sábado, 2 de maio de 2020

Pensamentos

 
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é hones­to, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,
se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.”
— Paulo. (Filipenses, capítulo 4, versículo 8.)


Todas as obras humanas constituem a resultan­te do pensamento das criaturas. O mal e o bem, o feio e o belo viveram, antes de tudo, na fonte mental que os produziu, nos movimentos incessantes da vida.

O Evangelho consubstancia o roteiro generoso para que a mente do homem se renove nos caminhos da espiritualidade superior, proclamando a necessi­dade de semelhante transformação, rumo aos planos mais altos. Não será tão-somente com os primores intelectuais da Filosofia que o discípulo iniciará seus esforços em realização desse teor.

Renovar pensamentos não é tão fácil como parece à primeira vista. Demanda muita capacidade de renúncia e profunda dominação de si mesmo, qualidades que o homem não consegue alcançar sem trabalho e sacrifício do coração.

É por isso que muitos servidores modificam expressões verbais, julgando que refundiram pensa­mentos. Todavia, no instante de recapitular, pela repetição das circunstâncias, as experiências reden­toras, encontram, de novo, análogas perturbações, porque os obstáculos e as sombras permanecem na mente, quais fantasmas ocultos.

Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção.

O conselho de Paulo aos filipenses apresenta sublime conteúdo. Os discípulos que puderem com­preender-lhe a essência profunda, buscando ver o lado verdadeiro, honesto, justo, puro e amável de todas as coisas, cultivando-o, em cada dia, terão encontrado a divina equação.
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Do cap. 15 do livro Pão Nosso, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier. 











MENSAGEM DO ESE:

Não vos afadigueis pela posse do ouro

Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos. — Não prepareis saco para a viagem, nem dois fatos, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece sustentado.

Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, procurai saber quem é digno de vos hospedar e ficai na sua casa até que partais de novo. — Entrando na casa, saudai-a assim: Que a paz seja nesta casa. Se a casa for digna disso, a vossa paz virá sobre ela; se não o for, a vossa paz voltará para vós.
Quando alguém não vos queira receber, nem escutar, sacudi, ao sairdes dessa casa ou cidade, a poeira dos vossos pés. — Digo-vos, em verdade: no dia do juízo, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que essa cidade. (S. MATEUS, cap. X, vv. 9 a 15.)

Naquela época, nada tinham de estranhável essas palavras que Jesus dirigiu a seus apóstolos, quando os mandou, pela primeira vez, anunciar a boa-nova. Estavam de acordo com os costumes patriarcais do Oriente, onde o viajor encontrava sempre acolhida na tenda. Mas, então, os viajantes eram raros. Entre os povos modernos, o desenvolvimento da circulação houve de criar costumes novos. Os dos tempos antigos somente se conservam em países longínquos, onde ainda não penetrou o grande movimento. Se Jesus voltasse hoje, já não poderia dizer a seus aposto-los: “Ponde-vos a caminho sem provisões.”

A par do sentido próprio, essas palavras guardam um sentido moral muito profundo. Proferindo-as, ensinava Jesus a seus discípulos que confiassem na Providência. Ao demais, eles, nada tendo, não despertariam a cobiça nos que os recebessem. Era um meio de distinguirem dos egoístas os caridosos. Por isso foi que lhes disse: “Procurai saber quem é digno de vos hospedar” ou: quem é bastante humano para agasalhar o viajante que não tem com que pagar, porquanto esses são dignos de escutar as vossas palavras; pela caridade deles é que os reconhecereis.

Quanto aos que não os quisessem receber, nem ouvir, recomendou ele porventura aos apóstolos que os amaldiçoassem, que se lhes impusessem, que usassem de violência e de constrangimento para os converterem? Não; mandou, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade.

O mesmo diz hoje o Espiritismo a seus adeptos: não violenteis nenhuma consciência; a ninguém forceis para que deixe a sua crença, a fim de adotar a vossa; não anatematizeis os que não pensem como vós; acolhei os que venham ter convosco e deixai tranqüilos os que vos repelem. Lembrai-vos das palavras do Cristo. Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 9 a 11.)

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CRÔNICA SOBRE CHICO XAVIER À VÉSPERA DE MAIO



Mais uma vez, pego no lápis para escrever alguma coisa sobre Chico Xavier, registrar pela emoção “algo” que possa transmitir aos amigos distantes.


Ele está aqui, no Grupo Espírita da Prece, a um metro de mim...


E eu o observo com atenção, anotando os seus mínimos gestos.


Mão esquerda apoiando a fronte e a destra deslizando celeremente sobre o papel.


Posso ler o título da mensagem que recebe pela psicografia: “Louvor às Mães”, e recordo que estamos às vésperas do mês de maio...


