sábado, 17 de julho de 2021

Luz no Coração


As sombras que recaem sobre a humanidade, no campo moral, nada mais são que a ausência do Evangelho nos corações das criaturas.

Daí a necessidade de uma vivência maior dentro dos padrões traçados por Jesus, por parte daqueles que já se encontram com o Mestre.

A esses, cabe a tarefa de iluminação do Planeta.

Conforme o próprio Mestre asseverou, eles terão de ser o "sal da Terra", conservando a elevação do pensamento e dando o sabor da fraternidade à vida de relação.

Se a tarefa parece difícil, é oportuno recordar que, sem o espírito de renúncia, desprendimento e disciplina, as dores da humanidade se agravariam ainda mais.

As sombras, contudo, hão de ser passageiras, porque o sol do amor de Deus não deixará que a ignorância imponha, por muito tempo, seus efeitos nefastos aos homens de boa vontade e amantes da paz.

Se a brutalidade ainda recrudesce, cabe aos seguidores do Cristo o desenvolvimento da concórdia, por meio do próprio exemplo, na prática dos ensinos evangélicos.

Se a dor moral ainda persiste, como efeito dos enganos e da rebeldia, o alívio por meio dos esclarecimentos é o único caminho e o principal recurso a ser mobilizado.

Se o homem se ressente de seus atos cheios de sombras, cabe a ele mesmo reerguer-se para a luz de Deus, a fim de construir em sua consciência a cidadela de paz que o mundo deseja.

Somente com o desenvolvimento do amor em níveis mais elevados, conseguirá o homem construir a sociedade livre das mazelas que hoje assolam o progresso.

Confiemos, porém, no amor do Pai, oferecendo nossos esforços, em nosso campo de atuação, para que a luz que todos desejamos venha a nascer dos nossos próprios corações.
💐🍃💐
Scheila
Clayton B. Levy
Obra: A Mensagem do Dia
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MENSAGEM DO ESE:

Sacrifício da própria vida (II)

– Se um homem se expõe a um perigo iminente para salvar a vida a um de seus semelhantes, sabendo de antemão que sucumbirá, pode o seu ato ser considerado suicídio?


Desde que no ato não entre a intenção de buscar a morte, não há suicídio e, sim, apenas, devotamento e abnegação, embora também haja a certeza de que morrera. Mas, quem pode ter essa certeza? Quem poderá dizer que a Providência não reserva um inesperado meio de salvação para o momento mais crítico? Não poderia ela salvar mesmo aquele que se achasse diante da boca de um canhão? Pode muitas vezes dar-se que ela queira levar ao extremo limite a prova da resignação e, nesse caso, uma circunstância inopinada desvia o golpe fatal.

— São Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 30.)

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A Receita da Felicidade



Tadeu, que era dos comentaristas mais inflamados, no culto da Boa Nova, em casa de Pedro, entusiasmara-se na reunião, relacionando os imperativos da felicidade humana e clamando contra os dominadores de Roma e contra os rabinos do Sinédrio.


Tocado de indisfarçável revolta, dissertou largamente sobre a discórdia e o sofrimento reinantes no povo, situando-lhes a causa nas deficiências políticas da época, e, depois que expendeu várias considerações preciosas, em torno do assunto, Jesus perguntou-lhe:


- Tadeu, como interpreta você a felicidade?


- Senhor, a felicidade é a paz de todos.


O Cristo estampou significativa expressão fisionômica e ponderou:


- Sim, Tadeu, isto não desconheço; entretanto, estimaria saber como se sentiria você realmente feliz.


O discípulo, com algum acanhamento, enunciou:


- Mestre, suponho que atingiria a suprema tranqüilidade se pudesse alcançar a compreensão dos outros.


Desejo, para esse fim, que o próximo me não despreze as intenções nobres e puras.


Sei que erro, muitas vezes, porque sou humano; entretanto, ficaria contente se aqueles que convivem comigo me reconhecessem o sincero propósito de acertar.


Respiraria abençoado júbilo se pudesse confiar em meus semelhantes, deles recebendo a justa consideração de que me sinta credor, em face da elevação de meu ideal.


Suspiro pelo respeito de todos, para que eu possa trabalhar sem impedimentos.


Regozijar-me-ia se a maledicência me esquecesse.


Vivo na expectativa da cordialidade alheia e julgo que o mundo seria um paraíso se as pessoas da estrada comum se tratassem de acordo com o meu anseio honesto de ser acatado pelos demais.


A indiferença e a calúnia doem-me no coração.


Creio que o sarcasmo e a suspeita foram organizados pelos Espíritos das trevas, para tormento das criaturas.


A impiedade é um fel quando dirigida contra mim, a maldade é um fantasma de dor quando se põe ao meu encontro.


Em razão de tudo isso, sentir-me-ia venturoso se os meus parentes, afeiçoados e conterrâneos me buscassem, não pelo que aparento ser nas imperfeições do corpo, mas pelo conteúdo de boa-vontade que presumo conservar em minhalma.


