sábado, 26 de agosto de 2023

Desce elevando


Desce, elevando aqueles que te comungam a convivência, para que a vida em torno suba igualmente de nível.

 Se sabes, não firas o ignorante. Oferece-lhe apoio para que se liberte da sombra.

 Se podes, não oprimas o fraco. Ajuda-o, de alguma sorte, a fortalecer-se, para que se faça mais útil.

 Se entesouraste a virtude, não humilhes o companheiro que o vício ensandece. Estende-lhe a bênção do amor como adequada medicação.

Se te sentes correto, não censures o irmão transviado em desajustes do espírito. Dá-lhe o braço fraterno para que se renove.

Se ajudas, não recrimines quem te recebe o socorro. Pão amaldiçoado é veneno na boca.

Se ensinas, não flageles quem te recebe a lição. Benefício com açoite é mel em taça candente.

 Auxilia em silêncio para que o teu amparo não se converta em tributo espinhoso na sensibilidade daqueles que te recolhem a dádiva, porque toda caridade a exibir-se no palanque das conveniências do mundo é sempre vaidade, em forma de serpe no coração, e toda modéstia que pede o apreço dos outros, para exprimir-se, é sempre orgulho em forma de lodo nos escaninhos da alma.

 Nesse sentido, não te esqueças do Mestre que desceu, até nós, revelando-nos como sublimar a existência.

 Anjo entre os anjos, faz-se pobre criança necessitada do arrimo de singelos pastores; 

sábio entre os sábios, transforma-se em amigo anônimo de pescadores humildes, comungando-lhes a linguagem; 

 instrutor entre os instrutores, detém-se, bondoso, entre enfermos e aflitos, crianças e mendigos abandonados, para abraçar-lhes a luta, 

 e, Juiz dos juízes, não se revolta por sofrer no tumulto da praça o iníquo julgamento do povo que o prefere a Barrabás, para os tormentos imerecidos.

 Todavia, por descer, elevando quantos lhe não podiam compreender a refulgência da altura, é que se fez o caminho de nossa ascensão espiritual, a verdade de nosso gradativo aprimoramento e a vida de nossas vidas, a erguer-nos a alma entenebrecida no erro, para a vitória da luz.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Religião dos Espíritos
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26 de agosto

Você tem uma enorme tarefa a cumprir.

É o trabalho silencioso de criar mais amor no mundo.

É como o fermento na massa, que cumpre sua função sem estardalhaço; sem ele o pão ficaria como uma pedra.

Por isso, ame as almas que o rodeiam, ame o que você faz, ame o meio ambiente, ame até as almas aparentemente suas inimigas.

É necessário muito mais para amar as almas com as quais você não se sente bem do que simplesmente amar aquelas que o amam.

Sinta a necessidade de amor em cada alma e transforme-se num canal por onde o amor possa fluir para suprir essas carências.

À medida que cada indivíduo aprende a amar pelo simples prazer de amar, o peso do mundo será diminuído, porque o amor traz consigo o elemento de leveza para onde existe peso e escuridão.

O amor começa em cada indivíduo, portanto, procure-o dentro do seu coração e traga-o para fora. Distribua-o livremente e com verdadeira alegria.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Mundos de expiações e provas

Que vos direi dos mundos de expiações que já não saibais, pois basta observeis o em que habitais? A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um Planeta mais ditoso.

Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos os Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.

Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. É que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.

A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos tem aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito.

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– Santo Agostinho. (Paris, 1862).
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, itens 13 a 15.)
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Os bons e os maus


Qual deve ser a postura dos que desejamos ser homens e mulheres de bem neste mundo irrequieto?
Certamente, aqueles que nos propomos a uma vida mais digna, mais interessada no bem comum, encontramos muitos desafios.

Há incompreensão, ingratidão e até indignação, por parte daqueles que pensam diferente.
Importante lembrar que não estamos em guerra uns com os outros. Estamos juntos buscando crescimento, evolução integral.

Assim, evitemos posturas separatistas, segregadoras e um tanto maniqueístas, que colocam de um lado bons e do outro os supostos maus.

No século III, o filósofo Mani ou Maniqueu, criou uma doutrina, que conhecemos sob o nome de Maniqueísmo, e que influenciou muitas correntes filosóficas e religiosas ao longo do tempo.

Segundo seus preceitos, há no mundo um dualismo eterno entre dois princípios opostos. De um lado o bem e de outro o mal, de um lado Deus e do outro o demônio.

Ainda conforme esse conceito, tudo que é matéria representa essencialmente o mal, enquanto o Espírito está ligado intrinsecamente ao bem.

A Doutrina Espírita nos deixa claro que a matéria é instrumento precioso de progresso, um importante meio de progredirmos.

Os desequilíbrios se dão quando nos ligamos, de forma excessiva ou quase exclusiva, ao que é apenas material e transitório.

Também nos ensina que não existe essa força poderosa oposta ao Criador, que lhe faz frente em igualdade.
Afinal, Deus não criou nenhum ser destinado ao mal em sua essência.