São trovas emolduradas de luz. Cada qual de um poeta, cada trovador com o seu modo peculiar de sustentar o lápis e de escrever.


Chico, o médium, obedece docilmente.


O fenômeno é tão natural, tão sublimado, que, segundo me parece, ele se assemelha mais a uma harpa humana dedilhada por celeste inspiração.


De quando em quando, uma nuvem de suave perfume evola no ar, emanada dele, balsamizando o ambiente.


Todos os que estamos à mesa somos espíritas.


Creio, porém, que não nos apercebemos bem da excelsitude do momento; sim, não atinamos muito bem que estamos sendo testemunhas oculares de um dos acontecimentos mais importantes da história do Espiritismo e, mais que isso, da própria Humanidade.


Chico escreve e muitos estão alheios, como mariposas em torno de um intenso foco de luz...


No fundo, muito esperamos algumas palavras endereçadas a nós de um ente amado que partiu, mas não encaramos com a seriedade necessária e, sobretudo, com consciência o que, inconscientemente, evocamos...


Há um misto de dúvida e esperança, sofrimento e fé, preces e lágrimas no ar...


Uma leve música toca ao fundo, um piano afinadíssimo nas mãos de exímio artista e, novamente, volto os olhos para Chico e convenço-me: ele é um piano e invisível músico dedilha-lhe as teclas.


O compasso do lápis parece acompanhar o compasso da música...


E do Chico escorro o olhar para a multidão, mães e pais, jovens e moçoilas, veneráveis senhoras e algumas crianças de colo... Meu Deus! debaixo de tantos semblantes, diviso muita dor, muita saudade!... Enfermos do corpo e da alma... E ele ali como uma esperança dos Céus materializada na Terra...


Ah, Morte! Que seria de nós se não nos acicatasses, levando-nos a desprezar os prazeres da vida efêmera para buscar Deus na fé? És a nossa sombra e a nossa luz...


Vejo que também tens a tua missão na Terra e que ela, por agora, ainda transcende a nossa humana compreensão.


Mas o lápis que vejo correr está vencendo-te...


O papel à minha frente é um portal de luz aberto entre ti e a vida.


É este homem, cujas mãos são duas estrelas refletindo entre as trevas da descrença o divino clarão da imortalidade, é um apóstolo da Vida, que vai passando semelhante a um meteoro na Terra, deixando rastros de luz...


Este homem que está ainda a escrever não é um corpo, é um imenso coração!


E nós estamos aqui, à sua volta, como um dia as crianças que se assentaram no colo de Jesus para ouvir histórias de um Reino distante...


E, sem que eu saiba explicar exatamente por que, penso no dia em que os olhos que fito agora se fecharem para vida física, e só de pensar já me sinto um pouco órfão.


Certo, a vida não vai parar.


A Natureza será a mesma, eu continuarei...


Mas aqui dentro estará faltando alguém, um sorriso, uma bênção, uma alegria...


E rogo a Deus fortalecê-lo para o meu egoísmo. E creio que muita gente também assim o faz.


Das mãos que continuam a escrever – fontes de consolo e de paz inesgotáveis –, quantas esperanças restauradas, quanto amor semeado...


E ele é um só.


E hoje eu estava melancólico, sabem, dessas melancolias que vêm e ficam com a gente por instantes, mas bastou que ele me falasse duas palavras para que eu entendesse tudo o que ele desejava me dizer e não pôde e... não foi preciso... e eu me rejubilei e o amei mais ainda.


Escrevendo assim, novamente a mesma onda de perfume me inebria e penso que o Amor tem perfume, mas o olfato não sabe defini-lo; só o coração.


Uma senhora se destaca da multidão, aflita. Dependurada ao peito está a fotografia do filho querido que partiu, como se ela quisesse trazê-lo aconchegado sempre ao coração.


É o seu filho que escreveu...


Ela chora e ri, ri e chora...


Todos choramos.


Agora... silêncio. Chico Xavier vai falar e eu, o mundo, precisamos ouvi-lo...
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Livro: Chico Xavier – Mediunidade e Coração
Carlos A. Baccelli
IDEAL – Instituto de Divulgação Editora André Luiz 

quinta-feira, 30 de abril de 2020

DESEQUÍLIBRIOS


O início das grandes obsessões é semelhante à pequenina brecha no açude que por vezes não passa de pedra
desconjuntada ou de fenda oculta.

Os desequilíbrios da alma começam igualmente de quase nada, principalmente por atitudes e sentimentos
aparentemente compreensíveis mas que, em muitas ocasiões, se deslocam no rumo de ásperas conseqüências.