Acima de tudo, Senhor, estaria sumamente satisfeito se quantos peregrinam comigo me concedessem direito de experimentar livremente o meu gênero de felicidade pessoal, desde que me sinta aprovado pelo código do bem, no campo de minha consciência, sem ironias e críticas descabidas.


Resumindo, Mestre, eu queria ser compreendido, respeitado e estimado por todos, embora não seja, ainda, o modelo de perfeição que o Céu espera de mim, com o abençoado concurso da dor e do tempo.


Calou-se o apóstolo e esboçou-se, na sala singela, incontido movimento de curiosidade ante a opinião que o Cristo adotaria.


Alguns dos companheiros esperavam que o Amigo Celeste usasse o verbo em comprida dissertação, mas o Mestre fixou os olhos muito límpidos no discípulo e falou com franqueza e doçura:


- Tadeu, se você procura, então, a alegria e a felicidade do mundo inteiro, proceda para com os outros, como deseja que os outros procedam para com você. E caminhando cada homem nessa mesma norma, muito breve estenderemos na Terra as glórias do Paraíso.
💐🍃💐
Néio Lúcio, Do livro: Jesus no Lar
Médium: Francisco Cândido Xavier


sexta-feira, 16 de julho de 2021

Ação



Ante o bem a fazer
Não digas: “impossível”.

No amparo aos semelhantes,
Não fales: “nada sou”.

Estende as mãos e serve,
O Céu te escuta e vê.

Lembra a tomada humilde
Comunicando a luz.

Faze o melhor que possas
E o melhor surgirá.

6 Deus é auxílio em ti.
Age e funcionarás.
 🌸🌾🌸
Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Deus sempre
🌸🌾🌸







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MENSAGEM DO ESE:

Missão do homem inteligente na Terra

Não vos ensoberbeçais do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estreitos no mundo em que habitais.

 Suponhamos sejais sumidades em inteligência neste planeta: nenhum direito tendes de envaidecer-vos. Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a ele. A natureza do instrumento não está a indicar a que utilização deve prestar-se? A enxada que o jardineiro entrega a seu ajudante não mostra a este último que lhe cumpre cavar a terra? Que diríeis, se esse ajudante, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu patrão? Diríeis que é horrível e que ele merece expulso.


Pois bem: não se dá o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir a idéia de Deus e da Providência entre seus irmãos? Não levanta ele contra o seu senhor a enxada que lhe foi confiada para arrotear o terreno? Tem ele direito ao salário prometido? Não merece, ao contrário, ser expulso do jardim? Sê-lo-á, não duvideis, e atravessará existências miseráveis e cheias de humilhações, até que se curve diante dAquele a quem tudo deve.

A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance. Infelizmente, muitos a tornam instrumento de orgulho e de perdição contra si mesmos. O homem abusa da inteligência como de todas as suas outras faculdades e, no entanto, não lhe faltam ensinamentos que o advirtam de que uma poderosa mão pode retirar o que lhe concedeu.

— Ferdinando, Espírito protetor.
 (Bordéus, 1862.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 13.)

🌸🌾🌸

LEI DA FÍSICA


Toda ação é semelhante a um elástico que alguém se põe a esticar com as próprias mãos.

O elástico, após distender-se quanto pode, encolhendo-se, volta ao seu ponto de origem.

Porém, ao voltar, traz consigo a consequência da força tensional em que se alongou.

Tanto o bem quanto o mal, por mais se distanciem de seus autores, sempre retornam a eles com o resultado de seus benefícios ou prejuízos.

Portanto, em essência, o bem ou o mal que fazes pertencem a ti e não aos outros.

O chamado “choque de retorno”, regendo o mundo moral das criaturas, é uma lei da Física.

Foi por isto que Jesus, em sua sabedoria, nos recomendou que aos outros fizéssemos o que gostaríamos nos fosse feito.
🌸🌾🌸
Irmão José (psic. Carlos Baccelli – do livro “Ajuda-te e o Céu te Ajudará”)
🌸🌾🌸

Problemas, Facilidades e Fé


(...)

Diante das dificuldades de qualquer denominação, face aos infortúnios de variada classificação, perante as graves e dolorosas conjunturas, da existência planetária, sob a constrição de qualquer enfermidade ou sofrendo transes afetivos sem nome e sem esperança, não te arrojes ao desespero nem rogues soluções apressadas à Vida.


Tem paciência e sofre confiante.
Tudo passa!


Qualquer situação, como toda a circunstância boa ou má são transitórias pelo caminho da evolução.


Espera e persevera no exercício do bem sem limite, recuperando o passado de sombras e acendendo luzes de esperanças para o futuro – Quando menos esperes, descobrirás que as dores se foram, as lutas cessaram, mas em paz de consciência estarás livre das conjunturas carnais adejando além das situações dolorosas no rumo da plenitude da paz interior.
*
“Tudo o que com fé pedirdes em vossas orações, haveis de receber”. Mateus: capítulo 21º, versículo 22.
🌸🌾🌸
Joanna de Ângelis
Divaldo Franco



quinta-feira, 15 de julho de 2021

Defesa


Se a provação te busca,
Não desanimes. Segue…

 O dever a cumprir
É refúgio a guardar-te.