O Universo e suas leis são bons, isto é, trabalham pela evolução de tudo e de todos.

O que seria então o mal? Esse mal que nos assombra os dias? Por que há tanta maldade em nós e naqueles que estão ao nosso redor?

Primeiro, importante saber que o bem é tudo o que está conforme a Lei de Deus. O mal, tudo o que é contrário. Assim, fazer o bem é proceder conforme a Lei Divina, que está inscrita na consciência humana. Fazer o mal é infringir essa Lei.

O mal é, portanto, uma infração à Lei natural. Consequentemente, toda ação maléfica gera a necessidade de correção, de ajuste.

O mal em nós não é eterno. Tem uma curta validade, uma vez que basta que nos esclareçamos um pouco mais, para que deixemos de praticá-lo intencionalmente.

Por isso, recebemos a inteligência, que nos compete desenvolver, pois é determinante para que saibamos distinguir melhor o que nos é bom e o que nos faz mal; o que é do bem comum e o que não é; o que está de acordo com as Leis Divinas e o que vai contra.

A opção pela infração é sempre pessoal. Os que somos maus o somos por vontade própria.

Então, precisamos educar a vontade. Esta é a razão de estarmos neste planeta: nos educarmos individual e mutuamente.
* * *
O sábio não critica o ignorante. Procura esclarecê-lo fraternalmente.
O iluminado não insulta o que anda em trevas. Busca, ao contrário, lhe iluminar o caminho.
O orientador não acusa o aprendiz. A ovelha insegura é a que mais reclama os cuidados do pastor.
O forte não culpa o fraco. Compromete-se a erguê-lo.
O cristão não odeia, nem fere. Segue ao Cristo, servindo ao mundo.

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Redação do Momento Espírita, com base nas questões 629 a 646 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, e no cap. 17, do livro Agenda Cristã, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ambos ed. FEB.
formatação e pesquisa: Milter - 25-08-2019
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Provocações


Não aceite provocações.

Toma a iniciativa de encerrar qualquer discussão.

O que o diálogo fraterno não resolve, a discussão complica.

Não leves adiante o bate-boca.O silêncio e o tempo são os grandes aliados da Verdade.

Não pretendas impor-te a ninguém.

Consome-se muita energia em conversação inútil.

Se alguém te interpreta equivocadamente, não te expliques além do necessário.

Quem levemente abre a porta à invigilância termina por escancará-la.

Não entres na faixa dos que procuram tirar-te do sério.

Ao invés de descer ao nível do contendor, faze-o subir ao teu.

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Irmão José
Carlos Baccelli
Obra: Vigiai e orai
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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Verbo e vida


Em matéria de auxílio aos semelhantes, urge não esquecer a função poderosa do verbo. As palavras beneficentes são os alicerces fundamentais da beneficência sempre que estejamos acordados para a edificação do Reino do Amor:

 Quando a secura nos assalte o ambiente, através dos companheiros que se mostrem desgastados em provas constantes, as expressões de reconforto podem ser o bálsamo espiritual com que se lubrifiquem as engrenagens do cotidiano;

 Ante contendas e discussões que suscitem afastamento e incompatibilidade, funcionam por agentes de paz, estabelecendo segurança e entendimento;

Se a incompreensão desequilibra o trabalho em andamento, são portas abertas para harmonia e reajuste;

 Junto dos que caíram à margem da estrada, constituem apetrechos de socorro, reerguendo-os para a vida;

 Ao lado dos irmãos em erro evidente, servem como fatores de ponderação e reequilíbrio, sem qualquer recurso à violência;

 Diante das circunstâncias graves, recordam bisturis conduzidos por mãos hábeis na supressão de problemas que nos agravariam as lutas da existência;

 Perante os incêndios da cólera ou do azedume, da condenação ou da discórdia, são fontes extintoras da perturbação, carreando tranquilidade e bênção.

 Exatamente com as palavras é que se estruturam as leis em que se educam e se orientam as criaturas na Terra, tanto quanto na Terra se inscrevem as revelações dos Céus para o burilamento e elevação dos homens.

Verifica, desse modo, o que fazes com as próprias palavras. Por elas e com elas, é que operas em ti e por ti mesmo, em teu favor ou em teu prejuízo, a paz ou a discórdia, o bem ou o mal, a treva ou a luz.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Mãos unidas
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25 de agosto

Não pense nem por um momento que você não tem nada para doar.

Você tem um enorme potencial para doar e quanto menos você pensar nisso, melhor se sairá.

Quanto mais você pensar e viver pelos outros, esquecendo seu próprio ego no serviço ao próximo, sem nenhuma preocupação sobre retribuição, mais feliz você será.

Nunca doe com uma mão e tire com a outra.

Quando você doa algo, seja lá o que for, doe desapegadamente, para que o presente possa ser usado livremente.

