sábado, 15 de outubro de 2016

CRISTO EM CASA

Se desejas extinguir
A sombra que aflige e atrasa,
Não olvides acender
A luz do Evangelho em casa.

Quanto possível, nas horas
De doce união no lar,
Estende a Lição Divina
Ao grupo familiar.

Na chama viva da prece,
‘O culto nobre inicia,
Rogando discernimento
À Eterna Sabedoria.

Logo após, lê, meditando
O Texto Renovador
Da Boa Nova sublime,
Que é fonte de todo o amor.

Verás a tranquilidade,
Vestida em suave brilho,
Irradiando esperança
Em todo o teu domicílio.

Ante a palavra do Mestre,
Generosa, clara e boa,
A experiência na Terra
É luta que aperfeiçoa.

Mentiras da vaidade,
Velhos crimes da avidez,
Calúnia e maledicência
Desaparecem de vez...

Serpentes envenenadas
Do orgulho torvo e escarninho,
Sob o clarão da verdade,
Esquecem-nos o caminho.

Dificuldades e provas,
Na dor amargosa e lenta,
São recursos salvadores
Com que o Céu nos apascenta.

E o trabalho por mais rude,
No campo de cada dia,
É dádiva edificante
Do bem que nos alivia.

É que, na Bênção do Cristo,
Clareia-se-nos a estrada
E a nossa vida ressurge,
Luminosa e transformada.

Conduze, pois, tua casa
À inspiração de Jesus.
O Evangelho em tua mesa
É pão da Divina Luz.
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Casimiro Cunha
Chico Xavier
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 Como fazer o culto do Evangelho no Lar:








sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Provas



Não te doa a obrigação de repetir, vezes e vezes, esse ou aquele esforço que consideres de sacrifício.

Se já te aceitas na condição de criatura imperecível, reflete no tempo gasto pela sabedoria da vida, nas criações da natureza.

Sabemos que a gestação do diamante, no claustro da Terra exige milênios.

Com semelhante ensinamento, perguntemos a nós mesmos quantos séculos despenderemos para construir a compreensão e o devotamento, a humildade e o amor, no campo da própria alma.

Meditemos nisso e abracemos com paciência as tarefas que nos foram confiadas.

Regozija-te com as obras de renúncia dentro do lar; ele é o reduto em que te habilitas para a total consagração à Humanidade.

Agradece ao trabalho que te cerca de problemas e, tantas vezes, te alaga de suor; nele aprendes a conquistar a sublimação e a criatividade dos anjos.

Abençoa os dias de prova em que a vida te pede serviço habitualmente entremeado de labaredas de inquietação com aguaceiros de pranto; tempo chegará em que eles trarão a soma das experiências que se fará luz permanente para os teus próprios caminhos entre os sóis da Imortalidade.

Rejubila-te com a possibilidade de contar com as aulas da angústia e do sofrimento, no aprendizado da vida terrestre.

Os olhos que nunca choraram raramente aprendem a ver.
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Meimei
Francisco Cândido Xavier





quinta-feira, 13 de outubro de 2016

VIGIAS O QUE FALAS




A tua boca é um canal que obedece cegamente à tua mente. 
Se as tuas ideias forem negativas, rolarão como pensamentos malfeitores na tua fala e esta corromperá aqueles que te ouvem. 
És responsável pelo que dizes aos ouvidos dos teus companheiros.

Vela o que conversas com teus irmãos, presta bem atenção à formação das tuas ideias e disciplina tuas emoções para que não venhas a cair nas tentações do mal, que sempre espreita a coletividade. 
Vigia constantemente teus pensamentos e não te esqueças de fazer o mesmo com o que falas.

Deixa vicejar o amor em teu coração e alimenta esse princípio divino em tua vida, para que a tua paz seja duradoura.
 Se ainda não tens a consciência exata dos valores dos teus pensamentos e das reações deles sobre os outros, passa a observar, de agora em diante, pois a melhor escola é a observação pessoal, sem a crítica que pode levar ao desespero.