 No calor do serviço
A sombra se desfaz.

O buril contra a pedra
É a força que a promove.

A dor aproveitada
É sempre amparo oculto.

 Sofre com paciência,
Deus te oferta o melhor.
🍃🕊️🍃
Obra: Deus sempre
Emmanuel
Chico Xavier
🍃🕊️🍃






🍃🕊️🍃 

MENSAGEM DO ESE:

O orgulho e a humildade (III)

Pobre criatura! és mãe, teus filhos sofrem; sentem frio; tem fome, e tu vais, curvada ao peso da tua cruz, humilhar-te, para lhes conseguires um pedaço de pão! Oh! inclino-me diante de ti. Quão nobremente santa és e quão grande aos meus olhos! Espera e ora; a felicidade ainda não é deste mundo. Aos pobres oprimidos que nele confiam, concede Deus o reino dos céus.


E tu, donzela, pobre criança lançada ao trabalho, às privações, por que esses tristes pensamentos? Por que choras? Dirige a Deus, piedoso e sereno, o teu olhar: ele dá alimento aos passarinhos; tem-lhe confiança: ele não te abandonará. O ruído das festas, dos prazeres do mundo, faz bater-te o coração; também desejaras adornar de flores os teus cabelos e misturar-te com os venturosos da Terra. Dizes de ti para contigo que, como essas mulheres que vês passar, despreocupadas e risonhas, também poderias ser rica. Oh! cala-te, criança! Se soubesses quantas lágrimas e dores inomináveis se ocultam sob esses vestidos recamados, quantos soluços são abafados pelos sons dessa orquestra rumorosa, preferirias o teu humilde retiro e a tua pobreza. Conserva-te pura aos olhos de Deus, se não queres que o teu anjo guardião para o seu seio volte, cobrindo o semblante com as suas brancas asas e deixando-te com os teus remorsos, sem guia, sem amparo, neste mundo, onde ficarias perdida, a aguardar a punição no outro.


Todos vós que dos homens sofreis injustiças, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos, ponderando que também vós não vos achais isentos de culpas; é isso caridade, mas é igualmente humildade. Se sofreis pelas calúnias, abaixai a cabeça sob essa prova. Que vos importam as calúnias do mundo? Se é puro o vosso proceder, não pode Deus vo-las compensar? Suportar com coragem as humilhações dos homens é ser humilde e reconhecer que somente Deus é grande e poderoso.


Oh! meu Deus, será preciso que o Cristo volte segunda vez à Terra para ensinar aos homens as tuas leis, que eles olvidam? Terá que de novo expulsar do templo os vendedores que conspurcam a tua casa, casa que é unicamente de oração? E, quem sabe? ó homens! se o não renegaríeis como outrora, caso Deus vos concedesse essa graça! Chamar-lhe-íeis blasfemador, porque abateria o orgulho dos modernos fariseus. É bem possível que o fizésseis perlustrar novamente o caminho do Gólgota.

– Lacordaire. (Constantina, 1863.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VII, item 11.) 

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O Lar


O lar não é somente o santuário de alvenaria, onde reconfortas o corpo. É também o reino das almas, onde o teu coração reclama a bênção da paz e a alegria de viver.

É o templo em cujo altar vivo o Senhor nos situa o espírito para o aprendizado na escola humana.

*

Aprende a servir dentro dele, a fim de que possas representar dignamente o papel que te cabe no mundo.

*

Semeia, aí dentro, no recinto abençoado que te viu crescer, a bondade e o entendimento.

*

Quando não fores compreendido por aqueles que te cercam nos laços da consanguinidade, cultiva o auxílio silencioso, em benefício dos que te rodeiam.

*

Em casa, quase sempre, aliam-se a nós os amores mais santos, construindo-nos o paraíso mais doce, e prendem-se ao nosso temporário destino na Terra as aversões mais profundas em tempestades do sentimento.

*

Sob o véu misericordioso da reencarnação, amigos e adversários aí se congregam, disputando o prêmio do aprimoramento espiritual.

*

Em razão disso, é possível sofras, no campo familiar, os tormentos mais rudes, entretanto, não te desesperes, nem te desanimes...

*

Ilhado pelas incompreensões, perdoa e serve sem descansar.

Fustigado pela discórdia, não te confies à tristeza destrutiva.

*

Regozija-te com a possibilidade de recapitular pequeninas experiências, lutando pela própria regeneração.

*

Se compulsoriamente afastado daqueles que amas em razão da rebeldia deles mesmos, ampara com as vibrações do pensamento amigo àqueles que te expulsam.

*

Um dia, a luz brilhará sobre a mente crepuscular dos nossos companheiros infelizes, assim como o dia volta a raiar, ao fim de cada noite.