Desconfiança.
Dúvida.
Irritação.
Desânimo.
Ressentimento.
Impulsividade.
Invigilância.
Amargura.
Tristeza sem nexo.
Grito de cólera.
Discussão sem proveito.
Conversa vã.
Visita inútil.
Distração sem propósito.

Na represa, ninguém pode prever os resultados da brecha esquecida.

No caso da obsessão, porém, que, no fundo, se define por assunto de consciência, é imperioso que todos nós venhamos
a reconhecer que, em toda e qualquer crise de fome, não é o pão que procura a boca.
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Espírito: ALBINO TEIXEIRA
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: “Ideal Espírita” – Edição FEB





MENSAGEM DO ESE:

Verdadeira pureza. Mãos não lavadas

Então os escribas e os fariseus, que tinham vindo de Jerusalém, aproximaram-se de Jesus e lhe disseram: “Por que violam os teus discípulos a tradição dos antigos, uma vez que não lavam as mãos quando fazem suas refeições?”

Jesus lhes respondeu: “Por que violais vós outros o mandamento de Deus, para seguir a vossa tradição? Porque Deus pôs este mandamento: Honrai a vosso pai e a vossa mãe; e este outro: Seja punido de morte aquele que disser a seu pai ou a sua mãe palavras ultrajantes; e vós outros, no entanto, dizeis: Aquele que haja dito a seu pai ou a sua mãe: Toda oferenda que faço a Deus vos é proveitosa, satisfaz à lei, — ainda que depois não honre, nem assista a seu pai ou à sua mãe. Tornam assim inútil o mandamento de Deus, pela vossa tradição.
Hipócritas, bem profetizou de vós Isaías, quando disse: Este povo me honra de lábios, mas conserva longe de mim o coração; é em vão que me honram ensinando máximas e ordenações humanas.”

Depois, tendo chamado o povo, disse: “Escutai e compreendei bem isto: — Não é o que entra na boca que macula o homem; o que sai da boca do homem é que o macula. — O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem; — porquanto do coração é que partem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os latrocínios, os falsos-testemunhos, as blasfêmias e as maledicências. — Essas são as coisas que tornam impuro o homem; o comer sem haver lavado as mãos não é o que o torna impuro.” Então, aproximando-se, disseram-lhe seus discípulos: “Sabeis que, ouvindo o que acabais de dizer, os fariseus se escandalizaram?” — Ele, porém, respondeu: “Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou. — Deixai-os, são cegos que conduzem cegos; se um cego conduz outro, caem ambos no fosso.” (S. Mateus, cap. XV, vv. 1 a 20.)

Enquanto ele falava, um fariseu lhe pediu que fosse jantar em sua companhia. Jesus foi e sentou-se à mesa. — O fariseu entrou então a dizer consigo mesmo: “Por que não lavou ele as mãos antes de jantar?” Disse-lhe, porém, o Senhor: “Vós outros, fariseus, pondes grandes cuidado em limpar o exterior do copo e do prato; entretanto, o interior dos vossos corações está cheio de rapinas e de iniqüidades. Insensatos que sois! aquele que fez o exterior não é o que faz também o interior?” 
(S. LUCAS, cap. XI, vv. 37 a 40.)

Os judeus haviam desprezado os verdadeiros mandamentos de Deus para se aferrarem à prática dos regulamentos que os homens tinham estatuído e da rígida observância desses regulamentos faziam casos de consciência. A substância, muito simples, acabara por desaparecer debaixo da complicação da forma. Como fosse muito mais fácil praticar atos exteriores, do que se reformar moralmente, lavar as mãos do que expurgar o coração, iludiram-se a si próprios os homens, tendo-se como quites para com Deus, por se conformarem com aquelas práticas, conservando-se tais quais eram, visto se lhes ter ensinado que Deus não exigia mais do que isso. Daí o haver dito o profeta: É em vão que este povo me honra de lábios, ensinando máximas e ordenações humanas.

Verificou-se o mesmo com a doutrina moral do Cristo, que acabou por ser atirada para segundo plano, donde resulta que muitos cristãos, a exemplo dos antigos judeus, consideram mais garantida a salvação por meio das práticas exteriores, do que pelas da moral. É a essas adições, feitas pelos homens à lei de Deus, que Jesus alude, quando diz: Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou.

O objetivo da religião é conduzir a Deus o homem. Ora, este não chega a Deus senão quando se torna perfeito. Logo, toda religião que não torna melhor o homem, não alcança o seu objetivo. Toda aquela em que o homem julgue poder apoiar-se para fazer o mal, ou é falsa, ou está falseada em seu princípio. Tal o resultado que dão as em que a forma sobreleva ao fundo. Nula é a crença na eficácia dos sinais exteriores, se não obsta a que se cometam assassínios, adultérios, espoliações, que se levantem calúnias, que se causem danos ao próximo, seja no que for. Semelhantes religiões fazem supersticiosos, hipócritas, fanáticos; não, porém, homens de bem.