A tua palavra é uma semente vicejante. Onde cai, pode germinar com traços do teu compromisso e, mais tarde, poderá alterar a tua conduta e te forçares a responder por ela, colhendo os frutos do que plantaste. Porém, se ela é educada e instruída, se está amoldada aos ensinamentos de Jesus, é semente mais viva e te ajudará a construir a tua própria felicidade. Deves zelar pelas tuas palavras, mas cuidar também do que ouves dos outros.

A influência danosa pode perturbar a nossa conduta.
Se já abriste as portas do teu entendimento em busca do aprendizado, não percas a oportunidade de seres útil a ti mesmo, criando condições e enaltecendo o Bem no silêncio dos teus próprios sentimentos. Educar-se é analisar a própria vida, selecionar pensamentos palavras e ações ante os que nos cercam. Esteja sempre atento aos acontecimentos e saberás comportar-te diante de tudo, sem nada menosprezares.

Se o teu irmão aparecer frente a ti, envergando a cruz de duras provações, não te deixes influenciar pela viciação dos erros que carrega. Ajuda-o a melhorar a sua conduta, a desfazer-se das ideias desfavoráveis ao bem comum. Precaver-se, nestes momentos, é manter o que já conquistaste na área do equilíbrio e da paz de consciência. Faze a tua parte, que Deus nunca Se esquecerá de ti. Desliga-te do mal e deixa a luz do Bem clarear o teu caminho que, por onde passares, estarás sempre ajudando àqueles que transitarem por ali.

Confia em Deus e em ti mesmo, desde que estejas seguro dos teus próprios atos.
Acautela-te dos impulsos inferiores que, por vezes, assaltam a tua mente, querendo transformar a tua conduta. Revigora a fé pela oração e cria o hábito de servir aos outros sem exigências, para que a caridade, em teus passos, passe a ser a tua própria vigilância.

As nossas palavras podem ser jatos de luz ou impulsos de trevas, sementes do Bem ou convites para o desequilíbrio. Depende da educação e da disciplina que já granjeamos na escola da vida. Estamos sendo chamados todos os dias para o auto aperfeiçoamento, convite este que poderá passar e demorar a voltar; e não podemos afirmar que, no seu regresso, venha com as mesmas branduras do primeiro chamado, sendo comum o retorno acontecer sob a forma da dor. É a guerra interna, recebendo as bombas dos infortúnios e o fogo das provações, para nos ensinar o que devemos ouvir e o que nos compete dizer.
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LANCELLIN, pelo médium João Nunes Maia



LEI DE CAUSA E EFEITO

“Pessoas me perguntam sobre a expiação dos erros através da reencarnação. Entendem que para expiar um erro é preciso criar outro culpado. Exemplo: se eu matei alguém queimado, tenho que morrer queimado, e para isso alguém teria que ser meu carrasco e pagar em outra vida, e assim sucessivamente, sem fim. É assim mesmo?...”

“R. A Lei de Causa e Efeito é corretiva e não punitiva, e cada caso é visto particularmente, de modo que as regras não se aplicam no geral, mas no particular. Seja como for, as oportunidades de reeducação espiritual têm sempre um acréscimo da misericórdia divina, desde que o espírito se esforce para merecê-la. Aproveitando o exemplo citado, quem feriu o semelhante de tal maneira não terá necessariamente que sofrer o mesmo martírio, apenas deverá resgatar os erros cometidos. Esse resgate pode acontecer através de mil maneiras diferentes, desde que implique no reajustamento do antigo agressor segundo as sábias leis divinas, das quais ninguém fugirá. Não se paga o mal com o mal, mas com o bem, de modo que, para que se consiga o resgate, será imperioso transformar os erros em tentativas de acerto. Assim, e você causou a morte de outro pelo fogo, é possível que você encontre oportunidades de salvar pessoas de perigos semelhantes, sem precisar desencarnar queimado também....”
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(Revista VISÃO ESPÍRITA nº 12, de Março de 1.999, da Seda Editora)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

A SEGUNDA MILHA


“E se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas”. Jesus – Mateus, 5:41


As milhas a que se reportam os ensinamentos do Mestre são aquelas de nossa jornada espiritual, no processo de elevação, cada dia.

