. Nesse ponto não nos esqueçamos de fazer o que ensinou Jesus: comparar os frutos com as qualidades das árvores donde eles procedem, de modo a não nos deixarmos iludir.

Avaliemos, desta forma, as nossas queixas contra pessoas e situações e veremos que temos sido os grandes responsáveis pelas desilusões do caminho.

Nós mesmos é que criamos as ondas que nos decepcionam e magoam.

Cabe-nos amadurecer gradualmente nos estudos e na prática do bem, aprendendo a examinar cada coisa, cada situação, analisar a nós mesmos com atenção, a fim de crescermos para a grande luz, sem nos decepcionarmos com nada ou com ninguém.

Precisamos aprender a compreender cada indivíduo no nível em que se situa, não exigindo dele mais do que possa dar e apresentar, exatamente como não podemos pedir à roseira que produza violetas, que não tenha espinhos e que não despetale suas flores na violência dos ventos.
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Para que avancemos em nossa caminhada evolutiva, imponhamo-nos uma conduta de maturidade, de indulgência e de benevolência para com os demais.

Disponhamos-nos a brilhar, sob a proteção de Deus, avançando sempre, não nos detendo na retaguarda a examinar mágoas e depressões, que se apresentam na estrada como pedras e obstáculos, calhaus e detritos.
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Redação do Momento Espírita, com base no cap. 28 do livro Revelações da luz, pelo Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.  



MENSAGEM DO ESE:
A lei de amor (III)

Meus caros condiscípulos, os Espíritos aqui presentes vos dizem, por meu intermédio: “Amai muito, a fim de serdes amados.” É tão justo esse pensamento, que nele encontrareis tudo o que consola e abranda as penas de cada dia; ou melhor: pondo em prática esse sábio conselho, elevar-vos-eis de tal modo acima da matéria que vos espiritualizareis antes de deixardes o invólucro terrestre. Havendo os estudos espíritas desenvolvido em vós a compreensão do futuro, uma certeza tendes: a de caminhardes para Deus, vendo realizadas todas as promessas que correspondem às aspirações de vossa alma. Por isso, deveis elevar-vos bem alto para julgardes sem as constrições da matéria, e não condenardes o vosso próximo sem terdes dirigido a Deus o pensamento.
Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontrareis, dentro de certo período, em mundos mais adiantados; e os Espíritos que a compõem são, como vós, filhos de Deus, destinados a se elevarem ao infinito. Assim, não podeis recusar aos vossos irmãos o que Deus liberalmente vos outorgou, porquanto, de vosso lado, muito
vos alegraria que vossos irmãos vos dessem aquilo de que necessitais. Para todos os sofrimentos, tende, pois, sempre uma palavra de esperança e de conforto, a fim de que sejais inteiramente amor e justiça.
Crede que esta sábia exortação: “Amai bastante, para serdes amados”, abrirá caminho; revolucionária, ela segue sua rota, que é determinada, invariável. Mas, já ganhastes muito, vós que me ouvis, pois que já sois infinitamente melhores do que éreis há cem anos. Mudastes tanto, em proveito vosso, que aceitais de boa mente, sobre a liberdade e a fraternidade, uma imensidade de idéias novas, que outrora rejeitaríeis. Ora, daqui a cem anos, sem dúvida aceitareis com a mesma facilidade as que ainda vos não puderam entrar no cérebro.
Hoje, quando o movimento espírita há dado tão grande passo, vede com que rapidez as idéias de justiça e de renovação, constantes nos ditados espíritas, são aceitas pela parte mediana do mundo inteligente. É que essas idéias correspondem a tudo o que há de divino em vós. É que estais preparados por uma sementeira fecunda: a do século passado, que implantou no seio da sociedade terrena as grandes idéias de progresso. E, como tudo se encadeia sob a direção do Altíssimo, todas as lições recebidas e aceitas virão a encerrar-se na permuta universal do amor ao próximo. Por aí, os Espíritos encarnados, melhor apreciando e sentindo, se estenderão as mãos, de todos os confins do vosso planeta. Uns e outros reunir-se-ão, para se entenderem e amarem, para destruírem todas as injustiças, todas as causas de desinteligências entre os povos.
Grande conceito de renovação pelo Espiritismo, tão bem exposto em O Livro dos Espíritos; tu produzirás o portentoso milagre do século vindouro, o da harmonização de todos os interesses materiais e espirituais dos homens, pela aplicação deste preceito bem compreendido: “Amai bastante, para serdes amados.” Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 10.)

domingo, 25 de março de 2018

Agentes do Contra



                                        A lembrança amarga não consertará o passado.

 A tristeza não lhe trará luz ao pensamento.
O desânimo não tem condições de prestar auxílio.
O azedume não pacifica o mundo íntimo.
A revolta não lhe fará ver o caminho justo.
A crítica é fator de mais solidão.

A irritação é a companheira do fracasso.
A intolerância afasta a simpatia.

O ressentimento é veneno em você mesmo.
A condenação é treva que se espalha.
Evitemos esses agentes do contra e procuremos trabalhar, na certeza de que, servindo, encontraremos a bênção da alegria por nosso clima permanente de luz.
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André Luiz
Chico Xavier  













MENSAGEM DO ESE:
Os bons espíritas 

Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui
nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.
Muitos, entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as conseqüências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si mesmos. A que atribuir isso? A alguma falta de clareza da Doutrina? Não, pois que ela não contém alegorias nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza e da sua essência mesma e é donde lhe vem toda a força, porque a faz ir direito à inteligência. Nada tem de misteriosa e seus iniciados não se acham de posse de qualquer segredo, oculto ao vulgo.
Será então necessária, para compreendê-la, uma inteligência fora do comum? Não, tanto que há homens de notória capacidade que não a compreendem, ao passo que inteligências vulgares, moços mesmo, apenas saídos da adolescência, lhes apreendem, com admirável precisão, os mais delicados matizes. Provém isso de que a parte por assim dizer material da ciência somente requer olhos que observem, enquanto a parte essencial exige um certo grau de sensibilidade, a que se pode chamar maturidade do senso moral, maturidade que independe da idade e do grau de instrução, porque é peculiar ao desenvolvimento, em sentido especial, do Espírito encarnado.
Nalguns, ainda muito tenazes são os laços da matéria para permitirem que o Espírito se desprenda das coisas da Terra; a névoa que os envolve tira-lhes a visão do infinito, donde resulta não romperem facilmente com os seus pendores nem com seus hábitos, não percebendo haja qualquer coisa melhor do que aquilo de que são dotados. Têm a crença nos Espíritos como um simples fato, mas que nada ou bem pouco lhes modifica as tendências instintivas. Numa palavra: não divisam mais do que um raio de luz, insuficiente a guiá-los e a lhes facultar uma vigorosa aspiração, capaz de lhes sobrepujar as inclinações. Atêm-se mais aos fenômenos do que a moral, que se lhes afigura cediça e monótona. Pedem aos Espíritos que incessantemente os iniciem em novos mistérios, sem procurar saber se já se tornaram dignos de penetrar os arcanos do Criador. Esses são os espíritas imperfeitos, alguns dos quais ficam a meio caminho ou se afastam de seus irmãos em crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou então guardam as suas simpatias para os que lhes compartilham das fraquezas ou das prevenções. Contudo, a aceitação do princípio da doutrina é um primeiro passo que lhes tornará mais fácil o segundo, noutra existência.
Aquele que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé. Um é qual músico que alguns acordes bastam para comover, ao passo que outro apenas ouve sons. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4.)