segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Projetos Inacabados


Faz parte da  natureza humana sonhar  e idealizar as mais variadas realizações.

Um hábito muito comum é a lista que se faz no início de cada ano, as famosas "proposições de ano novo".

Costuma-se relacionar hábitos nocivos a serem abandonados, cursos a serem iniciados  e virtudes a serem adquiridas...

Propostas razoáveis e, na maioria das vezes, necessárias ao desenvolvimento daquele ser que as relacionou.

No entanto, comumente, antes mesmo da primeira semana do ano acabar, a lista é abandonada em alguma gaveta, juntamente com a disposição sincera de mudança que a havia inspirado.

E lá se vão para o esquecimento, mais uma vez, as mudanças prometidas para si mesmo.

Quem se espera enganar?

Afinal, a proposição  de reforma íntima atinge primeiramente ao próprio interessado.

Propostas como essas abandonadas lembram projetos que se iniciam e não se realizam.

São barcos que jamais alcançam o mar.

Textos sem ponto final.

Obras que não saem da prancheta de desenho.

Músicas jamais executadas.

Flores que não desabrocharam.

Filhos que não nasceram.

Amores inconfessados.

Desenhos que nunca tocaram um papel.

Promessas não cumpridas.

Sonhos abandonados.

Os dias passam rápidos.

As folhas brotam, crescem e mais adiante caem das árvores, enquanto as pessoas  passam seus dias adiando partidas, retardando começos e cancelando mudanças.

E o que poderia acontecer de modo voluntário, acaba se tornando obrigatório.

A vida, um dia, há de nos cobrar pelas realizações que nos caberiam e que não levamos a termo.

Que realizações serão essas?

Grandes feitos?

Conquistas retumbantes?

Não.

Por certo, as mais significativas missões que nos foram confiadas tem o objetivo de domar nossas próprias imperfeições.

"Ah! Mas é tão difícil vencer hábitos antigos!" - poderíamos argumentar.

No entanto, mais difícil ainda será conviver para sempre com costumes infelizes que amargam a nossa existência a daqueles que nos cercam.

Projetos inacabados, por certo, temos vários.

Qual deles retomar e concluir de uma vez por todas?

Cada um de nós deverá saber qual é o mais urgente e mais viável, por ora.

Trata-se de uma decisão intransferível e inadiável.

É chegada a hora de realizar e de transformar.

É hora de abandonar as desculpas que nos serviram de muletas por tantos séculos, retardando-nos, no mesmo compasso de atraso e de teimosia vã.

Que o dia de hoje seja uma marca significativa na linha do tempo de nossas existências.

Pouco importa que dia da semana seja.

Não interessa em que mês do ano estejamos.

Não há porque esperar por outra oportunidade.

Chances são como brisas que surgem rapidamente e se vão de igual forma.

Não há motivo real e justo para permanecer estacionados enquanto a vida nos chama a realizar o bem.

Coragem e disposição hão de ser a inspiração que nos faltava.

Não amanhã, mas sim, hoje.

Não depois, mas sim, a partir de agora.
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Momento Espírita





domingo, 30 de dezembro de 2012

Não Adianta


Não adianta abandonares a cruz à margem do caminho... 
Em circunstâncias mais difíceis, retrocederás, a fim de retomá-la.
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Não adianta fugires à quitação de determinado débito... 
A dívida pode ser adiada, mas jamais esquecida.
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Não adianta simplesmente lamentares a tua omissão... 
No momento justo, com agravamento de responsabilidade, serás chamado a enfrentar o problema.
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Não adianta viveres como quem ignora em si determinado trauma... 
Sem que soluciones questões afetivas pendentes, não seguirás para frente.
*
Não adianta evitares o confronto com a própria realidade íntima... 
Mais cedo ou tarde, tu te verás sozinho contigo mesmo.
*
Não adianta censurares a quem erra, isentando-te de culpa... 
Quando silenciares condenações, ouvirás que te diz a consciência.
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Irmão José





sábado, 29 de dezembro de 2012

Porque cães não vivem tanto quanto as pessoas?