Não basta se tenham as aparências da pureza; acima de tudo, é preciso ter a do coração.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VIII, itens 8 a 10.)

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Êxitos e insucessos


Sei viver em penúria e sei também viver em abundância. – Paulo. (Filipenses, 4:12.)

Em cada comunidade social, existem pessoas numerosas, demasiadamente preocupadas quanto aos sucessos particularistas, afirmando-se ansiosas pelo ensejo de evidência. São justamente as que menos se fixam nas posições de destaque, quando convidadas aos postos mais altos do mundo, estragando, desastradamente, as oportunidades de elevação que a vida lhes confere.

Quase sempre, os que aprenderam a suportar a pobreza é que sabem administrar, com mais propriedade, os recursos materiais.

Por esta razão, um tesouro amontoado para quem não trabalhou em sua posse é, muitas vezes, causa de crime, separatividade e perturbação.

Pais trabalhadores e honestos formarão nos filhos a mentalidade do esforço próprio e da cooperação afetiva, ao passo que os progenitores egoístas e descuidados favorecerão nos descendentes a inutilidade e a preguiça.

Paulo de Tarso, na lição à igreja de Filipos, refere-se ao precioso imperativo do caminho no que se reporta ao equilíbrio, demonstrando a necessidade do discípulo, quanto à valorização da pobreza e da fortuna, da escassez e da abundância.

O êxito e o insucesso são duas taças guardando elementos diversos que, contudo, se adaptam às mesmas finalidades sublimes. A ignorância humana, entretanto, encontra no primeiro o licor da embriaguez e no segundo identifica o fel para a desesperação. Nisto reside o erro profundo, porque o sábio extrairá da alegria e da dor, da fartura ou da escassez, o conteú do divino.
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Emmanuel
Chico Xavier





MENSAGEM DO ESE:

Poder da fé

Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. 

Jesus respondeu, dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. — E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? — 

Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.)

No sentido próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças torna o homem capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Aqui porém unicamente no sentido moral se devem entender essas palavras. As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má-vontade, em suma, com que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer.

Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas.

A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.

Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.

O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, itens 1 a 5.)
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Por que as pessoas entram na sua vida?

Pessoas entram na sua vida por uma "Razão", uma "Estação" ou uma "Vida Inteira". Quando você percebe qual deles é, você vai saber o que fazer por cada pessoa.


Quando alguém está em sua vida por uma "Razão"... é, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que eles estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Ás vezes, essas pessoas morrem. Às vezes, eles simplesmente se vão. Ás vezes, eles agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.


Quando pessoas entram em nossas vidas por uma "Estação", é porque chegou sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas, geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer... Acredite! É real! Mas somente por uma "Estação".


Relacionamentos de uma "Vida Inteira" te ensinam lições para a vida inteira: coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa, e colocar o que você aprendeu em uso em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida. É dito que o amor é cego, mas a amizade é clarividente. Obrigado por ser parte da minha vida.


Pare aqui e simplesmente SORRIA.


"Trabalhe como se você não precisasse do dinheiro,
Ame como se você nunca tivesse sido magoado, e dance como se ninguém estivesse te observando."
"O maior risco da vida é não fazer NADA."


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Autor desconhecido
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Formatação e pesquisa: MILTER – 28-04-2019 

terça-feira, 28 de abril de 2020

HERANÇA



Na mesa do vasto aposento que penetrávamos, em serviço de assistência espiritual, jazia grafada em belo cursivo a interessante carta que passamos a transcrever:


Meu Caro Belmiro:

Parece incrível, mas somente hoje consigo tempo para responder-lhe à carta, recebida há precisamente oito meses. Perdoe-me a demora.

Realmente, o velho morreu, no ano passado; entretanto, apenas agora pude liquidar o inventário.

Confirmo a notícia da herança. O montante em dinheiro que me veio ao domínio é de cento e oitenta milhões, mas, automaticamente, sou hoje o dono de oito prédios, no valor aproximado de quinhentos milhões de cruzeiros velhos.

Isso tudo, somado às jóias que me ficaram, ultrapassa a quantia de oitocentos mil cruzeiros novos ou quase um bilhão na moeda antiga. E agora, meu caro, é tocar para a frente.

Espero multiplicar o patrimônio quatro vezes, em dois anos. Esteja certo disso.

Sinto muito não atender à sua recomendação. Você insiste comigo, há muito tempo, tanto quanto insistiu com o falecido, em assuntos de caridade.