Quando você doar, doe com fartura, livremente, de todo coração, e depois esqueça que doou.

Este princípio se aplica a presentes em todos os níveis, seja material ou imaterial, tangível ou intangível.

Seja sempre generoso em suas dádivas e não tenha medo que algo lhe falte, porque se você tiver receio ao doar, não será um ato verdadeiro.

Doando verdadeiramente, nada lhe faltará.

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Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

I – Limites da Encarnação

24 – Quais são os limites da encarnação?

A encarnação não tem, propriamente falando, limites nitidamente traçados, se por isto se entende o envoltório que constitui o corpo do Espírito, pois a materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica. Em certos mundos, mais avançados que a Terra, ele já se apresenta menos compacto, menos pesado e menos grosseiro, e conseqüentemente menos sujeito a vicissitudes. Num grau mais elevado, desmaterializa-se e acaba por se confundir com o perispírito. De acordo com o mundo a que o Espírito é chamado a viver, ele se reveste do envoltório apropriado à natureza desse mundo.

O perispírito mesmo sofre transformações sucessivas. Eteriza-se mais e mais, até a purificação completa, que constitui a natureza dos Espíritos puros. Se mundos especiais estão destinados, como estações, aos Espíritos mais avançados, estes não ficam sujeitos a eles, como nos mundos inferiores: o estado de libertação que já atingiram permite-lhes viajar para toda parte, onde quer que sejam chamados pelas missões que lhes foram confiadas.

Se considerarmos a encarnação do ponto de vista material, tal como a vemos na Terra, podemos dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende do Espírito, portanto, libertar-se mais ou menos rapidamente da encarnação, trabalhando pela sua purificação.

Temos ainda a considerar que, no estado de erraticidade, ou seja, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito está em relação com a natureza do mundo a que o liga o seu grau de adiantamento. Assim, na erraticidade, ele é mais ou menos feliz, livre e esclarecido, segundo for mais ou menos desmaterializado.

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SÃO LUIS Paris, 1859
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
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Definições


Trabalha constantemente,
Se queres ser nobre e forte,
O braço estendido à inércia
Oculta o favor da sorte.

Ama o trabalho singelo
Em doces gestos risonhos.
Mais valem dois pés servindo
Que as asas de muitos sonhos.

Se alguém te insulta a ferir-te
O anseio de amor e paz,
Não lamentes, nem te irrites...
Calando-te, vencerás.

Ajuda quanto puderes,
Espalha a consolação,
Ninguém consegue escapar
Ao tempo de provação.

Em toda e qualquer contenda,
Com quem for, seja onde for,
Fugindo, discretamente,
Serás sempre o vencedor.

Muitos “poucos” reunidos
Levantam obra esmerada
Porque, ás vezes, poucos “muitos”
Acaba em luta e nada.

Vive acima da calunia
Em que a maldade se exprime.
Aos olhos tristes da inveja
A própria virtude é crime.

Fiscaliza as palavrinhas
De humilde e pequena brasa,
Começa a lavrar o incêndio
Que devora toda a casa.

Vais bem se atendes ao bem.
Quando a dúvida te invade.
A prudência vem de Cristo
Quando é sócia da bondade.

Ante os problemas dos outros
Emudece os lábios teus.
Em tudo sempre supomos
Mas quem sabe é sempre Deus.

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pelo Espírito Casimiro - Do livro: Almas em Desfile, Médium: Francisco Cândido Xavier
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O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL À DEUS


“Portanto, se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta”. ( Mateus, V : 23 e 24 )

Lembremo-nos de que Jesus nada deixou escrito. Seus ensinos deveriam se fixar nas mentes e nos corações dos homens. Foi um ensino informal, ao sabor das circunstâncias, dos usos e dos costumes dos judeus, a fim de serem, mais facilmente, fixados na memória, mesmo sem o entendimento maior das lições.

Os judeus, como todos os demais povos da época, ofereciam sacrifícios materiais, como animais para serem mortos, conforme os ritos adequados, para agradarem e homenagearem a Deus.

O espiritismo nos ensina que, se estamos na Terra para espiritualizar nossos sentimentos, nossas emoções, nossos pensamentos e ações, a fim de desenvolvermos as qualificações divinas que trazemos em nós, Deus, “Inteligência suprema e causa primária de todas as coisas”, Absoluto em tudo, não precisa de sacrifícios materiais, mas quer que todos nos tornemos inteligentes e bons.

Assim, Jesus, aproveitando um costume religioso da época, deixou o ensinamento de que o sacrifício que devemos fazer, por ser o mais agradável a Deus, é o sacrifício de eliminar o orgulho, através do esforço do perdão, da reconciliação, sempre que houver alguma ofensa, mágoa ou ressentimento.

Os tempos passaram, usos e costumes se transformaram, mas os ensinos do Mestre Jesus, continuam sempre atuais, desafiando nossa inteligência, conclamando-nos ao sacrifício da eliminação dos nossos vícios morais, das nossas enfermidades espirituais.