Sou veterinário, e fui chamado para examinar um cão da raça Wolfhound Irlandês chamado Belker. Os proprietários do animal, Ron, sua esposa Lisa, e seu garotinho Shane, eram todos muito ligados a Belker e esperavam por um milagre.

Examinei Belker e descobri que ele estava morrendo de câncer. Eu disse à família que não haveria milagres no caso de Belker, e me ofereci para proceder a eutanásia para o velho cão em sua casa. Enquanto fazíamos os arranjos, Ron e Lisa me contaram que estavam pensando se não seria bom deixar que Shane, de quatro anos de idade, observasse o procedimento. Eles achavam que Shane poderia aprender algo da experiência.

No dia seguinte, eu senti o familiar "aperto na garganta" enquanto a família de Belker o rodeava. Shane, o menino, parecia tão calmo, acariciando o velho cão pela última vez, que eu imaginei se ele entendia o que estava se passando. Dentro de poucos minutos, Belker foi-se, pacificamente. O garotinho parecia aceitar a transição de Belker sem dificuldade ou confusão.

Nós nos sentamos juntos um pouco após a morte de Belker, pensando alto sobre o triste fato da vida dos animais serem mais curtas que as dos seres humanos. Shane, que tinha estado escutando silenciosamente, saltou, "Eu sei porque." Abismados, nós nos voltamos para ele. O que saiu de sua boca me assombrou. Eu nunca ouvira uma explicação mais reconfortante.

Ele disse:

— "As pessoas nascem para que possam aprender a ter uma boa vida, como amar todo mundo todo o tempo e ser bom, certo?"

e o garoto de quatro anos continuou...

— Bem, cães já nascem sabendo como fazer isto, portanto não precisam ficar aqui por tanto tempo.
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Autor desconhecido

Valores


O que ninguém te furta é o que trazes dento de ti - a tua alegria, a tua fé, a tua luz.
Dinheiro, muita gente o tem; o que te pode diferenciar é a tua riqueza interior.
Adquire sabedoria.
Não te precipites na apreciação das pessoas.
Nem te detenhas na aparência das coisas.
A verdade não carece de interpretação.
Quem muito acumula ajunta peso desnecessário na alma.
Quem se apega ao que é transitório não evita a decepção.
O tempo passa depressa, e tudo deixarás de improviso, mas a tua essência permanecerá intocada.
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 Irmão José


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Perigos



Guarda a própria alma na compreensão e na bondade para com todos, a fim de que o amor te preserve as fontes da vida.

Muitos companheiros atravessam o campo humano, receando calamidades exteriores, amplamente desprevenidos contra os flagelos do mundo íntimo.

Temem o fogo terrestre que a água consome e não se precatam contra o incêndio da discórdia que lhes destrói o templo doméstico.

Apavoram-se diante de profetas inconsequentes, nada compatíveis com a misericórdia que nos preside a existência, e adormecem, desavisados, à frente dos deveres que a vida lhes confiou.

Amedrontam-se, perante a bala mortífera que assalta o corpo frágil e perecível e entregam-se ao vírus da calúnia que lhes corrompe os tecidos sutis da alma.

Recuam, espavoridos, ante a infestação da varíola ou do tifo que a medicina combate com segurança e aceitam sem murmurar as sugestões da preguiça e da indisciplina que lhes atormentam as horas.

Referem-se a perigos remotos que talvez jamais lhes visitem a estrada e caminham, por vezes, entre as farpas invisíveis da desarmonia e do ódio, do ressentimento e do desespero, criando com a própria atitude a taça de sofrimento e de expiação, em que sorvem, desalentados, o escuro elixir da morte.
* * *
Conserva o coração no entendimento, o cérebro no equilíbrio, os olhos na visão limpa do Bem, o verbo na fraternidade real e as mãos no serviço incessante e não precisarás temer perigo algum, de vez que a fortaleza interior ser-te-á, em tudo a força precisa para que possas refletir, onde estiveres, a vontade sábia e compassiva de Deus.
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Emmanuel 
Chico Xavier











quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Tudo Passa


Não te esqueças, sempre, de meditar na transitoriedade de tudo.
Problema algum vem para ficar.
Nenhuma alegria é eterna.
Aborrecimentos surgem e vão.
Dias felizes são momentos fugazes.
Não te fixes, demasiadamente, em teus estados de espírito.
Trabalha para perpetuar o Bem, com o propósito de fazer durar a serenidade.
Assim como se alternam as estações, alternam-se as fases da alma na corpo.
A dor que te parece eterna é prova passageira.
A Alegria Perene está na perfeita integração com Deus.
A paz que se foi há de voltar!
Sofrimento que vem há de ir embora!
Conserva, no entanto, contigo a certeza de que o bem que praticas cotidianamente é uma benção que se faz constante.
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Irmão José


