Estudando o problema da escolha de provações da Esfera Espiritual para o círculo das experiências humanas, imaginemos um campo de serviço terrestre em que determinado trabalhador é chamado à execução de tarefa específica.
Decerto que, aí dentro, vige a liberdade na razão direta do dever bem cumprido.
O servidor que haja inutilizado deliberadamente as peças do arado que lhe requer devoção e suor gastará tempo em adquirir instrumento análogo com que possa atender à orientação que o dirige.
O lavrador invigilante que tenha permitido por desleixo a incursão de vermes destruidores na plantação que lhe define o trabalho, não pode esperar a colheita farta antes que se consagre à limpeza e à preservação da leira que a administração lhe confia.
O cooperador com a infelicidade de envolver-se em processos de crueldade, terá cerceado a sua independência de ação, de vez que será necessário circunscrever-lhe a influência em processo adequado de reajuste.
Entretanto, se o operário fiel da lavoura satisfaz agora a todos os requisitos das obrigações a que se vê convocado, sem dúvida, plasma, em seu próprio favor, o direito de indicar por si mesmo o novo passo de serviço na direção do futuro, com pleno assentimento da autoridade superior que lhe traça o roteiro de lutas edificantes.
Assim, além da desencarnação, nem todos desfrutam de improviso a faculdade de escolher o lugar ou a situação em que deva prosseguir no esforço de evolução, porquanto, quase sempre, é imperioso o regresso às sombras da retaguarda para refazer com sofrimento e lágrimas, amargura e sacrifício o ensejo perdido de acesso à luz.
Se desejas a marcha vitoriosa para lá dos portais de cinza em que se nos renova a visão espiritual, afeiçoa-te, com perseverança e lealdade, ao próprio dever, dele fazendo o pão espiritual, cada dia, porque para alcançar o triunfo e a elevação de amanhã, é indispensável consagrar-lhes a nossa atenção desde hoje.
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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Nascer e renascer
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24 de novembro
"Por seus frutos eles serão reconhecidos", se eles são a meu favor ou não, se eles são da luz ou das trevas.
Abra seus olhos e você saberá sem sombra de dúvidas. Interiorize-se e seu coração lhe dirá.
Faça a sua própria avaliação e não dê ouvidos ao que vem de fora; porque se você escutar a muitos sussurros e rumores externos, você ficará tão perplexo que não mais saberá o que é e o que não é verdade, e você perderá o seu caminho.
Toda pessoa pode encontrar a verdade em seu interior, mas isso significa que ela tem que se dar um tempo para se interiorizar; tem que pensar por si mesma e encontrar seu próprio caminho, mas muitas pessoas são preguiçosas demais para fazer isso.
Elas acham muito mais fácil escutar e aceitar o que os outros dizem, sem ouvir sua própria voz interior.
Fique quieto e você saberá a verdade, e a verdade o libertará.
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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:
Convidar os pobres e os estropiados. Dar sem esperar retribuição
Disse também àquele que o convidara: Quando derdes um jantar ou uma ceia, não convideis nem os vossos amigos, nem os vossos irmãos, nem os vossos parentes, nem os vossos vizinhos que forem ricos, para que em seguida não vos convidem a seu turno e assim retribuam o que de vós receberam. — Quando derdes um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. — E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir, pois isso será retribuído na ressurreição dos justos.
Um dos que se achavam à mesa, ouvindo essas palavras, disse-lhe: Feliz do que comer do pão no reino de Deus! (S. LUCAS, cap. XIV, vv. 12 a 15.)
“Quando derdes um festim, disse Jesus, não convideis para ele os vossos amigos, mas os pobres e os estropiados.” Estas palavras, absurdas, se tomadas ao pé da letra, são sublimes, se lhes buscarmos o espírito. Não é possível que Jesus haja pretendido que, em vez de seus amigos, alguém reúna à sua mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada e, para os homens incapazes de apanhar os delicados matizes do pensamento, precisava servir-se de imagens fortes, que produzissem o efeito de um colorido vivo. O âmago do seu pensamento se revela nesta proposição: “E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir.” Quer dizer que não se deve fazer o bem tendo em vista uma retribuição, mas tão-só pelo prazer de o praticar. Usando de uma comparação vibrante, disse: Convidai para os vossos festins os pobres, pois sabeis que eles nada vos podem retribuir. Por festins deveis entender, não os repastos propriamente ditos, mas a participação na abundância de que desfrutais.
Todavia, aquela advertência também pode ser aplicada em sentido mais literal.
Quantos não convidam para suas mesas apenas os que podem, como eles dizem, fazer-lhes honra, ou, a seu turno, convidá-los! Outros, ao contrário, encontram satisfação em receber os parentes e amigos menos felizes. Ora, quem não os conta entre os seus? Dessa forma, grande serviço, às vezes, se lhes presta, sem que o pareça.
Aqueles, sem irem recrutar os cegos e os estropiados, praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e sabem dissimular o benefício, por meio de uma sincera cordialidade.
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(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, itens 7 e 8.)