Não adianta considerarmo-nos cristãos, aceitar seus princípios, se não houver o esforço para vivenciar esses ensinos no dia a dia, se não houver uma melhoria de sentimentos, pensamentos e ações, se não houver a transformação para uma melhor pessoa.

Uma das maiores dificuldades está no perdoar, visto que o orgulho ainda predomina, sob diversas maneiras, nos corações e nas mentes dos homens.

Todavia, sempre que nos voltamos para Deus, no altar da nossa consciência, numa prece de louvor, ou de agradecimento, ou para pedir, em qualquer lugar, devemos, pelo menos nesse instante, estar com o coração puro, sem ressentimentos, sem sentimentos negativos, com a confiança, a simplicidade e a humildade de uma criança: “Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham”. Mateus V:8)

Em assim fazendo, com a vontade de ter, um dia, uma consciência tranquila e paz no coração, vamos, como podemos, manter essa atitude de não nos sentirmos ofendidos, magoados com alguém, não somente quando em oração, mas o mais frequente possível, porque esse é o sacrifício mais agradável a Deus e o mais benéfico para nós, homens da Terra e Espíritos em desenvolvimento.

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Leda de Almeida Rezende Ebner
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Ante a morte violenta


Em verdade, no mundo, o túmulo imposto à pressa é daquelas provas terrenas que mais dilaceram o coração.

Diante das vidas nobres que se interrompem, de improviso, dolorosas indagações são endereçadas ao Céu.

Não raro, à frente da morte súbita, outras existências promissoras começam a fenecer.

São almas que ficam na retaguarda, carregando consigo o esquife dos sonhos mortos ou algemadas ao rochedo da angústia, sem coragem de romper os grilhões que as encarceram no sofrimento.

Muitas vezes, desvairadas, recusam a oração ou renegam a fé.

Asseveram-se sozinhas no temporal das próprias lágrimas e, por vezes, descem, desavisadas, nos mais graves desequilíbrios do pensamento.

Entretanto, é preciso que o entendimento que nos caracteriza no mundo se submeta aos juízos soberanos e sábios da morte, para que a nossa temporária permanência no corpo físico não fuja à condição de aprendizado.

Imprescindível lembrar que na engrenagem da civilização de agora, comumente reparamos os próprios erros de ontem.

Entre as máquinas que lhe reduzem as lides e obrigações, muita vez encontra o homem o corretivo e o reajuste, a paz e a liberação da própria alma.

Auxilia aos entes queridos que partiram da Terra, em luta repentina, ofertando-lhes à estrada o bálsamo precioso da consolação e da prece.

Recorda que a Misericórdia Celeste adoça todos os processos da justiça universal e reconforta-te na certeza de que Deus faz sempre o melhor.

Contempla as vítimas dos hábitos infelizes, tantas vezes mergulhadas nas sombras da obsessão.

Observa os que choram nos sepulcros da consciência culpada e que se debatem no inferno do remorso e do arrependimento, sem comiseração para consigo mesmos!

Reflete nos quadros tristes a se erguerem das provas necessárias e conserva contigo a paciência e a esperança de quem recebe na dor inesperada o socorro oculto da Providência Divina.

Se o gládio da morte violenta te busca o lar, faze silêncio e confia-te ao tempo, o médico invisível que nos restaura as energias do coração.

Não blasfemes, nem desesperes. Aguarda o Amparo Celestial, mantendo a certeza de que tudo aquilo que hoje ignoras, amanhã saberás.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Mais perto
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quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Um caso da vida


Perante vinte alunos reunidos,
O professor convidou, conselheiral:
— Apressem-se rapazes! Sigamos para a luta contra o mal.
Conheceremos hoje um menor, bandido dos bandidos,
É o famoso “Pé Ligeiro”…
Jovem falcatrueiro,
Que não tem mais que dezessete anos
E já se fez autor de crimes desumanos.

Um amigo delegado
Já nos comunicou que ele foi baleado
Pelo dono de nobre moradia;
Nós que nos dedicamos ao Direito
Devemos dissecar
Qualquer problema que interesse a vida.

Registremos o assunto:
Aqui e além, nos arredores,
Ampliam-se os delitos de menores…
Por que tantos meninos delinquentes?
Taras congeniais? Leituras negativas?
Maus tempos sobre a Terra,
Com a infância trazendo horrendas iniciativas
Ou descaso de pais indiferentes?

 Sabemos que o rapaz foi alvejado,
Quando furtava joias e dinheiro.
Agora, está na Detenção.
Entretanto, sabemos, de antemão,
Que o meliante
Mostra extrema exaustão,
Esperando-se dele a morte, a cada instante.

 O Professor fez pausa,
Depois voltou a comentar:
— Creio que poderemos estudar
Certas lições do mundo em “Pé Ligeiro”,
Se ele estiver falando,
Já que foi baleado e está fora do bando.