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Instruções para toda a Vida



- Dê mais às pessoas do que elas esperam, e faça com alegria.

- Decore seu poema favorito.

- Não acredite em tudo o que você ouve, gaste tudo o que você tem e durma tanto quanto você queira.

- Quando disser "Eu te amo" seja verdadeiro.

- Quando disser "Sinto muito" olhe as pessoas nos olhos.

- Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.

- Acredite em amor à primeira vista.

- Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.

- Ame profundamente e com paixão. Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida completamente.

- Em desentendimento, brigue de forma justa. Não use palavrões.

- Não julgue as pessoas pelos seus parentes.

- Fale devagar, mas pense com rapidez.

- Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte "Por que você quer saber?"

- Lembre-se de que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.

- Ligue para sua mãe ou ore por ela.

- Diga "Saúde" quando alguém espirrar.

- Quando você se der conta de que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.

- Quando você perder, não perca a lição.

- Lembre-se dos três R: respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas ações.

- Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.

- Sorria ao atender ao telefone. A pessoa que estiver chamando ouvirá isso em sua voz.

- Case com alguém com quem você goste de conversar. Ao envelhecerem, suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.

- Passe mais tempo sozinho.

- Abra seus braços para as mudanças, mas não abra mão de seus valores.

- Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.

- Leia mais livros e assista menos tevê.

- Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e olhar para trás, poderá aproveitá-la mais uma vez.

- Confie em Deus, mas tranque o carro.

- Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo o que puder para criar um lar tranqüilo e com harmonia.

- Em desentendimentos com entes queridos, enfoque a situação atual. Não fale do passado.

- Leia o que está nas entrelinhas.

- Reparta seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.

- Seja gentil com o Planeta.

- Reze ou Ore. Há um poder incomensurável nisso.

- Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado.

- Cuide de sua própria vida.

- Não confie em ninguém que não feche os olhos enquanto beija.

- Uma vez por ano vá a algum lugar onde nunca esteve antes.

- Se você ganhar muito dinheiro, coloque-o a serviço de ajudar os outros enquanto você for vivo. Esta é a maior satisfação da riqueza.

- Lembre-se de que o melhor relacionamento é aquele onde o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.

- Julgue seu sucesso pelas coisas a que você teve de renunciar para conseguir.

- Lembre-se de que seu caráter é seu destino.

- Usufrua o amor e a culinária com abandono total.

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Dalai Lama








segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Rogativas do Estômago




1 – Sou a porta de sua sustentação.
Conserve-me limpo.

2 – Posso trabalhar com segurança.
Não me incline à desordem.

3 – Muita vez clama você contra a carestia.
E despende somas consideráveis para desajustar-me as funções e conturbar-me os serviços.

4 – Não me encha de excessos.
Carregando peso desnecessário, é possível venhamos a cair hoje mesmo.

5 – Não me faça depósito de condimento demasiado.
Obedecendo às leis orgânicas, transmitirei ao seu próprio sangue os venenos que você me impuser.

6 – Não me dê bebidas alcoólicas.
Se você fizer isso, não garantirei sua própria cabeça.

7 – Rogo a você afastar-me de todo entorpecente, a não ser por ocasião de tratamentos excepcionais.
Pequena drágea para repouso inconveniente pode, em verdade, aproximar-nos da morte.

8 – Não desejo e nem posso alimentar-me exclusivamente com recursos celestes.
Peço apenas a você discernimento e equilíbrio.

9 – Governe-me contra as sugestões da mesa festiva, mesmo nos mais simples prazeres familiares.
Tenho comigo a chave de sua própria harmonia.