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Jovens Difíceis
Os filhos, antes de serem filhos dos pais terrenos, já eram filhos de Deus, cujo Amor Infinito vela por todos nós. A carne procede da carne, mas o Espírito não procede do Espírito. Este vem ao plano físico para evoluir. O fato de o Espírito renascer nesta, ou naquela família, obedece a planejamento cuidadoso efetuado no plano espiritual. Ele pode renascer numa determinada família por questões de afinidade, para realização de tarefas em conjunto, mas pode ocorrer também que espíritos inimigos, que prejudicaram ou foram prejudicados no passado, e ainda conservando ódio, desejos de vingança, reencarnem no mesmo lar de suas vítimas, ou algozes do passado, exatamente para tentarem a reconciliação. Para desfazer a inimizade, para acabar com estas desavenças que impedem o progresso espiritual. Pode acontecer, ainda, de um determinado casal aceitar, ou mesmo pedir como tarefa, receber como filhos Espíritos menos evoluídos, portadores de dificuldades diversas, com a finalidade de auxiliá-los na evolução espiritual. Nesses casos, não só a convivência se torna difícil, como também o trabalho da educação, devido a bagagem que o Espírito traz do passado.
A maneira como a criança é recebida no lar, os exemplos, a educação que recebe são fatores importantes para o seu encaminhamento na vida, mas a bagagem que o Espírito traz, o seu grau evolutivo, muito influirá no seu comportamento e desempenho, na atual existência.
Diz Emmanuel:
“Compadece-te dos filhos que pareçam diferentes de ti.
Aceita-os como são e auxilia a cada um deles na integração com o trabalho em que se façam dignos da vida que vieram viver.
Ampara-os sem imposição e sem violência.
Antes de te surgirem à frente por filhos de teu amor, são filhos de Deus, cujo Amor Infinito vela em nós e por nós.
Ainda mesmo quando evidenciem características inquietantes, abençoa-os e orienta-os, quanto possível, a fim de que se mantenham por esteios vivos de rendimento do bem no Bem Comum”.
E Herculano Pires, sobre o assunto, considera:
“O amparo dos pais não pode ser dado por meio de imposição e autoritarismo, sob pena de deixar de ser amparo para se transformar em tirania.
Se o “conflito de gerações” sempre existiu no mundo, agora se mostra mais violento porque o tempo da tirania está no fim e porque a era de transição em que vivemos acentua nos jovens os anseios do futuro.
Os pais só poderão ampará-los se tiverem amor suficiente para compreendê-los e ajudá-los sem exigências.
Esta é também uma hora de aprendizado para os pais.
E só o amor verdadeiro pelos filhos pode socorrê-los”.
Ouvimos, numa palestra, a narração do seguinte fato, contado como verídico:
Um senhor adentra o consultório de um psiquiatra, invade sua sala de consultas, e muito nervoso diz ao médico:
- Dr., estou para dar um fim em minha vida, mas resolvi, como último recurso, lhe pedir ajuda. Meu filho, jovem de 18 anos, se rebelou contra mim e a mãe dele; não nos obedece, não estuda e não trabalha, e, o pior, ultimamente se envolveu com drogas. Está vendendo utensílios de nossa casa para adquirir a droga. O que fazer?
O médico, sem se alarmar, indagou-lhe:
- Há quanto tempo você não conversa com seu filho?
- Há muito tempo, pois ele não dá condições de diálogo, respondeu.
O médico volta a indagar:
- Qual a última vez que você abraçou seu filho?
- Há muito tempo, pois se nem sequer conversamos.
O médico sugeriu:
- Vá para sua casa, abrace seu filho, diga-lhe que o ama, e quer ajudá-lo, apesar de tudo. Se você não conseguir abraçar o filho, vai treinando, abraçando árvores. Nós só gostamos de abraçar aqueles que correspondem ao nosso afeto.
Como o relacionamento com o seu filho não está bom, ele pode não lhe corresponder ao abraço.
Assim, vai treinando, abraçando árvores, que também não correspondem, e quando abraçar seu filho não se desapontará se ele não lhe retribuir.
O consulente achou estranha a orientação, mas resolveu tentar.
Algum tempo depois, encontrou seu filho, em sua casa, na companhia de outro jovem que lhe vendia a droga.
Aquele homem, numa crise de desespero, esforçando-se para não tomar uma atitude violenta, foi ao encontro do filho e o abraçou; aproximou-se do companheiro do filho e o abraçou; sua esposa adentra a sala e ele também a abraça, de sorte que sua esposa, seu filho, e o companheiro deste, perceberam que algo importante estava ocorrendo ali.
Era um esforço muito grande daquele homem, tentando a solução de um problema que parecia insolúvel. E começaram a chorar, emocionados. A situação criada acabou por sensibilizar o jovem, filho do casal, que, dali por diante, procurou mudar de vida.
Herculano Pires tem razão quando acentua que “os pais só poderão ampará-los se tiverem amor suficiente para compreendê-los e ajudá-los, sem exigências”.
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JOSÉ ARGEMIRO DA SILVEIRA
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