Não fossemos companheiros de infância e não daria atenção ao caso; no entanto, estimo você suficientemente para deixá-lo sem resposta.

Aprendi com o velho que a vida vale pelo dinheiro que se tem. Você fala em benefícios aos outros, para que venhamos a ser beneficiados, e afirma que, se dermos em bondade e desprendimento aos que sofrem na vida, a vida nos retribuirá em saúde e alegria.

Não sei onde é que você encontrou tanta teoria bonita para se enfeitar.

Espiritismo, reencarnação...Você, Belmiro, é um poeta. Sempre admirei a sua imaginação. Desde a escola, você é assim – o notável sonhador que a gente aplaude, mas não pode seguir.

O que sei de mim é que nada compreendo sem o dinheiro. E dinheiro grande. Acompanhei meu avô, prestando-lhe assistência, durante a minha vida inteira, e não será agora que vou perder o fruto de meu esforço. Não desfalcarei o que tenho e, para defender o que tenho, não estou disposto a ceder um tostão. Você não é o primeiro amigo a falar-me de beneficência, de missão a cumprir, de solidariedade humana, de mensagens do Além... Acho isso tudo muito bonito, mas para mim não calha.

Estive trinta anos – pense na extensão desse tempo – trinta anos protegendo o velho e ajudando-o a preservar o que, no fundo, agora é meu. Acredita que estou relaxado, a ponto de esquecer-me? Não me venha com a história de que meu avô teria falado depois da morte para aconselhar-me.

Ele, meu mestre de poupança, não quereria fazer de mim um mão aberta.

Essas conversas de espíritos, meu caro, tem muito de trapaça e bobagem... Os velhacos inventam as modas e os tolos vão seguindo. Se o vovô quiser dar ordens, que me apareça.

Não tenho medo de fantasmas.

Quanto à saúde, estou forte. Ainda não completei cinquenta anos e somente e somente agora obtive a possibilidade de viver como quero. Estou eufórico, feliz. Nunca pratiquei tanta ginástica e com tanto gosto.

Você me convida a pensar no outro mundo... E eu convido a você para mergulhar nos prazeres deste mundo mesmo.

Venha para conversarmos e receba um abraço muito cordial do seu velho amigo, sempre devedor,

Neneco


Esta era a carta escrita e assinada pelo cavalheiro simpático que fôramos chamados a prestar auxílio espiritual e cujo corpo acabava de se cadaverizar por força de violento enfarte do miocárdio. E a nota mais significativa de todo o episódio é que ele, ao arrancar-se do veículo prostrado, em nossa direção, tomou-nos à conta de enfermeiros encarnados e, tropeçando semilúcido, informou-nos para logo de que, se estava doente, não queria seguir para o hospital sem o talão de cheques.
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pelo Espírito Irmão X
Do livro: Marcas do Caminho, Médium: Francisco Cândido Xavier.









MENSAGEM DO ESE:

Advento do Espírito de Verdade (IV)

Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A abnegação e o devotamento são uma prece continua e encerram um ensinamento profundo. A sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõe. O sentimento do dever cumprido vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito. 

— O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 8.)

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Se lhe Falta

Se lhe falta alguma utilidade, peça o amparo dos outros, buscando ser útil.
Ninguém precisa roubar.

Se lhe falta saúde, proteja as energias de que ainda dispõe.
O fato remendado é uma bênção para quem podia estar nu.

Se lhe falta afeição, procure a simpatia do próximo com nobreza.
Há milhares de criaturas mentalizando o suicídio por que lhes falta a estima de alguém.

Se lhe falta tranquilidade, tente encontrá-la em você.
Entra no fogo quem quer.

Se lhe falta força, descanse e recomece.
Muito difícil estabelecer o ponto de interação entre o cansaço e a preguiça.

Se lhe falta instrução, dê mais algum tempo ao estudo.
A Terra está inundada de livros.

Se lhe falta trabalho, não fique esperando.
Há uma enxada disponível em toda parte.

Se lhe falta aprovação alheia ao esforço sincero de servir e de aprimorar -se, continue fazendo o melhor ao seu alcance.
Aqueles que perdoam as nossas imperfeições e nos abençoam em nossas dificuldades são superiores a nós, mas aqueles que nos criticam ou complicam são tão necessitados quanto nós mesmos.
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André Luiz
Chico Xavier

segunda-feira, 27 de abril de 2020

A necessidade da reforma íntima


Para nós espíritas nada se torna mais constante dilema do que a constante lembrança da necessidade da reforma íntima. Mas afinal o que seria a reforma íntima? estamos realmente entendendo o que precisamos e como precisamos realizar este importante passo para nossa evolução?