10 – Não me diga que morrerá de fome porque não disponha de mesa lauta.

Por amor de Deus, não olvide que a maior parte das enfermidades vem do prato abundante e que nós não vivemos para comer, mas comemos simplesmente para viver.
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André Luiz
Chico Xavier




domingo, 23 de dezembro de 2012

Petição e Resposta



Quando te dirijas à Divina Providência rogando algo, não te permitas o mergulho na aflição improdutiva, capaz de conturbar-te o ambiente, retardando a concessão que desejas.

Entenderás isso facilmente, nas lições mais simples da vida prática.

Se requisitas do carro uma velocidade mais ampla em face daquela que o trânsito recomenda, sob o pretexto de pressa, inclinas-te, indiscutivelmente para o desastre.

Na hipótese de exigires da ponte o transporte de carga determinada com o peso muito superior à capacidade de resistência em que se estrutura, com a desculpa de urgência, é provável que a desmanteles.

Quando espancas um vegetal, impiedosamente, a fim de senhorear-lhe algum fruto, sob o pretexto da fome, estarás reduzindo muitas das futuras possibilidades da árvore em teu prejuízo próprio.

Em te debruçando num poço, agitando-lhe o fundo, com a desculpa da sede, unicamente lhe turvas o líquido, tornando-o inadequado à própria saúde.

Em teus requerimentos à Vida Maior, formula-os com cuidado e continua no trabalho que o mundo te conferiu, esperando pela manifestação do Poder Divino, através das circunstâncias do caminho em que te encontras.

Inquietação desnecessária atrasa o socorro previsto.

Sejam quais forem os obstáculos que te surjam à frente, na expectativa do apoio que solicitas dos Céus, não desesperes, nem esmoreças.

Se a resposta do Mais Alto aos pedidos que fizeste parece demorar excessivamente, é que a tua rogativa decerto reclama análises mais profundas, a fim de que, futuramente, não te voltes contra as leis da vida, alegando haver caído na imprevidência que terá nascido de ti mesmo e não do Senhor que, sabiamente, nos reserva sempre o melhor.
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EMMANUEL
Chico Xavier








sábado, 22 de dezembro de 2012

Diante do Dinheiro



Examina em que se transforma o dinheiro nas tuas mãos, afim de que possas ajuizar quanto ao proveito dos recursos passageiros que o Senhor te empresta à vida.

Não é o metal ou o papel da moeda circulante que te impõem prejuízos ao coração, mas sim o próprio sentimento com que deles te vales para imergir a existência na sombra do tédio ou da enfermidade, do remorso ou da indisciplina.
* * *
Observa o que fazes e aprende a dirigir o dinheiro para que o dinheiro não te diriga.
* * *
Com alguns vinténs congregados, podes realmente adquirir a alegria e o socorro de muitos...

O leite à criança enferma e o livro que ampare a alguém...

O pão ao faminto e o remédio ao doente...

O estímulo ao companheiro que luta na solução de inquietantes problemas e a felicidade do irmão em prova, algemado a aflitivos débitos...

Muita gente, porém, mobiliza a posse de alguns dias na aquisição de dor para muitos anos, de vez que, acumulando a prata e o ouro da Terra para dominar e ferir, sujeita-se ao império de arrasadoras paixões, elevando-se pela convenção da moeda humana, à frente do mundo, e caindo em desequilíbrio diante da Eterna Lei.
* * *
Não temas o dinheiro dignamente conquistado, aprendendo, sobretudo, a produzi-lo com teu próprio suor; e, guiando-lhe os movimentos no caminho do trabalho e da luz, da caridade e da educação, terás dele feito não mais o tiranizante senhor a encarcerar-te no estranho reino do azinhavre e da usura, da irreflexão ou da delinquência, mas sim o companheiro leal e o servo amigo, a sustentar-te os passos para o Reino de Deus.
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Emmanuel 
Chico Xavier








sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A gentileza dos estranhos

 
 
Numa época em que muitos desacreditam da generosidade humana e, pessimistas, dizem que neste mundo é cada um por si, que ninguém se importa com ninguém, é bom ouvir relatos que atestam exatamente o contrário.