*

Jamais te esqueças de que o lar é uma bênção de Deus na Terra.

*

Não grites, nem te revoltes, dentro dele.

Não te entregues à crueldade ou ao desalento, entre as suas fronteiras de amor.

*

Lembra-te de que a tua casa é bendito refúgio do teu pão, dos teus sonhos e do teu estímulo ao trabalho renovador.

*

No lar, temos o nosso mais valioso curso de abnegação e fraternidade e, quando praticarmos o ensinamento do amor puro, com quem nos partilha a mesa e se entrelaça conosco, através do calor do mesmo sangue, então estaremos inteiramente habilitados para seguir com Jesus, no apostolado do bem à Humanidade inteira.
🍃🕊️🍃
Néio Lúcio
por Francisco Cândido Xavier
Livro: Esperança e Vida
Francisco Cândido Xavier, Carlos A. Baccelli, por Espíritos Diversos
IDEAL – Instituto de Divulgação Editora André Luiz

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Se você...



Se você está triste porque perdeu seu amor,
lembre-se daquele que não teve um amor para perder.

Se você se decepcionou com alguma coisa,
lembre-se daquele que o próprio nascimento já foi uma decepção.

Se você está cansado de trabalhar,
lembre-se daquele que, angustiado, perdeu um emprego.

Se você reclama de uma comida mal feita,
lembre-se daquele que morre faminto sem um pedaço de pão.

Se seu sonho foi desfeito,
lembre-se daquele que vive um pesadelo constante.

Se anda aborrecido,
lembre-se daquele que espera um sorriso seu.

Se você teve:

um amor para perder,
um trabalho para cansar,
um sonho desfeito,
uma tristeza para sentir,
Uma comida para reclamar...
Lembre-se de agradecer à Deus!

Por que existem muitos que dariam tudo para estar no seu lugar.
🌹🌾🌹
( Autor desconhecido)
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MENSAGEM DO ESE:

Observai os pássaros do céu

Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; — acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; — porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração.


Eis por que vos digo: Não vos inquieteis por saber onde achareis o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis vestes para cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?


Observai os pássaros do céu: não semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros; mas, vosso Pai celestial os alimenta. Não sois muito mais do que eles? — e qual, dentre vós, o que pode, com todos os seus esforços, aumentar de um côvado a sua estatura?


Por que, também, vos inquietais pelo vestuário? Observai como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; — entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. — Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã será lançada na fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens de pouca fé!


Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que beberemos? ou: de que nos vestiremos? — como fazem os pagãos, que andam à procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que tendes necessidades delas.


Buscai primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. — Assim, pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 19 a 21 e 25 a 34.)


Interpretadas à letra, essas palavras seriam a negação de toda previdência, de todo trabalho e, conseguintemente, de todo progresso. Com semelhante princípio, o homem limitar-se-ia a esperar passivamente. Suas forças físicas e intelectuais conservar-se-iam inativas. Se tal fora a sua condição normal na Terra, jamais houvera ele saído do estado primitivo e, se dessa condição fizesse ele a sua lei para a atualidade, só lhe caberia viver sem fazer coisa alguma. Não pode ter sido esse o pensamento de Jesus, pois estaria em contradição com o que disse de outras vezes, com as próprias leis da Natureza. Deus criou o homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los.


Não se deve, portanto, ver, nessas palavras, mais do que uma poética alegoria da Providência, que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, todavia, que esses, por seu lado, trabalhem. Se ela nem sempre acode com um auxílio material, inspira as idéias com que se encontram os meios de sair da dificuldade.


Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não lhe basta; reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo. Freqüentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia. Nesses casos, Deus fá-lo sofrer as conseqüências, a fim de que lhe sirvam de lição para o futuro.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, itens 6 e 7.)

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A Fé e o Dever



A fé em Deus é imensamente comum.


Embora sob distintas denominações e formas, a imensa maioria dos homens afirma crer na Divindade.


Contudo, seu agir e seu sentir nem sempre espelham essa crença.


Deus é a suprema e soberana inteligência, ilimitado em Seus poderes e virtudes.


Ele é infinitamente poderoso, sábio, justo e bondoso.


Saber que a Divindade está no controle de tudo possui o condão de modificar a percepção de prioridades das criaturas.


Como a justiça Divina é perfeita e impera no Universo, cada qual vive o que necessita e merece.


Assim, não é necessário passar a existência na intransigente defesa do próprio espaço.


Sem dúvida, não é viável ser ingênuo ou preguiçoso e deixar de cuidar de si.


Apenas não é necessário angustiar-se pelas contingências da vida.


Quem crê em Deus tem condições de desenvolver tranquilidade interior.


Afinal, é convicto de que o Soberano poder impõe ordem no Universo.


Deposita fé na bondade e na justiça Divinas e sabe que sem a permissão celeste nada ocorre.


Justamente por isso, a atenção do crente deixa de estar em seus direitos para residir em seus deveres.