Nesse clima de franca indagação
O grupo aconchegado,
Após cumprimentar o delegado,
Reúne-se, de novo, em úmido salão.

“Pé Ligeiro”, — explicou a autoridade, — Está no fim… Fatigado e ferido,
Nada lhe estanca o sangue… Chora, mais abatido,
Não sei se ele aguentará qualquer conversação…

Dois soldados trouxeram-no na maca.
Era um rapaz franzino,
Temível delinquente em corpo de menino…
No entanto, à frente dele, o professor estaca;
Ante o moço a morrer, pálido e maltrapilho,
Reconhecera ele o próprio filho…

 Pai! — disse o ferido em voz dorida e fraca…
Trêmulo e acabrunhado,
O guia dos alunos respondeu:
— Pois é você, meu filho, assim caído?
O famoso bandido?

 O rapaz replicou: — Eu,
Eu sei que estou perdido…
Há mais de nove anos,
Desde quando o senhor deixou a nossa casa,
Tenho vivido por aí…
Matei, roubei, bebi,
Fiquei desorientado…
Mas agora já sei que estou no fim,
Não há mais esperança para mim…

Depois da longa pausa que se fez,
Voltou-se o professor e falou-lhe outra vez:
— Que quer você, meu filho, que se faça?
— Quero ver minha mãe… — pediu o interpelado.

O professor uniu-se à autoridade
E esclareceu, disfarçando o próprio acanhamento:
— Há tempos, anos bem antes de meu casamento,
Tive um caso infeliz, um laço antigo;
Uma jovem de vida irregular
Deu-me dois filhos, mas depois
Veio a separação entre nós dois…
Logo após, avisou, que a mulher
Sobre a qual o rapaz se referia,
Morava, longe, na periferia,
A cavaleiro da cidade…

Mas um carro ganhou distância e tempo…
Em minutos chegou a mãe desconsolada
Trajando roupa remendada;
Abeirou-se ao pobre agonizante
E exclamou: — Ah! meu filho, meu filho,
Eu pressentia
Que a sua estrada assim terminaria!…

Ele fitou-a, triste, e murmurou, cansado:
— Perdoe, mamãe! Eu fui o “Pé Ligeiro”
Mas fui sem companheiro!…

 A pobre sem fitar a mais ninguém na sala
Beijou o agonizante e disse: 
— Diga, filho,
Que deseja você de mim, na angústia desta hora?
Ele coloca o olhar no rosto da senhora
E pede-lhe, por fim:
— Mãe, eu quero Jesus,
Peça a Jesus por mim!…

Ela compreendeu que o filho na lembrança
Recordava-lhe as preces
Que ela mesma lhe dera ao tempo de criança…
Ajoelhou-se a pobre e murmurou, em pranto:
— Fale, filho, Jesus!…
Nosso Mestre e Senhor,
Dá-nos de tua luz,
Perdoa as nossas faltas
E dá-nos teu amor!…

 Mas o filho, ao ouvi-la, adormecera…
Dera-lhe a morte ao rosto estranha cor de cera.
E eu mesma, dominada de emoção,
A chorar, repetia a expressiva oração:
— Jesus!…
Nosso Mestre e Senhor,
Dá-nos de tua luz,
Perdoa as nossas faltas
E dá-nos teu amor!…

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Maria Dolores
Chico Xavier
Obra: Caminhos do amor
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24 de agosto

Pergunte ao seu coração: existe alguma coisa que esteja lhe causando desunião e divisão?

Existe algum desentendimento, inveja ou algo negativo que esteja lhe brecando?

Você tem que se analisar justa, racional e honestamente.

Você tem que saber, sem sombra de dúvida, se é você a pedra que está atrapalhando o funcionamento perfeito do Meu plano.

Se você se sente desconfortável e está sempre tentando arrumar desculpas e justificativas para seus atos e pensamentos, pode estar certo que existe algo dentro de você necessitando de mudanças.

Quando você descobrir o que é, não desanime: comece imediatamente a mudar sua atitude e seu enfoque.

EU ESTOU sempre aqui para ajudá-lo.

Chame por Mim e Eu o ajudarei a transpor os obstáculos do caminho que o estão impedindo de se sentir um com o todo.

🌴🌼🌴
Abrindo Portas Interiores
Eileen Caddy
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MENSAGEM DO ESE:

Preces pelos obsidiados

A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.

Oblitera todas as faculdades mediúnicas; traduz-se, na mediunidade escrevente, pela obstinação de um Espírito em se manifestar, com exclusão de todos os outros.

Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em virtude da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja que eles desenvolvem faz parte dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão, como as enfermidades e todas as tribulações da vida, deve ser considerada prova ou expiação e como tal aceita.

Do mesmo modo que as doenças resultam das imperfeições físicas, que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão é sempre o resultado de uma imperfeição moral, que dá acesso a um Espírito mau. A causas físicas se opõem forças físicas; a uma causa moral, tem-se de opor uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar a alma, pelo que necessário se torna que o obsidiado trabalhe pela sua própria melhoria, o que as mais das vezes basta para o livrar do obsessor, sem recorrer a terceiros. O auxílio destes se faz indispensável, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, porque aí não raro o paciente perde a vontade e o livre-arbítrio.