Uma senhora que emigrou da Rússia, ainda criança, com sua família, após a segunda guerra mundial, tem recordações bastante agradáveis de uma pessoa que lhes era desconhecida.

Durante o terrível confronto mundial, ela e sua família foram sequestrados e levados a um campo de concentração na Alemanha, onde permaneceram por cinco anos.

Tendo sobrevivido aos rudes tratos, vieram ao Brasil, desembarcando no porto do rio de janeiro, no ano de 1948.

Como imigrantes, receberam o prazo de quatro meses para conseguir emprego e moradia, caso contrário seriam deportados ao seu país.

Dois meses transcorridos, a família resolveu mudar-se para São Paulo em busca de melhores possibilidades.

Encontraram uma senhora alemã, que tinha uma casa para alugar. Contudo, a família não tinha recursos, não poderia indicar avalistas, por ser desconhecida na cidade.

A mãe de família explicou à dona da casa a situação. O prazo para conseguirem moradia e emprego terminaria em dois meses. O insucesso significaria desistir da esperança de melhores dias.

A senhora era uma dessas almas revestidas de bondade e de sabedoria.

Abriu a casa que lhe deveria render algum dinheiro e permitiu que a família ali se alojasse. Pagariam, quando tivessem condições.

Na sequência, apresentou a jovem mãe de família ao açougueiro e ao dono do mercadinho. Como um aval de que pudessem realizar suas compras, a fim de não perecer de fome.

Os pais conseguiram um trabalho 15 dias depois e puderam recomeçar as suas vidas.

É uma das filhas que, entre a gratidão e a emotividade, narra o episódio. Sua vida e de toda sua família foi salva, graças a um coração que acreditou em sua honestidade.

E a família soube aproveitar, com muita vontade, a chance que lhe foi ofertada.

Pense nisso!

Um dia, num país distante, um casal procurou abrigo. Não possuía credenciais, nem cartas de apresentação.

Ele era um Carpinteiro, das bandas de Nazaré. Ela, uma jovem grávida, de aspecto cansado, pela longa viagem.

Seus bens não passavam de um jumento, um boi, roupas para viagem, algumas provisões, umas peças de enxoval para o bebê que deveria nascer em breve.

Uma alma generosa, não tendo outro lugar, cedeu-lhes a gruta onde costumava recolher seus preciosos animais.

E foi ali, na gruta de Belém, que uma Estrela de primeira grandeza surgiu no corpo de um menino.

O nome do homem era José.
 A mulher se chamava Maria. 
E o Menino recebeu o doce nome de Jesus.
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Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no texto a gentileza de estranhos, de Tamara Kaufmann, extraída da Revista Seleções do Reader’s Digest, de dez/2003.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

AMOR E RESPEITO AOS ANIMAIS








Qualquer pessoa pode ser protetora de animais. No dia-a-dia de todos nós, animais compõem a paisagem e, com pequeninos gestos de amor, poderemos agir em benefício deles. Não custa nada amar aos animais e necessariamente o retorno desse amor se fará presente em nossas vidas. Passamos a enumerar algumas situações nas quais nossa opção preferencial de amparo aos animais se constituirá numa atitude digna e principalmente cristã:

1 - Educação infantil

Conta-se que Licurgo foi convidado a falar sobre a educação. O grande legislador de Esparta aceitou, mas pediu um ano para preparar o material que iria apresentar.
- Por que um homem tão sábio ocuparia tanto tempo para compor simples exposição de ideias? Exigência aceita, prazo cumprido, ei-lo diante da multidão que compareceu para ouvir-lhe os conceitos. Trazia duas gaiolas. Numa estavam dois cães; duas lebres na outra.

Sem nada dizer, tirou um animal de cada gaiola, soltando-os. Em instantes o cão estraçalhou a lebre. Libertou em seguida os restantes. O público estremeceu, antevendo nova cena de sangue. Surpresa: o cão aproximou-se da lebre e brincou com ela. Esta correspondeu, sem nenhum temor, às suas iniciativas.