Por saber que o mérito preside os destinos das criaturas, cuida de ser o melhor possível.


Tem fé no futuro, razão pela qual coloca os bens espirituais acima dos materiais.


Sabe que as vicissitudes da vida são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.


Possuído do ideal da fraternidade, faz o bem sem esperar recompensas.


Encontra satisfação em ser útil e bondoso, em fazer ditosos os outros.


É benevolente para com todos, independentemente de credo, cor ou raça, pois sabe que todos os homens são filhos de Deus e Seus irmãos.


Respeita as convicções sinceras dos semelhantes e não condena quem pensa diferente.


Quando ofendido, procura perdoar por compreender as dificuldades dos irmãos de jornada.


Jamais se vinga, ciente de que toda justiça repousa nas mãos do Criador.


É indulgente para as fraquezas alheias, por saber que também necessita de indulgência.


Não se ocupa dos defeitos alheios, mas dos seus.


Estuda as próprias imperfeições, a fim de se melhorar.


Consciente do olhar de Deus sobre si, cuida de ser digno em todos os momentos de sua vida, mesmo os mais íntimos.


Usa, mas não abusa, de seus bens, por ser consciente de que são apenas empréstimo da Divindade.


Utiliza seu tempo livre em atividades úteis, fazendo-se um agente do progresso no mundo.


Talvez esses deveres pareçam excessivos, mas não representam um peso para quem realmente acredita em Deus.


Constituem consequência natural da certeza da existência de um ente superior, pleno de bondade, justiça e poder.
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Redação do Momento Espírita, com base no item 3, do cap. XVII, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. FEB.
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FORMATAÇÃO E PESQUISA: MILTER 
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terça-feira, 13 de julho de 2021

Dias de sombras

 
Nesses dias sombrios, que acontecem periodicamente, e às vezes se tornam contínuos, vigia mais e reflexiona com cuidado.
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Um insucesso é normal, ou mesmo mais de um, num campo de variadas atividades.
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Todavia, a intérmina sucessão d’eles pode ter gênese em fatores espirituais perniciosos, cujas personagens se interessam em prejudicar-te, abrindo espaços mentais e emocionais para intercâmbio nefasto contigo, de caráter obsessivo.
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Quanto mais te irritares e te entregares à depressão, mais forte se te fará o cerco e mais ocorrências infelizes tomarão forma.
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Não te debatas até a exaustão, nadando contra a correnteza. Vence-lhe o fluxo, contornando a direção das águas velozes.
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Há mentes espirituais maldosas, que te acompanham, interessadas no teu fracasso.
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Reage-lhes à insídia mediante a oração, o pensamento otimista, a irrestrita confiança em Deus.

Rompe o moto-contínuo dos desacertos, mudando de paisagem mental, de forma que não vitalizes o agente perturbador.
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Ouve uma música enriquecedora, que te leve a reminiscências agradáveis ou a planificações animadoras.
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Lê uma página edificante do Evangelho ou de outra Obra de conteúdo nobre, a fim de te renovares emocionalmente.
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Afasta-te do bulício e repousa; contempla uma região que te arranque do estado desanimador.
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Pensa no teu futuro ditoso, que te aguarda.
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Eleva-te a Deus com unção e romperás as cadeias da aflição.
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Há sempre Sol brilhando além das nuvens sombrias, e, quando ele é colocado no mundo íntimo, nenhuma ameaça de trevas consegue apagar-lhe, ou sequer diminuir-lhe a intensidade da luz. Segue-lhe a claridade e vence o teu dia de insucessos, confiante e tranquilo.
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Redação do Momento Espírita.
Em 24.7.2013.
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MENSAGEM DO ESE:

Caracteres da perfeição

Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. — Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? — Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? — Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (S. MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
Pois que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta proposição: “Sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial”, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de atingir-se a perfeição absoluta. Se à criatura fosse dado ser tão perfeita quanto o Criador, tornar-se-ia ela igual a este, o que é inadmissível. Mas, os homens a quem Jesus falava não compreenderiam essa nuança, pelo que ele se limitou a lhes apresentar um modelo e a dizer-lhes que se esforçassem pelo alcançar.

Aquelas palavras, portanto, devem entender-se no sentido da perfeição relativa, a de que a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus o diz: “Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem.” Mostra ele desse modo que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.

Com efeito, se se observam os resultados de todos os vícios e, mesmo, dos simples defeitos, reconhecer-se-á nenhum haver que não altere mais ou menos o sentimento da caridade, porque todos têm seu princípio no egoísmo e no orgulho, que lhes são a negação; e isso porque tudo o que sobreexcita o sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. Não podendo o amor do próximo, levado até ao amor dos inimigos, aliar-se a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na razão direta da sua extensão. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos as regras da caridade, no que tem de mais sublime, lhes disse: “Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai celestial.”

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, itens 1 e 2.).

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AGRESSIVIDADE


(...)