Os espíritos nos falam sobre a importância do homem encontrar nele mesmo suas má condutas e suas tendências inferiores para nelas trabalhar a fim de colher os frutos de sua boa vontade e sua disciplina ante as provações e à responsabilidade enquanto espírito encarnado de progredir moralmente. Com isso, temos então a missão de todas as vidas. A evolução espiritual demanda caridade para com as imperfeições alheias, o que talvez seja o ato mais difícil atualmente. Vivemos uma época em que erros não são perdoados e mágoas são eternizadas.

Não temos nenhuma responsabilidade sobre como os outros lidam com alguma situação mas temos o DEVER de lidar com esta situação da melhor maneira possível.

 Sendo caridosos e buscando, na dúvida, o nosso maior exemplo de homem de bem que seria Jesus Cristo. Se pensarmos como o Mestre agiria na situação que estamos nos deparando a resposta pode ser a solução que tanto buscamos.

“Eu permito a todos serem como quiserem, e a mim como devo ser.”

(Francisco Cândido Xavier)

A reforma íntima não é uma conquista que se forja da noite para o dia. Demanda tempo, boa vontade, disciplina e esforço incessante de nossa parte. Muita resignação e luta contra nossas próprias tendências inferiores e principalmente estar vigilante para seus defeitos e ter foco na tarefa de se melhorar. Ao outro cabe somente a ele mesmo buscar a própria reforma íntima, a nós, a responsabilidade é somente sobre nossas atitudes.

“Lembre-se de que você mesmo é o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros. Não se esqueça, igualmente, de que o maior inimigo de suas realizações mais nobres, a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação – é você mesmo.”

(Francisco Cândido Xavier)

Como espíritas  ainda temos uma vantagem: Esclarecimento. Sabemos o porquê e o como de tudo que vivenciamos o que nos facilita ter o entendimento e a resignação necessária em tantos casos de nossa vida cotidiana. Podemos entender as antipatias naturais e o atraso alheio, a grosseria e a brutalidade de outros irmãos que podem estar vivendo situações que não possuem talvez o melhor equilíbrio necessário para vivencia-las. Sabemos reconhecer em nós mesmos também nossas imperfeições e reconhecendo-as podemos trabalhar de forma mais proativa em corrigi-las. Temos tanta informação trazida pelos espíritos bem feitores que fica difícil – apesar da nossa natureza imperfeita – querer responsabilizar outrem por nossos próprios fracassos e deméritos.

Sendo assim, busquemos irmãos esclarecer-nos de nossos defeitos, entende-los e corrigi-los, sendo sempre o melhor que pudermos ser para que nossa evolução espiritual se dê o mais rápido e o melhor possível. Quanto antes nós entendermos a necessidade de nos melhorar para que assim o mundo melhore em seguida, antes o Planeta Terra será um mundo onde reinará a paz do reino dos céus!
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Felipe Gama
formatação e pesquisa: Milter 26-04-2020





MENSAGEM DO ESE:

Emprego da riqueza (II)

Quando considero a brevidade da vida, dolorosamente me impressiona a incessante preocupação de que é para vós objeto o bem-estar material, ao passo que tão pouca importância dais ao vosso aperfeiçoamento moral, a que pouco ou nenhum tempo consagrais e que, no entanto, é o que importa para a eternidade.

 Diante da atividade que desenvolveis, tratar-se de uma questão do mais alto interesse para a humanidade, quando não se trata, na maioria dos casos, senão de vos pordes em condições de satisfazer a necessidades exageradas, à vaidade, ou de vos entregardes a excessos. Que de penas, de amofinações, de tormentos cada um se impõe; que de noites de insônia, para aumentar haveres muitas vezes mais que suficientes! Por cúmulo de cegueira, freqüentemente se encontram pessoas, escravizadas a penosos trabalhos pelo amor imoderado da riqueza e dos gozos que ela proporciona, a se vangloriarem de viver uma existência dita de sacrifício e de mérito — como se trabalhassem para os outros e não para si mesmas! Insensatos! Credes, então, realmente, que vos serão levados em conta os cuidados e os esforços que despendeis movidos pelo egoísmo, pela cupidez ou pelo orgulho, enquanto negligenciais do vosso futuro, bem como dos deveres que a solidariedade fraterna impõe a todos os que gozam das vantagens da vida social? Unicamente no vosso corpo haveis pensado; seu bem-estar, seus prazeres foram o objeto exclusivo da vossa solicitude egoística. Por ele, que morre, desprezastes o vosso Espírito, que viverá sempre. Por isso mesmo, esse senhor tão animado e acariciado se tornou o vosso tirano; ele manda sobre o vosso Espírito, que se lhe constituiu escravo. Seria essa a finalidade da existência que Deus vos outorgou?