Quase sempre, a obsessão exprime a vingança que um Espírito tira e que com freqüência se radica nas relações que o obsidiado manteve com ele em precedente existência.
(Veja-se: Cap. X, n° 6; cap. XII, n° 5 e n° 6.)

Nos casos de obsessão grave, o obsidiado se acha como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É desse fluido que importa desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro fluido mau.

Mediante ação idêntica à do médium curador nos casos de enfermidade, cumpre se elimine o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de um reativo. Esta a ação mecânica, mas que não basta; necessário, sobretudo, é que se atue sobre o ser inteligente, ao qual importa se possa falar com autoridade, que só existe onde há superioridade moral. Quanto maior for esta, tanto maior será igualmente a autoridade.

E não é tudo: para garantir-se a libertação, cumpre induzir o Espírito perverso a renunciar aos seus maus desígnios; fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particulares, objetivando a sua educação moral. Pode-se então lograr a dupla satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.

A tarefa se apresenta mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, presta o concurso da sua vontade e da sua prece. O mesmo não se dá, quando, seduzido pelo Espírito embusteiro, ele se ilude no tocante às qualidades daquele que o domina e se compraz no erro em que este último o lança, visto que, então, longe de secundar, repele toda assistência, É o caso da fascinação, infinitamente mais rebelde do que a mais violenta subjugação. (O Livro aos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII.) Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de quem haja de atuar sobre o Espírito obsessor.

Prece. (Para ser dita pelo obsidiado.) — Meu Deus, permite que os bons Espíritos me livrem do Espírito malfazejo que se ligou a mim. Se é uma vingança que toma dos agravos que eu lhe haja feito outrora, tu a consentes, meu Deus, para minha punição e eu sofro a conseqüência da minha falta. Que o meu arrependimento me granjeie o teu perdão e a minha liberdade! Mas, seja qual for o motivo, imploro para o meu perseguidor a tua misericórdia. Digna-te de lhe mostrar o caminho do progresso, que o desviará do pensamento de praticar o mal. Possa eu, de meu lado, retribuindo-lhe com o bem o mal, induzi-lo a melhores sentimentos.
Mas, também sei, ó meu Deus, que são as minhas imperfeições que me tornam passível das influências dos Espíritos imperfeitos. Dá-me a luz de que necessito para as reconhecer; combate, sobretudo, em mim o orgulho que me cega com relação aos meus defeitos.

Qual não será a minha indignidade, pois que um ser malfazejo me pode subjugar! Faze, ó meu Deus, que me sirva de lição para o futuro este golpe desferido na minha vaidade; que ele fortifique a resolução que tomo de me depurar pela prática do bem, da caridade e da humildade, a fim de opor, daqui por diante, uma barreira às más influências.

Senhor, dá-me forças para suportar com paciência e resignação esta prova. Compreendo que, como todas as outras, há de ela concorrer para o meu adiantamento, se eu não lhe estragar o fruto com os meus queixumes, pois me proporciona ensejo de mostrar a minha submissão e de exercitar minha caridade para com um irmão infeliz, perdoando-lhe o mal que me fez. (Cap. XII, nº 5 e nº 6; Cap. XXVIII, nº 15 e seguintes, 46 e 47.)

Prece. (Pelo obsidiado.)
— Deus Onipotente, digna-te de me dar o poder de libertar N... da influência do Espírito que o obsidia. Se está nos teus desígnios pôr termo a essa prova, concede-me a graça de falar com autoridade a esse Espírito.
Bons Espíritos que me assistis e tu, seu anjo guardião, dai-me o vosso concurso; ajudai-me a livrá-lo do fluido impuro em que se acha envolvido.
Em nome de Deus Onipotente, adjuro o Espírito malfazejo que o atormenta a que se retire.

Prece. (Pelo Espírito obsessor.)
— Deus infinitamente bom, a tua misericórdia imploro para o Espírito que obsidia N... Faze-lhe entrever as divinas claridades, a fim de que reconheça falso o caminho por onde enveredou. Bons Espíritos, ajudai-me a fazer-lhe compreender que ele tudo tem a perder, praticando o mal, e tudo a ganhar, fazendo o bem.
Espírito que te comprazes em atormentar N..., escuta-me, pois que te falo em nome de Deus.
Se quiseres refletir, compreenderás que o mal nunca sobrepujará o bem e que não podes ser mais forte do que Deus e os bons Espíritos. Possível lhes fora preservar N... dos teus ataques; se não o fizeram, foi porque ele (ou ela) tinha de passar por uma prova. Mas, quando essa prova chegar a seu termo, toda ação sobre tua vitima te será vedada. O mal que lhe houveres feito, em vez de prejudicá-la, terá contribuído para o seu adiantamento e para torná-la por isso mais feliz. Assim, a tua maldade tê-la-ás empregado em pura perda e se voltará contra ti.
Deus, que é Todo-Poderoso, e os Espíritos superiores, seus delegados, mais poderosos do que tu, serão capazes de pôr fim a essa obsessão e a tua tenacidade se quebrará de encontro a essa autoridade suprema. Mas, por isso mesmo que é bom, quer Deus deixar-te o mérito de fazeres que ela cesse pela tua própria vontade. É uma mora que te concede; se não a aproveitares, sofrer-lhe-ás as deploráveis conseqüências. Grandes castigos e cruéis sofrimentos te esperarão. Serás forçado a suplicar a piedade e as preces da tua vítima, que já te perdoa e ora por ti, o que constitui grande merecimento aos olhos de Deus e apressará a libertação dela.