A agressividade é doença da alma que deve merecer cuidados muito especiais desde a infância, educando-se o iniciante na experiência terrestre, de forma que possa dispor de recursos para vencer a inferioridade moral que traz de existências transatas ou que adquire na convivência doentia da família...

*

A agressividade é herança cruel do medo ancestral, que remanesce no Espírito desde priscas eras.

Não diluído pela segurança psicológica adquirida mediante a fé religiosa, a reflexão, a psicoterapia acadêmica, a oração, domina os recônditos do sentimento e exterioriza-se de forma infeliz na agressividade.

A ausência dos diálogos domésticos saudáveis entre pais, filhos e cônjuges ou parceiros, que se agridem mutuamente, sempre ressentidos, extrapolam do lar em direção à via pública, transformada em campo de batalha, segue no rumo do local de trabalho, e até aos clubes de recreação, em contínuo destrambelho das emoções.

Nesse contubérnio afligente, Espíritos irresponsáveis e frívolos aproveitam-se das vibrações deletérias e misturam-se com esses combatentes perturbados, aumentando-lhes a ferocidade e estimulando-lhes os instintos inferiores.

O resultado são os crimes hediondos, asselvajados, estarrecedores, que aumentam o índice de maldade em razão da ingestão de bebidas alcoólicas, de drogas alucinantes e fatais...

A civilização contemporânea periclita nos seus alicerces materialistas, ameaçada pela agressividade e pelo desrespeito moral que assolam sem freio.

Sem dúvida, estudiosos do comportamento, educadores sinceros e devotados, religiosos abnegados, pensadores sensatos e sociólogos lúcidos vêm investindo os seus melhores recursos na construção da nova mentalidade saudável, em tentativas ainda não vitoriosas para a reversão do quadro aparvalhante, confiantes, no entanto, nos resultados futuros.

O progresso moral é lento e exige sacrifícios de todos os cidadãos que aspiram pela felicidade e pela harmonia na Terra.

As respeitáveis contribuições da Ciência e da Tecnologia, valiosas, sob qualquer aspecto consideradas, respondem por muitas modificações das estruturas ultramontanas, suprimindo a ignorância e o primitivismo. Nada obstante, também são usadas para o crime de várias denominações, especialmente através dos veículos da mídia: os periódicos, a Internet, a televisão, assim como o teatro e o cinema, com a sua complexa penetração nas massas, às vezes, usados vergonhosamente e sem qualquer controle, oferecendo campo de vulgaridades e informações que preparam delinquentes e viciosos...

A rigor, com as nobres exceções existentes, a sociedade moderna encontra-se enferma gravemente, necessitando de urgentes cuidados, que o sofrimento, igualmente generalizando-se, conseguirá, no momento próprio, oferecer a recuperação, o reencontro com a saúde após a exaustão pelas dores...

Instala-se, desse modo, lentamente, o período da paz, da brandura, da fraternidade.

Sofrido, o ser humano ver-se-á compelido a fazer a viagem de volta às questões simples e afáveis, à amizade e à ternura, qual filho pródigo de retorno ao lar paterno após as extravagantes experiências que se permitiu.

Que se não demorem esses dias, que dependerão do livre-arbítrio dos indivíduos em particular e da sociedade em geral, embora o progresso seja inevitável, apressando-se ou retardando-se em razão das opções humanas.

*

A agressividade ingeliz é doença passageira, embora os grandes danos que produz, cedendo lugar à pacificação.

Torna dócil a tua voz, nestes turbulentos dias de algazarra, e gentis os teus gestos ante os tumultos e choques pessoais...

Com sua sabedoria ímpar, Jesus assinalou: Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra.(*)

Suavemente permite que a mansidão domine os territórios das tuas emoções, substituindo esses infelizes mecanismos da inferioridade moral pelos abençoados valores da verdade. 
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(*) Mateus 5-5 - Nota da autora espiritual. 
Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 15 de março de 2010, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Fonte http://www.divaldofranco.com

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Gentilezas diárias


A vida é repleta de pequenas gentilezas, tão sutis quanto marcantes no nosso cotidiano.

O jardim florido oferece um colorido para a paisagem, o sol empresta suas cores para o céu antes de se pôr, a borboleta ensina suavidade e leveza para quem acompanha seu voo.

A gentileza tem essa característica: sutil mas marcante, silenciosa e ao mesmo tempo eloquente, discreta e contundente.

O portador da gentileza o faz pelo prazer de colorir a vida do próximo com suavidade, para perfumar o caminho alheio com brisa suave que refresca a alma.

A gentileza tem o poder de roubar sorrisos, quebrar cenhos carregados ou aliviar o peso de ombros cansados pelas fainas diárias.

E ela se faz silenciosa, algumas vezes tímida, inesperada na maioria das vezes, surpreendendo quem a recebe.

A gentileza não se pede, muito menos se exige... É presente de almas nobres, presenteando outras almas, pelo simples prazer de fazer o dia do outro um pouco mais leve.