- Aí está, senhores - esclareceu Licurgo -, porque pedi prazo tão extenso, preparando esses animais. O melhor discurso é o exemplo. O que mostrei exemplifica o que pode a educação, que opera até mesmo o prodígio de promover a confraternização de dois seres visceral e instintivamente inimigos.

Se é possível educar animais, mesmo antagônicos, levando-os à convivência pacífica, naturalmente será possível educar as crianças, incutindo-lhes desde cedo o respeito devido a Deus, aos semelhantes e à Natureza - fauna e flora. A criança, em particular, em casa, na escola e na sociedade, deve ser esclarecida quanto às normas cristãs de amor e respeito, aí incluindo-se os animais. Deve ser enfatizado que maus-tratos aos animais embrutecem o homem, pois isso é crueldade, que em nada dignifica a alma. As crianças são sensíveis ao aprendizado e, se lhes for demonstrado que os animais sentem dor como nós próprios, certamente serão protetoras de animais por toda a vida.

O inevitável sacrifício de animais para servir de alimento, em hipótese alguma pode se revestir de pavor, crueldade e dor para com eles: a maneira deve ser a mais rápida e mais indolor possível. Quanto a insetos daninhos (moscas, mosquitos, baratas, escorpiões etc.) devem ser eliminados mas sem características de crueldade, isto é, de um golpe só.

A criança deve ser informada que tais insetos não são "inimigos", mas, sim, seres criados também por Deus: vivendo em rudimentar estágio, estão na Terra em razão de este planeta também abrigar outros seres - nós, inclusive - todos em processo de evolução. Em mundos felizes, certamente, inexistem tais nocivas criaturas, aqui, meros instrumentos consentâneos com a evolução terrena.

A exemplo do que já acontece em outros países, de todo recomendável seria a criação, nas escolas, dos chamados "Grupos de Proteção aos Animais" ou "Grupo de Assistência aos Animais"; pertencer como sócio a um desses grupos é dignificante para a criança, para a família e para a Pátria; com seriedade e ardor, semelhantes aos dos escoteiros que protegem os seres indefesos, os sócios desses grupos muito poderão fazer pelos animais, usando sua natural energia e criatividade. Como sugestão, o coordenador pedagógico ou educador responsável pelo Grupo poderá designar, para cada espécie animal, uma equipe de "advogados de defesa".

A(s) criança(s) proporia(m), na escola toda, algumas questões do tipo:
• como devem ser tratados os cavalos? E os cães? E os gatos?
• você sabia que os sapos são extremamente úteis aos jardineiros e na roça, pois comem pragas?
• você já pensou no benefício que os urubus, gaviões e crocodilos fazem ao homem, comendo animais mortos? Pois, do contrário, esses restos mortais poderiam contaminar o meio ambiente?
• quem gostaria de morar a vida toda numa gaiola ou numa jaula?...

Conquanto a educação aqui preconizada refira-se à criança, esforços deverão também ser envidados - por todos os segmentos sociais, principalmente os escolares e religiosos para que os adultos dêem o exemplo.

2 - Piedade

O sentimento de piedade demonstra elevação espiritual, principalmente quando seguido da respectiva ajuda para a cessação da causa do sofrimento. Só que se deve sentir piedade, não apenas por semelhantes, mas também pelos animais. A emoção piedosa será a mesma, em ambos os casos. A piedade antepõe-se vigorosamente à crueldade, obstando-a, quando não a eliminando. Tanto a piedade quanto a crueldade têm a proprie­dade de se multiplicar; por isso, melhor será sempre in­crementar aquela, com isso banindo esta.

A piedade é a ante-sala do Amor, assim como a crueldade o é da violência.

3 - Animais abandonados


Cães e gatos, principalmente, "sem casa", perambulando perdidos pelas ruas, famintos, arredios, apavorados, nascem pelos mesmos mecanismos divinos da vida, dos demais seres vivos, estando em árduo processo evolutivo. Merecem nossa compaixão e mais que isso: merecem nosso apoio! Sendo possível, devemos alimentá-los, jamais escorraçá-los. Na hipótese de um animal estar acometido de hidrofobia (raiva), eleja não sabe o que faz. Está sofrendo. Normalmente, anda de cabeça baixa e em silêncio, triste. Espuma na boca pode significar duas anomalias distintas: ou "raiva" ou envenenamento cruel.