— Um Espírito Protetor. (Cracóvia, 1861.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 12.)

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Dar a volta por cima

É impressionante como algumas pessoas sabem agir com inteligência e bom senso diante das situações adversas que a vida lhes apresenta.

Há algum tempo, um ator famoso sofreu um assalto e foi ferido gravemente, ficando em coma por muito tempo. Os dias se passaram, os meses se somaram e, apesar das limitações impostas ao corpo físico, continuou lutando com bravura.

Gerson Brenner não se deixou vencer pela soma de acontecimentos amargos e começou a grande luta para dar a volta por cima e continuar vivendo, ainda que com graves limitações nos movimentos do corpo.

Um narrador de futebol, não menos famoso, sofreu um acidente de automóvel e ficou por longo tempo sem contato com o mundo exterior.

Apesar das barreiras imensas que tentavam isolá-lo do mundo, Osmar Santos empreendeu uma batalha acirrada e, depois de longo tempo, conseguiu se comunicar com o mundo através da arte, pintando quadros.

Ele conseguiu dar a volta por cima e reinventar sua vida.

Um dia, um acidente de ultraleve matou a esposa de um cantor popular e o jogou num leito de hospital com graves ferimentos na medula e no cérebro.

Poucos acreditavam que ele sairia dessa.

Mas Herbert Viana deu a volta por cima, demonstrando rara coragem e uma disposição inabalável.

Surpreendendo médicos e enfermeiros, ele aparece cantando e dedilhando sua guitarra para alegrar a enfermaria repleta de pacientes que, como ele, enfrentam horas seguidas de fisioterapia.

Assim como essas pessoas famosas, há também muitos heróis anônimos que dão a volta por cima e vencem situações de extrema dificuldade.

E, ao contrário do que muita gente pensa, essas são atitudes de pessoas que sabem usar a razão e o bom senso.

Percebem que não há como vencer, senão aceitando o desafio que as Leis maiores lhes oferecem, com resignação e coragem.

Esses são os verdadeiros vencedores, pois transformam uma situação aparentemente sem saída, numa nova maneira de encarar a vida.

É como se admitissem a si mesmas: Se Deus me ofereceu esta situação difícil é porque preciso aprender alguma lição com ela. E é isso que vou fazer.

Nesse caso, é a obediência consentida pela razão, e a resignação aceita pelo coração.

Essa é a posição de um filho que confia no seu Pai e Dele sempre espera o melhor, ainda que esse melhor chegue com aparência de desgraça.

Um filho que confia num Pai amoroso e justo e procura retirar de cada situação uma lição a mais, um aprendizado útil, mesmo que seja uma demonstração de coragem, de fé, de humildade, de confiança.

E você? Já pensou nas lições que Deus espera que aprenda com as situações que lhe apresenta?

Se ainda não havia pensado, pense agora, ainda há tempo.

Considere que as provas sempre guardam relação com o tipo de aprendizagem que precisamos demonstrar e são proporcionais ao nosso grau de evolução.

Assim, se é a nossa paciência que deve ser testada, teremos uma prova correspondente. Se é a humildade, uma prova em que possa ser demonstrada, e assim por diante.

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Conforme nos recomendou o grande Apóstolo Paulo de Tarso, aprendamos a dar graças por tudo.

A flor agradece, com o seu perfume, a terra escura que lhe permitiu nascer e florescer.

A borboleta dá graças ao casulo desprovido de beleza que lhe permitiu efetuar a sensível metamorfose, bailando no ar e contribuindo com a polinização.

Quando o enfermo recupera a saúde, bendiz a dor que lhe trouxe a lição do equilíbrio.

Por todas essas razões, aprendamos a agradecer a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.

Lembrando sempre que a alvorada é dádiva do céu que surge após a noite escura na Terra.
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Redação do Momento Espírita
Em 04.04.2011

domingo, 26 de abril de 2020

Nos caminhos da fé e da esperança



Para enfrentar os embates perante a vida, temos fé ou temos esperança?

Não raras vezes, fé e esperança são palavras que caminham juntas em nossas rogativas, em nossos sentimentos e apelos.
Utilizadas, de forma comum, quase como sinônimos, ou como causa e consequência, indissociáveis mesmo, não raro se confundem, nos dizeres populares.

Porém, sempre haveremos de ter fé quando temos esperança?

Ou será a esperança a mãe da fé?

A esperança é pautada no desejo, na vontade de que algo aconteça, de que determinada situação efetivamente ocorra.

Para termos esperança, não se faz necessária a fé.

A esperança nasce dos nossos corações confiantes, alegres, quando acreditamos que o melhor pode acontecer, e que há sempre a possibilidade de buscar aquilo que desejamos.