Você já experimentou o prazer de ser gentil? Experimente oferecer o seu bom dia a quem encontrar no ponto de ônibus, no elevador ou no caixa do supermercado.

Mas não o faça com as palavras saindo da boca quase que por obrigação. Deseje de sua alma, com olhos iluminados e o sorriso de quem deseja realmente um dia bom, para quem compartilha alguns minutos de sua vida.

A gentileza é capaz de retribuir com nobreza quando alguém fura a fila no supermercado ou no banco, com a sabedoria de que alguns breves minutos não farão diferença na sua vida.

Esquecemos que alguns segundos no trânsito, oferecendo a passagem para outro carro, ou permitindo ao pedestre terminar de atravessar a rua não nos fará diferença, mas facilitará muito a vida do outro.

E algumas vezes, dentro do lar, a convivência nos faz esquecer que ser gentil tempera as relações e adoça o caminhar.

E nada disso somos obrigados a fazer, mas quando fazemos, toda a diferença se faz sentir...

A gentileza se faz presente quando conseguimos esquecer de nós mesmos por um instante para lembrar do próximo.

 Quando abrimos mão de nós em favor do outro, por um pequeno momento, a gentileza encontra oportunidade de agir.

Ninguém focado em si mesmo, mergulhado no seu egoísmo, encontra oportunidade de ser gentil. Porque, para ser gentil, é fundamental olhar para o próximo, se colocar no lugar do próximo, e se sensibilizar com a possibilidade de amenizar a vida do nosso próximo.

Se não é seu hábito, exercite a capacidade de olhar para o próximo com o olhar da gentileza. Ofereça à vida esses pequenos presentes, espalhando aqui e acolá a suavidade de ser gentil.

E quando você menos esperar, irá descobrir que semear flores ao caminhar, irá fazer você, mais cedo ou mais tarde, caminhar por estradas floridas e perfumadas pela gentileza que a própria vida irá lhe oferecer.
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Redação do Momento Espírita.
FORMATAÇÃO E PESQUISA: 
MILTER 13-06-2021
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MENSAGEM DO ESE:

Utilidade providencial da riqueza. Provas da riqueza e da miséria

Se a riqueza houvesse de constituir obstáculo absoluto à salvação dos que a possuem, conforme se poderia inferir de certas palavras de Jesus, interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, Deus, que a concede, teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem apelação nenhuma, idéia que repugna à razão. Sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria. É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual. E o laço mais forte que prende o homem à Terra e lhe desvia do céu os pensamentos. Produz tal vertigem que, muitas vezes, aquele que passa da miséria à riqueza esquece de pronto a sua primeira condição, os que com ele a partilharam, os que o ajudaram, e faz-se insensível, egoísta e vão. Mas, do fato de a riqueza tornar difícil a jornada, não se segue que a torne impossível e não possa vir a ser um meio de salvação para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a saúde, se empregados a propósito e com discernimento.

Quando Jesus disse ao moço que o inquiria sobre os meios de ganhar a vida eterna: “Desfaze-te de todos os teus bens e segue-me”, não pretendeu, decerto, estabelecer como princípio absoluto que cada um deva despojar-se do que possui e que a salvação só a esse preço se obtém; mas, apenas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. Aquele moço, com efeito, se julgava quite porque observara certos mandamentos e, no entanto, recusava-se à idéia de abandonar os bens de que era dono. Seu desejo de obter a vida eterna não ia até ao extremo de adquiri-la com sacrifício.

O que Jesus lhe propunha era uma prova decisiva, destinada a pôr a nu o fundo do seu pensamento. Ele podia, sem dúvida, ser um homem perfeitamente honesto na opinião do mundo, não causar dano a ninguém, não maldizer do próximo, não ser vão, nem orgulhoso, honrar a seu pai e a sua mãe. Mas, não tinha a verdadeira caridade; sua virtude não chegava até à abnegação. Isso o que Jesus quis demonstrar. Fazia uma aplicação do princípio: “Fora da caridade não há salvação”.

A conseqüência dessas palavras, em sua acepção rigorosa, seria a abolição da riqueza por prejudicial à felicidade futura e como causa de uma imensidade de males na Terra; seria, ao demais, a condenação do trabalho que a pode granjear; conseqüência absurda, que reconduziria o homem à vida selvagem e que, por isso mesmo, estaria em contradição com a lei do progresso, que é lei de Deus.

Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a conseqüência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.

Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstrui-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. Para alimentar essa população que cresce incessantemente, preciso se faz aumentar a produção. Se a produção de um país é insuficiente, será necessário buscá-la fora. Por isso mesmo, as relações entre os povos constituem uma necessidade. A fim de mais as facilitar, cumpre sejam destruídos os obstáculos materiais que os separam e tornadas mais rápidas as comunicações. Para trabalhos que são obra dos séculos, teve o homem de extrair os materiais até das entranhas da terra; procurou na Ciência os meios de os executar com maior segurança e rapidez. Mas, para os levar a efeito, precisa de recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 7.)