Nesses casos, deve-se apelar para as autoridades municipais, que apreenderão o animal e, conforme o caso, por inevitável, o sacrificarão. Cabe aqui lembrar que o mundo é lugar destinado também para os animais e isso é decisão divina. Negar-lhes tal direito conflita com o respeito a Deus. O abandono de um animal é condenação certa. O autor desses dolorosos quadros que o cotidiano nos mostra, agindo irresponsavelmente, cedo ou tarde terá que prestar contas à sua consciência.

4 - Eutanásia-animal

A revista mexicana La Voz de los Animales considera que o abandono de animais (de estimação) é para eles o pior castigo; recomenda que é preferível proporcionar-lhes morte piedosa (se possível, sob cuidados de um veterinário). Conquanto a admiração que nutrimos por aquela revista - toda ela dedicada à proteção dos animais -, respeitosamente discordamos. Discordamos porque, como cristãos, jamais poderíamos aceitar um ou outro procedimento, à guisa de tal ser imperativo.

Se é ruim o abandono do animal que conviveu longos tempos sob a proteção do seu dono, pior será sua execução, quando tal proteção não mais seja possível. O fato é que não se deve descartar de um animal de longa convivência doméstica como se desfaz de um chinelo velho: qualquer argumento falecerá ante as regras da vida e da ética. Morte piedosa do animal, talvez, só quando o veterinário atestar que traumas ou doenças sejam irreversíveis, além de acompanhadas de dores insuportáveis.

Obs.: Não podemos confundir fatos e nem devemos nos esquecer que no O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, n5 28, consta ser grave equívoco a eutanásia, sob o pretexto de carma sendo esgotado nos casos de doenças incuráveis, com desencarne previsto pela Medicina. O espírito humano tem aí (paciente terminal) preciosíssima oportunidade de reflexão e arrependimento, crescendo às vezes num minuto o quanto não o fez na vida toda.

Quanto ao animal, possuindo também uma alma, embora diferente da humana, não lhe é acometido carma (nem bom, nem mau - por não possuir livre-arbítrio), nem lhe ocorrem reflexão ou arrependimento, em qualquer instante, de atos praticados durante sua vida (por não possuir consciência). Dever cristão é que impõe ao dono ampará-lo até o último sopro de vida, para morrer em paz e para com gratidão ao ser humano chegar às regiões espirituais que Deus lhe concede.

5 - Cemitério para animais

Aqui, muitas pessoas "gente boa" torcem o nariz quando ouvem falar nisso. "Se os cemitérios já andam lotados com gente, era só o que faltava pensar em cemitério para animais..." -argumentam. Não deveriam. Enterrar animais, quando não seja por afeto, por respeito, que seja por questões de higiene ambiental, pois é extremamente perigoso que carcaças de animais mortos destilem líquidos virulentos, que podem infiltrar-se nos mananciais de água ou mesmo contaminar crianças ou outros animais, pelo contato.

Não podemos nos esquecer de que os animais estão na face da Terra há mais tempo que o homem; até o aparecimento deste, a própria Natureza se encarregava de dar fim adequado aos animais mortos: quando nas águas, serviam de alimento a outros animais (crocodilos e peixes em geral); quando em terra, os animais mortos serviam de pasto a predadores, a animais carnívoros, ou às aves "faxineiras" (urubus, gaviões etc.).

Em regiões silvestres, isso ainda ocorre e provavelmente sempre continuará a ocorrer. Posteriormente, com a presença do homem, algumas espécies animais vieram (ou foram trazidas...) para sua companhia, passando a viver e a procriar em cidades. E, nas cidades, inexistem aqueles meios naturais de dar fim às carcaças dos animais mortos (referimo-nos, aqui, particularmente aos animais domésticos). Por essa razão, passou a ser responsabilidade humana, única e exclusivamente, o conveniente destino dos cadáveres de animais das cidades: enterrá-los.