Origina-se de um estado de espírito otimista, de uma vontade de que as coisas aconteçam, conforme desejamos, de que tudo se arranje da melhor forma.

Quando afirmamos que a esperança é a última que morre, é que temos o conceito de que ela é a mola propulsora, o combustível a guiar nossos sonhos e nossos ideais.

Por sua vez, a fé nasce do entendimento de que em tudo na vida existe um porquê e um motivo preestabelecido.

Quando pautada pela lucidez da reflexão, oferece-nos a capacidade de encarar os problemas da vida, a qualquer tempo, com clareza e entendimento.

Construir nossa fé à luz da razão, evitando posições dogmáticas e inquestionáveis, com lucidez a respeito das leis de Deus, nos irá oferecer sustento e coragem em qualquer momento da caminhada.

A fé é esse sentimento, essa certeza que se pauta e se instaura a partir do conhecido e constrói pontes para o campo do desconhecido.

Ela se sustenta naquilo que sabemos, para nos conduzir frente ao incerto, ao ainda ignorado.

Assim, a esperança nasce de um sentimento e uma vontade de que tudo se encaminhe e se concretize da melhor forma, mesmo nas circunstâncias mais desfavoráveis.

A fé, contudo, nasce do entendimento de que não há efeito sem causa, e de que Deus é a causa maior de tudo.

Nasce também da compreensão de que, sendo Deus amor e justiça, tudo que dEle provém é amorosidade e cuidados, para nós, os Seus filhos.

Assim entendendo, não seremos apenas crentes em Deus. Guardaremos a certeza de que o Pai e Criador estará sempre a zelar por nós.

Se hoje ainda não compreendemos alguns dos rumos de nossa vida é porque nos faltam informações, subsídios para isso.

No entanto, Deus, tudo sabendo e nos conhecendo, nos oferece sempre as melhores lições, as oportunidades para o bom combate e aquisição das experiências mais necessárias para nosso progresso e felicidade futura.

Dessa forma, a chama da esperança será duradoura, na medida em que ela se alimentar do combustível da fé. E ganhará raízes sólidas, sustentada por nossa fé raciocinada.

E será essa fé, a fé lúcida, que sempre nos indicará rumo e roteiro frente a qualquer embate que a vida nos apresentar.
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Redação do Momento Espírita
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER – 26-01-2020





MENSAGEM DO ESE:

Cuidar do corpo e do espírito

Consistirá na maceração do corpo a perfeição moral? Para resolver essa questão, apoiar-me-ei em princípios elementares e começarei por demonstrar a necessidade de cuidar-se do corpo que, segundo as alternativas de saúde e de enfermidade, influi de maneira muito importante sobre a alma, que cumpre se considere cativa da carne. Para que essa prisioneira viva, se expanda e chegue mesmo a conceber as ilusões da liberdade, tem o corpo de estar são, disposto, forte. Façamos uma comparação: Eis se acham ambos em perfeito estado; que devem fazer para manter o equilíbrio entre as suas aptidões e as suas necessidades tão diferentes? Inevitável parece a luta entre os dois e difícil achar-se o segredo de como chegarem a equilíbrio.

Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o aniquilamento do corpo, e o dos materialistas, que se baseia no rebaixamento da alma. Duas violências quase tão insensatas uma quanto a outra. Ao lado desses dois grandes partidos, formiga a numerosa tribo dos indiferentes que, sem convicção e sem paixão, são mornos no amar e econômicos no gozar. 

Onde, então, a sabedoria? Onde, então, a ciência de viver? Em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa. 

Sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo?

 Não, a perfeição não está nisso: está toda nas reformas por que fizerdes passar o vosso Espírito. Dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição. 

Jorge, Espírito Protetor. (Paris, 1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 11.)

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ADVERSIDADES E PERCALÇOS

As adversidades são naturais no caminho evolutivo de todos os seres.

Aprende a enfrentá-las com tranquilidade.

Não compliques o destino com a tua rebeldia e insensatez.

Administra os teus problemas - aqueles que criaste inadvertidamente e os que te foram criados por outros.

O que te desafia a capacidade de solução e convivência é justamente o que te faz ser mais do que és.

Ante qualquer impasse, asserena-te primeiro e age depois.

Não te aflijas hoje, pela dificuldade de amanhã.

Se é noite e desaba a tempestade, o dia pode amanhecer ensolarado.

Não tomes nenhuma decisão importante em clima psicológico e emocional alterado.

Apenas a atitude correta não deve ser deixada para mais tarde.

A ideia do bem, quando surge, surge no tempo de sua imediata aplicação.

Adversidades e percalços são degraus de uma escada, cuja função precípua é a de conduzir para o alto." 
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Irmão José