Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e fazê-los progredir.
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O sentimento mais elevado que o ser humano possui dentro de si é o amor e várias são as formas pelas quais ele se expressa.
Manifesta-se nas relações fraternas, filiais, paternais e maternais. Entre amigos e companheiros de lutas, em doação ao próximo e no respeito à natureza.
Uma das facetas desse estado afetivo leva as pessoas ao casamento formal ou informal, onde se inicia a construção de uma nova família.
O matrimônio é uma instituição humana que, em alguns períodos da História, serviu para atender aos interesses familiares, sem qualquer consideração pela disposição emocional das pessoas envolvidas.
Felizmente, isso mudou e as uniões hoje são motivadas pela afeição existente entre os cônjuges, que se esforçam juntos para alcançar o equilíbrio e a felicidade.
Busca-se uma união enraizada em sentimentos elevados, que funde os seres uns aos outros, sem lhes inibir as identidades.
A convivência inicialmente do casal e depois com seus filhos, traz oportunidade de exercitar tolerância, compreensão, renúncia e doação.
Nesse exercício diário, onde buscamos nos ajustar, vamos aos poucos dissolvendo o egoísmo que ainda carregamos.
À medida que fortalecemos o afeto no seio doméstico, nos tornamos capazes de ampliar esse sentimento para o mundo.
Devemos procurar transformar os laços consanguíneos em laços espirituais e com isso integrar nossa família ao contexto da família universal. Dessa forma, estaremos colaborando com Deus em Sua obra.
Importante não se criar a ilusão de um casamento perfeito, pois no estágio evolutivo em que nos encontramos na Terra, carregamos ainda muitas imperfeições.
Frente aos aborrecimentos que possam surgir, o melhor recurso sempre será o diálogo sincero, que buscará soluções e não permitirá que as indisposições se transformem em mágoas e afastem os membros da família.
O casamento estará próximo de ser perfeito se com ele alcançarmos os objetivos de ampliar o amor, superar as dificuldades pessoais, crescer espiritualmente e nos mantivermos no caminho para Deus.
Valorizemos essa nobre instituição social, onde temos a chance de alcançar grandes progressos, mesmo que com dificuldades e frustrações.
Enquanto viceje o amor, portanto, as uniões permanecerão.
Isso não equivale a dizer que, ante quaisquer diminuições da afetividade, logo se pense em separação, tendo-se em vista que o emocional experimenta alterações constantes, produzindo estados de desinteresses, de conflitos, de inquietações, que deverão primeiro, ser superados, antes que ampliados por decisões, certamente infelizes.
O matrimônio é um compromisso sério, que deverá sempre ser resultado de seguro amadurecimento, precedido de reflexão profunda e dever emocional para si e para com o próximo, a fim de que sejam os dois seres uma só carne.
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Redação do Momento Espírita, com transcrição do item 3, do cap. XXII, de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e
parágrafos finais do cap. Matrimônio e amor, do livro Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
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13 de julho
Almas demais desperdiçam tempo e energia pondo a culpa dos erros do mundo em todas as outras pessoas, em vez de reconhecerem que podem fazer alguma coisa de útil pelo todo se começarem pondo ordem dentro de si mesmas.
Ponha ordem em sua casa.
Quando uma pedra é lançada no meio de um lago, ondinhas se espalham para as margens, mas tudo começa com aquela pedra, tudo começa daquele centro.
Comece em si mesmo; você pode irradiar paz, amor, harmonia e compreensão para todos que estão à sua volta.
Ponha-se em ação.
Se você deseja ver um mundo melhor, faça algo a respeito e não fique apontando o dedo para as outras pessoas: recolha-se e questione o seu coração, endireitando seus erros e encontrando a resposta dentro de si mesmo.
Só então você será capaz de seguir em frente com autoridade e de dar uma real ajuda para o seu próximo e para todas as almas com as quais você entrar em contato.
As mudanças começam no indivíduo e depois se espalham para a comunidade, para a cidade, para a nação e para o mundo.
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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:
Benefícios pagos com a ingratidão
Que se deve pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos?
Nesses, há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus. Há também orgulho, porquanto os que assim procedem se comprazem na humildade com que o beneficiado lhes vem depor aos pés o testemunho do seu reconhecimento. Aquele que procura, na Terra, recompensa ao bem que pratica não a receberá no céu. Deus, entretanto, terá em apreço aquele que não a busca no mundo.
Deveis sempre ajudar os fracos, embora sabendo de antemão que os a quem fizerdes o bem não vo-lo agradecerão. Ficai certos de que, se aquele a quem prestais um serviço o esquece, Deus o levará mais em conta do que se com a sua gratidão o beneficiado vo-lo houvesse pago. Se Deus permite por vezes sejais pagos com a ingratidão, é para experimentar a vossa perseverança em praticar o bem.
E sabeis, porventura, se o benefício momentaneamente esquecido não produzirá mais tarde bons frutos? Tende a certeza de que, ao contrário, é uma semente que com o tempo germinará. Infelizmente, nunca vedes senão o presente; trabalhais para vós e não pelos outros. Os benefícios acabam por abrandar os mais empedernidos corações; podem ser olvidados neste mundo, mas, quando se desembaraçar do seu envoltório carnal, o Espírito que os recebeu se lembrará deles e essa lembrança será o seu castigo.
Deplorará a sua ingratidão; desejará reparar a falta, pagar a dívida noutra existência, não raro buscando uma vida de dedicação ao seu benfeitor. Assim, sem o suspeitardes, tereis contribuído para o seu adiantamento moral e vireis a reconhecer a exatidão desta máxima: um benefício jamais se perde. Além disso, também por vós mesmos tereis trabalhado, porquanto granjeareis o mérito de haver feito o bem desinteressadamente e sem que as decepções vos desanimassem.
Ah! meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que prendem a vossa vida atual às vossas existências anteriores; se pudésseis apanhar num golpe de vista a imensidade das relações que ligam uns aos outros os seres, para o efeito de um progresso mútuo, admiraríeis muito mais a sabedoria e a bondade do Criador, que vos concede reviver para chegardes a ele.
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— Guia protetor. (Sens, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 19.)
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