Em Tóquio, num templo zen-budista, todos os dias são realizados enterros de bichinhos de estimação: os ritos para animais começam com toques de sinos, para buscar a presença de Buda, e com um sacerdote de cabeça rapada entoando os sutras; é assim que "outra alma inicia sua longa jornada para o nirvana". O sacerdote informou que no Budismo "todas as coisas vivas são capazes de alcançar a condição de Buda"; e concluiu: "nossos ritos a favor dos animais são idênticos aos feitos para os humanos". O Templo, em Jikkein, subúrbio de Tóquio, crema cerca de dez mil animais todo ano.

Notas: Nos anos 50 foi inaugurado um cemitério para animais no Rio de Janeiro, então capital brasileira, fato que de pronto teve aceitação dos cariocas, bem como numerosos "inquilinos ". Um assessor especial da Prefeitura do Rio de Janeiro propôs (maio/93) a privatização de 63 bens, empresas, entidades e serviços cariocas, neles incluído o Cemitério de Animais Jorge Vaitsman, na Mangueira, Zona Norte do Rio. Desse fato podemos concluir que cemitérios para animais, inclusive, podem ser lucrativos, desde que administrados por empresas particulares.

6 - Agressões e defesa


Se uma pessoa estiver maltratando um animal deveremos intervir, jamais nos omitir - intervenção por altruísmo, educação e amor à Natureza. - Como? - Com brandura e educação, não piorando o ânimo do agressor, o qual, já exaltado, poderá se tornar mais rude ainda com o animal. Podemos tocar-lhe os sentimentos, lembrando que os animais:

• não raciocinam nem sabem falar...;
• sentem dor, sede e fome como nós;
• não têm "salário" nem "sindicato" onde possam se queixar.

Como argumento poderoso podemos citar que foi junto aos animais que Jesus se abrigou ao nascer, abrigo esse negado, ou pelo menos dificultado, pelos racionais, a Ele e a Seus pais.
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Eurípedes Kuhl

Arte e ciência de ajudar





A indiferença ante a dor do próximo é congelamento da emoção, que merece combate.

À medida que o homem cresce espiritualmente, mais se lhe desenvolvem no íntimo os sentimentos nobres.Certamente não se devem confundi-los com os desregramentos da emotividade; igualmente não se os podem controlar a ponto de tornar-se insensível.

No bruto, a indiferença é o primeiro passo para a crueldade, porta que se abre na emoção para inúmeros outros estados de primitivismo.

A indiferença coagula as expressões da fraternidade e da solidariedade, ensejando a morte do serviço beneficente.

O antídoto para este mal, que reflete o egoísmo exacerbado, é o Amor.
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Se não pretendes partilhar do sofrimento alheio, ao menos minora-o com migalhas do que te excede.

Se não queres conviver com a dor do teu irmão, ajuda-o a tê-la diminuída com aquilo que te esteja ao alcance.

Se defrontas multidões de necessitados e não sabes como resolver o problema, auxilia o primeiro que te apareça, fazendo a tua parte.

Se te irrita a lamentação dos que choram, silencia-a com o teu contributo de amizade.

Imagina-te no lugar de algum d’Eles e saberás o que fazer, como efeito natural do que gostarias que alguém fizesse por ti.
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Ninguém está seguro de nada, enquanto se encontra na Terra.

A roda das ocorrências não para.

Quem hoje está no alto, amanhã terá mudado de lugar e vice-versa.

E não só por isso.

Quem aprende a abrir a mão em solidariedade, termina por abrir o coração em amor.

Dá o primeiro passo, o mais difícil. Repete-o, treina os sentimentos e te adaptarás à arte e ciência de ajudar.
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Há quem diga que os infelizes de hoje estão expiando os erros de ontem, na injunção de carmas dolorosos. Ajudá-los, seria impedir que os resgatassem.

É correto que a dor de agora procede de equívocos anteriores, porém, a indiferença dos enregelados, por sua vez, está-lhes criando situações penosas para mais tarde.

Quem deve paga, é da Lei.

Mas, quem Ama, dispõe dos tesouros que, quanto mais se repartem, mais se multiplicam.

É semelhante à chama, que acende outros pavios e sempre faz arder, repartindo-se, sem nunca diminuir de intensidade.

Faze pois, a tua opção de ajudar e o mais a Deus pertence.

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Joanna de Ângelis