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MODOS DESAGRADÁVEIS


Manejar portas a pancadas ou pontapés.
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Arrastar móveis com estrondo sem necessidade.
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Censurar os pratos servidos à mesa.
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Sentar-se desgovernadamente.
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Assoar-se e examinar os resíduos recolhidos no lenço, junto dos outros, esquecendo que isso é mais fácil no banheiro mais próximo.
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Bocejar ruidosamente enquanto alguém está com a palavra.
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Efusões afetivas exageradas, em público.
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Interromper a conversação alheia.
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Não nos esqueçamos de que a gentileza e o respeito, no trato pessoal, também significam caridade. 
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Livro: Sinal Verde
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz
CEC – Comunhão Espírita Cristã 
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domingo, 11 de julho de 2021

A melhor Prece


O homem pede proteção, mas o que ele faz para proteger-se?

O homem pede inspiração, mas o que ele faz para inspirar-se?

O homem pede paciência, mas o que ele faz para pacificar-se?

O homem pede luz, mas o que ele faz para iluminar-se?

O homem pede saúde, mas o que ele faz a fim de conservá-la?

O homem pede alegria, mas o que ele faz no sentido de alegrar-se?!...

Não nos esqueçamos de que toda oração que o homem dirige a Deus é constituída de duas partes:

A primeira parte é a do mérito, a segunda é a da bênção...

Toda resposta divina depende do esforço humano!

Se o homem não cumpre com a sua parte, a Lei Divina se sente impedida de cumprir com a sua... É imperioso que o homem mereça! Ninguém chega a lugar algum se não caminhar; ninguém conclui uma tarefa se não começá-la; ninguém alcança a vitória se desiste da luta...

Tudo o que existe é resultado e consequência de uma ação. Se o homem pede, ele necessita merecer o que pode. Ninguém adquire sabedoria, sem que se torne sábio...

O homem não deve relegar a Deus todo trabalho, todo esforço e todo empenho. É imprescindível que ele tome a iniciativa de oferecer a Deus as condições para que seja atendido em suas rogativas e súplicas.

Quantos pedem trabalho, permanecendo de braços cruzados? Quantos pedem serviço, mantendo-se inativos na ação?!...

A vida nos responde sempre, mas não nos responde tão somente às palavras... Ela se interessa, primeiro, em responder-nos ao esforço e ao devotamento; por isto, aquele que trabalha e persevera no bem de todos está endereçando a Deus a sua melhor prece no deferimento quase imediato de suas petições!...
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Irmão José
Livro: Mediunidade, Corpo e Alma
Carlos A. Baccelli, por Espíritos Diversos
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier
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MENSAGEM DO ESE:

A realeza de Jesus

Que não é deste mundo o reino de Jesus todos compreendem, mas, também na Terra não terá ele uma realeza? Nem sempre o título de rei implica o exercício do poder temporal.

Dá-se esse título, por unânime consenso, a todo aquele que, pelo seu gênio, ascende à primeira plana numa ordem de idéias quaisquer, a todo aquele que domina o seu século e influi sobre o progresso da Humanidade. É nesse sentido que se costuma dizer: o rei ou príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, oriunda do mérito pessoal, consagrada pela posteridade, não revela, muitas vezes, preponderância bem maior do que a que cinge a coroa real? Imperecível é a primeira, enquanto esta outra é joguete das vicissitudes; as gerações que se sucedem à primeira sempre a bendizem, ao passo que, por vezes, amaldiçoam a outra. Esta, a terrestre, acaba com a vida; a realeza moral se prolonga e mantém o seu poder, sobretudo, após a morte. Sob esse aspecto não é Jesus mais poderoso rei do que os potentados da Terra? Razão, pois, lhe assistia para dizer a Pilatos, conforme disse:
“Sou rei, mas o meu reino não é deste mundo.”

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. II, item 4.) 

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Pensar e Querer


O homem foi capaz de desenvolver sofisticados radares para detectar presença estranha a longa distância, mas ainda não conseguiu estabelecer um sistema de vigilância em torno da própria mente.

Todo pensamento estabelece uma sintonia. Pensando a criatura interage sobre seus semelhantes, estabelecendo ligações, conforme o campo mental que a envolve.

Se a situação é gerada por pensamentos infelizes, estabelecem-se as presenças indesejáveis, oriundas do plano extrafísico, consolidando, assim, o início de processos obsessivos que poderão aprisionar a pessoa em dolorosos processos de subjugação.

Entretanto cabe ressaltar que, entre a abordagem do pensamento infeliz e a sua aceitação em nosso campo mental, há uma distância a ser percorrida.

No mundo, pensamentos infelizes nos ocorrem a todos. Cabe-nos, porém, a devida vigilância, para rebatê-los com o escudo do bom senso, a fim de que nossa vida interior se desenvolva em base de equilíbrio desejável.

Pensa com amor, e a luz do teu pensamento te iluminará por dentro.
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Scheilla