Aprende a ceder para os outros, se desejas realmente ajudar.

Não regenerarás o criminoso atormentando-lhe o campo íntimo com chibatadas verbais, não corrigirás o transviado à força de imposições humilhantes e nem conquistarás a confiança curativa do enfermo, aprofundando-lhes as próprias chagas.

Em qualquer problema que alcance as raízes da alma, é imprescindível penetrar o núcleo vivo de elaboração do pensamento e aí depositar a bendita semente da simpatia, a favor da solução necessária.

Vencer sem convencer é consolidar a discórdia.

Indispensável marchar em companhia dos outros, onde os outros lutam e choram, a fim de que possamos ampará-los com eficiência.

Quem poderia entender o Cristo se o Mestre, longe de descer à Terra, usasse uma tribuna de luz, dirigindo-se do Céu distante aos homens?

Para a renovação de sentimentos alheios, única medida suscetível de estabelecer o progresso espiritual e fundamentar a paz, é imprescindível aprendamos a caminhar com os semelhantes no terreno das concepções que esposam para que a discussão esterilizante não elimine os embriões de fraternidade e confiança que prometem a vitória do amor e da luz.

Não basta, porém, concordar secamente, como quem se desvencilha de um fardo desagradável. É preciso “caminhar com o próximo”, confraternizando. Ainda mesmo quando estejamos em companhia de um delinquente, adotemos por guia a piedade edificante, que auxilia sem qualquer exteriorização de superioridade.

Deixa que teu irmão te confie os próprios amargores, sem mágoa, sem espanto e sem revolta. Estende às mãos seguras e bondosas aos que tombaram. Aprende a descer para ajudar. E então a tua voz será convenientemente ouvida, porque terás caminhado, em benefício do companheiro ignorante, fraco, perturbado ou sofredor, aquela “segunda milha” das eternas lições de luz.
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Emmanuel
Chico Xavier




segunda-feira, 10 de outubro de 2016

SOFRERÁ PERSEGUIÇÕES



"E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão
perseguições." - Paulo. (II TIMÓTEO, 3:12.)


Incontestavelmente, os códigos de boas maneiras do mundo são sempre respeitáveis, mas é preciso convir que, acima deles, prevalecem os códigos de Jesus,
cujos princípios foram por Ele gravados com a própria exemplificação.
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O mundo, porém, raramente tolera o código de boas maneiras do Mestre Divino.
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Se te sentes ferido e procuras a justiça terrestre, considerar-te-ão homem sensato;
contudo, se preferes o silêncio do Grande Injustiçado da Cruz, ser-te-ão lançadas ironias à
face.
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Se reclamas a remuneração de teus serviços, há leis humanas que te amparam, considerando-te prudente;
mas se algo de útil produzes sem exigir recompensa, recordando o Divino Benfeitor, interpretar-te-ão por louco.
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Se te defendes contra os maus, fazendo valer as tuas razões, serás categorizado por homem digno; 
entretanto, se aplicares a humildade e o perdão do Senhor, serás francamente acusado de covarde e desprezível.
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Se praticares a exploração individual, disfarçadamente, mobilizando o próximo a serviço de teus interesses passageiros, ser-te-ão atribuídos admiráveis dotes de inteligência e habilidade; 
todavia, se te dispões ao serviço geral para benefício de todos, por amor a Jesus, considerar-te-ão idiota e servil.
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Enquanto ouvires os ditames das leis sociais, dando para receber, fazendo algo por buscar alheia admiração, elogiando para ser elogiado, receberás infinito louvor das criaturas, mas, no momento em que, por fidelidade ao Evangelho, fores compelido a tomar atitudes com o Mestre, muita vez com pesados sofrimentos para o teu coração, serás classificado à conta de insensato.
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Atende, pois, ao teu ministério onde estiveres, sem qualquer dúvida nesse particular, certo de que, por muito tempo ainda, o discípulo fiel de Jesus, na Terra, sofrerá perseguições.
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Emmanuel 
Chico Xavier







domingo, 9 de outubro de 2016

REBELDIA


O pequeno rebelde amava a Mãezinha viúva com entranhado amor; entretanto, iludido pela indisciplina, dava ouvido, aos conselhos perversos.