Reflete, pois, enquanto ainda é tempo, visto que a justiça de Deus cairá sobre ti, como sobre todos os Espíritos rebeldes. Pondera que o mal que neste momento praticas terá forçosamente um limite, ao passo que, se persistires na tua obstinação, aumentarão de contínuo os teus sofrimentos.
Quando estavas na Terra, não terias considerado estúpido sacrificar um grande bem por uma pequena satisfação de momento? O mesmo acontece agora, quando és Espírito. Que ganhas com o que fazes? O triste prazer de atormentar alguém, o que não obsta a que sejas desgraçado, digas o que disseres, e que te tornes ainda mais desgraçado.
A par disso, vê o que perdes; observa os bons Espíritos que te cercam e dize se não é preferível à tua a sorte deles. Da felicidade de que gozam, também tu partilharás, quando o quiseres. Que é preciso para isso? Implorar a Deus e fazer, em vez do mal, o bem. Sei que não te podes transformar repentinamente; mas, Deus não exige o impossível; quer apenas a boa-vontade. Experimenta e nós te ajudaremos. Faze que em breve possamos dizer em teu favor a prece pelos Espíritos penitentes (nº 73) e não mais considerar-te entre os maus Espíritos, enquanto te não contes entre os bons.

Observação - A cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento. Exige também tato e habilidade, a fim de encaminhar para o bem Espíritos muitas vezes perversos, endurecidos e astuciosos, porquanto há-os rebeldes ao extremo. Na maioria dos casos, temos de nos guiar pelas circunstâncias. Qualquer que seja, porém, o caráter do Espírito, nada se obtém, é isto um fato incontestável pelo constrangimento ou pela ameaça. Toda influência reside no ascendente moral. Outra verdade igualmente comprovada pela experiência tanto quanto pela lógica, é a completa ineficácia dos exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs, práticas exteriores, ou quaisquer sinais materiais.
A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do organismo. Destruída a causa, resta combater os efeitos. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII - "Da obsessão".

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- Revue Spirite, fevereiro e março de 1864; abril de 1865: exemplos de curas de obsessões.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, itens 81 a 84.)
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Abençoa e Passa


Não basta recear a violência.
É preciso algo fazer para erradicá-la.

Indubitavelmente, as medidas de repressão, mantidas pelos dispositivos legais do mundo, são recursos que a limitam, entretanto, nós todos, - os espíritos encarnados e desencarnados, - com vínculos na Terra, podemos colaborar na solução do problema.

Compadeçamo-nos dos irmãos envolvidos nas sombras da delinqüência, a fim de que se nos inclinem os sentimentos para a indulgência e para a compreensão.

Tanto quanto puderes, não participes de boatos ou de julgamentos precipitados, em torno de situações e pessoas.

Silencia ante quaisquer palavras agressivas que te forem dirigidas, onde estejas, e segue adiante, buscando o endereço das próprias obrigações.

Não eleves o tom de voz, entremostrando superioridade, à frente dos outros.

Não te entregues a manifestações de azedume e revolta, mesmo quando sintas, por dentro da própria alma, o gosto amargo dessa ou daquela desilusão.

Respeita a carência alheia e não provoques os irmãos ignorantes ou infelizes com a exibição das disponibilidades que os Desígnios Divinos te confiaram para determinadas aplicações louváveis e justas.

Ao invés de criticar, procura o lado melhor das criaturas e das ocorrências, de modo a construíres o Bem, onde estiveres.

Auxilia para a elevação, abençoando sempre.

Lembra-te: o morrão aceso é capaz de gerar incêndios calamitosos e, às vezes, num gesto infeliz de nossa parte, pode suscitar nos outros as piores reações de vandalismo e destruição.

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Emmanuel
Chico Xavier
Obra: Atenção
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Servir para merecer


Meus irmãos, que a divina bondade de Nosso Senhor Jesus - Cristo seja louvada.

Pedir é mais que natural, no entanto, é razoável saber o que pedimos.

Habitualmente trazemos para o Espiritismo a herança do menor esforço, haurida nas confissões religiosas que nos viciaram a mente no culto externo excessivo, necessitando, assim, porfiar energicamente para que a vocação do petitório sistemático ceda lugar ao espírito de luta com que nos cabe aceitar os desafios permanentes da vida.

No intercâmbio com as almas desencarnadas, procedentes da esfera que vos é mais próxima, sois surpreendidos por todos os tipos de queda espiritual.

Sob tempestades de ódio e lágrimas, desesperação e arrependimento, consciências culpadas ou entorpecidas vos oferecem o triste espetáculo da derrota interior a que foram atiradas pelo próprio desleixo.

É que, soldados da evolução, esqueceram as armas do valor moral e da vontade firme com que deveriam batalhar na Terra, na aquisição do próprio aprimoramento, passando à condição parasitária daqueles que recebem dos outros sem darem de si e acabando o estágio humano, à feição de fantasmas da hesitação e do medo, a se transferirem dos grilhões da preguiça e da pusilanimidade à escravidão àquelas Inteligências brutalizadas no crime que operam, conscientemente, nas sombras.

Levantemo-nos para viver como alunos dignos do educandário que nos recolhe!
Encarnados e desencarnados, unamo-nos no dinamismo do bem para situar, sempre mais alto, a nossa oportunidade de elevação.

É inútil transmitir a outrem o dever que nos compete, porque o tempo inflexível nos aguarda, exigindo-nos o tributo da experiência, sem o qual não nos será possível avançar no progresso justo.

Todos possuímos escabroso pretérito por ressarcir, e, dos quadros vivos desse passado delituoso, recolhemos compulsoriamente os reflexos de nossos laços inferiores que, à maneira de raízes do nosso destino, projetam sobre nós escuras reminiscências.

Todos temos aflições e dúvidas, inibições e dificuldades, e, sem elas, certamente estaríamos na posição da criatura simples, mas selvagem e primitivista, indefinidamente privada do benefício da escola.

Clareemos o cérebro no estudo renovador e limpemos o coração com o esmeril do trabalho, e, então, compreenderemos que o Senhor nos emprestou os preciosos dons que nos valorizam a existência, não para rendermos culto às facilidades sem substância, engrossando a larga fileira dos pedinchões e preguiçosos inveterados, mas sim para que sejamos dignos companheiros da luz, caminhando ao encontro de seu amor e de sua sabedoria, com os nossos próprios pés.

Saibamos, assim, aprender a servir para merecer.

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Batuira
Chico Xavier
Obra: Vozes do grande além
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AS FILHAS REJEITADORAS


Um episódio desses, que se fixou em minha memória, é o das sete filhas que rejeitavam a própria mãe e dela se afastaram.

Vou reproduzir tal como lembro desse caso. Foi o fato de uma mãe sofrida, confessando-se não espírita, contando em minúcias o seu drama familiar:

— Chico [Xavier], sou mãe de sete filhas. Criei-as, elas casaram e foram morar em cidades distantes. Meu marido morreu cedo e agora, há anos, vivo sozinha. Elas não me procuram, não telefonam e eu me sinto muito só. O senhor não poderia fazer alguma coisa para que elas gostassem mais de mim ou, pelo menos, me procurassem?

O médium respondeu:

— Ah, minha filha, a vida tem dessas coisas... Às vezes os filhos não correspondem...

Mas a senhora queria ouvir uma resposta diferente e logo foi dizendo, com impaciência:

— Olha, Chico, você deve saber por que minhas filhas agem desse jeito! Eu queria que você, como médium, me contasse sem rodeios porque minhas filhas são assim desligadas de mim, são ingratas...

Chico Xavier sorriu e, depois de um instante, lhe disse:

— Irmã, já que você está querendo tanto ouvir algo mais, saiba que numa encarnação não muito remota, em Paris, você foi proxeneta, ou seja, alguém que intermediava moças jovens vindas do interior da França e as levava para se prostituírem junto à nobreza daquela época. Enganava e seduzia, dizendo que na alegre capital francesa elas obteriam bons empregos, iludindo as desprevenidas moças. A maioria delas se rendeu às falsas promessas da prostituição e se afundaram na orgia, enquanto você auferia os lucros da intermediação. Essas sete moças aliciadas, por misericordioso resgate da Lei da Reencarnação, voltaram ao teatro da vida como suas filhas, espiritualmente atraídas pelas mágoas que você produziu nelas.

E ante o olhar sofrido e indagador da mãe queixosa, o médium arrematou:

— Agora será bom que você mude seu posicionamento de mágoa, visite-as com pensamento harmonizador, reze muito. Ainda há tempo de melhorar antigas mágoas.

Deus, na sua misericórdia, sempre concede novas chances para o grande perdão no coração das almas.

A pensativa mulher baixou a cabeça, compreendendo a razão da dívida cármica e, a partir daí, não mais queixou-se.

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Obra: A Viagem Com Chico Xavier
Fernando Ós
Lar Irmã Esther
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