Estimava a leitura de episódios sensacionais, em que homens revoltados formam quadrilhas de malfeitores, nas cidades grandes, e, a qualquer página edificante, preferia o folhetim com aventuras desagradáveis ou criminosas. Engolfou-se em tantas histórias de gente má que, embora a palavra materna o convidasse ao trabalho digno, trazia sempre respostas negativas e rudes na ponta da língua.

-Filho - exclamava a senhora paciente -, homem de bem acomoda-se no serviço.

-Eu não! - replicava, zombeteiro.

-Vamos à oficina. O chefe prometeu ceder-te um lugar.

-Não vou! não vou!...

- Mas já deixaste a escola, meu filho. É tempo de crescer e progredir nos deveres bem cumpridos.

-Não fui à escola, a fim de escravizar-me. Tenho inteligência.
Ganharei com menor esforço.

E enquanto a genitora costurava, até tarde, de modo a manter a casa modesta, o filho, já rapaz, vivia habitualmente na rua movimentada. Tomava alcoólicos em excesso e entregava-se a companhias perigosas que, pouco a pouco, lhe degradaram o caráter.

Chegava a casa, embriagado, altas horas da noite, muita vez conduzido por guardas policiais.

Vinha a devotada Mãe com o socorro de todos os instantes e rogava-lhe, no outro dia:
 
 -Filho, trabalhemos dignamente. Todo tempo é adequado à retificação dos nossos erros.

Atrevido e ingrato, resmungava: 
 
-A senhora não me entende. Cale-se. Só fala em dever, dever, dever...

A pobre costureira pedia-lhe calma, juízo e chorava, depois, em preces.

Avançando no vicio, o rapaz começou a roubar às escondidas. Assaltava instituições comerciais, onde sabia fácil o acesso ao dinheiro; e quando a Mãezinha, adivinhando-lhe as faltas, tentou aconselhá-lo, gritou:
 
 - Mãe, não preciso de suas observações! Deixá-la-ei em paz e voltarei, mais tarde, com grande fortuna. Dar-lhe-ei casa, roupa e bem-estar com fartura. A senhora tem o pensamento preso a obrigações porque, desde cedo, vem atravessando vida miserável.

Assim dizendo, fugiu para a via pública e não regressou ao lar.

Ninguém mais soube dele. Ausentara-se, definitivamente, em direção a importante metrópole, alimentando o propósito de furtar recursos alheios, de maneira a voltar muito rico ao convívio maternal.

Passou o tempo.

Um, dois, três, quatro, cinco anos...

A Mãezinha, contudo, não perdeu a esperança de reencontrá-lo.

Certo dia, a imprensa estampou nos jornais o retrato de um ladrão que se tornava famoso pela audácia e inteligência.

A costureira reconheceu nele o filho e tocou para a cidade que o abrigava.

A policia não lhe conhecia o endereço e, porque fosse difícil localizá-lo rapidamente, a senhora tomou ­quarto num hotel, a fim de esperar.

Na terceira noite em que aí se encontrava, notou que um homem embuçado lhe penetrava o aposento às escuras. Aproximou-se apressado para surripiar-lhe a bolsa. Ela tossiu e ia gritar por socorro, quando o ladrão, temendo as consequências, lhe agarrou a garganta e estrangulou-a.

Nos estertores da morte, a costureira reconheceu a presença do filho e murmurou, debilmente: 
 
- Meu... meu... filho...

Alucinado, o rapaz fez luz, identificou a Mãezinha já morta e caiu de joelhos, gritando de dor selvagem.

A desobediência conduzira-o, progressivamente, ao crime e à loucura.
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Neio Lúcio
 Chico Xavier